Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 40
História da ilha dos Magos Climarios.


Notas iniciais do capítulo

EAE PESSOAL! Tudo bem? Desculpem a demora. Tive que ficar na minha tia um dia desses e não deu pra postar o capitulo. Obrigada Neka pela recomendação :3 Adorei. Não lembro se eu já te agradeci mas obrigada. Obrigada também a vocês, pessoal. Pelos os 300 reviews! Logo logo chegamos aos 400 ^-^ De qualquer jeito....
Boa Leitura.



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Já amanhecia. Sol aparecia junto com o céu azulado. Os moradores da cidade acordavam cedo para abrirem o comercio e começarem a trabalhar.

Em quanto isso, os jovens guerreiros ainda dormiam. Por outro lado, Mari já tinha acordado faz tempo, já que fazia parte da sua rotina. Porém não tinha ido ainda até Elesis porque sabia que a ruiva dormia até tarde, então acabou fazendo outras coisas durante esse tempo.

Lass ainda dormia naquele frio que ele gostava. Melhor do que o calor do lado de fora. Virou-se para o outro lado da cama, assim ficaria mais confortável. As camas da pousada eram aquelas clássicas japonesas, onde era apenas um cochão no chão com os cobertores. Ao se virar sentiu algo o abraçando pela frente. Abriu os olhos vagarosamente para ver quem é que o abraçava, porém sua visão estava embaçada por causa do sono. Mas mesmo com a visão embaçada viu algo, que era os cabelos vermelhos de alguém. Quando viu as cores julgou que era Elesis. Então acabou deixando aquilo pra lá e voltando a dormir.

Já Elesis dormia também. Estava morrendo de frio a garota, tudo graças ao ar condicionado daquele lugar. Mesmo com um coberto não adiantou muito, então precisava de algo quente. Abraçou a primeira coisa que viu pela frente, e o que ela estava abraçando era tão quentinho e fofo. Viu pela pequena brecha do olho uma coisa branca em sua frente mas acabou ignorando e voltando a dormir. Porém foi acordada com o celular tocando.

– Alô! - Grita irritada. - Hum? Tá bom, eu já vou me arrumar... Eu sei o que fazer!!!

Desligou a ligação. Queria ficar mais um "pouquinho" para dormir mas tinha que fazer aquilo ainda. Então se levantou com toda preguiça que tinha. Foi nem ao banheiro primeiro, foi logo nos quarto dos meninos acordarem eles.

– Esses preguiçosos. - Reclamava.

Chega no quarto deles e vai abrindo a porta sem ao menos bater antes. Ao abrir se depara com uma cena bem... Estranha. Era Lass e Jin juntos abraçados dormindo.

– Já desconfiava. - Diz Mari ao seu lado vendo a cena.

A azulada como sempre, chegando de fininho. Elesis nem tomou susto, já era acostumada mesmo.

– Ham... - Olhava os dois. - Rapazes, acordem.

A ruiva se aproximou deles e ficou abaixada esperando que acordassem. Lass foi acordando aos poucos. Ao desperta viu Elesis na sua frente, com um sorriso bobo no rosto, e isso fez ele ficar preocupado.

– Se a Elesis está na minha frente... - Pensava o albino. - Quem é que tá do meu lado?

Olhou para a pessoa ao seu lado, que ainda o abraçava, e se deparou com Jin, ainda dormindo. Fechou a cara na hora ao ver que era o ruivo o abraçando. Tinha esquecido que Elesis tinha ficado em outro quarto.

– Ou querem que eu dei mais um tempo para vocês dois? - Diz a espadachim com um sorriso malicioso.

O ninja tinha entendido o que aquele sorriso significava. Tentou se levantar mas Jin ainda o abraçava. Então, fechou o punho e mirou no meio da cara dele.

– Isso não é o que parece! - Finalmente tinha se levantado. Em quanto isso, Jin gritava de dor.

– Sério? - Diz Mari se aproximando. - Mas parece.

Ficou mais irritado ao ver a azulada.

– Não importa o que aconteceu entre vocês. - Menciona a ruiva se levantando. - Se arrume que a gente vai ver o negócio da missão.

