A Longa Vida De Serena Cullen escrita por Angelicca Sparrow


Capítulo 15
Capítulo 15 - O que nos pertence, sempre fica conosco.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/347356/chapter/15

Sam se virou para todos furioso, com os braços trêmulos.

– Sam, fique calmo. Billy se aproximou de mim e estacionou sua cadeira de rodas as meu lado, examinando as feridas de meu corpo. Hm, pode nos dizer o que aconteceu?

– Eu... não consegui falar nada, só conseguia pensar em Edward.

– Tudo bem, sabemos que não é ingênua. Pode nos contar a verdade, o vampiro que te mordeu... Quem é?

– Eu não sei... pronunciei com a visão um pouco turva, estava ficando tonta.

– Está mentindo! É claro que foram aqueles sanguessugas nojentos! Sam gritou e bateu na mesa, fazendo Claire começar a chorar.
Foi crescendo um ódio súbito em mim, por toda aquela tensão no ar e todo aquele nervosismo. Eu queria defender os Cullens, e precisava ser rápida.

– Não, eu juro... fiz uma expressão melancólica e comecei a chorar Quando Paul e Jared me acharam, já havia passado algumas horas desde que fui atacada na floresta.

– Te atacaram? Eram quantos? Onde? Billy perguntou, pegando um das minhas mãos com carinho.

– Na floresta, do lado de cá do rio. Era só um, muito jovem. Não passava de 1 mês de idade. Ele estava perdido, tinha roupas estranhas, e estava com muita sede. falava enquanto me recompunha - Comecei a me transformar assim que o vi, tivemos uma rápida luta e consegui matá-lo...

– Ufa... Embry resmungou e relaxou na cadeira.

– Com certeza não era daqui... Deve ter sido criado por acidente. Billy cogitou.

– Bem, eles podem tê-lo criado. Sam respondeu sádico.

– Não acredito. Os Cullens não criariam uma criança assim, e mesmo se criassem não a deixariam desprotegida dessa maneira. Mas o que importa é que Serena está bem, e o demônio, morto. Billy sorriu amorosamente para mim, e naquele sorriso vi o sorriso do filho.

– Você se parece muito com ele, sabia? falei baixo enquanto admirava o homem na minha frente. Billy franziu o cenho. Com Jake. Se parecem muito.

– Ah. ele sorriu triste e feliz ao mesmo tempo Obrigado. Sinto muita falta dele, todos nós sentimos...

– Mas enfim Sam voltou ao assunto de maneira abrupta Vou mandar que façam um reforço na patrulha através do perímetro da fronteira, só por precaução. Assim evitamos outra surpresa desagradável.

Me levantei da cadeira e dei um abraço no Sr.Black, com todo o meu amor e compaixão, e ele me retribuiu igualmente. Sue derramava uma lágrima silenciosamente. Emily abraçou Sam e lhe beijou, adoçando um pouco o homem.

– Prometo, de verdade, que se ele não voltar logo, eu irei mesmo buscá-lo.- jurei à eles.
Sue pegou uma mão de Billy, que ficou me olhando sorrindo durante muito tempo.

– Você parece ser uma ótima garota. Não quer ficar com a gente, por La push e... com o bando? ele disse finalmente.
Os garotos levantaram-se das cadeiras rapidamente.

– Sério?! Quil disse ao me olhar Fique com a gente Serena!

– É mesmo, por favor fica! Vai ser legal ter uma garota legal no grupo disse Seth, entusiasmado.

Várias vozes começaram a gritar tentando me convencer a ficar.

– Garotos, ei! eu ri, mas logo parei Não sei se posso... Conviver assim tão próxima de vocês.

– Claro que pode. Ninguém aqui morde, gata, só se você pedir... Paul fingiu dar uma mordida. Depois ele olhou a cara de Billy, que não estava nada satisfeito, e parou automaticamente de se insinuar.

– Vou pensar no seu caso. falei com humor.

Já estava no meio da tarde, o sol estava forte, mas haviam muitas nuvens no céu. Embry, Quil e eu estávamos no meio da trilha, com duas motos, prontos para começar o nosso passeio radical.
Rapidamente nos colocamos na largarda, eu dirigindo a moto preta (de Embry) com o Embry na garupa, e Quil na moto azul (que ele próprio montou, com a ajuda de Jake).

