Lado A Lado - O Que Houve Depois? escrita por Perniente


Capítulo 31
Encontros


Notas iniciais do capítulo

eu sei que vocês esperaram com carinho essa reconciliação, mas isso me deixou morrendo de medo de decepciona-las... eu espero MUITO que vocês gostem e que não tenha ficado chato ou meloso ou ruim, ou sei lá...

obrigada por acompanharem, mesmo mesmo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/347576/chapter/31

Disse o poeta que a vida é a arte dos encontros embora haja tantos desencontros pela vida. A história de Laura e Edgar era marcada por desencontros sofridos, mas cada reencontro tornava ínfima essa dor. O amor que sentiam um pelo outro era maior que desentendimentos e dessa vez não seria diferente.

Laura retornou pra sua casa e quando estava subindo as escadas em ao seu quarto, percebeu que seu marido estava no escritório, trabalhando. Suspirou profundamente e decidiu que precisava pensar sobre o que havia conversado com Isabel antes de confrontar novamente seu marido, subiu, portanto, as escadas rumo ao quarto de banho onde poderia pensar com mais tranquilidade enquanto relaxava na banheira.

Edgar ouviu o barulho da esposa ao chegar em casa e esperou ansioso que ela fosse procura-lo para conversarem. Fingiu que continuava trabalhando, mas seus ouvidos estavam atentos aos passos de Laura e, percebendo que a moça havia subido as escadas sem nem cumprimenta-lo, angustiou ainda mais seu coração entristecido pensando que ela não o havia perdoado... “Mas...”, pensou de novo, “Ela precisa entender que eu não cometi nenhum crime...”.

O rapaz resolveu continuar trabalhando e esperar o tempo que fosse necessário para conversar com sua amada. Ele queria tanto abraça-la, saber se ela estava bem, perguntar do bebê, acariciar seu ventre, sentir Laura em seus braços novamente. Ficar sem ela, por um dia que fosse, era uma eternidade!

Envolto em devaneios com sua esposa, não viu o tempo passar e quando deu por si a moça estava ao pé da porta do escritório o observando. Ao ver que o marido despertara de seus pensamentos e reparado sua presença, tentou dar início à tão necessária conversa que estavam adiando desde a noite anterior. Laura não estava muito certa se conseguiria ser clara ao se expressar e nem se estava preparada para ouvir tudo que Edgar tinha para dizer, mas não havia como voltar atrás.

Laura sorriu torto: Oi. – falou baixo.

Edgar encarava-a com ternura: Oi – retribuiu o sorriso.

Ficaram se olhando por alguns segundos e conversaram sem palavras. O olhar era diferente daquele trocado na noite anterior, não havia mais espaço para mágoa. Os dois põem-se a falar na mesma hora:

Edgar: Laura...

Laura: Edgar...

A moça sorri em sinal para que o marido prossiga.

Edgar: Como foi sua manhã? Queria ter te visto mais cedo, mas você já tinha saído quando acordei... Achei que te veria na escola, mas não – deu de ombro falando o óbvio – você não estava lá... Senti saudade – confessou envergonhado.

Laura disfarçou um sorriso envaidecido pela declaração do marido e respondeu-o: Fui ao teatro. Precisava falar com a Isabel.

Edgar: Imaginei... E está tudo bem? – tentou prosseguir com a prosa.

Laura: Sim. Tudo bem. – respondeu carinhosa e retribuiu a pergunta – E você? Passou bem a manhã?

Edgar: Sim... fiquei trabalhando o tempo todo... Ah, e passei no jornal falar com o Guerra depois que deixei a Melissa na escola.

Laura: Ah.. E ele está bem?

Edgar: Sim, sim. Tudo bem...

O silêncio fez-se de novo presente no ambiente e após alguns segundos, recomeçaram o diálogo simultaneamente, mais uma vez.

Laura: Edgar...

Edgar: Laura...

Ambos sorriem e dessa vez quem foi ele quem deu a vez para que a professora continuasse a falar.

Laura ainda insegura: Edgar... acho que a gente precisa conversar...

Edgar pigarreou e levantou-se da cadeira em frente à escrivaninha: Laura, eu...

