O Sol Da Meia Noite escrita por Midnight Sun
Kariel não podia ser imprudente e manter-se na defensiva aguardando pela iniciativa da serpe milenar. Um ataque direto poderia ser devastador e fatalmente o único.
Após traçar um plano de ataque, o mago desvanece, movendo-se rapidamente num estado moderado de invisibilidade até alguns pilares deteriorados onde se resguardara e manipulara vasta quantidade de mana concentrando-a num orbe flamejante pouco maior que sua palma da mão. O orbe é lançado para o alto num rápido movimento. Enquanto isso, o dragão continuava se movimentando na tentativa de se livrar totalmente das restrições causadas pela vegetação abundante que rodeava seu corpo.
O vento que castigava as ruínas continuamente adornava o ambiente com um assobio sinistro.
Após um fôlego encorajador, Kariel sai do refúgio e entra no campo de visão de seu oponente já esboçando uma postura ofensiva. Suas mãos queimavam em reflexo à atividade da mana que sintonizara, em grande escala, com o elemento fogo.
À sua frente, a fera prepotente o fitava do alto com um olhar negro e profundo como um abismo. Em resposta à ousadia do elfo, golpeia o solo com as garras furiosamente adotando uma posição de apoio enquanto abaixa a cabeça acumulando energia.
– Não vou permitir! – Instintivamente o mago arremessa uma bola de fogo certeira contra o núcleo da concentração com a intensão nítida de desestabilizá-la. Mas o fogo é disperso e absorvido pelo vórtice de energia produzido na boca da fera. A fonte caótica de poder absorvia a energia em sua volta, assim como rochas e vegetais.
Numa resposta rápida da tentativa falha, o mago interpõe a concentração com um contrafeitiço que põe na balança sua vontade arcana contra o poder serpe. Em consequência, os níveis de acúmulo são reduzidos, mas o mago não é capaz de impedir nem dissipar o feitiço por completo, que a este ponto consolida uma massa perigosa de energia.
– Se for atingido não terei chances de sobreviver ao impacto – Ele olha para o alto certificando-se da posição do orbe flamejante – Não terei outra oportunidade.
O mago enfim ativa o feitiço que pairava acima do inimigo: Bolas de fogo concentradas são conjuradas e arremessadas impetuosamente numa salva que risca o céu como estrelas cadentes e atingem o dragão como meteoros destrutivos. A primeira salva causa grandes danos à besta e ao solo, fazendo-a perder o controle da energia concentrada e ateando fogo às plantas que a envolviam.
O dragão, agora envolto pelas chamas, lança um urro feroz.
– Não terminei! – Kariel grita arremessando outra cólera flamejante que atinge a wyrm, impedindo-a de realizar um movimento evasivo e inflamando ainda mais as chamas que a rodeavam.
A serpe queima num cenário calcinado e deflagrado pelas explosões. Seu oponente, também em chamas, entrara em combustão espontânea, seus olhos brilhavam incandescentes representando o fogo de sua ira em fulgura intensa.
Kariel continua num frenesi de feitiços, sem permitir reação.
O último ato incitara as chamas numa ignição progressiva que, comandadas pelo mago élfico, tomam a forma espiral e por fim se consolidam numa tempestade chamejante, semelhante a um tornado envolvido pelas chamas, que engole a serpe por completo.
O calor promovido pela intensidade do feitiço é insustentável. Após alguns instantes, a inércia da criatura em meio ao turbilhão ardente preenche Kariel de suspense e incerteza.
– Foi suficiente? – Ele se esforçava para ver o corpo, provavelmente carbonizado a este ponto, dentro da flama ardente.
Surpreendentemente, uma das patas surge e agarra o solo arrancando pedregulhos em brasa misturados com a terra calcinada. Em seguida, brota das chamas a cabeça da wyrm urrando em meio às labaredas que tentavam consumi-la enquanto os seus olhos negros perseguiam o mago. A besta cresce dentro da tempestade de fogo, libertando umas das imensas asas do turbilhão e movimentando a calda brutalmente.
– Besta maldita! – O mago desvia o foco da tempestade de fogo, tornando-a instável e vulnerável, e com as mãos elevadas para o alto convoca o orbe flamejante dos céus ao seu encontro.