Se vira e sai do quarto, sendo acompanhada por Mari. Jin ainda sentia dor do soco, até segurava o nariz com as mãos.

– Porque fez isso? - Dizia o ruivo.

– Por você ser um idiota mesmo. - Vai procura uma roupa pra vestir. - O que você tem na cabeça? Me abraçando em quanto eu durmo!

– Eu tava com frio! Então você tava tão perto e quentinho, não tive escolha.

– Aham, sei. - Continuava com raiva.

– Mesmo assim. - Cruzou os braços. - Você também me abraçou! Não vem com esse papo pra cima de mim.

– Eu só te abracei porque... - Parou de falar.

– Por que? - Olhava curioso.

– Por nada não. - Vira o rosto. - E esquece isso!

O ruivo sabia que tinha um motivo para aquilo. Sonâmbulo o Lass não era.... Então o que seria? Mas não adiantava pensar naquilo, tinha que ir resolver o negócio da missão. Fez o mesmo que o albino, se levantou e foi se arrumar.

– Eles estão demorando. - Dizia Mari do lado de fora, junto com Elesis. - Provavelmente estão aproveitando o tempo que estão sozinhos e -- Elesis a impede de continuar.

– Mari, por favor. - Mostrava a palma da mão, como um sinal de "pare". - Não fale disso comigo aqui.

– Mas e se for verdade? E se eles tiverem um caso? Você não sabe o que acontece quando eles estão sozinhos.

A ruiva cruzou os braços negando o que Mari dizia.

– Eles dois não são um casal. Jin é apaixonado pela a Amy, isso o faz homem. E o Lass... - Pensa em alguma coisa para defender o albino. - Ele... Não gosta do Jin. É isso.

– Então ele pode ser gay de qualquer jeito? - Mari ainda persistia naquilo.

– Claro que não! - Já estava perdendo a paciência. - Ele é homem como qualquer outro.

– Eu acho que não. - Isso era um desafio.

Elesis virou para ela sabendo o que aquilo significava, tinha que provar o que dizia.

– Mas que saco, Mari. - Deu as costas.

Após esse pequeno desafio, os garotos aparecem. Com a cara de sono e tudo.

– A gente pode nem lanchar antes? - Dizia Jin. - Eu to com fome.

– Não, nisso que dar ter acordado tarde. - Negava Elesis com a cabeça. - Agora vamos logo, né Lass? - Olha toda sorridente para o ninja.

– Que? - Olha confuso, e com sono, para ela.

– Vamos. - O pega pela mão e o puxa.

Mari via Lass sendo puxado por Elesis. Via que a ruiva queria mesmo provar para ela. Em quanto isso Jin olhava confuso para a cena. Mas acabaram seguindo os dois.

Depois de uma boa caminha, ainda faltava um pouco para chegar ao objetivo.

– Mari, sobre esse homem que a gente tá indo conversa... - Pergunta a espadachim, ainda segurando a mão de Lass. - Como que você soube dele?

– Eu perguntei para os cidadões dessa cidade sobre esse acontecimento estranho, perguntei também se isso já tinha acontecido antes. - Ajeita os óculos. - E disseram que havia uma pessoa que tinha visto esse acontecimento ter acontecido há muito tempo atrás, e que ele ainda está vivo. Então o mais provável é perguntar para essa pessoa sobre isso.

– Tomara que ele tenha as respostas certas. - Diz a ruiva cansada de tanto andar.

Lass nem estava aprestando atenção na conversa, estava mais focado em uma coisa. Olhava para a mão da ruiva segurando a sua. Se sentia tão envergonhado com aquilo, não sabia nem o que fazia.

– Por que a Elesis está segurando a minha mão? - Pensava. - Eu não entendo. Mas a mão dela é tão quente e confortável.

– É... Elesis. - Menciona Lass ainda envergonhado. - Você so-soltar a minha mão?

– Ah. - Solta a mão do albino. - Desculpa.

Mari olha desconfiada para Elesis, estava vendo que aquilo não era atitude de um homem. A ruiva olhou para ela já sabendo o que aquela expressão significava.

– Não fale nada. - Continuou a andar.

