Never Let Me Go escrita por Strangers in Paradise


Capítulo 13
Capítulo 13. Recomeçar? Talvez...


Notas iniciais do capítulo

Oi meus lindos! Eu sei que demorei a postar e acabei somente postando um capítulo, mas eu tenho uma desculpa! Eu tive um branco em relação á fic e sempre que tentava escrever este cap ele ficava uma ..rda. Mas, graças á uma noite de insônia eu consegui! Eu juro que tentei colocar um pouco de humor no cap mas não sei se ficou legal! Então, já vou avisando!
Muito obrigada pelos reviews e pela paciência de vocês! Sério, estou realmente do fundo do meu heart, agradecida com vocês!
Acho que é só. '-'
Então, beijos meu lindos!
Boa leitura!
Beijos, bye!
.-.



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POV. Annabeth Chase

Acordei com o som de gemidos agudos de dor.

– Porra, caralho! Eu to morrendo! - ouvia a voz abafada de Thalia gemendo/gritando.

Abri meus olhos lentamente - que pareciam de chumbo agora - e me deparei com Thalia, deitada em uma posição um tanto estranha para uma pessoa como ela. Sua cabeça estava enfiada em seu travesseiro enquanto suas pernas estavam como suporte para o seu corpo e seus braços estavam ao redor de sua barriga. A olhei intrigada.

– Thalia, você...? - perguntei ainda um pouco grogue, mas fui cortada por ela.

– O que você acha?! Ahh, puta que... - mas em vez de terminar a frase, ela gemeu de dor. - Um dia, um dia atrasada e é isso que eu ganho?! Ahh!

" Menos Thalia, você só está com cólica. Para com esse drama todo. " pensei em dizer, mas achei melhor não arriscar. Thalia com TPM era mais ou menos como salve-se quem puder, agora, Thalia com cólica era mais como tranque-a no quarto e dê chocolate á ela, porque, é capaz dela matar um.

Me levantei calmamente de minha cama e olhei para o relógio. O engraçado era que faltava 10 minutos para o horário que geralmente acordávamos. Fui em direção ao banheiro e quando entrei nele, me assustei quando vi que meus cabelos estavam uma bagunça, literalmente um ninho de ratos. Essa era a desvantagem de se ter cabelos cacheados, mas a vantagem era que quase ninguém tem cabelos como os seus. Sempre vai ter aquelas pessoas que não merecem o cabelo que tem, e aquelas que não o assumem por simplesmente não gostarem ou dizerem que é feio - na maioria das vezes irão dizer isso por inveja.

Enquanto me despia de meu pijama para tomar um banho, fiquei pensando sobre o dia de hoje. O horário - pelo o que eu me lembrava - dizia que teríamos atividade na floresta e mais uma palestra no final do dia.

Quando terminei de tomar meu banho, me sequei em minha toalha e me olhei no espelho.

" Maravilha. " pensei ironicamente depois de ver que tinha uma espinha em meu queixo. E o pior de tudo era que ela nem estava madura ainda.

Penteei meus cabelos, e saí do banheiro. Abri meu guarda-roupa, procurando por uma roupa adequada para as atividades de hoje, enquanto ouvia Thalia resmungar.

– Concordo com aquela postagem no facebook: - ela disse e depois gemeu enquanto mudava de posição na cama, agora com sentada, com as pernas próximas ao peito enquanto as abraçava com força. - Por que a mãe natureza simplesmente não chega a cada mês e te fala:" Hey! Você não está grávida! Te vejo mês que vem. Bejuuu " - ela gemeu novamente enquanto eu pegava minha roupa.

– Sei lá, Thalia. - disse enquanto pegava um conjuntinho branco simples de lingerie que eu tinha ganhado de Rachel no meu aniversário. - Acho que ela quer nos torturar por não termos feito sexo o suficiente naquele mês... - eu sei, falei merda. Mas era melhor falar isso do que deixar Thalia no vácuo.

Entrei no banheiro e me vesti com o conjunto de lingerie e a minha roupa do dia: uma regata tesoura beje e a legui que usei ontem a noite. Saí do banheiro e vi que Thalia estava de barriga para baixo, deitada em sua cama com o rosto enfiado no travesseiro, gemendo.