O encanto havia perdido grande parte de sua energia, mas fora imbuído novamente ao pairar entre as mãos do mago, que condensara o resto de sua energia, inclusive as chamas que rodeavam seu corpo no feitiço. O mago, concentrado na estabilidade do orbe, posa em contraste com o sol.
O orbe tornara-se num intenso globo de pura energia fulgurante comprimida, quase como o próprio sol que refletia seus raios no cenário ao fundo, num poente alaranjado. A este ponto, a instabilidade da tempestade de chamas não conseguia mais conter a wyrm que já conseguia mover-se com maior flexibilidade.
– Eu não serei derrotado. Sinta a fúria do sol! – O elfo retrai os braços junto ao corpo trazendo consigo a imensa energia comprimida, iluminando sua face, e a desfere em forma de um laser extremamente intenso e célere contra seu oponente.
Ao colidir, uma imensa explosão irrompe, arrebentando totalmente as ruínas próximas e deflagrando as demais árvores que perseveravam às cicatrizes da batalha. As chamas, faíscas e brasas se estendem por toda a área próxima enquanto uma nuvem de fumaça negra, sutilmente temperada pelos últimos raios solares do crepúsculo, obscurece o ambiente.
A fumaça se afasta lentamente pela ação do vento.
Das sombras emerge Kariel, de joelhos e de braços estendidos, exausto. Seus olhos já não refletiam a intensidade da batalha, agora permaneciam amenos e quase sem cor. Ofegante, ele tendia a inspirar mais do que expirar devido ao cansaço extremo.
A nuvem permanecia se movendo e abonando maior visibilidade à destruição causada pela explosão.
O som do bater de asas certifica os medos do elfo, a imagem imponente da wyrm manifesta-se no alto, em meio às sombras e fumaça rarefeita.
– Estupidez. Mortal tolo e previsível. – O anúncio trovejante reverbera pelo vale provindo da criatura enquanto Kariel tenta equilibrar-se, observando-a indomada num céu negro e sem estrelas.
Apesar de não demonstrar qualquer expressão de dor ou desconforto, o dragão sofrera danos severos pelo ataque. Seu corpo demonstrava feridas carbonizadas e uma das patas traseiras permanecia estendida e imóvel, banhada pelo sangue espesso e escuro que escorria em grandes proporções. Além disso, praticamente a metade da calda havia sido destruída e as escamas da extremidade restante fervilhavam a carne da criatura, causando danos contínuos.
Uma investida repentina da fera surpreende Kariel, que ainda buscava recompor-se do exaurimento de sua mana.
Sem forças para interpor o ataque ou defender-se, o elfo exaurido corre pelo cenário coberto de cinzas e chamas. A presença do dragão se aproxima numa perseguição viciosa. O ataque é iminente.
– Não posso cair... – Lembranças em Quel'thalas de quando o mago ainda era jovem afloram: Um elegante ancião cumprimenta-o orgulhoso; Uma risada eufórica com Aethas às margens das quedas Elrendar; Uma jovem elfa de olhos claros, sorrindo encantadoramente; Um elfo maduro equipado com uma armadura de placas douradas e com o rosto ofuscado pela luz do sol que colocava a mão sobre seu ombro enquanto se ajoelhava para ficar da sua estatura e pronunciava alguns dizeres inaudíveis; Uma figura feminina , num cenário esmeralda, vestida com um robe branco de adornos prateados, de costas, numa sacada para um lago cristalino e por fim, a familiar melódica e iluminada presença.
De repente o elfo perde o equilibrio e uma queda abrupta rompe a nostalgia letárgica. Seguido do barulho devastador do ataque dracônico.
Sob os pés do elfo, uma vala recortava a terra e o acolheu, prevenindo o ataque fatal. As garras afiadas da wyrm rasgaram o solo e carregaram consigo apenas cascalho e cinzas. Em fúria, a serpe solta um urro estridente e começa a lançar disparos de energia natural na atmosfera.
O acúmulo de energia flutuante desencadeia uma tempestade torrencial que apaga as labaredas famintas e minimiza os danos provenientes do fogo. A água escorria por entre as escamas rústicas da wyrm enquanto observava Kariel levantar-se determinado a continuar lutando. As lembranças, de algum modo, reavivaram um sentimento quente em seu coração.
