Lado A Lado - O Que Houve Depois? escrita por Perniente


Capítulo 35
Tempo


Notas iniciais do capítulo

Demorei né gente! Quero agradecer que mesmo sem atualizações, os comentários continuaram pedindo a continuação da história! Valeu muito, me deixaram extremamente contente!

Perdões por toda essa demora, mas eu estava com um bloqueio criativo e, especialmente, sem muito tempo pra escrever...
Eu espero que essa minha "volta" agrade a todas, de coração! Escrevi com muito carinho esse capítulo!

Mais uma vez, obrigada a cada uma que comentou e sentiu falta da história! Dedico esse capítulo a todas vocês, suas lindas! ♥



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Tempo. Essa era a palavra-chave na história de Laura e Edgar. Tempo em que ficaram afastados durante o noivado; tempo que fez ressurgir a paixão entre os dois num casamento feliz; tempo que abrigou as angústias e sofrimentos resultando na longa separação do casal; e um novo tempo, por fim, reestabelecendo a confiança e o carinho que sempre tiveram um no outro.

            E esse novo tempo seria eterno! O tempo, o amor, o respeito e a confiança que tinham um no outro; tudo isso duraria para sempre.

            As conversas e pequenas discussões aniquilaram, pouco a pouco, as dúvidas, inseguranças e mágoas que ainda poderiam existir, demonstrando o amadurecimento de Laura e Edgar em seu relacionamento.

A paz apenas crescia no lar do jovem casal Vieira, com ela crescia também o bebê no ventre da professora que, paparicada constantemente pelo marido, encontrava-se plenamente feliz. Edgar não ficava atrás e, dia após dia, reparava nas mudanças que a gravidez trazia ao corpo de sua amada.

No início, nem a moça conseguia notar mudanças em sua estrutura, mas Edgar não apenas via, como sentia, beijava e elogiava as novas curvas que insistia em dizer que surgiam em Laura.

Edgar: Meu amor, cada dia você está mais linda! – dizia enquanto acariciava-a, ainda na cama enquanto os raios de sol os cumprimentavam.

Laura corou e deu-lhe um encantador sorriso: Edgar... – acariciou sua barba – eu estou igual a todos os outros dias... Mal dá pra notar minha barriga, meu amor!

Edgar sorria malicioso enquanto deslizava as mãos sobre o corpo da moça: A Sra. Laura Vieira está duvidando do que eu digo? – fingiu estar magoado - ...Pois saiba que conheço cada milímetro do teu corpo e já vejo mudanças em você. Não consigo definir exatamente quais são – sorri – mas elas te deixam ainda mais encantadora e me deixam ainda mais apaixonado.

Laura ajeitou-se no leito, ajustando-se melhor ao marido para aproveitar mais do toque de suas mãos: Hmm, Sr. Edgar Vieira, quer dizer que conhece meu corpo melhor que eu mesma? – riu.

Edgar colocou-se sobre ela, beijando-a incessantemente enquanto balbuciava sugestivo: Quer que eu mostre como conheço minha mulher?

Laura retribuía os beijos assentindo: Adoraria, senhor meu marido! – sorriu entregando-se mais uma vez ao rapaz, recebendo e proporcionando deliciosos momentos de prazer e felicidade.

Assim se seguiram os dias e as semanas do casal mais apaixonado da capital fluminense. A barriga de Laura cada vez mais saliente era motivo de celebração para eles, seus familiares e seus amigos.

Isabel logo comunicou sua nova gravidez para todos, curtindo com Laura mais essa semelhança em suas histórias. As amigas saiam frequentemente para fazer o enxoval dos bebês e, exultantes, combinavam a amizade que as crianças estabeleceriam desde que nascessem.

Isabel: Laura, de quantas semanas você está mesmo? – sorriu ao ver a amiga acariciando o ventre.

Laura: Não sei ao certo, Isabel... Mas ao que tudo indica, estou no quarto mês da gestação?

Isabel estranhou: Quarto? Só? – franziu o cenho.

Laura: O quê? Você acha que tem algo de errado com meu filho, Isabel? – desfez a expressão calma de momentos antes.

Isabel tentou acalma-la: Não! – deu um meio sorriso – É que quando estava grávida do Elias, minha barriga não estava tão grande como a sua no quarto mês... Mas não devo estar me lembrando direito, não se preocupe... – sorriu acalmando-a.

Laura baixando o olhar em direção ao filho ainda no ventre, respondeu a amiga: É que ele é um bebê grande, não é, meu filho? – afagou o topo da vistosa barriga – Você vai ser um bebê grande, lindo e saudável, meu amor. – completou sorrindo, esperançosa ao vislumbrar a imagem de uma pequena e doce criança em seus braços.

Isabel passou a acariciar sua própria barriga, juntando-se à Laura nos votos desejosos também para seu filho: Claro, minha amiga! Nossos amores serão lindos e saudáveis!

