Never Let Me Go escrita por Strangers in Paradise


Capítulo 15
Capítulo 15. Algumas Verdades.


Notas iniciais do capítulo

Oii meus amores! Bem, o cap tá bem grandinho, espero que gostem.
" Anne Voss " Não esqueci do seu pedido, sua linda! Próximo cap vai ter cena de luta! YEYYYYY!
Bem, gente, falando sério agora: eu perdi vários leitores ( eu tinha 45 e agora tenho 35 o.O ) e eu fiquei bem triste com isso. Poxa, me digam, a fic não ta boa? Sério, coloquem nos reviews o que vocês gostam ou acham que tem que melhorar e principalmente o que não gostaram. Eu tenho a ideia para a fic mas vocês é quem moldam ela. Eu não vou ficar magoada e nem vou mandar vocês para o Tártaro! Sério, estou pedindo de boa para que vocês coloquem no review o que vocês pensam.
Enfim..... o cap é para vocês.
Boa leitura!
Beijos, bye!
.-.



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POV. Annabeth Chase

Asim que a enfermeira nos mandou para os quartos, Percy já estava novamente disposto a me ajudar á caminhar. Mentira. Até um cego veria qual era a intenção dele. Assim que eu encostei os meus pés no chão, senti o seu braço esquerdo rodear a minha cintura, enquanto a sua mão direita segurava delicadamente o meu pulso.

- Percy, eu estou tonta, não bêbada. - eu falei enquanto caminhávamos vagarosamente em direção á porta da enfermaria. - Eu consigo caminhar sozinha.

- Tem certeza? - ele perguntou como se estivesse me desafiando. Eu parei de caminhar e olhei para cima, forçando meus olhos á ficarem abertos e se focarem em seu rosto.

Ele tinha um sorriso de canto nos lábios, porém, seus olhos estavam me desafiando de uma forma um tanto maliciosa e infantil ao mesmo tempo. Era como se ele estivesse me provocando, já sabendo que eu iria me render, e assim, dá-lo a satisfação de que estava certo. Mas ele estava errado. Eu não sou mais uma em sua lista. E eu não iria cair em seus encantos.

- Sim, eu consigo caminhar. - eu falei, séria e fria. Cansada de seus joguinhos.

E ele, vendo que eu não iria me render, começou á me soltar vagarosamente, mas sem desconectar o seu olhar do meu. E mesmo odiando ter que admitir, parecia que meu corpo estava ficando mais pesado.

- Eu vou soltar agor... - e antes que ele conseguisse terminar de falar a palavra, eu teria caído se ele não tivesse me segurado.

Tudo aconteceu em uma fração de segundos: ele me pegou, mas seus braços me abraçaram pela cintura, me aproximando de seu corpo, deixando-nos colados. E quando eu ergui a minha cabeça, nossos rostos ficaram centímetros de distância. Eu senti sua respiração em meu rosto, e seus braços me apertaram para mais perto de si, se possível. E seus olhos estavam mirando em minha boca. E quando eu senti o seu perfume, fechei meus olhos.

NÃO OUSE BEIJÁ-LO!! "  minha consciência gritou e eu despertei de meu transe de uma forma muito normal: espirando.

E ainda bem que eu tinha virado o meu rosto na hora do espirro, pois se eu não o tivesse feito, eu teria espirrado em seu rosto.

- Saúde. - ele disse rindo, enquanto se afastava um pouco de mim, deixando com que seu braço ficasse na mesma posição que ele tinha o deixado, sustentando-me. - Viu só? Você não consegui caminhar... E de nada por não deixá-la cair.

Ele falou aquilo um pouco sentido, disso eu sabia. Mas o que eu não sabia era se ele estava sentido por ele não ter me beijado, se era por eu quase ter espirrado em seu rosto, ou se era pelo fato de ele ter ganhado o desafio. Eu sempre fui boa em ler as pessoas, seus atos, expressões... Mas com ele, parecia que eu sempre estava errada.