– Eu não sobrevivi ao flagelo e perseverei até aqui para ser derrotado por uma lagartixa qualquer. - O mago rasga o restante das vestes maltrapilhas das mangas que, agora molhadas, impediriam os reflexos rápidos de seus movimentos e expõe o bracelete da fênix dourada.
– Lamentável. Esperança não pode lhe prover poder, mortal. Seu destino encontra-se no pesadelo eterno. – O som desafiador e sinistro ecoa pela tempestade.
– Meu destino não pertence à ninguém além mim. - Responde naturalmente.
A chuva cai ininterruptamente e o acúmulo de água sobre o terreno acidentado já começava a gerar córregos que se uniam e desembocavam no rio, tornando-o robusto e de águas revoltosas.
Após um minuto de quietude, a insidiosa wyrm fende o momento de fôlego e ataca realizando vários disparos de energia natural.
Kariel, utilizando um refundo de energia arcana, conjura um encanto que imbui seu corpo, lhe provendo uma mobilidade extraordinária. Com o seu desempenho físico potencializado, o mago se afasta correndo e dando saltos desmedidos do local que seria atingido pelos disparos e evade totalmente a área agravada pelos danos.
Após ver a velocidade e a distancia que o elfo tomou em poucos segundos, o dragão percebe que o longo percurso entre os dois tornara-se vantagem para seu oponente e avança. Apesar de deflagrada por inúmeros ataques, a desenvoltura da serpe em batalha não amortizara e sua investida corta a tempestade com temeridade furiosa.
A tática de permanecer afastado e restabelecer os níveis de mana não perdurou por muito tempo, obrigando o mago a reavaliar suas possibilidades de ação, até que a proximidade perigosa da wyrm que já manipulava energia em sua mandíbula ameaça desintegrá-lo.
– Pode ser arriscado... Mas... – Relutante, Kariel permanece firme enquanto sua mão direita busca um pergaminho selado por um sigilo arcano, em sua algibeira de escriba. Aparentemente, Kariel não temia o ataque iminente da criatura.
Receosa, a besta percebe a inércia incomum e deduz que ele poderia estar tramando algum contra-ataque corpo-a-corpo. Assim, executa um disparo de energia que antecede o seu ataque físico avassalador.
– Isso! - O mago élfico conduz o pergaminho à sua frente, rompendo o selo que se dissipa no ar, arrastando uma das pontas do pergaminho cilíndrico que se desenrola suspenso no ar enquanto é aberto, ao tempo em que o disparo atinge seu alvo.
A colisão causa danos tremendos, estourando o terreno numa onda de poeira e impacto. Mas a serpe continua avançando rasante.
A devastadora colisão camufla a reação do mago em meio aos destroços. Com exímia destreza, ele sucede em ativar o encanto inscrito no pergaminho, protegendo-o dos danos em um invólucro arcano impenetrável. Não obstante, esta barreira possuia uma característica especial: A capacidade de absorver parcela da energia recebida e convertê-la em mana que paira no interior do encanto, deste modo, podendo ser recomposta por hábeis arcanistas.
– Quanta energia! Tenho que remanejar essa massa de poder ou serei consumido. – Kariel prolata com dificuldade enquanto resiste ao impacto mortificante do ataque. A conversão da energia sobressaíra às expectativas dele, e assim tornou-se instável e altamente ameaçadora.
Após absorver certa porção da mana, ele converge todo o remanescente possível sob um aspecto branco azulado de essência gélida.
A wyrm insiste com seu voo rasante, rente ao solo, a fim de sobrepujar com suas garras qualquer resistência remanente após seu ataque anterior, sem esperar qualquer retaliação. Contudo, ao se aproximar, é surpreendida por vários pilares talhantes de gelo que se formam rompendo a poeira. Sem espaço nem tempo para evitar o assalto, a serpe abalroa contra a crista gélida e cai bruscamente num rolar descontrolado pelo terreno atrás do mago.