Senti pena dela.

– Quer que eu te leve na enfermaria para a enfermeira te der um atesado ou remédio? - perguntei.

– Não! Me deixe aqui, e vá! Vá viver sua vida! Eu sou só peso morto para você carregar! - ela disse dramaticamente e eu fechei minha cara.

– Okay, ir á enfermaria e pedir um atestado. - disse e peguei minha chave. - Estou indo lá! Qualquer coisa chama a ambulância.

Saí do meu quarto e vi que no corredor tinha duas pessoas se pegando perto do elevador. Enquanto me aproximava, fui percebendo que o " casal " era na verdade Percy e Calipso. Senti uma onda de nojo percorrer pelo meu corpo. " Agora não se parece nada com o garoto do elevador. " pensei, me lembrando que ele não fora metido á mauricinho ou metido á pegador.

Os dois se beijavam como se não ligassem se qualquer ser vivo ou inexistente os vissem. E se agarravam como se o mundo fosse acabar á qualquer instante.

Tentei ignorá-los mas fora impossível. Uma parte de mim os invejava por terem algo - mesmo de momento. E a outra parte de mim os odiava por fazerem eu me sentir assim.

Apertei o botão do elevador e xinguei mentalmente o elevador que estava no primeiro andar e que demoraria mais para chegar ao meu andar.

Eu sempre tivera um ou dois caras interessados em mim enquanto eu estava na Deadly Fights mas, eu nunca os dei bola ou expectativa de que algo poderia acontecer por medo. Desde o que Christopher fez comigo, eu comecei há ter medo de ser tocada. Medo de que eu poderia cometer o maior erro de minha vida simplesmente por ter me apaixonado por alguém. Eu tive medo pelo simples fato de que qualquer toque de meu amado poderia me fazer relembrar do que aquele monstro fez comigo. E por isso que nunca tive um namorado ou uma " amizade colorida " como Thalia me disse uma vez. E por isso que ainda tenho medo e essa inocência como Thalia também já me dissera.

Pelos deuses gregos, romanos, egípcios ou até mesmo por Deus,o elevador finalmente chegou ao meu andar. Entrei nele rapidamente e apertei o botão de fechar as portas do mesmo, me sentindo um pouco melhor. Apertei o botão da enfermaria e esperei o elevador chegar até o sexto andar.

Entrei na enfermaria rapidamente e encontrei com Apollo escrevendo em um papel, sentado na mesa da enfermeira. Estranhei. " Ele não era só professor de Primeiros Socorros e Ciências? " pensei.

– Com licença, eu queria saber aonde a enfermeira está. - perguntei me aproximando dele, que só agora percebera minha presença.

– Olá, Annabeth. Como vai? - ele sorriu perguntando. - Estou substituindo a enfermeira Angélica hoje, o carro dela quebrou ontem á noite e ela me pediu para cobrir o turno dela até que o carro saia da oficina.

" Thalia vai me matar. " pensei, eu tinha que pegar o atestado com a enfermeira, mas agora eu teria que pegar com o " substituto ".

– Algo de errado, Annabeth? Está se sentindo bem? - ele perguntou, visivelmente preocupado.

– N-não, eu estou bem. - respondi rapidamente e ele me olhou confuso, colocando a caneta na mesa. - É que, bem, a minha amiga não está, hã... disposta para as atividades de hoje.

– Como assim... ela não está disposta para as atividades? - ele perguntou ainda confuso.

– Ela está com cólica. - finalmente falei, e ele pareceu um pouco... surpreso? Não consegui decifrar a expressão de sua face.

– Oh, neste caso... - ele se levantou e foi em direção á um armário de metal, e abriu uma das gavetas do mesmo, procurando entre as pastas da gaveta por algo específico. Quando finalmente achou a pasta que procurava, retirou-a da gaveta e colocou-a em sua mesa, abrindo-a. Apollo pegou um bloco médio e se sentou na cadeira. Ele pegou a caneta e começou á escrever no papel. - Vou te dar o atestado, apresente isso para o professor ou monitor da atividade de hoje e sua amiga não terá nenhum problema.

