Breakaway escrita por ChocolateQuente


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo. Mais um cap. *-*-*
Estou empolgadinha hoje, então me perdoem se ficou muito grande. kkkk *-*


P.S. Se quiserem dra uma olhada no look da Sarah é esse : http://www.polyvore.com/funke/set?id=82646112

E o Matteo: http://greatest-people.com/data_images/gallery/tyler-blackburn/tyler-blackburn-09.jpg



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As 02:55PM eu estava pronta. Chloe tinha me feito trocar de roupa umas dez vezes. Mas eu tinha gostado do resultado, [depois de tirar vários frufrus que ela tinha pendurado no meu pescoço, e braços.]. O dia tinha mudado de temperatura loucamente, estava um frio chato, mas sorri ao ver que ainda havia finos raios de sol entre as nuvens.

Enfiei algumas coisas na bolsa e decidi que depois do passeio já iria direto para a casa de Tay. Mandei mensagens para Taylor e Chad. Desci com Chloe e tirei as bicicletas do fundo da garagem do meu ‘pseudoprédio’. Quando Chloe já ia reclamar do atraso de Matteo, ele apareceu do outro lado da rua, fazendo-a sibilar o quanto ele era lindo.

– Ainda por cima é estiloso. – ela disse e eu ri.

– Estiloso?

– É, esse estilo ‘não me importo com minha aparência’ é super incrível. – eu tive que gargalhar.

– Talvez ele realmente não se importe com a aparência.

– Não interessa, ele é lindo. E até eu me colocaria em perigo só pra ficar com ele. – ela deu de ombros e eu ri, concordando em pensamento que ele era realmente lindo.

Matteo atravessou a rua com um sorriso de lado. Usava calça jeans escura, blusa preta, jaqueta verde escura e all star. Uma touquinha cinza na cabeça o deixou com uma cara infantil que me fez sorrir.

– Oi. – ela acenou quando parou em nossa frente.

– Oi. – eu respondi. Chloe olhou de mim pra ele e revirou os olhos.

– Olá, meu nome é Chloe, sou a melhor amiga dela. – ela estendeu a mão para Matteo que sorriu.

– Eu sou o Matteo. – ele disse hesitante e ela sorriu largamente.

– Ah, eu sei. Sarah fala de você o tempo todo. – ela riu e eu senti minhas bochechas queimarem quando o olhar de Matteo pousou em mim.

– Não falo não. – eu me defendi rapidamente e Matteo sorriu de lado. – Vamos logo Teo? – eu chamei e ele me encarou de sobrancelhas franzidas, depois sacudiu a cabeça e assentiu. – Essa é sua bicicleta. – eu indiquei e ele pegou a bicicleta preta. Peguei a vermelha e joguei minha bolsa na cestinha. – Nos vemos mais tarde Chloe. – eu acenei e ela sorriu.

– Claro que nos vemos. Até mais. – ela falou com toda malícia do mundo. Revirei os olhos, e saí andando ao lado de Matteo, empurrando a bicicleta.

Ele subiu na dele e começou a pedalar.

– Ei. – reclamei e ele riu.

– Vamos logo, lesma. – ele gritou e eu montei na bicicleta, antes de começar a pedalar rápido. Alcancei-o em poucos segundos e ele riu, diminuindo a velocidade.

– Trapaceiro. – reclamei.

– Só queria te mostrar que sei pedalar. – ele deu de ombros e eu ri.

– Bobo. – eu ri. – Pra onde vamos?

– Pra onde tenha sol. – ele gritou jogando as mãos para o ar e eu ri.

– Ótimo, vamos para o Brasil, porque por aqui tá difícil. – ele gargalhou. – Porque tá tão animado?

– Não sei. É que faz um tempo que não faço isso.

– Costumava fazer isso?

– Er... É. – ele assentiu e nós viramos uma rua, de longe pude ver o parque se aproximar. Aceleremos as pedaladas quando ele gritou. – Quem chegar por último no parque vai ter que beber de vez meio litro de raspinhas de gelo.

– Meio litro? – eu perguntei e ele riu.

– É. – ele assentiu e eu comecei a pedalar rápido. Ele já estava bem mais a minha frente, então acelerei ainda mais. Quando passei dele, virei o rosto para olhá-lo.