Continuaram a seguir o caminho até que chegaram no lugar. Era um pequeno templo, que pelo visto não era tão visitado assim. Os quatros entraram e se deparam com um senhor de meia idade fazendo a sua meditação.

– Com licença. - Diz Elesis com o tom de voz baixa para não incomoda-lo.

– Sinto a aura de cada um de vocês. - Fala ele com os olhos fechados.- Você! - Aponta para Elesis. - Tem uma aura quente e furiosa que se despertará a qualquer momento. Parece não ser muito paciente com as pessoas, porém tem o seu jeito de lidar com elas. - Agora aponta para Mari. - Sua aura é eletrizante e fria. Muito esperta em todas as áreas, mesmo assim continua sendo muito poderosa. - Aponta para Jin, que fica feliz porque é a vez dele. - Uma aura quente, confortante e alegre. Tem uma grande força de vontade e é muito... Não, não é esperto. Porém, é forte o bastante para derrubar as barreira de sua vida. - E para termina, apontou para Lass. - E você...

Não falou nada, ficou em silêncio. Até que o homem abriu os olhos para ver o albino. Ele ficou com uma expressão de surpresa, e logo ficou sério.

– Isso não importa. - Olha para todos. - Então, o que vocês fazem aqui?

O grupo, menos Lass, estranho o senhor não ter falado sobre a aura do ninja. Mas aquele não era o objetivo deles.

– Soubemos que o senhor sabe sobre esse fenômeno estranho que está acontecendo. - Menciona Mari. - E que já esteve na mesma época de quando isso aconteceu pela primeira vez.

– Sim, eu me lembro como se fosse ontem. - Falava com a voz arrastada. - Por que querem saber disso?

– Nessa mesma época teve uma solução para o problema. Queríamos saber como você resolveu isso. - Fala Elesis.

– "Como resolvi isso". - Se levanta do chão. - Você fala como se fosse algo tão simples assim, que dei um estalar dos dedos e pronto, acaba na hora. - Fala irônico.

– Mas não é simples? - Pergunta Jin.

O homem olhou sério para o ruivo. Deu um suspirada e começou a andar até os fundo do templo.

– Venham comigo. - O grupo vai atrás dele.

Chegam numa cozinha bem simples para variar. O rapaz vai até a geladeira e de lá tira umas latinhas de refrigerante.

– Aqui. - Jogou para cada um.

– Obrigada. - Diz Elesis já tomando o refresco.

– Então... - Menciona Mari olhando a lata fechada. - Se não é tão simples, como você diz, como que resolvemos?

– Antes de eu contar a "solução". - Fez aspas com o dedo. - Tenho que contar a história primeiro.

– Conte-nos.

– Bem - Se sentou numa cadeira, assim fez os outros se sentando junto. - Depois dessa cidade há uma ilha, ao atravessar o mar. Não é tão longe assim, da até pra ver ela da praia. Ele é o centro da história. Há muito tempo atrás, aquela ilha era uma cidade muito povoada por magos. Porém, não eram magos simples como conhecemos hoje em dia, eram magos climarios.

– Cli... Cli... Cli o que?! - Jin não conseguia pronunciar a palavra.

– Magos Climarios. - Mari ajeita seus óculos. - São magos que possuem a magia de mudar o tempo, diferente dos magos comuns que usam elementos. Mas, esse tipo de magos estão completamente extintos por sua magia ser proibida.

– Exatamente. - Confirma ele. - Todos que nasciam nessa ilha adquiriram esse poder. Então desde pequenos as crianças aprendiam a controlar seus poderes, pois se perdessem o controle daria um grande problema. Até ai, tudo bem, sem problema nenhum. Mas quando eles começaram a expandir o uso dos seus poderes acabaram criando um grande problema.

– Problema? Que tipo de problemas? - Elesis estava focada na história.

– Digamos que eles acabaram criando um hibridização entre magos elementares e climarios. Isso fez que eles ficassem mais forte, 3 ou 4 vezes mais.

– Ta bom, mas onde tá o problema nisso. Eles só ficaram mais fortes. - Deu de ombros.

– Não há problema nenhum se eles ficarem mais fortes. - Novamente, Mari fala. - Mas há uma lei que proíbe o uso de magia que afete a natureza. Resumindo: A magia dos Magos Climarios eram proibidas. E eles ficaram mais forte ainda, que acabou virando um problemão.