- Obrigada. - respondi baixo, ainda chocada com o que acabou de acontecer.

" Ele iria me beijar? Tudo indicava que sim mas, será que ele teria me beijado? " pensei, sentindo aquele frio na barriga. Não chegava á ser borboletas, mas era aquele sentimento ruim que geralmente temos quando descobrimos ou fazemos algo que nos assusta, ou nos deixa surpresos. " Ai meu deus! EU ia beijá-lo! " pensei assustada. " Não, não não! Nunca! Pare de pensar besteiras Annabeth! " 

- Aonde estão Piper e Jason? - Percy perguntou e eu novamente me forcei á olhar em algo fixo, como por exemplo, a minha pantufa.

- Não sei, já devem ter ido. - respondi, ainda me sentindo tonta e com aquela dor no galo que eu fi em minha mente. Acho, que parte de eu me sentir assim era por causa da gripe ou resfriado que eu estava pegando.

- Vem, vamos logo para o seu quarto. Você vai acabar doente se continuar vestida assim. - ele disse e vagarosamente, ele começou a caminhar um pouco mais rápido.

E mal ele sabia que esse era o meu pijama.

[...]

- Fala que você morre, Cara de Pinheiro. - eu rosnei para Thalia, enquanto ela fechava a porta do nosso quarto, e depois me ajudava á caminhar até a minha cama. E eu vi pelo canto do olho que ela se segurava para não dar uma risada. Ah! É claro que ela teria rido. Afinal de contas, era a Thalia. E em que mundo Thalia não deixaria de ser a Thalia que eu conheço?

- O quê aconteceu? - ela perguntou não conseguindo conter um sorriso enquanto eu me deitava em minha cama.

- Longa história. - somente respondi, antes de cair no sono.

FLASHBACK ON

- Precisa de ajuda para entrar? - Percy perguntou enquanto estávamos chegando perto da porta do meu quarto.

Eu espirrei mais uma vez.

- Acho que Thalia está lá, então... - não precisei terminar a frase para ele perceber a indireta.

- Então... por que você e a Piper estavam correndo feito loucas lá na biblioteca? - Percy perguntou, ainda me segurando. E eu senti o meu coração falhar.

Aonde estava o caderno?

- Por que você e Jason estavam limpando as estantes? - rebati e ele riu.

- Por que você estava tão desesperada para conseguir pegar o caderno de Piper? - ele perguntou e eu me vi sem saída.

Espera... O quê?

- Só um idiota responde a pergunta de alguém com uma pergunta. - falei e ele me fuzilou com os olhos. - E isso é entre mim e Piper.

- Assim como o que eu e Jason estávamos fazendo na biblioteca não é da sua conta. - ele rebateu, me ignorando em seguida. A tontura voltou com mais força desta vez, e ele percebeu isso, pois não consegui suportar o meu peso e ele teve que me segurar, literalmente.

Quando chegamos á minha porta, eu imediatamente levantei meu braço para abri-la, mas quando tentei alcançar a maçaneta, eu senti a respiração de Percy em meu pescoço, assim como senti o aperto de seus braços ao redor de minha cintura aumentarem. E quando ouvi a sua voz em meu ouvido, eu congelei no lugar.- As coisas ainda vão muda, Chase. Não duvide do que eu sou capaz.

E quando a minha mão bateu na porta, eu respondi com um sussurro:

- E você não me subestime.

E assim, a porta milagrosamente se abriu, expondo uma Thalia confusa, olhando para nós dois, provavelmente pensando merda. Afinal, Percy estava com os braços ao redor de mim, e seu rosto estava próximo do meu. 

É, eu ainda mato o Jackson, a Grace e a McLean.

FLASHBACK OFF.

