Vidas Em Guerra escrita por A Granger


Capítulo 15
Preparativos


Notas iniciais do capítulo

Oie, e por favor ñ me matem :,(
Cheguei em casa hj de madrugada e ñ tive net p postar o cap durante a viagem toda, então vou postar o da semana passada agora e o dessa semana amanhã (q eh o dia certo)
Mals pela demora, mas finalmente tá aí p quem esteve esperando



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Sarah acordou no meio da tarde, seu pai ainda não havia voltado então ela deixou alguns pães sobre a mesa e saiu para a floresta. Não tinha comida nada o dia todo por isso foi apanhando algumas frutas silvestres fora de época pelo caminho até chegar a uma enorme arvore a alguns minutos de caminhada de sua casa. Como em todas as tardes ela andou até o tronco, tirou os sapatos (eram sapatilhas bem baixinhas), subiu até o galho mais alto que conseguiu alcançar, deitou-se com as costas contra a madeira do tronco e olhou o céu por entre as folhas. Ele estava um pouco nublado naquela tarde o que a fez sorrir um pouco, mas muito pouco. Alguma coisa dizia a ela que aquela seria a ultima vez que poderia admirar o céu daquela forma e isso a deixou um pouco triste, mas no fundo ela não se importava porque sabia que valeria a pena.

Eliot voltou lago antes do sol se por. Chegando em casa não encontrou a filha e supôs que ela estaria na floresta. Na sua ida a vila ele conseguiu arrendar suas terras, um dos agricultores que era seu amigo comprou a colheita que ainda teria de ser feita e o uso da terra por algum tempo. Eliot também comprou algumas coisas; pão, queijo, presunto, algumas peças de defumados, carne seca, uma bota de couro duro e cano baixo para a filha (não era um calçado tão bom, mas serviria até eles chegarem a uma cidade maior). Comprou também duas capas de viagem pretas, uma para ele e outra menor para Sarah além de duas bolsas de viagem. Ele deixou os mantimentos na cozinha, foi até o quarto dela e deixou a bota, a capa e a bolsa sobre a cama. Foi então ao seu quarto, pegou papel e lápis e voltou a sala. Sentado à mesa ele escreveu o seguinte bilhete:

Sarah

Fui dormir mais cedo já que sei que você só chegará mais a noite.

Deixei algumas coisas para você em seu quarto.

Separe o que quer levar antes de deitar.

Acordaremos bem cedo amanhã para terminarmos os preparativos.

Esteja pronta para partir de imediato.

Eliot

--- --- --- --- ---

Sarah ficou naquela arvore todo o final da tarde e o inicio da noite que era de lua cheia, até resolver que era hora de voltar. Chegou em casa e viu o bilhete; já passava da meia noite quando ela se deitou e dormiu. Depois de um sono mais calmo do que o normal ela acordou pronta para o que o pai havia preparado para ela. Calçou as botas, terminou de guardar o que iria levar e saiu do quarto coma sacola de viagem num ombro e a capa no braço. Encontrou Eliot sentado a mesa com os mantimentos a sua frente. Uma de suas lições foi, então, como preparam uma bolsa de viagem de forma pratica. Depois de tudo pronto Eliot pediu que ela esperasse, entrou em seu quarto e voltou vestindo outras roupas. Uma caça grossa e preta de algodão, uma camisa preta de algodão por baixo de um colete de couro também preto, botas pretas de couro macio que iam até a metade das canelas e Sarah também pode ver luvas de couro pretas no bolso da calça. Para completar ele usava a capa e, na cintura, tinha o cinto de metal da bainha da espada que era a única coisa com outra cor além do preto. Depois de vê-lo assim ela se perguntou como um homem do porte de seu pai (porque aquelas roupas mais a postura habitual dele pareciam mesmo dizer que ele era um militar) conseguiu se passar por um agricultor por tanto tempo.

