Semideuses Em Panem escrita por Morghan


Capítulo 3
II - Um livro de culinária idiota dá as respostas


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu nunca atualizei uma fanfic tão rápido *--*
Olha esse capítulo realmente está gigante, eu sei. Talvez, um pouco mal - formulado. Espero que gostem, apesar de tudo, e eu PROMETO que o próximo será infinitamente melhor.



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POV Annabeth

"Então, vocês acham que podem vencer a guerra sem minha ajuda?  Seus tolos. Vocês foram fracos, e estragaram tudo. Agora, o Acampamento Júpiter e o Acampamento Meio – Sangue entraram em batalha”

-Não foi nossa culpa! – eu consigo berrar,e ouço gritos de dor de Leo como resposta.

-Claro que não.”– disse Hera, rindo – “Mas depois de ouvir essas declarações tão boas, resolvi aplicar um pequeno teste...Se vocês forem vitoriosos, parabéns, tem uma chance contra Gaia. Caso contrário, toda civilização acabará, e a era dos deuses ira se encerrar. Abram os olhos, meus heróis...E bem – vindos a Panem!”

Calor. Sinto cada célula de meu corpo pegar fogo. Minhas pernas não aguentam mais, e meus olhos sentem uma vontade descontrolada de abrir, mesmo sabendo que isso levaria a minha morte.

-Annabeth! – ouço Percy gritar. Mas eu não posso ir ao encontro dele. Não consigo nem ao menos ficar de pé. Meu corpo está contraído, como se eu levasse um soco. Eu estou completamente suada. Eu posso perceber o cheiro de queimado, e sei que minhas roupas estão em chamas. Mas eu estou com tanto calor, que a dor parece apenas um efeito secundário em vista disso tudo, como se eu estivesse desligada em relação ao meu corpo. Tento me concentrar, fingir que estou em um lugar negro, sem verbos e palavras. Mas ouço os gritos de todos, e sei que isso não é possível.

-Annabeth! – Percy grita novamente, mas dessa vez sua voz fica mais afobada, como se ele estivesse rouco.

-Percy! – eu grito, e instantaneamente me arrependo, pois o simples ato de gritar parece consumir minha energia com a mesma velocidade que  o fogo me fazia virar uma fogueira.

E então, meu corpo assume o ponto máximo dele. Eu sabia que eu iria morrer de qualquer maneira, nenhum néctar ou ambrosia seria suficiente para me curar daquilo.  A vontade enlouquecedora de abrir meus olhos, associada com o desejo de morrer rapidamente, me faz levantar os olhos.

Um brilho enorme é a primeira coisa que vejo. Ele era apenas uma pequena bolinha em minha visão, que se transformou rapidamente em um grande clarão branco, que após alguns segundos, um enorme negro. Não faria diferença se eu estava de olhos abertos os fechados: Escuridão é tudo que me vem a assistir.

De início, pensei que estivesse morta. Mas eu experimentei uma amostra  morte uma ou duas vezes, e sabia que não era a mesma coisa. 

Só para começar, eu não sentia dor nenhuma. Toda aquela sensação de querer morrer simplesmente desaparecera.   Eu não me sentia como se estivesse morta. Não me sentia sendo julgada, ou como se eu deixasse meu corpo. Na verdade, senti como se eu estivesse dormido, porém conscientemente. Meu coração batia. Minha respiração não cessara. Eu ainda sentia alguma coisa – frio, não dor – e eu imagino que eu deveria estar viva para poder fazer tal coisa.

Eu sei que poderia abrir os olhos naquele momento, mas reluto. Eu não queria sentir aquela sensação de “Ai-Meu-Deuses-Será-Que-Estou-Morta? “ novamente.

Mas acabo abrindo de qualquer maneira. O que vejo, graças aos deuses, não é uma luz branca brilhante, ou juízes decidindo meu destino, mas sim um enorme e luxuoso quarto.

Eu nem precisei pensar para saber que aquele quarto foi feito sobre medida para mim. Além das paredes serem cinzentas, lembrando o chalé 6, tinha hologramas 3D, livros, mapas e equipamentos de alta tecnologia em todo o quarto, além de uma ou duas armas antigas penduradas na parede.

-Isso é um paraíso. – sussurrei para mim mesma.

Eu resolvo ver minha situação, e digo que não estou nada mal: estou com um pijama confortável, e estou deitada em uma cama macia, que cabiam pelo menos umas cinco Annabeths. Do meu lado, tem uma cabeceira de madeira, que dá um clima antigo no quarto, um livro com capa dura marrom, e algumas pílulas, que parecem ser para dor de cabeça.

Eu me sentia bem. Não me sentia como se tivesse acabado de enfrentar um exercito de romanos ou de enfrentar Hera. De novo.

Ah não.

Percy. De novo não.

Eu reconquistei e perdi Percy em menos de 24 horas. Depois de ficar 6 meses sem ele, eu o perdi novamente. Isso porque eu falei a verdade sobre a rainha dos deuses. 

Um misto de melancolia, auto piedade, raiva e  saudades me fazem perder o controle, assim quando eu terminei de beijar Percy no Acampamento Júpiter. Só que dessa vez, eu não tenho ele para dá um golpe de caratê.

A primeira coisa que eu vejo em minha frente?  Um abajur azul. Azul. Logo a cor preferida de Percy.

Eu o pego com brutalidade, e o jogo no chão com força. O impacto dele com o chão faz a lâmpada quebrar em vários pedaços de vidros ao chão. Eu os esmago, reduzindo eles a puro pó, pegando o cabo do abajur, até não restar mais nada.  