Durante o almoço, eu fiquei em meu quarto, dormindo. Eu tinha programado o meu despertador para tocar na troca de períodos, dentre o final do período do almoço e um pouco antes da atividade na biblioteca. Quando acordei, fui direto tomar um banho. Eu estava horrível. E minha cabeça ainda doía um pouco, mas a tontura eu já não tinha mais.

Deixei a porta entre a berta, e por isso que, enquanto eu terminava de lavar o meu cabelo, eu consegui ouvir Thalia me chamar.

- Annie? 

- Ãh?.

- Eu... Eu preciso te contar uma coisa... - ela estava nervosa, isso eu conseguia perceber em seu tom de voz.

- Thals, o quê aconteceu? 

- Na verdade, aconteceram du- uma... uma coisa. Aconteceu uma coisa... - ela se corrigiu tão rápido que até um surdo conseguiria ouvir o que ela dissera. 

Eu desliguei o chuveiro e escorri a água do meu cabelo enquanto perguntava:

- O quê aconteceu?

Depois de alguns segundos em silêncio, ela respondeu quase sem voz:

- O meu pai veio me visitar hoje. - e foi como se ela não precisasse falar mais nada. Eu já tinha entendido quase tudo.

Zeus, pai de Thalia, nunca foi um homem que deixasse suas emoções assumirem o comando ou que as demonstra-se para os outros. Ele sempre fora sério, frio. Muito mais do que eu sempre fui. Ele não gostava de se demonstrar inferior aos outros, ou até mesmo se sentir inferior. Ele sempre fora rígido, distante, cauteloso e sempre se demonstrava acima dos outros. E isso foi uma das coisas que mais machucaram Thalia quando a sua mãe se foi. Zeus nunca se mostrou tão oculto quanto Gabrielle morreu. E foi assim que ele se mostrara para o mundo, e especialmente para Thalia.

- Por que ele veio te visitar? - perguntei cautelosa, enquanto pegava a minha toalha.

- Ele quer que eu me mude para a Califórnia com ele e a minha madrasta. - ela não estava chorando, mas eu sabia que estava a beira de lágrimas. - Annie... Eu não... Eu não sabia o quê responder... Com ele ali na minha frente...

Eu sai do boxe e me vesti rapidamente com a roupa que estava em cima da tampa do vaso-sanitário. Quando saí do banheiro com os meus cabelos pingando em minha blusa preta de manga comprida, vi Thalia com os olhos marejados, sentada ao lado da porta com as costas escoradas da parede.

- Ele... Ele praticamente me mandou f-fazer as malas sem antes perguntar s-se eu queria... - ela não conseguiu terminar de dizer a frase. Eu me sentei ao seu lado e ela me abraçou, buscando reconforto. - Ele nunca veio me visitar e agor-ra o que ele pen-nsa que tem o direito de f-fazer isso comi-go?

Thalia nunca foi uma pessoa que demonstrasse seus verdadeiros sentimentos. Isso ela puxou do pai. Mas eu sabia, que no fundo, assim como eu, ela tinha uma fraqueza. E essa fraqueza a atingiu como uma bola de demolição.

- Isso, Thals, bota para fora. - eu falei, enquanto acariciava o seu cabelo. E ela finalmente chorou.

- D-depois de tudo o que ele f-fez comigo, me mandando pra a-aquela academia estúpida, e pros diversos i-internatos, ele vem com essa ideia de reconciliaça-ão? - ela literalmente guspiu as palavras que estavam guardadas com angústia dentro de si. 

- Ele só está tentando recuperar o tempo que ele perdeu. - respondi.

- Mas eu não quero... - ela soluçou. - Ele não merece....

- Calma, Thals. Já passou. - eu sussurrei e ela chorou mais ainda em meu ombro.

Eu sentia ciúmes de Thalia, e eu nunca iria assumir isso em voz alta.Eu sentia ciúmes dela por ela ainda ter o pai, mesmo ele sendo Zeus... 

- Mas eu não quero... - ela sussurrou novamente, enquanto eu a abraçava fortemente.