– Isso mesmo. Além disso, habitantes daquela ilha acabaram saindo dela e indo para outros continente, levando sua magia proibida com eles. Isso fez que os principais reinos, Serdin e Canaban, se irritassem com essa atitude. Então acho que você já sabe que há uma pequena briga entre esse povo e quem perder, mas que óbvio, foi os magos.

– Ta bom. - Fala Jin ainda processando o que tinha ouvido. - Os Magos perderam, mas e dai?

– Toda a civilização daquela ilha foi acabada por completo. - Todos ficaram em silêncio. - Os dois Reinos manterão esse acontecimento em segredo. Eles sabiam que isso trariam maus olhares para eles. Porém, havia algumas pessoas que ficaram viva após essa "guerra".

– Que tipos de pessoas ficaram viva? - Pergunta Mari surpresa com essa parte.

– Aqueles que não lutaram, mulheres e criança. Mas foram poucos que sobreviveram, pois se esconderam em suas casas. - Deu uma suspirada discreta. - Em uma das pessoas que sobreviveu estava um bebê, na verdade eram duas gêmeas. A mãe tinha morrido na guerra, seu pai tinha ido embora antes da confusão. Elas foram cuidadas por seu avô. Ambas nasceriam com o poder, no entanto... Apenas uma nasceu com esse dom.

– Apenas uma? Como assim?

– Uma delas nasceu com o poder dela e da própria irmã, isso é, um poder em dobro. E isso virou um problema, pois a garota tinha um corpo frágil demais para tanto poder, que fazia seu poder transbordar pelas emoções. Era tanto que o tempo mudava não só na ilha, e sim aqui na cidade. Esse clima que ela causava trazia muito, mais muito, problemas para nós. Nossas colheitas não produzia, nossas crianças ficavam doentes por causa do frio e muitos outros problemas.

– Então o problema é essa garota? - A ruiva se levanta rapidamente. - Simples. Vamos lá nessa ilha e damos um jeito nisso. - Já estava se preparando para ir embora.

– Não é tão simples assim. - Fez a espadachim se voltar a se sentar. - A garota não está mais lá. - Já iam se pergunta do por quê. - Nós, cidadões da cidade, matamos ela alguns anos atrás.

Todos ficaram surpreso com a resposta. O jeito que homem respondeu foi com tanta frieza, como se fosse normal.

– Vocês mataram ela? - Elesis volta a se levantar e fica com o seu olhar sério. - Ela era apenas uma criança que não tinha culpa de ter esse poder! O que vocês fizeram foi...

– Desumano? - Completa a frase. - Muitos acharam isso. Mas não tínhamos outra escolha.

– Sempre há outra escolha! - Bate com a mão na mesa. - Vocês que tiveram medo de seguir ela!

– Medo? - Rangeu os dentes. - Sabe do que tínhamos medo?! De perde nossas famílias, nossas crianças! Não havia outra escolha além de acabar o mal pela a raiz!

Elesis continuou com o seu olhar sério. Abaixou a cabeça, deixando seus cabelo sobre seus olhos.

– Então, matando essa garota o problema foi resolvido? - Pergunta Lass com os braços cruzados.

– Com toda certeza. - O senhor já tinha se acalmado. - Nossas vidas voltaram ao normal. como tudo era antes. Porém, parece que o problema voltou novamente. Um de nós até iria na ilha novamente ver o problema por lá mas ultimamente o mar até lá não está tão calmo como antigamente.

– Como assim?

– Criaturas muito perigosas começaram a aparecer. Tudo em volta da ilha, como se algo nos impedisse de ir lá. Então não tivemos outra escolha a não ser chama-los, jovens guerreiros, para resolver isso. Agora, por favor, nos ajude!

Jin se colocou na frente e fez um sinal de afirmação com a mão.

– Pode deixa! - Mostrou seu sorriso extrovertido. - A gente vai resolver esse problema para vocês. Mas só tem um problema: Se vocês mataram a garotinha, quem está fazendo isso então?