Laura o interrompe: Edgar, tudo bem... Nós estávamos separados nesses 6 anos. Eu fui hipócrita em te julgar por ter se... – engoliu em seco antes de prosseguir – envolvido com outras mulheres, sendo que minutos antes tinha falado o contrário com relação ao envolvimento de meu pai com sua mãe...

Edgar bufou ao lembrar-se dessa história.

Laura prosseguiu: Você não me devia satisfações, assim como eu não te devia, mas...

Edgar olhava-a atento e receoso: Mas...?

Laura caminhou até o sofá e, ainda de pé, ficou de costas para o marido: Mas não posso dizer que saber desses teus relacionamentos não me machucou... Imaginar você tentando me substituir na tua vida... por mais que eu estivesse longe, me dói.

Edgar então retorquiu: Meu amor, eu nunca quis te substituir! Laura, olha pra mim – disso enquanto andava em sua direção – eu nunca, nunca te esqueci. Nunca deixei de te amar!

Laura enxugou algumas lágrimas: Mas então por quê? Por que você se envolveu com essas mulheres? Quem eram elas?

Edgar: São mulheres sem importância alguma pra mim. Durante esses anos eu não tentei te substituir porque você faz parte de mim – acariciou o rosto da amada – eu não podia imaginar que existia um amor quanto o que descobri com você, se eu tentasse apagar isso de mim, seria o mesmo que apagar um pedaço de mim mesmo, entende?

Laura concordou, mas continuava a chorar.

Edgar continuou: Mas... durante esse tempo que nós ficamos separados, além de terem sido os piores anos da minha vida – sorriu tristonho, acariciando-a novamente – eu fiquei confuso... Um turbilhão de sentimentos crescia em mim... Eu quis te culpar, mas eu sempre soube que a culpa da tua partida era minha. Eu estava magoado, com orgulho ferido por você ter me deixado... e talvez por isso... talvez eu precisasse provar pra mim mesmo que eu poderia fazer alguma mulher feliz. - Laura encarava-o atenta à sua argumentação. Edgar sorriu levemente e aproximou-se beijando a ponta do seu nariz. Ele prosseguiu – Mas...

Laura que incitou a continuação dessa vez: Mas...?

Edgar: Eu não era feliz. Não por não fazer uma mulher feliz, mas por não ter conseguido fazer a mulher da minha vida feliz. Por não ter feito você feliz, Laura!

Laura suspirou enquanto enxugava mais algumas lágrimas: Por que você não me procurou, Edgar? Talvez eu...

Edgar: Eu me descobri mais orgulhoso do que pensava ser durante esses anos, confesso. Como você tinha escolhido o divórcio, era você que tinha que se arrepender...

Laura: Não foi bem assim, Edgar...

Edgar: Eu sei, meu amor, as circunstâncias na época... Eu entendo, eu errei. Errei durante nosso noivado, errei durante nosso casamento e errei até enquanto estávamos divorciados... Me perdoa, meu amor! Por favor, Laura, me perdo...

Antes que pudesse terminar a frase, o advogado é interrompido pó um inesperado, saudoso e apaixonado beijo da professora.

Laura: Edgar, eu te amo! Me desculpa também... Eu exagerei, eu sei... – olhou pra baixo enquanto arrumava a gravata do marido e novamente encarando-o, prosseguiu – Me perdoa?

Edgar beijou-a novamente e abraçou-a, dizendo: Não tenho do que te perdoar, mas, por favor, não duvide do quanto eu te amo. – soltando-se do abraço completou – e quanto eu amo nosso filho... – disse sorrindo.

Os dois sentaram no sofá do escritório e ali ficaram aos beijos por alguns momentos até Edgar lembrar-se de saciar uma inquietante dúvida que estava remoendo.

Edgar afastou-se dos lábios da esposa: Laura, me responde uma pergunta?

Laura intrigada: Claro, meu amor.

Edgar mudou o semblante e seriamente questionou: Você teve alguém nesse tempo que estivemos separados? – observa-a receoso enquanto esperava uma resposta negativa,

Laura encarou-o surpresa por alguns instantes e permaneceu em silêncio.

Edgar repetiu: Laura, responde, você se envolveu com alguém?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!