POV. Strangers in Paradise

- O quê? É claro que eu posso! Eu sou o pai dela! - Zeus gritou irritado com o seu irmão. 

- Mas ela está em minha academia, então ela está sobre a minha custódia até o fim do semestre quando os Colhetores vierem! - Poseidon gritou novamente. - E acredite Zeus, ela não irá com você! 

- Ela irá, Poseidon! - ele rosnou.

- Não enquanto ela estiver aqui! - Poseidon bateu em sua mesa, enquanto se levantava de sua cadeira. - Depois de tudo o que você fez para ela, você espera que ela te perdoe? Thalia nunca mais foi a mesma depois da morte de Grabielle por sua culpa! Se você tivesse apoiado ela talvez ela não estaria desse jeito!

- Eu não posso mudar o passado! - Zeus gritou interrompendo o seu irmão, sentindo a culpa que tanto o perseguia pesar sobre os seus ombros. - Mas eu estou tentando mudar o presente, para tentar concertar o passado; mesmo se eu não consiga, pelo menos eu tentei.

- Só que você está tentando da forma errada, irmão. - Poseidon abaixou um pouco o tom de sua voz, assim como Zeus. E Poseidon sabia que seu irmão estava realmente sentindo-se culpado pelo o que aconteceu no passado com Gabrielle, e principalmente Thalia. 

" Eu só queria que ela me perdoasse. " era tudo o que Zeus mais queria no momento. 

Eu já perdi Gabrielle. Mas não posso perder a Thalia, Poseidon. - Zeus falou, olhando-o com os olhos azuis-elétricos faiscando. 

- Então deixe-me ajudá-lo, irmão... - Poseidon se ofereceu e Zeus olhou-o surpreso.

- Como? - perguntou curioso, e Poseidon, já tinha um plano em mente. E queria aplicá-lo em seu filho também. Se desse certo na filha do seu irmão, talvez daria certo no seu filho.

POV. Annabeth Chase.

Foi difícil ver Thalia chorar. Mas o mais difícil de tudo foi vê-la assim e não conseguir reconfortá-la. Eu simplesmente não sabia como. E me senti muito estúpida por isso, pois eu sempre fui de boa ajuda nas horas difíceis. Eu sempre dei ótimos conselhos. Thalia sempre me dissera que eu deveria seguir a carreira de psicologia a em vez de arquitetura. E aí eu brincava que ela deveria ser Aeromoça - detalhe: ela morre de medo de altura - em vez de seguir a carreira de jornalismo. Ela ficava muito irritada comigo quando eu faço/fazia essa brincadeira.

Nós duas não fomos para o almoço, o que resultou em uma Thalia morrendo de fome. Eu não sentia fome, mas sabia que depois da biblioteca, provavelmente eu iria sentir. 

Eu já estava me sentindo bem melhor, já não me sentia tonta. Mas o galo em minha cabela ás vezes incomodava. Mas nada que não pudesse ser ignorado.

Quando chegamos na biblioteca, somente alguns alunos estavam nas mesas de estudo ou nos pufês. Piper era uma deles. Ela estava lendo num canto mais afastado da sala. Se ela acha que eu ainda não me esqueci do que ela fez com o caderno, ela esta muito enganada.

"Ah não. " pensei horrorizada. " Cadê o caderno? " olhei em volta procurando por Percy, afinal, foi com ele que eu vi por último com o caderno.

E adivinha? Ele não estava ali.

" Como eu pude ser tão estúpida em me esquecer do caderno? " pensei, frustada comigo mesma.

- Thalia, eu já volto. - falei e já me virei em direção á porta.

- Espera, o quê? Por quê? - ouvi ela falar mas antes que eu pudesse responder, eu já tinha saído da biblioteca. Mas quando eu fechei a porta e fui me virar, me choquei contra alguém.

- Hey,cuidado! - era Jason.