– Rá. – berrei e ele riu, então de repente seu rosto ficou assustado e ele gritou.

– Freia rossa. – quando virei o rosto para frente, freei com força e a bicicleta parou subitamente me impedindo de ser atropelada por um carro que passava rápido, mas não consegui me equilibrar e caí batendo a cabeça no poste na calçada. Senti uma tontura quando tentei me levantar e passei a mão na cabeça. – Va tutto bene? – Matteo me segurou fazendo-me levantar e eu assenti.

– To bem. Eu estou bem. – eu falei rápido e me segurei no poste. Algumas pessoas me olhavam e eu senti meu rosto esquentar. – Podemos ir? – perguntei e Matteo entendeu por que.

Pegamos as bicicletas e as colocamos em um banco do parque. Vi Matteo me olhar quando eu sentei.

– Tem um galo na sua testa. – ele disse e eu levantei a mão para tocar, mas ele me deteve antes, segurando meus dedos. – Não mexe, tá? Eu já volto. – ele disse se levantando. Fiquei parada percebendo que aquela era a primeira vez que ele me tocava. Balancei a cabeça e levei os dedos a testa. Senti o inchaço e gemi com a dor.

– Droga. – murmurei.

– Voltei. – Matteo se sentou ao meu lado com um copo de raspinhas de gelo e eu o encarei. – Não é pra você beber. – ele riu, e sacudiu a cabeça enquanto pegava um lenço no bolso.

– Você carrega um lenço. – eu disse e ele sorriu.

– Minha mãe me ensinou que homens gentis sempre andam com lenços. – ele deu de ombros e jogou um pouco de raspas de gelo dentro no lenço, fechou-o e aproximou a mão da minha testa.

– Então você é um homem gentil? – perguntei. – Ai. – gemi quando ele colocou o pano em minha testa.

– É, eu sou. – ele sorriu. – Tá doendo muito?

– Não. – eu respondi e ele assentiu antes de conter um riso. – O que foi?

– Nada, é só que... Eu pensei que eu é quem não sabia andar de bicicleta. – ele soltou uma risadinha e eu dei um tapa em seu braço.

– HÁ HÁ. Eu sei andar de bicicleta. Foi você que veio com essa ideia de corrida. Eu sou muito competitiva meu caro. – eu disse e ele riu.

– Me desculpe, senhora ‘eu tenho que ganhar’. – ele sorriu, e eu senti minhas bochechas esquentarem quando ficamos em silêncio. Passei a mão no rosto sabendo que estava vermelha como um tomate, e Matteo sorriu tirando o lenço da minha testa, voltando a enche-lo com gelo. – Você não parece ser uma pessoa tímida. – ele disse e eu o olhei. – Mas sempre fica ruborizada quando alguém te olha por muito tempo, ou pergunta algo sobre você.

– Não consigo evitar. Já até pensei em fazer uma cirurgia pra resolver isso. – eu dei de ombros e ele riu.

– Isso existe?

– Deve existir, vi num episódio de Grey’s Anatomy um dia desses. – ele riu ainda mais.

– Gosta dessa série?

– VocÊ não?

– Nunca assisti.

– Então porque a pergunta?

– Porque não sei muita coisa sobre você. - Ele disse e eu encarei os dedos antes de pegar o lenço em sua mão e pressioná-lo contra o galo.

– Sarah Funke. Estudo jornalismo e moro num prédio pequeno com o elevador quebrado. – eu comecei e ele sorriu. – Tenho três amigos incríveis e atenciosos, até demais às vezes. Eles são minha família por aqui.

– Por aqui?

– É.

– Seus pais, onde estão? – ele perguntou hesitante e eu encolhi os ombros.

– Nova York. – falei rápido. Matteo não falou nada esperando que eu continuasse, mas eu não o fiz. Não com o mesmo assunto. – Coleciono LP's antigos, mas não sou fã de nenhuma banda. – Matteo me olhou surpreso.

– Com certeza vou querer ver essa coleção.

– Que banda você curte?

– Beatles, Rolling Stones, U2, A-ha.

– A-ha?

– A-ha é o máximo. – ele jogou as mãos para o alto e eu ri.

– Tenho um LP deles. ‘Hunting High and Low’.