– Provavelmente - Menciona a azulada. - A irmã dela. Ela pode não ter ganhado o poder mas se ao matar a sua irmã, talvez o poder tenha ido para ela. Não tenho certeza disso, mas é o mais provável.

– Sim. - Confirma o ninja. - Obrigado, senhor. Faremos o nosso possível para acabar com isso.

Todos se despedem e vão embora. Elesis apenas o seguia de cabeça baixa.

– Vamos mesmo matar essa garotinha? - Pergunta com a sua voz baixa.

Pararam de andar e olharam para a ruiva.

– Elesis, você sabe que não há outra escolha. - Diz Mari segurando seus ombros. - E também, não vamos fazer nada por enquanto. Iremos apenas nessa ilha ver a situação, não vamos matar ninguém. Ta bom?

– Tudo bem. - Mostra um pequeno sorriso. - Vamos lá ver isso.

***

– Sério que só vamos amanhã? - Pergunta Jin com uma cara de cansaço.

Estavam de volta a casa. O ruivo deitado no chão com suas pernas para o alto, encostadas na parede. Mesmo já de noite o calor não passava.

– Infelizmente. - Mari, também sentada no chão, lia um livro. - Mas é bom ir amanhã. Assim já vamos todos preparados.

– Que seja. - Resmungava Lass, jogado no chão quase dormindo. - Eu só quero termina logo essa missão e ir embora. Esse calor está me matando.

– Tá reclamando muito pra quem não está fazendo a janta. - Aparece Elesis de avental e cabelo preso. - Bem que um de vocês podia me ajudar aqui, né? - Põe as mãos na cintura.

Mari continuou a ler seu livro, Lass fingia que dormia e Jin contava quantos arranhões tinha em uma mão. A ruiva fechou a cara vendo os três a ignorando.

– Sério, gente! Eu preciso de uma ajudinha aqui. - Continuavam a ignorar. - Se não me ajudarem não vai ter jantar.

Param de fazer o que fazia e direcionam sua atenção até a espadachim.

– O que você quer que a gente faça? - Pergunta Mari.

– Bem, eu só preciso de uma pessoa aqui pra mim ajudar. Então, quais de vocês vai ser?

Se levantaram de seus lugares e se reuniram.

– Vamos resolver isso com maturidade? - Pergunta Jin sério.

– Sim. - Responde Lass.

– Pedra, papel e tesoura! - Grita os dois.

Mari não entendia nada.

– Não vejo maturidade nenhuma nessa brincadeira, mas tudo bem. Vamos logo resolver isso. - Prepara a mão.

Ao mesmo tempo, cada um faz a sua jogada. Quem perdesse já seria o ajudante da Elesis.

– É claro... - Sussurra Lass vendo o resultado.

Mari: Pedra.

Jin: Pedra.

Lass: Tesoura.

– Vocês fizeram isso só de sacanagem. - Dizia o albino.

O lutador mostra um sorriso e a azulada confirma com a mão, fazendo um sinal positivo.

– Desgraçados. - Xingava os dois em quanto ia pra cozinha.

Chegou na cozinha e já deu pra sentir na pele o calor infernal que estava lá dentro.

– Aqui tá mais calor do que lá. - Se abanava com a própria mão. - Como você aguenta?

– Se chama costume. - Já mexia em algumas panelas em quanto falava. - Sabe, meu poder são chamas e chamas são quente. Então eu durante esses anos acabei me acostumando com isso.

– Que bom, eu não.

– Como assim? - Olha confusa.

– Esquece. Então, o que eu tenho que fazer?

– Antes de tudo. - Se aproxima do albino.

Pega um pano branco e vai para trás de Lass. Pegou seus cabelos e puxou para trás, em seguida amarrou o pano em sua cabeça, ficando igual a uma toca.

– Pra que isso? - Apontava.

– Nada de cabelo na comida. - Levanta o dedo. - Isso se chama higiene.

– E dor. - Estava um pouco apertado em sua cabeça.

– Sem reclamar. Agora vá no forno e tira o assado de lá em quanto eu mexo as coisa aqui. - Volta até as panelas.

