Potion of Hearts escrita por NenaSt


Capítulo 5
The Song Class


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo de songfic pra vocês agora, pessoal :) e obrigada pelas reviews, vocês estão realmente conseguindo me incentivar! Se a história for publicada (o que é meio difícil) eu vou lembrar de vocês que me motivaram a cada capítulo! Mas vamos deixar esse discurso pro último capítulo né? Boa leitura! Ah, e mais uma coisinha! Eu sei que é triste, mas os próximos capítulos só vão sair depois da semana santa, que é quando eu vou passar só escrevendo, mas onde eu vou ficar não tem internet então... aproveitem esse!



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Era ele. Peter Williams. Não sei o que houve, mas... de alguma forma eu gostei dele. Não, Fatin. Pare com isso. Você não pode gostar dele, você tem que matar ele para irmos embora. Quer dizer, não dele, mas eu realmente achei ele... bonitinho, digamos assim.

– Fatin? Você está bem?

Aquilo me fez voltar à realidade.

– Ãh? Eu? Ah, sim, claro, claro.

– Rebeka Christ?

– Presente! – falou alto, e depois diminuiu o tom de voz – O que houve?

– Não houve nada, Rebeka, pode ficar calma.

– Tudo bem. Mas me chame de Becky.

Não consegui dormir como Becky havia sugerido. Mas também não consegui prestar a mínima atenção na aula. Não sei o que aconteceu, eu realmente fiquei nervosa com isso! Eu nunca ficava nervosa para caçar! E um homem não era uma criatura tão... tão complexa a ponto de me fazer ficar daquele jeito. Eu sempre fui a melhor caçadora entre minhas irmãs. Já cacei centauros, dragões, animais comuns... e nunca ficava daquele jeito. Como se... como se eu estivesse com medo de matar.

Mesmo depois que a aula acabou, eu continuava meio que no mundo da lua, tentando entender o que estava acontecendo.

– Qual sua próxima aula? – a voz de Becky me despertou de novo. Olhei no meu horário.

– Música.

– Então parece que nossos horários são iguais! Eu também tenho Música agora! Vamos!

Me levantei e fui até meu armário, deixei os livros lá e saí acompanhada de Becky. Fiquei feliz por ao menos ter alguém para conversar além de minhas irmãs.

Chegamos à sala de Música bem na hora. Como sempre, a sala ainda estava um caos, mas eu já estava começando a me acostumar com isso. Aquilo tudo era perfeito. Era um pouco apertado, mas cheio de instrumentos. E sim, como bruxa devo dizer que conheço a música. Já cheguei até a ter essas aulas de música. Foi com sereias, mas o que importa é que eu realmente já tive aulas. As sereias não me perdoavam quando eu desafinava! E quando eu digo que não me perdoavam, quero dizer que eu era obrigada a passar duas horas embaixo d’água. Tive que fazer um feitiço para respirar embaixo d’água, e elas ainda quiseram que eu cantasse mais ainda lá. Resumindo, não é recomendável ter aulas de canto com sereias para iniciantes. Não mesmo.

Quando o professor chegou e pediu desculpas pelo atraso, ele pegou seu violão e perguntou quem iria querer se apresentar para a turma primeiro, seja por voz ou instrumento. Becky se voluntariou.

– Sempre você, não é, Becky?

– Claro!

– Mas antes espere um pouco! Vejo que temos uma aluna nova aqui! Como é seu nome?

– Fatin. Fatin Brooks.

– Fatin, eu vou lhe explicar como funciona a aula de Música por aqui. Você estudava música na sua antiga escola?

– Bem... Sim e não. Eu já estudei música, mas por toda a minha vida estudei em casa.

– Mas sabe mais ou menos como funciona uma aula, certo?

– Não senhor, as aulas que eu tinha não eram nada como isso aqui.

– Bom, aqui não é nada demais. Primeiramente, meu nome é Erick Lewis, mas me chame apenas de Erick. Não sou desses professores que gosta de ser chamado pelo sobrenome. Sempre que começa a aula eu chamo um voluntário para cantar ou mostrar seus dons nos instrumentos, depois é que minha aula começa. Você toca algum instrumento, Fatin?

– Não, eu só canto... Um pouco.

– Então se inspire na nossa voluntária de hoje, ela é minha melhor aluna.

Becky deu um enorme sorriso.

– Não sou! Eu só gosto do que faço... – respondeu envergonhada.

– Então, Becky, o que vai fazer hoje?

– Cantar e tocar teclado.

– Os instrumentos estão à sua disposição.

Com isso, ela se sentou no banco do teclado e disse que iria cantar uma de suas músicas favoritas da infância, Beauty and the Beast. Todos começaram a sussurrar entre si e o professor pediu silêncio.

– Pode começar.

Becky começou a tocar a introdução no teclado e, finalmente, começou a cantar:

Tale as old as time
True as it can be
Barely even friends
Then somebody bends
Unexpectedly

Não tinha como descrever a voz dela. Era simplesmente perfeita. E ainda tinha o acompanhamento no teclado, a melodia lenta e bonita. O professor estava certo quando disse que ela provavelmente era a melhor aluna.