– Santo Dio. Você tem o primeiro disco do A-HA? – ele me olhou incrédulo e eu ri.

– Só gosto desse e só escuto uma música do disco. ‘Take on me.’ – dei de ombros e ele continuou me olhando boquiaberto.

– Não acredito. – ele balbuciou e eu sorri.

– Deixo você ver qualquer dia desses. – eu disse e ele sorriu.

– Metida.

– Só um pouquinho. – eu fiz uma careta e ele sorriu me olhando. – Estou horrível não é? Esse galo...

– Continua linda. – ele disse me interrompendo. Eu sorri sem graça. – O que quer fazer agora?

– Não sei. – respondi encolhendo os ombros. – Na verdade, acabo de me lembrar de que não comi hoje.

– Como assim não comeu hoje? – ele perguntou.

– Acho que esqueci.

– Você precisa comer. – ele disse se levantando. Levantei também e peguei a bicicleta. Andamos lado a lado em silêncio, e só falamos para pedir hambúrgueres numa lanchonete. Continuamos a andar, até pararmos em um parquinho com balanços para crianças. Encostamos as bicicletas e sentamos nos balanços.

– Como está com a peça, Teo? – perguntei depois de mordiscar o hambúrguer. Ele sorriu.

– Bem. Acho que bem. – ele deu de ombros e me olhou. – Porque me chama de Teo?

– Er... Sei lá. Só pra diminuir seu nome. – eu disse e ele sorriu assentindo. – Algum problema?

– Não... É só que... As pessoas costumam me chamar de Matt quando querem encurtar meu nome, mas...

– Posso te chamar de Matt se quiser.

– Não. Gosto de Teo. Gosto muito. – ele assentiu e eu sorri. – Minha irmã me chamava de Teo. – ele disse depois de uma breve pausa. Senti meu coração começar a sapatear dentro de mim. Era a deixa. A deixa que eu tanto queria.

– Chamava? – perguntei, e bebi um gole de refrigerante quando ouvi minhas voz soar rouca.

– É. Ela morreu há dois anos. – ele disse baixinho.

– Como?

– Posso não falar sobre isso? – ele pediu e eu engoli em seco.

– Claro. Eu sinto muito. – eu disse e ele balançou a cabeça negativamente.

– Tudo bem. – ele suspirou e se balançou no balanço. – E você? Tem irmãos?

– Não. Filha única. – eu disse rápido.

– Isso é bom?

– Não sei... Mas eu queria ter tido irmãos.

– Seus pais devem sentir sua falta. Estão longe, não é?

– É. Muito longe. – sussurrei. – Sinto falta deles. Sinto muita falta do meu pai.

– Fala como se não falasse com ele a muito tempo.

– E não falo... Estamos brigados. – eu sussurrei e Matteo me olhou esperando eu continuar. – Meu pai é irlandês e tem um restaurante irlandês lá em Nova York. O plano dele era que eu assumiria a direção do restaurante que é muito bem sucedido lá, mas... Eu não quis. Sempre quis ser jornalista e quando a escola terminou já tinha conseguido entrar na Universidade daqui de Londres. Meu pai ficou furioso e me proibiu de vir, mas eu vim assim mesmo e antes de sair de casa disse coisas terríveis a ele. – eu engoli em seco e funguei. – Sei que ele só tinha medo de que alguma coisa acontecesse por eu ser nova demais, mas não pensei nisso naquele momento. - eu parei e respirei fundo. - Até hoje não nos falamos. – Matteo estendeu a mão para mim e eu hesitei.

– A gente comete erros, mas nunca é tarde pra consertar. – ele disse e sorriu fraco pra mim.

Assenti sabendo que eu não era capaz de consertar as coisas com meu pai, mas sorri percebendo a pessoa que Matteo era. Ele não podia ser nenhum monstro. Ele não podia ter cometido aquelas atrocidades. Uma pessoa tão cuidadosa como ele...

Minha cabeça parecia ficar cada vez mais confusa, eu suspirei e apertei a mão de Matteo entre a minha, me deixando esquecer da investigação por um momento.


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Notas finais do capítulo

O que acharan? Comentem por favor. *---*

P.S. EIII, podem dar uma olhada na minha fic de Bruno Mras?
depoisdecrescer1818.blogspot.com.br
Obriigada. *--*-*