- Jason! - eu disse quando me virei para ele. - Me desculpe! Mas me diz, aonde está Percy?

- Hein? - ele perguntou confuso.

- O caderno! Eu preciso do caderno que você deu para ele! - falei rapidamente. - Por isso que eu preciso achá-lo!

- Vai perder o seu tempo tentando procurá-lo, ele não está com o caderno. - ele falou e foi a minha vez de ficar confusa.

-  O quê?

- Percy deixou o caderno cair quando vocês saíram da enfermaria, e eu vi a enfermeira Angélica pegá-lo.

- E por quê diabos você não nos avisou? - e ele não precisou responder. Quando eu olhei em seus olhos, percebi o motivo dele não ter falado: Piper.

- Okay, então... - suspirei, passando a mão em meu cabelo solto, ainda molhado. - A Angélica ainda está aí?

- E como eu posso saber? - ele perguntou, enquanto colocava suas mãos no casaco marrom.

- Você é o Supervisionador Júnior, deveria saber dessas coisas.

- Você meio que está certa, mas eu não sei sobre a Angélica.

- Certo então, obrigada pela ajuda. - eu disse e comecei á caminhar em direção ao corredor quando ouvi a voz de Jason ao meu lado.

- E aonde pensa que vai? - ele perguntou.

- Para a enfermaria. - respondi como se fosse óbvio.

- Você não pode ir sozinha.  - ele disse e eu me virei para ele, parando de caminhar, com uma expressão de porque não? - Porque daqui a cinco minutos começa a aula na biblioteca e você não pode sair por aí sem a permissão do professor ou acompanhando de um Supervisionador Júnior.

- Então você vem comigo! - falei o óbvio e ele concordou. 

Enquanto caminhávamos pelo corredor, alguns alunos da academia passavam por nós e me lançavam um olhar confuso e depois malicioso. O que será que eles pensavam? Que eu e Jason íamos nos trancar no armário do zelador? Quanta imaginação...

- Vamos pelas escadas, será mais rápido.- Jason falou quando eu ia chamar o elevador. Eu somente concordei e segui ele até as escadas. 

Enquanto subíamos, eu sentia as minhas mãos tremerem.

" Como eu pude ser tão estúpida em não me preocupar com o caderno? Agora todos da academia irão saber dele. E se eu nunca mais vê-lo? " pensei, novamente me xingando por ter me despreocupado com o meu caderno de desenho.Somente a ideia de perdê-lo para sempre fazia com que eu sentisse um nó na garganta.

- Por que ele é tão importante para você? - Jason perguntou quebrando o silêncio entre nós dois. - O caderno?

- Ele simplesmente é. - respondi, retomando a minha pose séria e fria. 

" O quê está acontecendo comigo? Eu estou amolecendo. Isso não pode acontecer. " pensei, e vi que Jason entendeu que eu não queria conversar.

Chegamos ao segundo andar muito tempo depois. Ele estava errado afinal de contas. Demoramos o dobro do tempo que demoraríamos se pegássemos o elevador. 

- A maioria dos alunos iriam ir pelo elevador até a biblioteca, então demoraríamos muito mais para chegar á enfermaria  de elevador em vez das escadas. - ele disse e eu tive que concordar com ele. Demoraríamos muito mais se fossemos pelo elevador.

Um pouco antes de entrarmos na enfermaria eu me virei para ele e perguntei:

- Por que você e Percy estavam limpando as estantes? - perguntei me referindo á cena de hoje de manhã.

- Percy faltou aula e por isso levou como castigo limpar as estantes da biblioteca. E eu tinha que ficar de olho nele. - Jason respondeu a minha pergunta e ficou em silêncio.

- E aonde estava Ella? - perguntei, agora me lembrando que eu não a tinha visto quando estávamos lá.