Sem muita cerimônia, foi fazer o que foi pedido. Se aproximou do fogão e se abaixou para abrir a porta do forno. Viu a bandeja um grande pedaço de carne, então foi logo a pegando. Já estava tirando o assado quando sentiu uma dor muito grande em suas mãos, pois estavam sendo queimadas pela bandeja quente. Foi correndo até a pia, largou a bandeja sobre ela.

– Ai. - Se xingava mentalmente.

Olhava paras as suas mãos vermelhas.

– Era pra ter pegado uma luva. - Diz Elesis se aproximando.

– Luvas são pra fracos. - Segurava a dor.

A ruiva toca na mão dele.

– Ai! - Grita e recua a mão.

– Sei. Para os fracos. - Ria da cara do albino. - Vem cá.

Pegou os pulso dele e pôs de baixo da água gelada.

– Como isso é bom. - Dizia aliviado.

Depois de um tempinho, tirou as mãos da água. Elesis pegou algumas fitas e enrolou nas mãos do albino.

– Isso vai resolver alguma coisa? - Olhava para as mãos.

– São fitas curativas. Arme me deu algumas, ela mesma que fez. - Dava o último nó. - Agora me ajuda em vez de ser ajudado.

Agora Lass não erraria de novo, talvez nunca mais só para não sentir a dor novamente. Elesis tinha dado uma tarefa mais fácil, descasca batata. Era bem fácil para o albino, era só cortar... E ele sabia fazer aquilo muito bem.

– Eu fico me perguntando: E se a gente não tiver outra escolha além de matar essa garota? Vamos ter mesmo que fazer isso mesmo? - Olha preocupada para o albino. - Ela não tem culpa disso.

Lass não sabia o que responder. Se mandasse uma direta e a real pra ela a deixaria zangada, principalmente com sua atitude. Ou inventasse algo só para deixa-la mais tranquila.

– Não existe um jeito onde a cidade é livre desse problema e a garota sai sem ser morta. - Continuava concentrado nas batatas. - Às vezes, seguimos a opção não porque ela é a mais fácil e direta, é porque ela é necessária. - Olha para a ruiva, ainda com sua expressão de preocupada. - Se for para seguirmos essa opção, não vamos recuar e sim seguir em frente.

Voltou o olhar para o trabalho que fazia. Elesis tinha entendido, porém ainda continuava preocupada em relação a isso. Mas logo ela solta uma pequena risada.

– Você diria a mesma coisa em ter deixado em segredo que eu sou um a garota e não um garoto, e ainda me ajuda nisso? - Pergunta curiosa.

– Isso é diferente. E eu só to te ajudando porque... - Tentava completar a frase mas não conseguia.

– Sabe que você nunca me respondeu isso. - Fica mais curiosa ainda. - Por que você me ajuda?

– Eu já te disse: É por causa da sua... Vingança, isso mesmo. - Finalmente acha a palavra certa.

– Isso não me convence muito. - Se aproxima do albino. - Deve ter outro motivo. Vai, diz!

– Não tem outro motivo. - Aponta a faca para a espadachim, de um jeito brincalhão. - Sei como que se sente em relação a uma vingança. Entendo isso muito bem.

– É um motivo bem simples. - Segura a faca sem medo de ser cortada. - Que só me convencerá com uma boa explicação. - Puxa a faca e consegui a tira da mão do albino.

– Mas eu dei uma boa explicação.

– Sim, sim. Você deu. - Volta a olhar as panelas e por fim desliga o fogão. - O jantar está pronto.

Elesis já foi arrumando as coisas logo. Lass continuava ali parado, querendo dizer algo.

– E também. - Tira o pano de sua cabeça. - Eu só não contei nada pelo o seu bem. - Se apoia na pia.

A ruiva olhou surpresa pra ele. Era muito difícil ver o lado gentil dele. Então foi ao seu lado e pôs a sua mão sobre a do albino.

– Pelo o meu bem? - Sorrir. - Obrigada.

O albino já estava envergonhado em dizer aquilo, quando a ruiva segurou sua mão ai que ele ficou vermelho. Tentava esconder a feição avermelhada mas era atraído pelos olhos Scarlet da ruiva.

