Lágrimas Na Escuridão escrita por Raquel Wright


Capítulo 3
Reencontro




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Os olhos castanhos e pacíficos que tanto observei

As lembranças voltam à mente com a velocidade de um raio.

Risos, promessas e tristezas compartilhadas

A separação foi o golpe final.

Tantas lágrimas já foram derramadas

A saudade, a dor e o desespero foram despertados.

Pensei que a morte seria a única opção

Para uma pessoa que não tinha o direito à felicidade.

A morte dos pais e “aquela separação” trouxeram mais dois que foram bons e amáveis.

O tempo passou e a vida seguiu seu rumo.

Cada um em seu caminho, até que um dia o destino resolveu dar às cartas.

Uniu as pessoas que em um dia distante, pulariam em um abismo para salvar o outro.

Aquele momento foi como se nada tivesse mudado

Volta ao ponto onde tudo começou.

Naquele lugar sombrio e horripilante

Onde o sentimento se concretizou.

  Fiquei paralisada observando cada detalhe daquele belo rosto que estava à minha frente.

  - Não vai nem me dar um oi? – indagou Jacob com um ar de brincadeira.

  Levantei-me rapidamente da cadeira e abracei Jacob com todas as minhas forças, o mundo ao meu redor parou de girar e não sei se ficamos abraçados por alguns minutos ou várias horas.

- Não acredito- sussurrei.

 -Pode acreditar Bella, demorei muito para te encontrar, mas finalmente consegui.

  Desfizemos o demorado abraço e sentamo-nos um de frente para o outro nas desconfortáveis cadeiras da lanchonete.

  - Jacob, como você conseguiu me achar? Pensei que nunca nos veríamos novamente apesar da promessa que você me fez, dizendo que depois que você também fosse adotado, me procuraria aonde quer que eu estivesse.

 - Bella, eu fui adotado três anos depois que você foi embora- afirmou isso com uma tristeza profunda em seus olhos.- Na época, eu estava com aproximadamente dezesseis anos, meus pais adotivos não permitiram que eu saísse atrás de você. Enfim, nós nos mudamos da Virgínia e só agora pude vir até aqui. Na verdade, eu pensei que nunca mais te encontraria, pois você poderia ter se mudado assim como eu para outro estado, ou até mesmo, para um outro país. Mas soube que você continuou morando nessa cidade, então fiz uma procura muito demorada, soube que você está na faculdade e então te segui até essa lanchonete.

  - Nossa!- exclamei surpresa.

  -Pois é- disse soltando risadinhas- mas todo esse esforço valeu a pena. Sabe Bella, eu fiquei arrasado quando você foi embora, você era a minha única amiga e apesar de, termos convivido juntos por apenas seis meses naquele lugar horrível, foi com você que passei uns dos momentos mais intensos e felizes. Você me deu apoio e carinho que eu tanto precisava, se não fosse isso, eu estaria perdido.- pigarreou e acrescentou- eu precisava te reencontrar.

  - Eu também fiquei muito triste Jacob, depois que meus pais morreram, você foi a única pessoa em muito tempo que realmente teve importância na minha vida...

   -Teve?- indagou magoado.

  - Tem. Eu estava apenas explicando o que aconteceu.

  - Eu sei, só estou brincando.

  - Hummm...

   - Bella, eu quase não te reconheci, está muito bonita- disse depois que se passaram longos minutos.

  - Obrigada Jacob- respondi corando- você também está bonito.

  - Valeu, posso tomar um gole?- ele perguntou em seguida.

   Olhei para ele e percebi que se tratava do refrigerante.

   - Claro-  disse descontraída.

   - Bella- disse levantando da cadeira e postando-se ao meu lado- eu tenho que te dizer uma coisa que não tive coragem de dizer enquanto estávamos no orfanato- fez uma pausa e disse- Eu te amo- olhou no fundo dos meus olhos e depois colocou um papel dentro da minha bolsa.

  E dizendo essas palavras saiu da lanchonete, me deixando ali de pé, confusa e pensativa com aquelas palavras impregnadas na minha mente.