Me aproximei e antes dele me dar o atestado, ele perguntou:

– Qual o nome de sua amiga?

– Thalia. Thalia Grace. - respondi, e ele escreveu no atestado o nome dela.

– Aqui. - ele me entregou o atestado e me olhou. - Tem certeza de que está bem?

Assenti com a cabeça, um pouco desconfortável pelo o que ele perguntara.

– Estou. Obrigada pela ajuda. - respondi.

– Sempre que precisar. - ele disse e eu fiquei confusa. Ele... tinha dito a frase com duplo sentido?

Assenti com a cabeça e me virei para sair da enfermaria o mais rápido e discreto o possível. Apollo tinha acabado de flertar comigo.

[...]

– Um professor super gostoso, Percy e sabe-se quem mais estão interessados em você, em menos de três dias aqui. - Piper disse pensativa enquanto tomava seu café preto. Assenti, enquanto pegava um pedaço de minha panqueca no meu garfo. - Wow, tá podendo hein? Nem Calipso conseguiu chamar de Apollo e você na primeira aula já fez com que ele te agarrasse, e nem vou citar sobre Percy. - ela disse de forma maliciosa, mas eu só ri, fingindo estar despreocupada com isso. - Imagina lá na Deadly Fights.

– Nem precisa imaginar. - respondi e ela riu, na verdade, deu uma gargalhada, o que chamou a atenção de algumas - todas - pessoas que estavam próximos de nossa mesa. - Menos, sua louca. Tem gente olhando.

– Só se for pra você. - ela respondeu enquanto terminava seu café. - Sério, Annabeth, depois de tudo você ainda me diz que nunca teve ninguém? Nem morta eu acredito nisso.

– Por que não consegue acreditar? - perguntei curiosa, depois de comer minha panqueca.

– Primeiro, você é linda. Seus olhos são cinzentos, algo que é raríssimo e nem lentes de contato conseguiriam ter o mesmo efeito que os seus tem. Seus cabelos dão a impressão de que são dourados, e seus cachos naturais fariam com que qualquer cabeleireiro surtasse de emoção se simplesmente tivesse a oportunidade de tocá-lo. E sem falar que você é linda de corpo. - ela disse e eu fiquei sem demonstrar qualquer tipo de emoção. " Eu... eu era tudo isso? " – Você só não se dá o valor digno de que merece.

Eu fiquei surpresa com as palavras de Piper. Tão surpresa que nem consegui dizer nenhuma palavra. Ela dissera aquilo como se fosse a mais verdadeira verdade, e me olhava como se confirmasse de que estava certa.

– Eu não sou tudo isso, Piper. - falei em voz baixa, para que só ela pudesse escutar. - Eu simplesmente não sou.

– Todos temos o direito de acreditar no que queremos. É só questão de tempo para conseguirmos aceitar o que queremos e o que não queremos também. - ela disse e eu me perguntei se ela não falou isso por experiência própria.

Terminamos nosso café da manhã em silêncio e antes de sairmos do refeitório, o treinador Hedge chamou a atenção para falar:

– Estejam na floresta em dez minutos senão vão pagar vinte flexões comigo em suas costas! Por enquanto é isso. - ele gritou em um megafone fazendo com que meus ouvidos reclamassem por diversos instantes.

Olhei para Piper em busca de uma explicação e ela me disse:

– É verdade a parte das flexões. Aconselho á nunca se atrasar ou fazer qualquer coisa se não respirar e piscar sem a aprovação dele. E acredite, fica três vezes pior as aulas dele quando ele perde um programa do Muay Thai ou o seu competidor preferido perde. É simplesmente um terror. - ela disse e nós saímos do refeitório rapidamente, assim como a maioria que estava nele.

[...]

– Hoje, a aula vai ser simples. - treinador Hedge gritou no megafone enquanto caminhava de um lado para o outro. - Cada aluno vai receber uma fita de uma cor específica e terá que correr para o mais longe possível do aluno que estiver mais próximo de vocês. Depois que eu soar esta buzina, vocês vão ter que encontrar a pessoa que estiver com a mesma cor de fita e voltar aqui antes que os outros competidores voltem com sua dupla. Entenderam ou querem que eu desenhe?