Os motores roncaram alto quando demos a largada e partimos pela trilha de areia e pedras. Eu fazia as curvas demasiadamente fechadas, quase derrubando Embry de vez em quando, e rapidamente alcançamos a frente da corrida. Quil gritava alguma mentira sobre eu ter jogado areia nos olhos dele, mas o vento estava tão furioso que mal pude ouvir o que ele dizia, então acelerava mais. No final eu acabei ganhando 4 rodadas contra 1.

– Mentira! Como pode? Quil dizia frustrado, enquanto tirava seu capacete. Devia estar trapaceando.

Tirei meu capacete e arrumei o cabelo. Tirei as luvas e as prendi com os dentes
enquanto me virava para ajudar Embry a tirar o capacete dele.

– Isso foi demais! Os outros não vão acreditar quando disser que perdeu para a Serena. Embry gargalhava.
Tirei as luvas da boca e ri.

– Mas você é muito bom, está de parabéns. Faz as curvas perfeitamente, Quil.

– Ah, não vem com essa. Se Jake estivesse aqui com certeza ganharia de você. ele respondeu irritado.

– Vocês estão me deixando realmente mal por ele não estar aqui. Está parecendo que foi culpa minha eu não tê-lo convencido a voltar comigo... disse com o vento balançando meus cabelos.

– Não se preocupe. Ele não viria de qualquer forma. Ele está muito chateado... Embry tentou me reanimar.

Apenas sorri de lado e me virei para encarar o mar há poucos quilômetros. Passados alguns minutos, Quil veio e se sentou ao meu lado.

– É engraçado como só o fato de sabermos que somos da mesma espécie já nos aproxima. Quem diria que nos conhecemos hoje de manhã. ele suspirou.

– É verdade. Acho que nesse mundo onde vivemos para sempre, acabamos precisando mais de atenção do que o necessário, você acaba ficando carente. desviei o olhar para minhas mãos e voltei a olhar o horizonte.

– Queria que tivesse chegado em tempos melhores... Tudo ia ser tão diferente, tão mais feliz. Sabe, sem essas coisas de luta entre esses Cullens e nós. Tudo era bem mais fácil antes de nos transformarmos... Todos nós pensamos assim.

– Quem disse que mais fácil é mais legal? sussurrei com um sorriso e me virei para encará-lo.

Ele se virou para me olhar com um sorriso de admiração.

– Você é mesmo uma garota legal, Nana.

– Nana? ri Essa é nova...

– Um novo apelido que inventei pra você. disse Embry se sentando conosco. E que tal você montar uma moto todinha pra você?

– Eu adoraria, cara. dei um pulo ficando de pé.

– Só precisa comprar algumas peças Quil se animou também, ambos se levantaram e se limparam.

– Então o que estou esperando? sai correndo em direção à casa de Quil. Adeus Molengas!

– Vou te mostrar quem é molenga sua Loba Albina! Quil gritou e disparou em minha direção correndo para me pegar, mas... tropeçou.

Fui parar em uma loja de peças automobilísticas bem pequena e escondida na cidade de Forks. Após correr por uma hora, me admirava ainda o fato de eu não conseguir me cansar. Era um fim de tarde muito lindo, e o cheiro de umidade estava no ar. Iria chover, e eu amava aquilo.

Entrei na lojinha e um sininho bateu quando fechei a porta atrás de mim. Abri o papel do meu bolso e re li a lista de peças que Quil fizera pra mim. Ri ao passar por uma enorme porta de metal e ver o grande volume que tinha no meu bolso traseiro da calça.

Ri ao me lembrar do pequeno assalto (que terminou em lanchinho da tarde...) a uma mulher na beira da estrada. Ao total eram 550 dólares, muito bem guardados em sua bolsa chique da Gucci. O que me fez perguntar o que ela fazia sozinha perambulando em uma estrada de uma cidadezinha como essa.

– Boa tarde, senhorita. uma voz mau humorada e sarcástica se fez audível atrás do balcão empoeirado. Um senhor de idade, me encarava com tédio, com um boné sujo de graxa, assim como as mãos e a camiseta.

