O Filho De Ártemis escrita por Marina Leal, DiasLuiza


Capítulo 10
A despedida


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem :)



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- Mas e se ele triunfar? – Disse o deus.

- Ele será aceito como qualquer outro semideus, como um herói do Olimpo. – Ela disse com firmeza.

O deus ponderou por algum tempo.

- Muito bem. – Disse o senhor do céu e Caleb não sabia se sentia alívio ou se morria de medo. – Que seu filho seja posto à prova, se falhar, eu decidirei seu destino, se triunfar ele será um semideus como qualquer outro. Quem aprova?

Caleb olhou em volta.

1, 2, 3, 4, 5, 6. Sete mãos foram erguidas.

- Temos uma maioria. O semideus Caleb será posto à prova em uma missão, e se ele falhar terá seu destino decidido por mim!

- Caleb! Acorda! – A voz da mãe dele o trouxe de volta, então ela notou que ele estava tremendo. – O que houve meu filho?

Ele tentou se acalmar.

- Os deuses decidiram. – Ele conseguiu sussurrar depois de muito tentar e ele viu sua mãe empalidecer.

- O quê? – Ela disse baixinho.

- Missão. – Ele falou e ela deu um leve sorriso.

- Poderia ser pior. – Ela falou e internamente ele não sabia se concordava. – Agora vamos, se seu destino já foi decidido temos que ir para o ponto de encontro.

Ele levantou da poltrona.

- Já chegamos?

Ela assentiu com a expressão séria.

- O sátiro ainda está com a gente. – Ela falou parecendo irritada e ele riu.

- Não se preocupe, minha existência vai deixar de ser segredo em breve. Já não importa se ele descobrir quem em sou. – Caleb falou e sua mãe assentiu.

- Tem razão. Talvez seja melhor contarmos... – Ela parou ao ver a expressão dele. – Ok. Ok. Não falamos nada.

- Melhor assim. – Ele disse enquanto andavam pelo saguão do aeroporto e entravam em um táxi.

- Para o parque da cidade. – A mãe dele disse ao motorista, que não disse nada e apenas guiou o carro.

Klint cheirou o ar e depois deu de ombros.

- A barra está limpa. – Murmurou e Caleb relaxou um pouco.

- O que vamos fazer no parque? – Klint perguntou e Layla o olhou por um momento.

- Lady... – Ela pausou ao perceber que iria falar o nome da mãe de Caleb e terminou a frase rapidamente. – Ela me disse que a esperasse lá.

Klint a olhou bastante desconfiado.

- Quem é a mãe dele?

- Chegamos senhorita. – O motorista disse e Layla suspirou aliviada antes de jogar algumas notas no colo dele.

- Não precisa de troco. – Ela disse e saiu.

Caleb a seguiu e sentiu Klint atrás dele, não mais distante que uma sombra.

- É por aqui. – Layla disse e seguiu por um caminho estreito e cheio de árvores.

- Como você conhece esse caminho? – Klint perguntou enquanto os seguia.

- Lady Ártemis trouxe a todas as Caçadoras por esse caminho uma vez, todas nós somos boas em memorizar caminhos. – Layla disse alguns segundos depois de analisar cada palavra antes de falar todas. – E é por isso que eu sei.

- Se você é uma Caçadora, como Ártemis permitiu que você viajasse com um garoto? E porque você o chamou de “meu filho”? – Klint falou e Layla se enrijeceu.

- Não é da sua conta, sátiro! – Ela falou bruscamente e entrou no meio da mata, saindo claramente da trilha.

- Lá vamos nós. – Klint falou. – Eu tinha esquecido como é viajar com uma Caçadora.

- Você já encontrou com elas antes? – Caleb perguntou e o sátiro assentiu enquanto ambos seguiam os passos da mãe de Caleb.

- Uma vez. – Ele falou e Caleb se perguntou o que houve para ele usar aquele tom de voz melancólico. – Há muito tempo.

- Chegamos. – A mãe deles disse parando de repente. – Agora é só esperar.

Caleb assentiu e pegou seu arco.

- Vou treinar em algumas dessas árvores. – Ele falou e a mãe assentiu enquanto se postava do outro lado da clareira.

Depois de uma seqüência de tiros quase perfeita Caleb pôde ouvir os comentários do sátiro.

- Uau! Ele é muito bom com o arco. Ele poderia ser um filho de Apolo! Nenhum no acampamento é tão bom assim!

Ele ouviu o suspiro pesado da mãe, mas ela não disse nada enquanto ele ia em direção a cada árvore que havia mirado e recuperava suas flechas.

- Fico feliz em ver que você não está deixando o tempo que eu passei treinando com você ter sido à toa. – Disse uma voz logo atrás dele, o fazendo se virar rapidamente.

- Nunca... Minha senhora. – Ele falou e se curvou, mas mantendo os olhos dourados nos olhos da deusa.