- Ella foi chamada na sala de Poseidon, por isso não estava presente quando vocês chegaram. - ele respondeu e assim entramos na enfermaria, nos deparando com a enfermeira Angélica conversando ao telefone, séria e um pouco nervosa. Eu consegui ouvir algumas palavras como: Você não deve estar falando sério. Mas... Não, não, tem que estar errado.. Eu não... E por alguma razão, eu percebi que seu olhar continha medo, olhando para a mesa, enquanto a sua mão livre apoiava a sua cabeça.

Quando ela percebeu a nossa presença, ela falou mais algumas coisas e desligou o telefone.  E eu percebi que ela tremia.

- Ah! Olá Annabeth, Jason. - Angélica veio até nós dois e me olhou um pouco preocupada. E eu soube que ela independente com que ela estava conversando, tratava-se de um assunto muito importante e delicado. - Está tudo bem? Sentiu alguma tontura á mais?

- Estou bem, obrigada. - respondi para ela. - Estou procurando uma coisa minha, na verdade... Um caderno para ser mais específica...

- Um de capa cinza com uma coruja? - ela perguntou e eu assenti, mais aliviada. Pelo menos não estava tudo perdido.

- Sim, você está com ele? - perguntei, esperançosa.

- Sim, querida. - ela disse, tentando sorrir, mas eu sabia que era um sorriso fora forçado. Muito forçado. - Eu o guardei esperando que o dono viesse buscá-lo... - e quando ela foi andando em direção ao armário de ferro, percebi que ela estava tonta. E assim que ela encostou no armário, ela foi escorregando enquanto se segurava nas gavetas abertas, caindo de joelhos no chão.

Eu corri para ver se ela estava bem, e quando me abaixei ao seu lado, percebi que ela ia vomitar, pois estava branca e mais trêmula ainda. Olhei para o lado, e vi do lado do armário de ferro um lixo. Peguei-o e alcancei para Angélica rapidamente, que o pegou e vomitou dentro dele, enquanto eu segurava os seus cabelos negros lisos.

- Ela está bem?! - perguntou Jason aflito ao meu lado. Eu não olhei para ele, pois eu estava preocupada com Angélica, enquanto a minha mente buscava a resposta para tudo aquilo.

A ligação... O nervosismo... As mãos tremendo... O medo em seu olhar....

- Jason, pode nos dar um minuto á sós? - perguntei, olhando-o significadamente. E ele percebeu o meu olhar.

- Eu vou estar ali fora, qualquer coisa é só chamar, Annabeth. - eu assenti e ele saiu, enquanto Angélica parecia terminar de expelir. 

Ela afastou um pouco a lixeira de si, e ficou sentada em suas pernas. Eu soltei o seu cabelo. E a analisei enquanto deixava-a recuperar o fôlego.

Angélica deveria ter em torno de vinte e cinco ou trinta anos no máximo. Seus cabelos negros compridos estavam soltos, o que destacavam o seu rosto quadrado delicado. Seus olhos eram de um castanho bem clarinho, que davam realce a sua face clara. Seu nariz era fino, que combinava com o formato de seu rosto, assim como os seus lábios, que eram médios e um pouco rosados. Ela vestia uma camisa azul de manga comprida prática e uma calça que combinava - provavelmente era o seu uniforme. Ela calçava uma sapatilha azul clarinha. Seu corpo era médio, ela era um pouco mais baixa do que eu, e tinha mais peso do que eu - pela aparência, ela não estava acima do peso, mas deveria estar um pouco inchada por causa da gravidez.

- Angélica... - a chamei delicadamente, e ela me olhou. Seus olhos estavam começando á ficarem umedecidos. - Quando você descobriu?

- Não se preocupe com os meus problemas, querida. - ela negou com a cabeça enquanto sussurrou para mim. - Eles são meus problemas, não seus.

- Não estou pedindo para que você compartilhe-os comigo, estou pedindo para que você compartilhe-os com alguém. - respondi calmamente, olhando-a carinhosamente. -  Ás vezes, nós precisamos deixar alguém entrar em nossas muralhas. Não podemos aguentar tudo sozinhos. Você precisa deixar alguém te ajudar. 