– Boa tarde, senhor... me aproximei do balcão e entreguei a lista à ele. O velho só olhou pra lista e depois pra mim com cara de deboche. Preciso desses itens, por favor.

– Estão ali. ele apontou a direção rudemente e ficou olhando o decote de minha regata.

Respirei fundo e fiquei séria. Dei a volta e fiquei de frente à ele, que continuava me encarando. Vi no chão espalhadas diversas revistas pornôs e calendários de mulheres nuas. Ri e assimilei o contexto daquela cena. Me aproximei bastante dele, e percebi que ele não era velho, devia ter 30 e poucos anos, mas parecia mais velho por estar sujo e maltratado. Ele ajeitou o boné encardido e passou a mão pela barba mal feita, sorrindo.
Dei uma rápida olhada para um cubículo escondido aos fundos do balcão e vi uma pia. Ótimo.

Coloquei uma mão delicadamente no rosto do homem e o encarei diretamente nos olhos.

– Escute, caro senhor. Preciso mesmo, dessas peças. E quero que você as providencie pra mim. Pago a mais se quiser. Mas você sabe como são as mulheres com essas coisas... Não conhecem nada. Portanto, lave-se e fique com uma melhor aparência, depois pegue minhas peças, e por fim, dê um banho nessa loja. Limpe tudo. Aposto que sua clientela vai triplicar.

– Claro, senhorita. Não se preocupe. ele respondeu enquanto suas pupilas dilatavam.

Os enormes olhos azuis piscaram uma vez e ele foi fazer as tarefas.
Sorri com gratidão, e percebi o volume em sua calça. Toda ação tem uma consequência... Suspirei com tristeza. Me sentia um lixo toda vez que usava desse método.

O homem voltou limpo. Estava cheiroso, o cabelo lavado e penteado. Parecia uma ator famoso! O cabelo moreno lhe dava um ar jovial, em conjunto com os olhos azuis incríveis. Até tinha trocado de roupa, parecia outro cara. Ele era lindo. Pude ler rapidamente seu nome no crachá em sua camisa azul: Marvin, enquanto ele rapidamente pegava todas as peças de que eu precisava. Ele trouxe tudo em 10 minutos, dentro de um carrinho de compras.

– Quer que eu a ajude a levar até seu carro? ele perguntou educadamente sorrindo pela primeira vez.

– Bom... eu não vim de carro. Mas posso levar o seu carrinho e depois eu devolvo? Eu prometo.

– Claro sem problemas!
Agradeci e sai apressada da loja para atravessar a rua, ouvi Marvin gritar:

– Ei, posso pelo menos saber seu nome?!

– Serena! respondi bem alto, olhando para trás.

Assim que iria prestar atenção na rua, um carro me atingiu com uma força incompreensivel no quadril e nas costelas. Fui arremessada à uma distância de 6 metros. Tentei me mover mas não consegui.

– Droga, acho que quebrei uma dúzia de ossos... resmunguei tentando me endireitar. Observei o carro que me atingiu e vi o Jeep com perda total na frente, e fiquei procurando pelo passageiro, ele deveria ter se ferido muito.
Fechei os olhos e tentei absorver a dor de quando alguém me pegou no colo.

– Vai ficar tudo bem. Eu te peguei, pequena. uma voz grossa ressoou nos meus ouvidos com a voz de um anjo.

– Emmet. Eu te amo tanto cara... resmunguei.

– Eu queria que mais pessoas me amassem depois que eu as atropelassem.

– Eu te amo mesmo assim grandão. respirei fundo e fechei os olhos.
Quando acordei estavamos dentro do Jeep, na estrada. O carro corria a alta velocidade enquanto as árvores passavam por nós rapidamente, o sol já estava quase se pondo.

– Olá, Bela Adormecida. Emmet deu risada.

– Oi, grandão. Onde estamos indo? perguntei ainda sonolenta, estralando o pescoço.

– Para casa. ele ficou sério. Você quebrou 4 costelas, a bacia e teve uma pequena lesão na coluna vertebral. Mas já se curou.