Certain as the sun
Rising in the east
Tale as old as time
Song as old as rhyme
Beauty and the Beast

Quando ela acabou, a sala inteira explodiu em aplausos.

– Agora eu quero ouvir você, Fatin. – disse o professor.

– O quê? Não, mas eu não sei tocar.

– Ah, eu toco! É só dizer a música. – Becky se intrometeu.

Muito obrigada, Becky.

– Bom, eu não sei muitas músicas decoradas...

– Eu tenho algumas letras no meu caderno. Dá uma olhada nessa aqui. – ela me mostrou algumas músicas. Escolhi uma que estava numa folha solta entre as páginas. – Ah, eu também amo essa! Se quiser acompanho o começo com você.

– Obrigada.

Ela começou a tocar. Eu estava nervosa, nunca tinha cantado em público antes. E se eu desafinasse? Sabia que aquilo era apenas uma aula, mas na minha última aula de canto eu quase morri afogada. Não era uma lembrança muito boa. Começamos.

Hearts, beats, feast

Colors and promisses

How to be brave

How can I love when I’m afraid

To fall…

O nome da música era A Thousand Years. Becky só cantou comigo os dois primeiros versos. Eu ainda estava cantando meio assustada, mas quando chegou no refrão, já me sentia em casa. Cantei à vontade, como se ninguém estivesse me olhando. Comecei a me acostumar com aquele público da sala de aula. Quando cheguei ao último refrão, já não queria acabar.

And all along, I belived

I will find you

Time as brought your heart to me

I have loved you for a thousand years

I will love you for a thousand more…

Assim que acabei, a reação da turma foi a mesma da música de Becky, mas foram aplausos de surpresa. Quando ainda estavam aplaudindo, alguém bateu na porta da sala. Eu mal esperava quem estava por vir. Era ele novamente. Peter Williams. E ele tinha me escutado cantar. Por que eu ainda ficava assim? Eu estava ficando com... vergonha dele. Corei.

– Com licença, professor.

– Erick – corrigiu.

– A diretora pediu para eu lhe entregar isto. – ele entregou um pequeno papel que Erick guardou na bolsa para escutar depois e saiu.

– Bom, parece que agora temos duas alunas exemplares! Vocês duas cantando e tocando juntas não tem quem separe.

Ele continuou a aula falando sobre tipos de vozes e depois nos colocou para cada um tocar um instrumento e cantarmos todos juntos num coral. Acho que acabei de descobrir a minha aula favorita, pensei. Eu não toquei nenhum instrumento, mas ainda assim acompanhei a letra com cada um deles e me diverti bastante, diferente da aula anterior, Trigonometria.

Quando acabou a aula de Música eu e Becky tivemos que nos separar. Ela foi para a aula de História e eu fui para a de Química. Vi que Peter estava também na minha sala de Química. Por mais que fosse minha obrigação eu ainda não queria vê-lo. Mas logo lembrei do nosso castelo, nosso conforto... Vamos logo com isso. Sentei em uma das bancadas livres. Vi que ele estava se aproximando, e logo sentou ao meu lado.

– Oi. – disse. Por mais besta que pareça, eu corei. De novo. Acho que é porque ele me escutou cantar.

– Oi... – respondi.

– Você está na minha classe de Trigonometria, certo?

Assenti.

– Eu te ouvi cantar na aula de música. Você tem talento.

– Obrigada.

– Eu sou Peter. Fatin, não é?

Assenti de novo.

– Ah, por favor! Você cantou na frente de toda a classe de música e não consegue nem falar comigo? Assim eu fico chateado, né?

Ele estava certo. Eu realmente não estava conseguindo falar. O que estava acontecendo? Eu estava ficando nervosa de novo, meu coração começou a bater forte e eu comecei a tremer. Ótimo. Maravilha. Pelo jeito não é tão fácil caçar homens quanto é fácil caçar... sei lá, centauros.

– Me desculpe. – consegui dizer – Eu... realmente não sei o que há comigo, acho que eu me senti bem cantando com minha amiga lá e foi meio que como se eu estivesse sozinha.

– Agora sim! É muito bom escutar sua voz sem estar cantando. Então, Fatin, de onde você é?

– Chicago. Estudei em casa minha vida inteira.

– E o que te trás à Moonwood de Chicago?

– Minha irmã foi selecionada numa faculdade daqui.

– Por que ela não veio sozinha, então?

– É que eu moro apenas com minhas irmãs. Nossos pais morreram em um... Acidente. – tentei fazer a expressão mais triste possível, que em partes não foi atuada. Eu realmente gostaria de ter conhecido meus pais.

– Nossa, Fatin, me desculpe, eu... Eu não sabia.

– Tudo bem.

Ficamos calados por um bom tempo até que a aula começou. Ele não se deu ao trabalho de se levantar e procurar sua dupla. Pelo jeito a nova dupla era eu. E eu estava realmente me sentindo bem com esta nova amizade.


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Notas finais do capítulo

Aqui o link das msicas:
http://www.vagalume.com.br/disney/beauty-and-the-beast-beauty-and-the-beast.html

http://www.vagalume.com.br/christina-perri/a-thousand-years.html