Mas ninguém ousou dizer uma palavra.

– Ótimo. Agora eu vou entregar as fitas e assim que pegarem, corram para a floresta. - ele desligou o megafone e foi em direção um garoto, Octavian se não me engano - pelo o que Thalia me disse. Mas eu não consegui prestar em atenção em quais pessoas o treinador dava a fita, eu só conseguia prestar atenção na floresta que estava á minha frente.

Era parecida com a que tinha na Deadly, mas esta era maior. Não consegui deixar de lembrar de Rachel. O flashback de sua morte, o sangue em suas mãos, e a flecha de Lee, preencheram a minha mente, me forçando fechar os olhos com força para que as lágrimas não começassem á surgir. As imagens domaram a minha mente.

– Annie? Você está pálida. - ouvi a voz de Piper e abri meus olhos, esperando que eles não estivessem vermelhos ou com alguma indicação de que á segundos lágrimas poderiam estar neles.

E quando eu ia responder que estava bem, - mesmo sendo mentira - o treinador Hedge perguntou alto.

– Quem disse isso? - ele se aproximou um pouco de onde nós duas estávamos e perguntou mais alto ainda. - Quem foi que falou quando tinha que estar calado?

– Eu, treinador. - falei e ele me olhou, assim como Piper, surpresa. Ele se aproximou e me olhou de cima á baixo, me analisando.

– Ah, a garota nova. - ele falou e ficou em minha frente. - Aonde está a sua amiga, a outra garota nova?

– Ela não está disponível para fazer quaisquer atividades hoje, como estava escrito no atestado que te dei. - respondi e ele me olhou, cerrando os olhos.

Ele retirou de sua sacola uma fita azul, e a me entregou.

– Corra, srta. Chase. - ele disse em tom normal e saiu de minha frente, me dando visão da floresta. - E aconselho á não perder sua fita.

E com essa deixa, corri em direção á floresta, sentindo duas coisas: os olhares dos alunos me acompanhando enquanto eu corria, e o mau pressentimento de que algo iria acontecer.

[...]

Corri para uma área que eu considerava ser mais afastada de todas, e subi em uma árvore não muito alta. Me sentei em um galho que me dava a visão para mais ou menos alguns metros de distância, e respirei fundo.

" Quem será que pegou a mesma cor de minha fita? " pensei, observando a fita azul que estava em minha mão.

Não demorou muito para que o som da buzina do treinador Hedge ecoar pela floresta. " Hora de agir. " pensei. Esperei por mais alguns minutos e desci da árvore.

Com a fita em minha mão eu caminhei até mais ou menos em direção ao centro da floresta. Enquanto caminhava lentamente enquanto esperava ver ou ouvir qualquer tipo de sinal que indicasse que havia alguém por perto. E eu estava certa. Ouvi o som rápidos se aproximando e fiquei procurando entre as árvores pela pessoa. E de repente, Charles - pelo menos eu achei que era - saiu de correndo de entre as árvores.

– Wow, wow, wow. - ele disse ofegante enquanto parava de correr e parava há alguns metros de distância de mim. Ele me analisou e perguntou: - Qual a cor da sua fita?

– Azul. - respondi e ele pareceu surpreso. - E a sua?

– Por mais que isso pareça gay, não estranhe. - ele disse e eu assenti, um pouco confusa. - É rosa.

Não consegui pelo menos conter um leve sorriso em meus lábios. Charles riu um pouco também, e antes de começar á correr novamente, ele se virou para mim, e me alertou:

– Ah! Te desejo boa sorte. A fitinha - ele indicou com o dedo a fita em minha mão, e assim, correu entre as árvores, se afastando rapidamente.

" O que ele quis dizer com isso? " pensei confusa, enquanto olhava para os lados, vendo se ninguém mais se aproximava. " Ele sabe com quem está a minha outra fita? "

Comecei á caminhar na direção oposta de quando estava caminhando. Comecei á seguir mais para o oeste do que para o norte. Enquanto ainda prestava atenção em sons e entre as árvores, parte de minha mente ainda estava intrigada com o que Charles dissera. Quando cheguei perto de uma clareira, ouvi o estalo de um galho se quebrando. Me virei para em direção de onde o som tinha vindo, e vi o moreno que havia me pedido para beijá-lo no teste, e que me agarrou na biblioteca.