Eu não estava tentando deixá-la com a consciência pesada, eu só queria que ela soubesse que nunca se está sozinho.

- Foi no ano passado, durante a festa de uma amiga minha que nos conhecemos. - ela sussurou baixinho depois de alguns instantes em silêncio. Ela estava se abrindo para mim. - Ele era primo dela. Nós começamos á sair, e eu acabei me apaixonando. Nós namoramos por quase onze até que, eu o peguei com outra... - o que ela falava não passavam de sussurros, enquanto ela olhava para baixo.  - Eu terminei o namoro. Isso foi á um mês atrás.... 

E ela nem precisou falar. Ela estava grávida do ex, que a traiu, e agora, ela estava sozinha. Sem saber o que fazer.

- Sabe o que eu acho que você tem que fazer? - falei enquanto ela levantava a sua cabeça para me olhar. - Que você deve conversar com ele. Somente converse. Explique a situação para ele. E dê tempo para ele se ele precisar. Acredite, no final, tudo se ajeita. 

- Como você pode ter certeza disso? - ela perguntou, e uma lágrima escorregou de seus olhos.

- Há luz nas trevas e há trevas na luz certo? - ela assentiu, confusa.  - Então, pra que não acreditar que quando tudo está ruim, pode acontecer uma coisa boa? Pense nisso.

Ela assentiu, e pediu a minha ajuda para se levantar. Ela secou as lágrimas de seus olhos enquanto eu a ajudava á se levantar. 

- Annabeth... - ouvi meu nome vindo da porta, e vi Jason me chamando. - Nós temos que ir. 

Angélica se escondeu um pouco para que Jason não a visse chorar. 

- Aqui, o seu caderno querida. - ela disse enquanto fungava, e me alcançou o meu caderno de desenho quando retirou-o de dentro do armário de ferro.

Eu o peguei e ela se aproximou de mim, me abraçando em seguida.

- Obrigada... - ela sussurrou, e eu retribui o abraço fortemente.

- De nada.

- Eu sinto muito. - ela sussurrou mas baixo ainda e eu fiquei confusa. - Mas não pude resistir. Desejo toda a sorte do mundo para que você se forme em arquitetura. E seja a maior arquiteta de todos os tempos.

- Obrigada. - sussurrei, e ela se separou de mim.

Agora, nós duas sabíamos de grandes segredos. Ela o meu, e eu o dela. 

[...]

Quando nós dois chegamos na biblioteca, a atividade já tinha começado. Não tivemos problemas com Ella, mas recebemos um aviso sobre não nos atrasarmos mais. 

Os alunos estavam separados por grupos, e eu fiquei no grupo de Reyna, Júniper, Leo e Octavian. A atividade era simples: o tema de hoje era mitologia grega e romana. Então nós tínhamos que pegar um mito dos dois e estudá-lo para depois apresentá-lo. 

Quando me sentei na mesa de estudos, sentei meio que em cima do meu caderno. E Octavian, que estava ao meu lado, percebeu o meu ato.

- Qual mito vocês pegaram? - perguntei, enquanto Júniper e Reyna folhavam alguns livros, Leo brincava com uma caneta, e Octavian me analisava.

- Pegamos o mito de Atlas para a mitologia grega, e para a romana, pegamos a da loba Lupa. - Reyna respondeu enquanto me olhava.

- Particularmente eu prefiro a mitologia grega. - falou Leo aleatoriamente. - Acho que os romanos são muito chatos. Já os gregos, são mais legais. - e Reyna o olhou como se ele tivesse ofendido-a.

- Pois saiba que eu prefiro a mitologia romana. - ela falou fuzilando-o com o olhar. - Eles eram respeitados e temidos. E sem comentar que seu poder era indomável... - enquanto ela falava, Leo fazia gestos com a mão como se ela estivesse dizendo Blá, blá, blá.....

