Leiam escutando a música, é importante!

http://www.youtube.com/watch?v=1GWQ-oDMG6g

    -Roberta... - Diego disse sentando-se ao lado dela na cama e colando uma mecha ruiva atrás da orelha, algumas lágrimas ousavam querer descer pela maquiagem preta.

    -Vai Diego, explica. Me diz... - Ela parou de soluçar. - Me diz que isso não é verdade. - Uma lágrima solitária escorregou levando um pouco de lápis de olho preto. - Por favor. 

    -Dieguinho, vai mentir pra ela de novo? - Jena disse se sentando ao lado deles na cama. - Vem aqui Lola. - Lola se sentou ao lado dela.

    -JENA, VOCÊ É UMA******** MESMO! COMO É QUE EU PUDE UM DIA NAMORAR CONTIGO HEIN, SUA CACHORRA, DESGRAÇADA! - Diego gritou com ela a apertando pelo braço de novo.

    -Porque você não resiste a mim. - Ela disse ajeitando o decote. - Ninguém resiste... 

    -EU NÃO QUERO SABER SE TEM ALGUM******OU NÃO QUE RESISTE A VOCÊ, ISSO NEM ME IMPORTA MAIS, O QUE EU SEI É QUE ELA É DIFERENTE DE VOCÊ! ELA É RESERVADA, ELA NÃO É PUTA QUE NEM VOCÊ. - Ele disse a levando pelo braço até a porta.

    -ME SOLTA! VOCÊ TÁ ME MACHUCANDO.

    -É SÓ VOCÊ PEDIR PRA ALGUM MACHO FAZER CURATIVO NO SEU BRAÇO DEPOIS. EU QUERO QUE VOCÊS SAIAM DO QUARTO, QUE O ASSUNTO É ENTRE EU E A ROBERTA, SÓ ENTRE A GENTE.

    -EU VOU FICAR AQUI, É O MEU QUARTO. E VOCÊS VÃO DISCUTIR AQUI, A PORTA ESTÁ TRANCADA.

    -EU NÃO VOU... - Diego continuou gritando, quando Roberta interrompeu.

    -PAREM! - Ela já estava com os olhos inchados de tanto chorar. Se sentou na cama de novo, abraçando as pernas. - Diego, senta aqui e explica logo isso. Eu não aguento mais, por favor...

     -Mas eu não quero aqui, não com ela, meu amor. - Ele disse colocando as duas mãos, uma em cada bochecha dela.

     -Não importa com quem a gente tá, mas eu quero saber disso logo. -   Ela apoiou a cabeça nos braços, escondendo o olhar. Diego só conseguia escutar o barulho do seu choro. Nesse momento ele percebeu o quanto idiota tinha sido. A única pessoa que o apoiou, sempre, apesar dele não merecer... Foi ela. A primeira pessoa que o fez sentir amor, até mesmo antes da família, foi ela. A pessoa que o ensinou a respeitar o próximo, coisa que deveria ter sido os pais, foi ela. A pessoa que o ensinou que ele não é superior a ninguém, e deve tratar todos iguais, foi ela. E principalmente, a primeira pessoa, em 18 anos da sua vida, que o fez sentir segurança, de que não estava só, foi ela, foi aquela ruiva que estava na sua frente, chorando... Com o rosto todo manchado de maquiagem. Aquela menina que estava alí sofrendo, por causa dele, que mesmo o tendo ensinado tantas coisas boas, e o protegido do que o futuro poderia dar ao egoísmo dele, não protegeu a sí própria, confiou tudo nele. Confiou o seu coração, o bem mais valioso que um homem poderia ter dela. E ele não soube valorizar isso. Tinha sido burro, egoísta, só sabia pedir o corpo dela o tempo inteiro, só a fazia ficar constrangida em ter que dizer que não, porque não estava preparada. - Diego não vai explicar hoje não?

      -Meu amor...

      -Vai Diego, para de enrolar! - Ela gritou se levantando e indo para o canto no quarto se sentar no chão. 

      -Roberta, isso tudo é mentira! É tudo mentira, eu juro. - Ele disse desesperado. Nem em frente a essa situação ele conseguia deixar de ser egoísta. Estava mentindo, mais uma vez. A prioridade era que ela estivesse com ele, sendo enganada de novo ou não, feliz ou não, portanto que ele estivesse feliz, em primeiro lugar estava que eles estivessem juntos, para que ela o fizesse se sentir bem. Em vez disso, a prioridade deveria ser que ela ficasse bem, não ficasse em meio a mentiras, mas ele não pensava assim.

      -Jura? Jura pelo o que? - Ela disse enchugando os olhos. - E como eu vou saber se você tá mentindo ou não? E essas mensagens?

      -Foi Jena, foi tudo ela. - Ele se sentou no chão ao lado de Roberta.              

      -Olha pra mim. - Ela disse, segurou o rosto dele, logo depois fechando os olhos e respirando fundo. - Olha o meu estado. - Engolindo o choro. - Não mente... Por favor. - Mesmo em meio a tudo isso ela não conseguia o tratar mal, deixar de ser calma, doce. Diego não poderia a perder, mas também não queria machucá-la.

      -Não. 

      -Não o que?

      -Eu não to mentindo. - Mesmo parecendo que não, mas doía para ele dizer isso. Ele tinha toda a noção de que ela era única, e que igual a ela não ia encontrar nunca. 

      -Não? Mas... - Ela voltou a chorar. - Não tem como eu saber! Eu fui burra, eu sempre fiz papel de idiota a minha vida inteira, como é que eu vou saber se com você é diferente? 

      -É só você acreditar em mim. Roberta, pensa em tudo que a gente passou, tudo, tudo, tudo, desde aquela primeiro olhar... Até hoje. Pensa em quanto eu amadureci por você. Você me ama?
      -TU ACHA O QUE HEIN DIEGO? QUE EU IA TÁ NESSE ESTADO SE EU NÃO TE AMASSE? Desse jeito você me machuca, poxa...

      -Não, não, não, minha linda, olha pra mim. - Ele levantou o queixo dela com a ponta dos dedos. - Se você me ama não tem porque desconfiar de mim. - Ela não respondeu. Apenas olhou para Jena, olhou para Lola, para o celular, e por fim para Diego. - Aff Roberta, desse jeito você não coopera, se você não acredita em mim tudo bem, eu que não vou ficar fazendo papel de idiota. - Ele se levantou e foi em direção à porta.

       -Não! - Ela se levantou. Estava muito confusa. Mas tinha que acreditar nele, como ia acreditar em Jena? Que a odiava tanto. Se ele estava dizendo que era verdade, é porque era verdade. Preferia pedir um tempo para pensar, conversar com Mia, Miguel, Lupita... Achava melhor, mas ela, diferente dele, o colocava em primeiro lugar, e sabia que se dissesse que queria um tempo, iria o machucar muito. Então, que ela se machucasse e ficasse confusa do que ele sofresse. - Eu acredito.