Imagine Dragons escrita por esa


Capítulo 23
Merry Christmas, Or Not Too Merry


Notas iniciais do capítulo

bem, a intenção do título seria 'feliz natal, ou não tão feliz', espero que dê pra entender
bem, esse é o penúltimo dos capitulos, eu acho, mas caso não seja o penúltimo só haverá mais dois ok? sim, a fic estará terminando em breve
bem, espero que gostem do capítulo
(AAAAH e esse e o anterior estão meio depres ok? mas o final não vai ser tão depre, prometo)



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–- Feliz Natal, Amb! – Becky falou, a voz ainda rouca e fraca por ter acordado poucos minutos atrás, assim que viu Amber abrindo os olhos e sentando-se na cama mais ereta.

–- Feliz Natal, Becky. – a garota respondeu de volta, coçando os olhos tentando desembaçar a visão. Lá fora, o sol despontava no horizonte, laranja claro e fraco. O céu era de um azul pálido, as nuvens poucas. Uma neve fina e delicada caia e deixava o asfalto com uma cor branca. Era uma bela manhã de Natal.

As duas desceram, a casa estava silenciosa, nem o ronco da senhora Muller era ouvido. A velha senhora estava postada ao balcão da cozinha, picando algumas frutas e colocando os pedaços em um liquidificador. Como Becky também havia sido criada por trouxas, Amber não teve de explicar a função do objeto.

–- Bom dia garotas, e feliz Natal. – ela deu um abraço e um beijo na testa de cada uma das meninas, que se sentaram à mesa, já beliscando os pães e bolos que a avó havia preparado. Por um momento todo o barulho da casa vinha do liquidificador, mas assim que a bebida de um vermelho claro foi despejada nos copos, as três sentaram, comeram e comemoraram.


–- Hora de abrir os presentes! – Amber berrou levantando-se da cadeira após terminado o café da manhã bagunçado e barulhento que as três haviam tido. Era estranho e novo para a garota ter a casa tão...movimentada, já que sempre fora ela e a avó.

Becky deu pulinhos e as duas caminharam de mãos dadas até a pequena e simplória árvore toda enfeitada com luzinhas e lâmpadas, correntes e penduricalhos natalinos. Ao pé desta, várias embalagens, de vários tamanhos, estavam depositadas, embrulhadas em papéis de várias cores diferentes.

A senhora Muller se pôs de pé, abaixando-se e apanhando as duas maiores das caixas. Caminhou até as garotas com um sorriso doce tingindo os lábios, e entregou uma caixa à cada uma. Deu um abraço nas duas e pediu para que deixassem seus presentes onde estivessem mesmo, pois tinha de sair.

Então Amber e Becky ficaram na casa, abrindo seus presentes, sorridentes e risonhas por mais simplórios que eles podiam ser. Assim que Amber entregou o presente de Becky, antes mesmo que abrisse a embalagem, os olhos de Becky brilharam. Levou algum tempo até Amber perceber que o brilho não vinha de ansiedade, e sim de lágrimas.

–- O que foi Becky? – ela perguntou, sentando-se apressada ao lado da irmã mais nova. – Algo errado? Você não gosta de ganhar presentes?

–- Não, não é isso. – ela falou, correndo para secar as lágrimas que nem ao menos chegaram a escorrer dos olhos. – Agradeço os presentes, e sei que vou amá-los. Eu só estava pensando...

Amber fez um movimento de cabeça, incentivando a garota a continuar. Becky deu uma gargalhada afetada, quase como se a coisa de tão boba chegasse a ser engraçada, mas mesmo assim continuasse a machucá-la.

–- É que fico tão feliz em agora ter uma família de verdade, entende? Você e sua avó. – Amber lançou um olhar que significava ‘já conversamos sobre isso, ela é sua avó também’ e Becky se corrigiu. – Nossa. Nossa avó. Vocês são minha família, a única, já que minha tia não para em casa. E agora que eu consegui uma família, serei arrancada disso.