Mais semanas se passaram e com elas as cresciam os bebês, mas todos começavam a reparar, principalmente, no rápido avanço da gestação de Laura. Já preocupados com tantos comentários vindos de seus amigos e familiares, o casal Vieira começou a questionar Dr. Assunção sobre a saúde do bebê.

Assunção: Laura, minha querida, tenho acompanhado tua gestação desde o início e tudo está correndo perfeitamente bem – sorriu – mas de fato, esse crescimento exagerado do bebê me é um pouco estranho... – agravou a expressão facial – se minhas suspeitas estiverem corretas...

Edgar interrompeu as conjecturas do sogro, consternado: Dr. Assunção, diga-nos, por favor, quais suas suspeitas? Algum problema com Laura? Com o bebê?

Laura completou com a voz embargada pelo choro: Pai, tem... tem alguma coisa errada com nosso bebê? – questionou enquanto apertava a mão do marido, pedindo-lhe apoio.

Dr. Assunção buscou acalmar os jovens: Calma, meus caros, não há nada de errado... Deixe-me fazer alguns exames para depois revelar minhas suspeitas... – disse se aproximando da filha.

Após alguns minutos, terminou os exames de praxe e outros que a moça não estava habituada, preocupando-a um pouco mais. Suavizando o olhar e abrindo um largo sorriso, quebrou o silêncio do cômodo:

- Acalmem-se...

Edgar: Há algo errado com nosso filho? – sua expressão era desesperadora.

Laura chorando copiosamente, interviu: Edgar, deixe meu pai falar, por favor. Pai, diga logo!

Dr. Assunção: Vocês não têm motivos pra se preocupar. Tudo está perfeitamente normal. Tanto com Laura quanto com os bebês. – alargou o sorriso ao perceber a perplexidade do genro e da filha.

Edgar: Como? Bebês? – perguntou ainda confuso

Laura segurando a voluptuosa barriga: Tem mais de um? – começando a esboçar um sorriso ao direcionar o olhar para o marido.

Dr. Assunção: Sim – riu da pergunta da filha – São dois, minha querida. Serei avô de gêmeos! – bateu nas costas do genro, parabenizando-o, ao mesmo tempo em que afagava o rosto de Laura, ainda umedecido pelas lágrimas.

Edgar recompôs-se minimamente e perguntou ao sogro: E agora, algum cuidado especial? – olhou para Laura – Meu amor, como você está se sentindo? Está tudo bem?

Dr. Assunção: Calma, meu rapaz! Está tudo bem, já disse. – também se direcionou à filha – O final da gestação vai ser um pouco mais trabalhoso pra você, minha querida. Você está carregando o dobro do peso! – riu.

Laura ainda buscando palavras, respondeu: Tudo bem, pai! Eu nunca pensei que... ah, não importa o que pensei! Não poderia estar mais feliz! – levantou-se, buscando uma posição para abraçar o progenitor com carinho. – Obrigada pela notícia! – abriu o mais largo e encantador sorriso que tinha.

Dr. Assunção afagou o rosto da filha após soltar-se de seu abraço: Você merece, Laura! Aliás, vocês dois merecem toda felicidade do mundo! – sorriu para Edgar. – Bem, mas agora vou indo para que vocês possam conversar melhor sobre esses dois aí dentro – falou, afagando pela última vez antes de retirar-se do cômodo do casal.

Edgar, de tão assustado, não acompanhou o sogro até a porta como mandava a etiqueta, mas o senador não só entendia sua reação, como até achava graça do pânico que se apropriava do genro.

Ainda no quarto, o casal se entreolhava buscando palavras para compartilhar a alegria e a surpresa que a novidade os proporcionara.

Laura quebrou o silêncio: Edgar, tudo bem? Você não me parece contente... É isso? – parecia braba e decepcionada com a reação do marido.

Edgar saiu do transe no qual se encontrava ao se dar conta que não havia demonstrado o que realmente estava sentindo até então: Laura! – se aproximou dela, abraçando-a – Meu amor, não posso imaginar felicidade maior do que a que eu estou sentindo agora! Dois! Dois filhos, meu amor! Eu sou o homem mais feliz do Universo, duas vezes! - sorriu.

Laura aliviada: Ai! Que bom! Achei que você...

Edgar interrompeu-a com um carinhoso e intenso beijo: Laura, eu te amo! – beijou-a mais uma vez e pôs-se de joelho, e beijando o ventre da amada, completou – Meus filhos, amo tanto vocês também! – Abraçou a cintura da esposa, sem levantar-se e ali permaneceram os quatro.

Apesar do receio que essa nova condição de “pais de gêmeos” originava, sabiam, com toda certeza, que conseguiriam. Sempre juntos, sempre com amor, e assim, mais um “novo tempo” começava na vida do casal.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Gostaram da notícia dos gêmeos?

Bom, pra completar, lá vai uma trilha sonora pra esse capítulo. Acho que o título já revela que música escolhi né? Espero que gostem!

Caetano Veloso - Oração ao Tempo.

— aqui o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=XU6UdVI9B7I

— e aqui a letra:

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...