– Bom saber... Minha cabeça está queimando.

– Em relação a isso, acho que é o veneno. Ainda não cicatrizou completamente.
Olhei rapidamente para meu ombro mordido, e as feridas ainda estavam lá, melhor do que antes, mas ainda estavam feias.

– Como você... comecei a dizer.

– Não se preocupe, já sabemos de tudo. Você vai ficar bem, os dois vão.

– De... tudo? me sentei ereta no banco do carro e olhei para ele alarmada O que quer dizer com os dois vão? Edward..

– Edward vai ficar bem. Você só foi um pouco... como podemos dizer... ele olhou para mim malicioso e sorriu de lado Um pouco selvagem, como de costume, linda.

– Emmet... fiquei chocada, não sabia o que pensar Aliás como me encontrou lá? Alice só pode me ver as vezes...

– Coincidentemente, fui comprar comida. E Alice me ligou para me dizer onde você estava e BUM! O carro bateu em alguma coisa gorda, você. ele sorriu. Também coincidentemente, havia aquela loja de peças lá e pude arrumar o carro, com um bom suborno, é claro...

– Comida? Gorda? Eu acho que estou delirando... coloquei uma mão na cabeça, eu estava febril.

– Calminha, rainha da selva. Estava só brincando. ele me deu tapinhas na perna, o que me fez recuar com a dor Opa, foi mal. Alice me disse que estava comprando peças para uma moto. Posso perguntar o porque?

– Queria alguma coisa radical que fosse só minha... Mas por que foi comprar comida?

– Bem, e por que você não pediu pra mim? Eu ia gostar de ir com você a uma loja e escolher uma hornet, ducati, bmw... ele ficou repentinamente interessado na paisagem e começou a falar vários nomes de motos...

– Ei, Em. Não mude de assunto. disse ficando séria. Estava indo caçar sozinho? Por que?

– Não, eu não estava indo caçar. Estava mesmo indo à um supermercado comprar comida, comida de verdade...

– Mas... Bella nem está em casa, Emmet. Ela só vai depois de amanhã. disse devagar enquanto tentava raciocinar. O que quer que fosse que havia ali, era muito suspeito.

– Na verdade, não é pra Bella. É pro Edward. ele mordeu o lábio inferior e estacionou o carro. Chegamos.

Sai do carro ainda um pouco tonta e rapidamente Emmet me pegou no colo e me levou até a porta. Dei um beijo em seu pescoço o provocando-o de brincadeira e ele me colocou no chão com um sorrisinho. Era estranho chegar em casa, parecia que tinha ficado fora durante anos, de novo. Talvez nunca me acostumasse com isso...

A porta se abriu e vi Alice na batente. Ela estava feliz, mas alguma coisa a preocupava, eu sabia.

– Serena! ela me abraçou forte. Você está bem? Eu vi o acidente e...

– Estou muito bem, Alice. Muito Obrigada. sorri ao vê-la. Havia mais gente na sala, e todos pareciam bem paralisados.

– Ok. Onde está Edward? perguntei esquecendo de todo o constrangimento da situação. O quão mal ele está?

Alice me olhou com os olhos dourados um pouco tristes.
– Entrem... ela abriu mais a porta.

Avancei e me encontrei com uma corrente de ar que carregava um delicioso perfume. Um cheiro excitante em todas as maneiras possíveis. Pude ouvir um coração, sentir veias, e... cheiro de sangue.

Assim que abri os olhos, meus instintos me conduziram até a presa. E lá estava ele, parado no ínicio da escada, como uma presa indefesa, pele corada, olhos extremamente verdes, o cabelo acobreado de um jeito diferente. Ele me olhava com uma mistura de admiração e medo.

Cai no chão de joelhos, sem saber muito o que dizer. Todos correram em minha direção. Lágrimas começaram a escorrer no tapete, a culpa era toda minha.

– Edward?! sussurrei em choque, enquanto a criatura divinamente viva, agarrava o corrimão da escada e em seus pensamentos eu vi que ele estava indeciso entre manter a distância, e correr ao meu encontro.

Foi então que uma única e solitária lágrima, escorreu de seu rosto humano.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Longa Vida De Serena Cullen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.