Talvez essa seja uma boa hora para descrever a aparência deles; pois bem, vamos a isso. Eliot tinha os mesmos olhos cinzas da filha, seu cabelo também era castanho só que um pouco mais escuro. Tinha uma barba cheia de fios grossos que ele mantinha bem aparados. Tinha o mesmo formato de rosto com traços angulosos e marcantes que Sarah. Ombros largos; 1,77m de altura e o cabelo e a barba começavam a apresentar os característicos fios brancos. Pode-se dizer que ele tinha um físico bem preservado para seus mais de 40 anos. Sarah tinha muitas das pequenas características do pai, mas claramente havia herdado as curvas da mãe. E, assim como Liana, Sarah tinha os mesmos traços do nariz, testa e maçãs do rosto. Era um pouco mais baixa que o pai; 1,73m; mas mesmo tendo as formas da mãe tinha uma constituição física mais próxima da de Eliot, de forma que era mais forte do que a mãe poderia ter sido. Naquele momento ela usava uma camisa e uma calça, ambas marrons e de algodão, e as botas.

Enquanto Eliot ia até sua bolsa sobre a mesa Sarah analisava o pai. Pela primeira vez ela pode ver a sua frente o capitão do exercito e não o homem calmo e sorridente que sempre chamou de pai. Suas roupas evidenciavam o físico de um soldado e agora ela via os músculos do pai como o resultado de um treinamento e não dos anos na lavoura. De dentro da bolsa ele tirou um objeto e se virou entregando-o a ela enquanto dizia:

--Quero que fique com isso. O livro te pertence de qualquer forma, mas acho que sua tia gostaria que essa corrente ficasse com você.

Sarah segurou a corrente com carinho. Sabia que o livro era algo importante não só para si, mas como para sua família também. E, mesmo não tendo conhecido a tia, sentia que aquela joia vinha carregada de sentimentos de uma pessoa que se importou com ela tanto quanto seus pais antes mesmo dela nascer. Alem disso, pela historia do pai, Cecília Hawkey havia sido uma mulher as ser respeitada e Sarah sentia orgulho de poder possuir algo que havia sido dela. Foi pensando nisso que Sarah passou a corrente pela cabeça colocando-a em volta do pescoço decidida a preservar aquela lembrança pelo tempo em que vivesse. Eliot viu a filha guardar a corrente por baixo da camisa e depois andar até a mesa para deixar a bolsa e colocar a capa de viagem. Notou que ela tinha o cabelo preso em uma trança baixa que terminava um pouco abaixo dos ombros e que ela tinha se adaptado muito bem a nova vestimenta. “Não há nada a que ela não possa se adaptar”, ele pensou, “ela é como eu. Se Cecília tivesse dito que a sobrinha seria uma guerreira teria descrito Sarah perfeitamente”.

Na tarde anterior, depois de chegar em casa e escrever o bilhete a Sarah, Eliot tinha começado a pensar em como a treinaria. Decidiu que o faria durante a viagem para a academia que normalmente duraria em torna de um mês e meio, mas que no caso deles seria bem mais longa já que ele pretendia chegar quando ela estivesse pronta para o teste. Por esse motivo o progresso do treinamento dela decidiria a velocidade da viagem. Mas, no fundo, era o treinamento em si que o preocupava. Ele tinha medo de exigir demais dela, ou pior, de não fazê-lo o suficiente. Sabia que a escolha da filha era enfrentar essa batalha invencível para a qual ele teria de prepara-la para vencer. Só que não era bem prepara-la para entrar que o preocupava, era o que aconteceria com ela se conseguisse. Entretanto, ao ver Sarah passar a capa pelos ombros algo dentro dele disse que nada seria o bastante para fazê-la parar. Naquela hora, mesmo ainda sofrendo pela perda da mulher que amou por 20 anos, ele decidiu que apoiaria a filha e a ajudaria a dar sentido apropria vida outra vez. Juntos eles mostrariam ao mundo do que realmente era feito um Hawkey.

Quando finalmente saíram de casa, deixando para trás velhos pertences e velhas lembranças, ele pode ver nos olhos cinzas da filha que quem entrasse em seu caminho seria tirado para fora antes mesmo de saber o que lhe havia acontecido. E se querem mesmo saber, Sarah já havia decidido destruir tudo e todos que barrassem seu progresso e nenhum treino que o pai lhe impusesse a ela a faria mudar de ideia. Ela estava pronta para provar a todos que uma mulher poderia ser o que quisesse se tivesse coragem o bastante para enfrentar as consequências. E, acredite em mim, isso ela tinha de sobra.


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Notas finais do capítulo

Tchau e até amanhã
Não se preocupem eu posto o próximo amanhã com certeza :)



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