- Eu prefiro a mitologia grega por causa das ninfas. - Júniper falou enquanto procurava uma matéria específica no livro. - Sabiam que elas tinham o trabalho de dar alegria e felicidades aos gregos? 

- Eu acho que eu seria filha de Belona. - Reyna falou e eu, assim como Leo, Octavian e Júnifer a olharam surpresas.

- Eu seria uma ninfa. Tenho certeza. - falou Júniper, feliz.

- Eu seria filho de Hefesto. - falou Leo, enquanto colocava os pés em cima da mesa e se escorava na cadeira, mas quase caiu quando Reyna chutou a cadeira, fazendo-o quase cair.

- Eu acho que eu seria um áuguro. - falou Octavian.

- E você, Annabeth? - Júniper me chamou, e eu a olhei. - Seria filha de quem?

Eu me surpreendi por ela ter me incluído na conversa. 

- Eu... eu acho que eu seria filha de Atena.. - falei, nunca havia me dado a ideia de qual filha de deus ou deusa eu seria. Apesar de o nome de minha mãe ser Atena como o da deusa grega da sabedoria.(N/A: IRÔNIA  MODO ON ) 

- Faz sentido... - falou Júniper. E assim, começamos á pesquisar sobre as lendas e mitologias gregas e romanas.

[...]

Depois que apresentamos os nossos trabalhos, nós fomos direto para a sala de aula - onde teríamos os períodos de aula assim como na Deadly Fights - que ficava no mesmo andar da enfermaria e da sala de treinamento, 

As matérias eram: Português, Literatura, História, Química, Física, Biologia, Ciências Humanas, Geografia e Geopolítica. E os professores eram desconhecidos para mim: de Português e Literatura era a professora Minerva, de História era  o professor  Dédalo ,de Química e Física era Héstia, de Biologia e Ciências Humanas era Perséfene, de Geografia era Bóeras, de Geopolítica era Tântalo.

Eu sentei entre Thalia e Piper, que antes de começar a aula, me mandou um bilhete:

Está braba comigo? - Piper

Por que eu estaria? - Annabeth

Caderno.... - Piper

Não, não estou tanto assim. - Annabeth

:) Ainda bem, pensei que estivesse á ponto de me matar. - Piper.

E... Eu vi que você voltou com o Jason lá na biblioteca..... - Piper

Não aconteceu nada, Pips. Eu precisava voltar para a enfermaria e daí ele foi comigo pois ele é o Supervisionador Júnior, então ele tinha que ir comigo á menos que eu quisesse ser suspensa. - Annabeth.

Ela não me respondeu, mas eu sabia que ela se sentia mais aliviada ao saber o que tinha acontecido.

As aulas se passaram bem lentamente. E eu prestava atenção nela. Ás provas estavam se aproximando, eu e Thalia tínhamos aproximadamente dois meses para estudar antes das provas finais. A primeira aula que tivemos foi de Português e Literatura. Depois, Geografia, História e Física. Semana que vem, seria o restante das aulas. Os professores não davam mole para os alunos. Era mais trabalho e revisão em cada matéria. Thalia não parava de reclamar ao meu lado.

Falando nela, ela tinha mais um causo para me contar.

E em todos os períodos, eu sentia um olhar sobre mim. E eu sabia que, sentando á quatro fileiras atrás de mim, Percy Jackson me observava, cuidando cada movimento meu.


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Notas finais do capítulo

Gente, ta tenso. A Angélica grávida, a Annie enfraquecendo e a Thalia escondendo coisas.... VIsh.
Não se preocupem que próximo cap ( para quem shippa Jasper ) vai ter cena :3333
O que acharam do cap???
E eu preciso de uma ajudinha pessoal: entre um filho de Poseidon e um filho de Apolo, qual vocês escolheriam?
Beijos seus lindos!