  Cheguei no meu apartamento exausta e a primeira coisa que fiz foi ler o papel que Jacob me entregou, quer dizer, jogou dentro da minha bolsa. Tinha um número de telefone e um endereço.

            

No dia seguinte

  Acordei assustada com o barulho do meu celular tocando. Merda- pensei comigo mesma- quem será o infeliz que está me ligando de madrugada? Levantei-me e atendi o celular.

  - Alô? – disse com a voz um tanto sonolenta.

  Esperei um pouco e a pessoa do outro lado da linha não respondeu.

  - Quer fazer o favor de responder?- perguntei irritada.

  Nada.

 - Olha, isso não tem a menor graça tá?

  Nenhuma palavra dita.

 - Eu estou ouvindo sua respiração. Você me acordou de madrugada para me fazer de otária? Eu tenho tarefas à cumprir amanhã, ao contrário de você, seu desocupado.- dizendo isso, desliguei o celular.

  Voltei a deitar, tentei adivinhar quem foi o filho da puta que fez essa estupidez a fim de me assustar e não cheguei a nenhuma conclusão.

                                                             //////

   Acordei cedo, pois tinha uma entrevista de emprego marcada às sete da manhã, saí do apartamento muito sonolenta e segui com meu carro em direção ao local.

  Resumindo, não fui contratada, de novo. É a terceira vez somente neste mês que tento arranjar um emprego decente e não consigo no final das contas. É extremamente frustrante você ter que esperar um século para ser entrevistada, para no final ser deixada de lado pois não tem as qualificações exigidas para exercer o trabalho da firma.

  Quase bati meu carro em um caminhão quando estava voltando para casa. Que ótimo, meu dia começou realmente bem.

  Entrei no meu apartamento e resolvi assistir à um filme. Preparei a pipoca de microondas, peguei um refrigerante na porta da geladeira e fui sentar no sofá, quando ouvi batidas na porta.

  Lenvantei com desalento e abri a porta.

- Oi Alice- disse com voz baixa.

  Alice Cullen  é uma das minhas amigas mais íntimas, nos conhecemos da faculdade desde o ano passado e , apesar de pouco tempo, somos muito amigas.

  - Bella, aconteceu uma coisa- disse desesperada entrando no apartamento.

  - Que coisa?- disse já nervosa.

  - Estou grávida.- respondeu.

  - Que? Como assim Alice?- indaguei.

  - Bom, Jasper e eu fiz...

  - Eu sei disso Alice, não precisa me contar os detalhes sórdidos, estou querendo saber porque vocês não tomaram precauções?

  - Bella, não estou pronta para ter um filho, a responsabilidade é extremamente grande- desconversou- estou desesperada, fiz o teste de farmácia e o resultado deu positivo. Meu pai vai me expulsar de casa .

 - Seu pai não vai te expulsar de casa e, se ele fizer isso, você pode vir pra cá. Além disso seus pais são muito compreensivos, eles vão te apoiar. Alice, como é que você faz uma coisa dessas sem tomar precauções? Ficou maluca?- disse olhando em seus olhos.

  - Ah Bella, aconteceu, nós não lembramos na hora, entende?- perguntou.

  - Não, na verdade eu não entendo, porque eu penso nas conseqüências das minhas ações.

  - Bella, eu vim aqui para ganhar apoio e não para ganhar xingamentos, ta bom? – perguntou com evidente ansiedade.

  - Ta bom, desculpa, eu deveria ter sido mais compreensiva- afirmei.

  Sentamos no sofá, conversamos mais um pouco e depois assistimos um filme acompanhado com pipoca e refrigerante.

  - Acalme-se Alice, senão você só irá piorar as coisas. Não conte para seus pais ainda enquanto você não fizer um teste de laboratório para confirmar tudo isso- disse já na porta do apartamento.

  - Tudo bem, obrigada Bella, não sei o que faria sem você. Tchau- disse despedindo-se.

   -Tchau, se cuida – disse acenando.

  Fechei a porta e fui para meu quarto a fim de descansar antes de ir para a faculdade.


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