– Qual a cor de sua fita? - ele perguntou enquanto me analisava.

– Azul. E a sua? - perguntei e ele me olhou surpreso.

– Parece que a sorte está ao seu favor, Annabeth. - ele disse sorrindo e levantou sua mão, me mostrando uma fita azul, exatamente igual a minha.

" Você tem que estar brincando comigo. " pensei, fechando minha cara.

– Então? Está esperando eu ir até aí, pegar em sua mão e irmos saltitando enquanto uma música infantil e alegre toca no fundo até onde o treinador Hedge está? - perguntei irônica, ao ver que ele estava simplesmente parado, me observando.- Porque, se você estiver, vou estar muito feliz em te dar um tapa na cara pra você acordar.

Ele suspirou, e balançou a cabeça negativamente enquanto olhava para baixo e passava a mão em seus cabelos - visivelmente nervoso. Ele se aproximou de mim, mas em uma distância segura. Ele me olhou e disse:

– Olha, nós começamos com o pé esquerdo. - ele começou e eu cruzei meus braços, olhando em seus olhos. - Eu sei que eu fui um pouco idiota e....

Um pouco idiota? – enfatizei as palavras enquanto dizia com um tom um pouco raivoso e elevado. - Você achou que eu fosse uma puta e que daria para o primeiro que passasse pela minha frente! Me insultou e me praticamente me chamou de vadia na frente de todos! E você ainda acha que foi um pouco idiota?

– Eu sei que você deve estar me achando um galinha metido á mauricinho e a pegador... - ele disse e eu o cortei.

– Além de iludir e de se achar o maioral quando na verdade não é. - respondi e ele fechou a cara.

– Eu estou tentando fazer as pazes com você mas parece que você quer viver em pé de guerra! - ele falou um pouco mais alto e seu tom era mais de raivoso do que de nervosismo.

– E o que sugere fazer? Levantar a bandeira branca e me render? - perguntei séria.

– Estou sugerindo que recomecemos do zero. - ele respondeu me olhando intensamente. - Que esqueçamos o que aconteceu entre nós e recomeçar.

– Eu não vou esquecer o que você fez comigo. - eu disse em meu tom normal de frieza, o fuzilando com meu olhar. - Nunca esqueço o que fazem comigo. Mesmo se eu perdoe o ato, eu nunca conseguirei perdoar a pessoa.

– Mas, poderia considerar isso? - ele perguntou sério também.

– Talvez. - respondo depois de um longo tempo pensando.

– Vou aceitar isso como um sim. - ele disse e me alcançou a mão direita. Me olhou confiante e até sorriu um pouco. - Prazer, sou Percy Jackson.

O olhou com dúvida. " Eu me arrependeria? Provavelmente. Mas não posso negar que recomeçar talvez seria uma boa ideia. Talvez. " pensei.

Descruzei meus braços e estiquei-o, oferecendo-o a minha mão direita.

– Annabeth Chase. - eu disse, olhando-o séria, enquanto o cumprimentava com o aperto de mão.

" Quem é você, Percy Jackson? Quem você realmente é? " me perguntei enquanto olhava em seus olhos.

[...]

POV. Strangers in Paradise.

Os vencedores da aula do treinador Hedge foram Octavian e Drew, o que deixara os outros competidores um pouco surpresos com a dupla, pois eles eram extremamente diferentes e distintos um do outro. Annabeth tinha se despedido de Percy assim que o treinador anunciara os vencedores, e ela, saiu com a companhia de Piper, que estava delirando por ter feito a dupla com Jason - Piper tinha até guardado a fita dourada da competição debaixo do travesseiro por dizer que ela tinha o perfume de Jason. - o que deixara Annabeth levemente estranhada com o comportamento da amiga.

[...]