Logo em seguida, ela se equilibra sobre as patas urgindo exaltada e retornando ao ataque. A pata traseira ainda estava debilitada, porém notoriamente em processo de cura rápida. A serpe debandava sobre o solo causando tremores numa velocidade incompatível com seu tamanho.
– Que porra é essa?! - Kariel evade a garrada feroz com um salto para trás após revigorar o encanto sobre seu corpo, fazendo-o cair metros de distancia.
O dragão não cessa sua ofensiva, atacando freneticamente enquanto o mago busca esquivar-se ao máximo usando magias congelantes que visam constranger as patas da criatura presas ao solo enquanto ele se afasta. Porém, a poderosa criatura estilhaça os feitiços como se fosse cristal ordinário e continua se aproximando e causando danos à área que afetam o mago.
– Aquele impacto deveria ter atordoado essa maldita besta! - A evasão dos golpes tornava-se mais difícil a cada instante.
Um ataque consecutivo da garra e da calda ameaça acabar com a perseguição definitivamente. Mas o elfo o evita, saltando sobre a caldada arrebatadora. Ele perfura a atmosfera como um míssil ascendente, atingindo uma altura considerável acima do solo.
A serpe titubeia à procura do elfo e o percebe rapidamente planando no alto do céu. Com um impulso devastador, ela alça voo em direção ao inimigo. A intensidade de sua fúria repercutia no bater bruto de asas e no rosnar cada vez mais forte.
– Merda! Como ela conseguiu me enxergar a essa distancia?! Não importa, você não irá me alcançar! – O mago brada conjurando estacas de gelo em meio às torrentes de água da tempestade. Uma chuva de lanças de gelo, cortantes como navalha, rasga o céu da noite tempestuosa e atinge seu oponente.
O estilhaçar do gelo na pele escamosa da besta ressoa, mas é incapaz de causar danos a armadura natural dela.
– Nem mesmo o fio de mil espadas, empunhadas pelos maiores guerreiros da sua era, podem me causar qualquer dano! Não há força mortal que se compare a minha! – A wyrm avança sem se incomodar, nem abater com as lanças gélidas - SEU TEMPO ACABOU!
A arcada da mandíbula parecia ainda maior de tão perto. Um amontoado de dentes serrilhados, o abismo escuro da garganta e a língua crespa e negra eram o retrato de uma morte dilacerante.
– Como meu destino, a trama do tempo não é sua para comando! – O mago encara os olhos negros da criatura enquanto os seus próprios se preenchem com energia arcana, em tons púrpuras.
O tempo se distorce. Tudo aparenta parar no tempo, exceto por Kariel que se move livremente.
– Deve haver alguma fraqueza. Onde está?! Onde...– O mago analisava atentamente, setorialmente, todo o corpo de seu inimigo – Encontrei, eu posso vê-la!
Dispersando o feitiço que o fazia pairar no ar, Kariel cai sobre a cabeça da wyrm, ainda imóvel devido aos efeitos da distorção temporal, e avança correndo por cima do pescoço e largo tronco. Após saltar por entre as asas, ele empunha sua espada que brilha intensamente.
A distorção temporal se desfaz com o golpe. Porém, os atos cometidos pelo mago sob seus efeitos são revestidos de uma velocidade excepcional, rompendo qualquer barreira que a realidade lhe exerce na realidade. Aos olhos do dragão, o mago desaparecera sem deixar vestígios ao mesmo tempo em que ele sofre um ataque imprevisível que gera feixes alvos de luz. A fera dá um urro diferente dos que já dera durante todo o combate, este era revestido de dor.
– O que dizia sobre meros mortais? – Kariel posa com sua espada reluzente cravada na perna debilitada, no ponto mais agravado pelo raio solar, enquanto a wyrm se debate no ar, urrando repetidas vezes.
A dor parecia estar sendo infringida continuamente e a cada segundo a perna tornava-se mais pesada. O descontrole da fera e o sobrepeso fazem com que eles percam altitude rapidamente em direção ao rio, caindo nas águas revoltosas.
As correntezas carregam a serpe, chocando-a contra as rochas e cabeceira do rio até ela se levantar e tentar alçar voo. Porém, o corpo molhado e o sobrepeso da perna frígida e sólida como o gelo não permitiam.