As palavras chegaram como tiros aos ouvidos de Amber, como facas ao seu coração. Era verdade, e ela odiava aceitar aquilo. Era verdade. Era verdade e ela sabia disso. Era verdade e mais verdade que isto era a certeza de que seria ela à tirar a vida da irmã. Sua irmã. Sua própria irmã? Não, Amber não faria isso.

Já havia ponderado sobre isso, já havia tentado achar alguma saída, alguma forma de matar Pathaun sem matar Becky, mas sabia que não seria possível. E também sabia que não conseguiria viver com a culpa, com a dor da perda, a dor da culpa... ‘Parem pensamentos!’ pediu já sem forças ‘Eu já sei o que vou fazer.’

–- Não se preocupe, Becky. Prometo que não me perderá. – a garota falou, dando um beijo na testa da irmã com uma força um tanto quanto desnecessária, mas que mostrou-se positiva. Sentia-se bem de tê-la ali consigo, perto de seu corpo, em seus braços, a testa ao alcance dos lábios.


O dia passou rápido, voando. Assim que a noite caiu, ambas estavam exaustas e a avó ainda não haviam voltado. O quarto que dividiam era pequeno, mínimo na verdade. Amber se jogou em sua cama de estrado duro e colchão fino, e Becky se jogou no colchão que estava no chão, que por mais incrível que pareça, era inúmera vezes mais confortável que o de Amber. Becky caiu no sono primeiro, sua respiração leve e constante, o peito subindo e descendo em um ritmo calmo por debaixo das cobertas grossas.

Amber não estava conseguindo dormir. Os pensamentos que rodeavam sua cabeça e sua sanidade a impediam. Estava ficando louca, e tinha completa consciência disso. Pathaun a perturbava mais que o normal agora, sempre aparecendo em seus sonhos, reerguendo um poder terrível e obscuro que destruía o mundo bruxo.

Todos os sonhos que havia tido, de alguns meses até agora eram sobre isso. Uma silhueta gigante e escura que se erguia dos terrenos de Hogwarts e destruía o Castelo, esmagava-o como a uma formiga e ia assim, mesmo em meio aos trouxas, matando e destruindo tudo em seu caminho.

Era por isso que a garota não conseguia dormir. Não era como se não conseguisse, apenas não queria. Tinha medo. Medo de que fechasse os olhos e os pesadelos começassem, medo de ver a destruição tomando conta de todos por sua culpa. Mas estava cansada, então deitou a cabeça no travesseiro com um peso no coração, e adormeceu.


‘Criança, é chegada a hora’ o sibilo tão conhecido e carinhoso chegou aos ouvidos de Amber, mas agora mais rápido, concreto e grave. Era Arkeys, então a garota logo concluiu que aquilo era um sonho. Em parte, ficou feliz por não ter de encarar a ruína e a destruição novamente, mas seu coração se encheu de dor.

A perda de Arkeys a afetava agora mais do que se recordava, pois se sentia sozinha sem a criatura que tanto a aconselhara como a protegera. Se sentia sem amparo, sentia-se como se toda a responsabilidade estivesse em suas mãos. Não que antes não estivesse, pois sempre soube que teria de decidir sozinha o destino de Pathaun, mas antes não era como agora.

–- Estou com medo, Arkeys. – a voz saiu fraca, esganada da garganta de Amber, que tremia dos pés à cabeça, ciente de que a decisão não poderia tomar muito mais tempo, que teria de acontecer logo.

‘Eu sei que está. E também sei que sabe sobre a pressa desta decisão. E também sei qual será a sua decisão, Amber. É muito brava, criança. Mas também precisa saber que isto não pode esperar mais. Sinto muito Amber, mas assim que voltar à Hogwarts terá de fazer isto.’

A garota assentiu com a cabeça, ignorando as lágrimas que jorraram rápidas e ligeiras pela sua face rosada e quente. Correu até Arkeys e abraçou a criatura. Ficou em silêncio por um momento, e então voltou à realidade, abrindo os olhos e sentando-se na cama. Lá fora o sol estava longe da vista, o relógio marcava 3h26. ‘O tempo acabou’ ela pensou e com isso as lágrimas escorreram.


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Notas finais do capítulo

por favor, reviews



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