Percy, assim que voltara para o seu quarto, ficou pensando se o que ele fizera na floresta não fora estúpido ou fraco da parte dele. Fazer as pazes com Annabeth definitivamente não estava em seus planos mas, assim que ouviu o que ela dissera, se sentiu frustado consigo mesmo. Ele não era tudo aquilo que ela dissera, ou era? Ele ficou ali, deitado em sua cama durante todo o período livre pensando sobre o que acontecera na floresta. E em um certo momento, se lembrou da parte em que Annabeth tinha falado que ele iludia. Isso o fez lembrar do momento hoje mais cedo com Calipso. Ele sabia que a morena tinha sentimentos por ele mas, ele mesmo já tinha deixado claro que não queria compromissos, afinal, ele nunca sequer teve um duradouro. Era somente de momento ou atração. E ele sabia muito bem que logo teria que expulsar Calipso e Drew por não se sentir atraído por nenhuma das duas. Agora, ele estava confuso. Não sabia direito o que sentir ou o que pensar. Ele só queria não se sentir assim.

[...]

Annabeth e Piper estavam sentadas na cama de Thalia, enquanto a mesma ainda gemia de dor, enrolada em seu edredom, com os cabelos pretos arrepiados parecendo como um gato que havia sido eletrocutado, e seu pijama - uma regata preta com a bandeira dos Estados Unidos e um short branco para combinar - estavam muito amarrotados.

– Thalia, tem certeza que não quer tomar um remédio pra cólica? - perguntou Piper, preocupada com a amiga.

– Eu não vou sair deste quarto nem morta! - Thalia respondeu com a voz abafada por cauda do travesseiro. - Então, tragam o remédio se vocês se importam comigo!

– Thalia nós não nos importamos com você. - Annabeth falou rindo, tentando descontrair o drama que Thalia estava fazendo. - Nós te amamos, vaca.

– Espera, a carne dela é friboi? - Piper perguntou, tentando entrar na brincadeira.

– Isso! Brinquem e riam enquanto eu sofro neste inferno dentro de mim! Demonstrem o quanto vocês me amam enquanto me vejam sofrer! - Thalia gemeu.

– Thalia já chega! - Annabeth se irritou com o humor da amiga punk e se levantou da cama, puxando o edredom de cima de Thalia, fazendo a mesma reclamar. - Levante-se, tome um banho e se arrume para irmos á enfermaria! Agora! - o tom enfurecido e frio de Annabeth fez com que Piper e Thalia se assustassem. - Cansei de aturar o seu drama! Poxa, eu sei que cólica é capaz de matar mas para um pouco! Você ficou a manhã inteira deitada, reclamando e gemendo de dor! Levanta e vai fazer algo na vida como tentar fazer essa cólica parar!

Thalia, ainda em choque se levantou e foi tomar um banho. Ao fechar a porta, Annabeth se virou para Piper, que a disse:

– Você sabe quando meter medo, hein. Estou apavorada. - E Annabeth não sabia se o tom de voz era irônico ou verdadeiro.

[...]

Depois de levarem Thalia para a enfermaria, Thalia realmente queria matar Annabeth por trazê-la ali. Thalia corara intensamente enquanto Apolo, que estava ali para cobrir o turno da enfermeira, a dava o remédio para cólica. Depois de saírem da enfermaria, Thalia queria muito pegar Annabeth e Piper pelos cabelos e jogar-las pela janela. Era exagerado? Muito. Mas era o que ela queria fazer com as duas.

[...]

Durante o almoço, Piper e Annabeth começaram á conversar sobre livros, enquanto Thalia comia animadamente a sobremesa que era de chocolate. E quando Piper e Annabeth foram comer a sobremesa, Thalia as acompanhou para mais uma rodada.

Percy almoçava com seus amigos em sua típica mesa. Conversavam sobre coisas que geralmente conversavam: os garotos sobre carros, mulheres ou jogos; enquanto as meninas conversavam sobre moda, unha e cabelo - exceto Bianca, que estava lendo um livro chamado Dezesseis Luas. - E Percy, assim como Jason e Leo, olhavam de vez em quando para a mesa onde Thalia, Piper e Annabeth estavam sentadas. E Percy sabia muito bem que Jason olhava para Piper, mas ficou extremamente intrigado com Leo, se ele olhava para as três ou simplesmente para uma em particular. Ele só sabia que sempre que olhava para aquela mesa, ele só consegui olhar para a loira de olhos cinzentos.