– Você pagará, mortal. Eu vou lhe conceder um destino pior que a morte! - Desta vez, o som reverberante parecia ser atrapalhado pela grande quantidade de água na mandíbula do dragão.
Kariel, por fim, surge das águas do rio em um pilar de gelo. A espada estava cravada e tornava-se mais visível a medida que a luz de suas runas abrandavam.
– Quel'delar?!
A surpresa do dragão ao ver a espada não era imotivada. Por muitos séculos, a espada esteve perdida e esquecida até ser restaurada pelo mago durante a campanha contra o flagelo, ainda em Nortúndria. A espada prismática fora forjada pelos kal'dorei e as revoadas dracônicas, milênios atrás. Habilidades únicas tornam seu poder inquestionável e até mesmo os aspectos temem a capacidade desta arma em mãos competentes e desvirtuadas.
– Nem mesmo esta lâmina te protegerá. Você perdido!
– Eu duvido. Aliás, não acredito que não representará nenhuma ameaça depois de derrotado. – O elfo pronuncia ofegante enquanto se apoia na espada e encara a fera – Sua queda... Ou destino, se preferir, está ao meu alcance.
O mago levanta a mão esquerda numa posição que impedia sua visão parcialmente, de modo que, visualmente a wyrm podia ser agarrada pela sua mão.
– Acabou! – Ao cerrar o punho, o membro congelado do dragão se estilhaça em fragmentos de gelo, causando uma onda de impacto e danos sem precedentes à criatura, abatendo-a novamente contra o rio. O urro de sofrimento só se extingue após a imersão total da fera nas águas.
O fôlego profundo do mago retrata seu cansaço extremo. Por fim a batalha, por mais difícil, tinha acabado e ele prevalecera.
Olhando adiante, as águas, apesar de revoltosas, transmitiam certa quietude que tranquilizava.
– Eu preval... – Uma claridade verdejante emergia do rio.
Seus olhos não acreditavam. Por um instante, crucial, ele preencheu-se de medo e agiu involuntariamente. Rodeado por cristais, Kariel precariamente se defende do disparo de energia natural com um barreira de gelo, quase arrebentada.
A serpe se levanta das águas com perseverança malévola. Seus olhos negros radiavam energia das sombras. Outro disparo já se formava em sua mandíbula, agora envolto por energias sombrias.
O mago então encrava a Quel'delar fundo no pedestal frígido. Um pilar de gelo emerge das águas e acerta o pescoço da besta, interrompendo o ataque. Uma série de outros cristais surge contornando as águas e sobrepujando o dragão.
Kariel se esforça para extrair mana. Seus olhos uma vez mais reagem à atividade exacerbada e confundem-se com o próprio ardor gélido do coração da coroa de gelo. O grito forçoso do elfo ecoa enquanto as águas do rio se condensam e congelam a fera numa prisão enorme de gelo.
A mana do elfo se esvai novamente. Neste momento, a chuva cessa e o único som que permanece é o arrebentar das águas revoltosas do rio nas paredes de gelo da prisão da wyrm.
Alguns minutos se passam e o elfo permanece arrasado, usando sua espada como apoio para continuar sobre a estrutura de gelo e evitar ser levado pelas águas. Sem acreditar, ele escuta o som do rachar de gelo. Mais rachaduras começam a aparecer, lascando as paredes da prisão.
– Não pode ser real... É impossível. – Sem conseguir se erguer e incapaz de agir, ele continua mirando o libertar da criatura.
Cada som proveniente do trincar do gelo parecia uma agulhada no coração do elfo. Se a prisão não fora suficiente para constrangê-la, não havia mais chances de detê-la. A wyrn é irrefreável.
– Este é meu limite... Eu não... – Ele nega sua própria condição decadente e permanece de cabeça erguida - Não! Eu posso. Eu...
Sem hesitar a criatura irradia ódio e concentra uma massa de energia superior a qualquer outra que o mago já presenciara. – VOCÊ FALHOU! – o poder é desferido em forma de um laser na direção do mago. O percurso é erradicado, todo o gelo, as águas, a terra, tudo é consumido num instante.
Kariel permanece em silêncio até desaparecer completamente.
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