- Lady Ártemis. – Layla disse e se aproximou ao sinal da deusa.

- Você agiu bem minha Caçadora. Despeça-se e vá ao encontro de suas irmãs, elas esperam por você. – A deusa disse e Caleb teve que se conter, ele sabia que aquele momento estava prestes a acontecer.

- Mãe? – Ele não sabia ao certo para quem estava falando quando ambas olharam para ele.

- Sim? – Disseram ao mesmo tempo.

Caleb apenas as olhou, sem saber o que dizer.

- Mãe?! – O guincho de Klint fez com que a deusa e a Caçadora se voltassem para ele.

- Quem é esse? – A deusa disse e Caleb pôde ouvir o desagrado em sua voz.

- Sou um sátiro. – Ele disse e mesmo estando distante Caleb pôde ver as pupilas dilatadas dele. – Ele é seu filho?

Ártemis o ignorou, olhou para Caleb e fez um gesto para que ele se aproximasse.

- Seu patrono gostaria de falar com você, meu filho. – Ela falou quando ele chegou perto o suficiente.

- Patrono, minha senhora? – Ele disse confuso.

- Sim, afinal fui eu quem ajudou sua mãe a esconder você. – Disse uma voz feminina atrás dele.

- Olá Atena. – A mãe dele disse e Layla se curvou enquanto murmurava “Lady Atena”.

- Bom trabalho Layla. Agora devemos dar um tempo para eles se despedirem. – Atena disse e Ártemis assentiu enquanto dava passagem para a ninfa.

Ela parou na frente de Caleb e acariciou seu rosto delicadamente.

- Foi uma honra ser sua mãe. – Ela falou mantendo os olhos dela presos nos dele. – Mas seu destino agora é o de um herói Caleb, vá e mostre a eles que você merece.

- Mãe. – Ele sussurrou e sentiu uma lágrima descer do canto do seu olho. – Obrigado por tudo.

Ela sorriu e se afastou.

- Sempre serei sua mãe, não pense que deixarei de ser. – Ela olhou para Ártemis e depois para ele novamente. – Meu dever como sua guardiã acabou, mas sempre serei sua mãe.

Ela ergueu uma das mãos e a pousou sobre o coração dele, que não conseguia pronunciar nada e apenas colocou uma das mãos sobre a dela.

- Até algum dia meu filho. – Ela falou e retirou a mão delicadamente e se afastou correndo para o outro lado da clareira.

Caleb esperou que ela olhasse para trás, mas ela não o fez.

- Vocês se encontrarão de novo. – As deusas disseram em uníssono e Caleb se voltou para elas.

- Mas, como ela disse, seu destino é o de um herói... E o dela é o de uma de minhas Caçadoras. – Ártemis disse baixinho. – Não se preocupe, permitirei que ela te visite de tempos em tempos.

Um sino tocou na mente dele e ele imaginou a deusa dizendo: Mas um dia você terá que aprender a viver sem ela.

Ele suspirou e olhou para a deusa Atena.

- Sua mãe está certa. – Ela falou e ele tentou sorrir, mas não conseguiu.

- Conseguimos convencer o conselho a lhe dar uma chance Caleb. – Ártemis disse e ele assentiu, sentindo que de repente podia colocar tudo o que não havia comido para fora.

- Mas para isso você terá um período de treinamento no acampamento. – Atena falou tranquilamente. – Antes que os outros decidam sobre a missão que você vai receber.

Caleb assentiu e a deusa ergueu a mão.

- Qual é o seu nome sátiro? – Ela disse ainda olhando para o garoto.

- Klint. – Ele disse tremendo.

- Seu dever, Klint, será ajudar Caleb durante o treinamento no acampamento. A responsabilidade sobre ele no acampamento é sua. – A deusa disse e estalou os dedos enquanto Caleb ouvia o balido surpreso do sátiro. – Boa sorte Caleb.

Então tudo escureceu por um instante e quando Caleb olhou em volta ele e o sátiro estavam ao pé de uma colina, ao longe ele podia ver uma plantação de morangos, olhou para cima e viu um enorme pinheiro no topo da colina.

- Você está bem cara? – Caleb disse ao ver o sátiro dobrado para frente.

Ele ouviu um gorgolejar antes de conseguir entender.

- Ártemis. Atena. – Ele parecia seriamente enjoado antes de se ajeitar lentamente e olhar em volta.

- Onde estamos? – Caleb perguntou e o sátiro o olhou parecendo agitado.

- Acampamento Meio-Sangue. – Klint disse. – As coisas vão ficar bem complicadas a partir daqui.


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Notas finais do capítulo

Gente, a Marina sofreu uma perda recentemente, a avó dela faleceu, por isso vou tomar conta dos capítulos de agora em diante, até ela se recuperar vou postar, escrever e responder os reviews, espero que entendam.
Então, deixem reviews, a história vai ficar mais interessante do que já está!



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