[...]

POV. Annabeth Chase

Logo depois do almoço, seguimos para a palestra, onde tivemos a companhia de uma psicológica chamada Artemis. Ela era uma mulher simpática e, acabei sabendo que ela era a irmã mais velha de Apollo - a idade? ainda não descoberta, para nenhum dos dois. - Ela trouxe para nós o assunto sobre diferenças, o qual ela trabalhou desde as diferenças mais insignificantes até as mais significantes, envolvendo também os tópicos como bullying e o preconceito. Fiquei tão interessada em sua palestra que nem percebi que o tempo se passara rapidamente. Era bom ouvir a opinião sobre uma pessoa que tinha ambas qualidades: a de si mesma e a de uma psicóloga. Percebi que Piper também se interessara bastante na palestra, o que me fez sentir pena dela. Ela perguntara sobre como o bullying afetava a vida de uma pessoa - mesmo já sabendo a resposta desta pergunta pessoalmente - e Artemis respondeu:

– O simples fato de você ser você mesmo, já é motivo para que a outra pessoa se sentia incomodado por você ser diferente, e é nisso que começa as brincadeiras e as piadinhas. Eles, simplesmente não conseguem aceitar que no mundo de hoje não existem pessoas iguais, nem gêmeos não são. É claro que pode haver semelhanças mas, nunca exatamente iguais. Cada ser vivo e inexistente único e é isso que simplesmente não conseguimos entender e aceitar. O bullying começa quando nós descobrimos essas diferenças. E o preconceito começa quando simplesmente não queremos aceitar ou entender. E é nessas coisas que nós simplesmente não conseguimos viver. Á cada dia, no noticiário aparece uma reportagem sobre alguém morto, e se você reparar, 8,63 % são adolescentes de entre doze e dezenove anos que se suicidam por causa de agressões tanto verbais quanto físicas. Tudo começa com essas brincadeirinhas e piadas, e com o tempo, elas se tornam o nosso pesadelo. E ás vezes, nós simplesmente não conseguimos aguentar. Simplesmente não conseguimos acordar.

Mas eu tinha certeza de que Piper não sabia a resposta pessoal para o fato de não aguentar o bullying. Pelo menos, não que eu sabia.

Quando a palestra terminou, nós seguimos para os nossos quartos.

Thalia foi se deitar em sua cama enquanto colocava seus fones de ouvido, escutando uma música do Green Day. Me sentei na cadeira da escrivaninha e peguei o meu caderno de desenho, que estava escondido na última prateleira. Peguei um lápis comum de escrever e abri o meu caderno em uma folha que estivesse sem um desenho. Com um suspiro, comecei há desenhar.

[...]

O jantar se passara rapidamente. Nos despedimos de Piper e fomos para no nosso quarto. Thalia se arrumou rapidamente e já estava deitada debaixo das cobertas. Já eu, demorei um pouco mais. Fiz minha higiene pessoal lentamente, sem pressa. Refiz o meu rabo de cavalo e coloquei meu pijama.

Esta noite fora a mais fria de todas. O inverno estava se aproximando, e novembro já estava chegando. Era incrível como já estávamos quase no final do ano.

Não consegui dormir imediatamente, e por isso fiquei olhando o teto de nosso quarto, esperando o sono me domar. Mas não. Fiquei assim por horas, pensando e pensando sobre a minha vida; quase como uma auto reflexão.

" Não importa o que aconteça, seja forte como uma pedra. Seja fria como o gelo. Seja inquebrável como metal. Não se deixe atingir. " pensei, lembrando que este fora mais um de minhas frases de auto ajuda na Deadly Fights. " Adapte-se, lute, sobreviva. "

E quando finalmente consegui dormir, sonhei com o que Percy me dissera.



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Notas finais do capítulo

Ficou muito na cara que Annbeth e Percy tinham pegado a mesma fita????? Me digam o que acharam!



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