POV. Strangers In Paradise.

–Senhoras e Senhores, peço a sua atenção por um instante. Este é o Capitão John, falando.Estamos interrompendo o serviço aéreo por causa da turbulência. Permaneçam sentados com os cintos afivelados até que o sinal de atar cintos seja desl....

O capitão não teve tempo de terminar as suas falas ensaiadas. Tudo acontecera tão rápido. O encontro do ar quente e frio dentro do propulsor direito fez com que o motor desse pani, fazendo com que o avião caísse em uma queda livre. Os passageiros gritaram sentindo a aeronave cair. O carrinho que continha o café da manhã dos passageiros fora lançado encima das poltronas á que estava perto. O medo era quase perceptível no ar. Todos os passageiros estavam gritando, com medo estampados em seus rostos

–Mayday, mayday! Aeronave caindo! Aeronave 385 caindo!– o copiloto tentava solicitar ajuda pelo rádio do avião.

Bianca se agarrou á sua cadeira. O desespero domava seu peito. Provavelmente ela morreria de um ataque cardíaco em vez da batida da aeronave na água ou em solo, pensou. Bianca não poderia imaginar que sua morte poderia ser assim, dentro de um avião que iria cair e matar todos os passageiros á bordo. Ela olhou aterrorizada para a pequena janela ao seu lado. Ela não conseguia ver nada. Tudo estava girando. A aeronave estava sem controle, e caía em alta velocidade.

Bianca olhou para a mulher ao seu lado. A senhora que não deveria ter no máximo 45 anos segurava um rosário em suas mãos com força, enquanto rezava baixinho com os olhos fechados com força, mas que ainda assim, deixavam escapar as lágrimas.

Bianca não conseguia acreditar no fato de que ela iria morrer.

Ela sentiu seu corpo ficar mais leve enquanto ouvia os gritos de terror dos passageiros; o copiloto e o capitão solicitando ajuda pelo rádio; e as preces da senhora ao seu lado. Bianca sentiu uma lágrima escorrer. Ela sabia. Ela sentiu.

O fim estava próximo.

Ela agarrou a mão da senhora e fechou os olhos com força, sentindo o seu peito explodir em terror e medo.

Não. Ela não poderia morrer. Não assim. Não agora. Ela tinha uma vida pela frente. Todas as promessas e sonhos, tudo para ela seria em vão? Não. Ela se recusava á morrer. Se recusava deixar Nico.

– APERTEM OS CINTOS, NÓS VAMOS BATER!! – o capitão gritou no alto-falante. Os passageiros gritaram.O fim estava próximo. O avião iria cair. Não tinha nada para fazer á não ser aceitar que eles iriam morrer.

– Nico, eu te amo! - Bianca gritou. Ela fechou os olhos e esperou a morte chegar. A imagem de Nico apareceu em sua mente, enquanto as lágrimas caíram de seus olhos.

Ela nem teve a chance de se despedir.

Os gritos cessaram. O impacto fora instantâneo. A explosão causada pelo impacto não deixara restos da aeronave. Não tinha restos; somente a fumaça preta indo em direção ao céu por causa do fogo do combustível em contato com o fogo do motor.

Não havia nada para deter o que aconteceu.