03 de Setembro, St. Canard, Califórnia

Casa dos Grace, Quarto da Thalia

8:02 PM

Thalia Grace mantinha os olhos fixos na janela do seu quarto, pensando. Estava sentada no pequeno sofá que havia em frente à janela do seu quarto ao lado de Luke e as fotos do laudo médico de Piper não lhe saiam da cabeça. A pergunta de quem poderia ter feito aquelas coisas com a McLean ainda a perturbava.

– O que ‘tá pensando? – Luke lhe perguntou enquanto passava a mão pelos cabelos negros da namorada.

– Sobre a Piper... – ela disse e respirou fundo – Às vezes ainda é difícil aceitar que ela... morreu.

Os intensos olhos azuis da menina encontraram os do namorado e ele a puxou para um abraço.

– Será que um dia a gente vai se conformar? – ela perguntou ainda o abraçando.

Luke olhou nos olhos dela e respondeu:

– Sim. Tudo acontecerá no seu tempo certo. – e então ele deu um beijo rápido nos lábios de Thalia, acariciando os cabelos da morena.

04 de Setembro, St. Canard, Califórnia

Refeitório, Goode High School

7. 45 A.M

Silena, Annabeth e Thalia estavam sentadas na mesa do refeitório da Goode High School enquanto ainda não tinha tocado para começar as aulas. Ao redor da mesa das meninas, mais alguns alunos estavam sentados conversando ou comendo alguma coisa como café da manhã.

– Não consegui parar de pensar no email de ontem. – Annabeth confessou olhando para as amigas.

– Idem. – Silena disse e Thalia confirmou com um aceno de cabeça.

– No começo eu até achei que fosse uma mera brincadeira, mas... Vocês já pensaram que essa mesma pessoa que manda essas mensagens pode ter... matado a Piper? – a loira acrescentou a última sentença um tom mais baixo.

– Já. Eu só não consigo imaginar quem poderia fazer uma coisa dessas com ela. – Thalia respondeu.

– Mas quem vocês acham que está mandando isso? – Silena perguntou.

– Eu não sei. Mas acho que é melhor não comentar isso com ninguém. – Annabeth respondeu.

– Por quê? Você tem alguma suspeita? – a morena voltou a perguntar.

– No momento eu estou desconfiando até do meu cachorro. E olha que Zeus não pode nem digitar uma mensagem.

Dito isso a loira se calou e as outras duas a acompanharam, até que uma voz soou na caixa de som do refeitório:

– Senhores Jason, Charles, Luke, Percy, Silena, Annabeth e Thalia, compareçam à sala do diretor agora. Aos demais alunos, boas aulas.

As três amigas trocaram olhares e se levantaram, indo em direção ao local pedido.

04 de Setembro, St. Canard, Califórnia

Sala do Diretor, Goode High School

8.03 A.M

Os quatro meninos estavam parados na porta da sala do diretor esperando as outras três chegarem.

– Alguma ideia de sobre o quê ele quer falar com a gente? – Jason, que estava curioso e demonstrava nervosismo, perguntou.

– Acho que só poderemos saber entrando. – Beckendorf respondeu assim que as três Fantásticas se aproximaram.

– Claro. Todos prontos? – o ex-namorado de Piper tornou a perguntar quando todos os sete estavam parados em frente à porta. Todos assentiram e entraram na sala do Sr. D, diretor da Goode High School.

– Bom dia, alunos. – Sr. D disse ao lado de uma mulher.

Ela tinha cabelos castanhos claros na altura do ombro. Vestia uma blusa social branca por baixo de um conjunto de blazer e saia cinza. Olhava para os sete amigos atentamente e segurava uma prancheta em uma das mãos.

– Essa é Natalie, a delegada do departamento de Polícia de St. Canard. - Sr. D retomou a fala – Ela está à frente do caso da Srta. McLean.

– É um prazer finalmente conhecê-los, queridos. – Natalie disse – Vim querendo vê-los há um bom tempo. Sentem-se.

Os amigos se dividiram entre sofás e poltronas até que todos estavam acomodados na sala do diretor, Natalie olhou algo em sua prancheta e depois olhou para os amigos.

– Quem de vocês é Jason Grace? – ela perguntou e o loiro fez um gesto com a mão indicando que era o mesmo.

– Você era o ex-namorado da Srta. McLean?

– Sim.

– E ela estava com você naquela noite?

– Sim. Assim como todos os outros. – Jason respondeu e Natalie assentiu.

– Algum dos senhores percebeu algo de diferente na senhorita Piper naquele dia?

Os sete balançaram a cabeça negativamente e continuaram em silêncio.

– E por algum acaso notaram algo estranho, algum barulho, naquela noite?

O mesmo silêncio permaneceu na sala.

– Não perceberam nada de estranho enquanto uma amiga de vocês sumia? Nenhum dos sete conseguiu acordar para o caso dela os ter chamado?

O sentimento de culpa atingiu cada um naquele momento. Instantaneamente o clima da sala pesou e a delegada percebeu o peso de suas palavras.

– Desculpem-me, não deveria ter dito desse jeito. – ela disse e anotou algo em sua prancheta. – Bom, muito obrigado a todos os sete. Podem voltar as suas aulas agora. Se precisar, mandarei chamá-los.

Os amigos assentiram e, no mesmo silêncio, saíram da sala. Alguns passos fora da sala do Sr. D e o celular de Annabeth tocou. Uma nova mensagem.

“Estavam todos tão bêbados que não puderam acordar? Bem que você tinha dito Annie, mas ninguém te ouviu.

Assim como não ouviram a pobre Pips.

Xoxo”

A loira olhou assustada para os lados para ver se via alguém suspeito, mas havia acabado de tocar e o corredor estava cheio de alunos com seus celulares.

Mas ela sabia que esse anônimo sabia muita coisa. Ela podia sentir isso.

Ele estava sempre por perto.

Ele sabia de tudo.

Ele estava lá também.