Ambos ficaram em silêncio, olhando um para o outro. Elesis, seguindo seus instintos, foi se aproximando aos poucos do albino. Lass fazia o mesmo, se aproximava da ruiva. Até ficaram num espaço bem próximo um do outro. Não tinha um "por que" de estarem fazendo isso, apenas... Faziam. Finalmente, ninguém os interromperia naquele momento, pois: Mari estava muito concentrada em seu livro; Jin via algo na TV, que por sinal estava muito interessante. Suas respirações estavam coladas, seus lábios próximos. Nada acabaria com o clima, apenas uma coisa....

A ruiva foi muita rápida. Pegou Lass pelo o braço e arremessou no chão com toda sua força, fazendo um clássico golpe de judô.

– Mas que... - Tentou se levantar mas foi impedido.

A ruiva pôs o pé sobre um dos seus braços, se abaixou até ele e aproximou a ponta da faca em direção ao seu olho. O albino não fazia nada, apenas olhava para a expressão séria, e assustadora, da espadachim.

– "Pelo o seu bem". - Repetia Elesis. - Me faz um favor: Nunca, mas nunca, repita isso de novo... Pelo o seu bem. Aliás, você ainda não me convenceu que está me ajudando só por causa da minha vingança. - Aproximou a faca mais ainda de seu olho. - Você ainda não tem minha total confiança, Lass. Eu só vou te dizer uma coisa: Tentar qualquer coisas, mas qualquer mesmo, contra mim e eu mato você. - Seu tom de voz era assustador.

O albino não mexia um músculo, apenas via a expressão que a garota fazia. Além de está com uma faca apontada para seu olho.

– E só para deixar claro o que já está. Tente alguma coisa com as minhas amigas e você vai sofrer, e muito.

Após ter falado isso se levantou e enfiou a faca na tabua de madeira sobre a pia. Tirou o pé sobre o braço do albino. Pegou a bandeja que estava com o jantar e foi em direção a sala, mas antes se virou e voltou a sorrir.

– Levante-se logo. - Dizia toda simpática. - Eu vou servir o jantar. - Saiu da cozinha.

Lass ainda caído no chão processava o que tinha acabado de acontecer. Viu que Elesis era imprevisível demais, ela era uma caixinha de surpresa. Mas tinha um problema: Lass, pela primeira vez, senti medo de algo. Ele podia muito bem ter previsto aquele ataque, e ter evitado, no entanto estava com a guarda baixa por completa. É claro, não esperava aquilo da ruiva.

– Que droga. - Sussurra.

Aos poucos vai se levantando com uma dor nas costas por causa do impacto. Quando conseguiu ficar de pé foi para a sala.

– Você é a melhor, Elesis. - Elogiava Jin já comendo. - Tá uma delícia.

– Tenho que concordar. - Afirmar Mari também jantando. - Está deliciosa.

– Obrigada, pessoal. - Dizia Elesis.

– Ei, Lass. - Grita Jin chamando sua atenção. - Vem comer também!

Deu uma suspirada e se juntou a eles. Pegou seu prato e olhou desconfiado para ele.

– Tenho medo que isso esteja envenenado.

– Para de bobagem. - Diz a ruiva com as mãos na cintura. - Você sabe que eu não faria isso.

– Espero.

Como Elesis tinha dito: Não estava envenenada ou algo do tipo. Apenas ma refeição muito apetitosa.

Todos jantaram e arrumaram a louça. Amanhã iriam até aquela ilha para resolver aquele problema de uma vez. Muitos problemas ainda estariam para vir, então o melhor a fazer era descansar e esperar.

Lass após aquilo nem conseguia olhar direito para Elesis. Não sentia raiva, mas sim medo em ter visto que ela não confiava nele. Agora ele sabia: Elesis é tão misteriosa quanto ele.


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Notas finais do capítulo

Review?
*Não me matem! Vocês devem está se perguntando do por que da Elesis fazer aquilo. Só será explicado no próximo capitulo.
*Por que a Elesis fingiu beijar o Lass? Para abaixar a guarda dele e dar o golpe.
*No começo, Elesis abraçava algo branco e fofinho. Aquilo era um travesseiro, só para deixar claro.
*Quem tá acompanhando a história do GC? CAZEAJE IS BACK! Fiquei tão feliz em ver ela de volta. O que vocês acharam de ela voltar?