-Percy. Porque eu tive que me apaixonar justamente por você? – eu perguntei, como se ele estivesse na minha frente. – Por que sempre os caras errados?

Me lembrei de Luke Castellan, meu primeiro amor ( a quem eu consegui enganar com a história de “apenas um irmão para mim”?). Eu sempre o amei, até perceber que eu sentia algo profundo pelo Percy, e ficar finalmente convencida que eu jamais teria Luke para mim.

Depois, senti algo que eu jamais senti antes  - nem mesmo por Luke – com Percy. Eu não suportaria a perda dele. Eu preferiria qualquer coisa – menos que ele se fosse.

Eu poderia dar uma longa explicação de como eu me sentia indefesa e fraca sem ele, e como o caco da lâmpada do abajur depois machucou meu pé, mas nesse exato momento, uma companhia toca. Era com certeza uma companhia, pois soou em todos os cantos daquela casa gigantesca.

Eu fico desnorteada, pois não sei onde atender, nem se devo atender. Eu não sabia onde estava, nem por que eu estava ali. Ok, Hera realmente deve ter comentado no assunto, mas eu estava um pouco ocupada quase morrendo de dor, certo?

-Annabeth? Annabeth, você está aí? – diz uma voz feminina, que eu não diria exatamente que é perigosa.

Mesmo assim, revirei o edredom da cama a procura de minha adaga. Mas não estava lá.

Maldita seja Hera”, pensei, frustrada.

Resolvi  procurar na cabeceira, mas nada. Então, reparei na espada com a lâmina reluzente na parede. Peguei-a, delicadamente.

-Annabeth! Por favor! – a voz insistia cada vez mais.

-Já vou! – eu disse, desesperada.

Peguei a espada, mas imediatamente percebi que não era uma boa ideia, pois era pesada demais para mim.  Acabei pisando em um caco de vidro { de novo } e o sangue começou a escorrer no tapete.

Dou um gemido de dor, e em meio a mais pedidos para eu poder entrar, acabo me apoiando na parede cinzenta. A surpresa veio quando, assim que toquei a parede, um vidro transparente veio em seu lugar.

A paisagem era pacata, assustadoramente bela, porém havia algo de tristeza nela. As casas eram comuns, e havia fábricas em todos os lugares possíveis. O comércio era mínimo. O céu estava cinzento como minha parede estava antes de revelar a paisagem, e havia um cartaz que parecia ter feito recentemente escrito:

“Bem vindos, vitoriosos! Bem vindos ao Distrito 5!”

Abaixo desses dizeres, tinha um conjunto de fábricas desenhas, e alguns símbolos do DNA humano.  Em destaque, porém, tem um símbolo dos E.U.A, um tanto diferentes: A águia parece mais majestosa, de alguma maneira totalmente diferente.

-Annabeth! – a voz insistente continua.

Esqueço a dor temporária. Coloco a espada em posição, mesmo que ela seja pesada demais para mim.  Eu saio do quarto, com uma certa dificuldade, considerando meu pé machucado e a espada em minhas mãos.

A sala era enorme. Eu estaria errado dizendo que minha casa cabia lá dentro. Pelo menos umas 4 casas minhas cabiam lá dentro, e ainda sobrava mais espaço.

Alguma voz computorizada  perguntava insistente:

-Permissão para entrada de visitantes, concedida?

Eu reluto. Não conhecia nenhum distrito 5 na história dos E.U.A,  mas sinceramente, que outra escolha eu tinha?

Então, eu disse, hesitante:

-Permissão concedida.

As portas se abriram automaticamente. Antes mesmo de ver a sombra negra , dirigi a espada em seu pescoço, esperando ser uma ameaça.

Uma garota ruiva, com olhos verdes , parou de respirar, surpresa. Suas bochechas pareciam da mesma cor quando a tarde vira noite: completamente púrpura. Definitivamente, ela não era uma ameaça.

De imediato, penso que ela é Rachel Elizabeth Dare. – faria todo sentido, afinal, aquela casa realmente poderia ser dela – mas vejo algumas diferenças: o cabelo da garota em minha frente é completamente liso, e há um olhar de tristeza e cansaço nela que eu jamais vi em Rachel.

-Annabeth! – ela disse, horrorizada. – Pensei que você não fizesse mais esse tipo de coisa!

Eu tiro a espada do seu pescoço.  Tenho que improvisar. É minha única saída no momento.Eu não a conhecia, mas ela sabia meu nome. Era uma pista ridícula, mas a melhor que eu tinha:

-Desculpe. Eu não esperava visitas. – eu digo. E não parece uma resposta tão patética, já que a garota assente.

-O que aconteceu com você? – ela diz, horrorizada.

Penso que é sobre o pequeno inconveniente, mas vejo que ela olha diretamente para meus pés. Olho, e constato que estou sagrando levemente. Depois, reparo que não consigo andar, apenas me arrastar.

-Um pequeno acidente. Nada importante.  – eu digo, mas cada passo que dou, é um pedido para um arrepio horrível preencher meu corpo.

Ela parece preocupada, mas não insiste no assunto.

-É sobre Finch. Eu pensei que finalmente teria superado a morte dela mas...Mas...

Ai, eu cometo meu primeiro erro. Eu faço uma pergunta que deveria ser proibida para a garota, pois ela reage imediatamente:

-Quem é Finch?     

-O que é Finch, você quer dizer. - ela diz, com amargura em sua voz. - Ficou conhecida como "Cara de Raposa" pelos patrocinadores da Capital.   Você deveria saber, Annabeth, afinal, foi você quem foi a mentora dela ano passado.

-Ah...Eu...-Eu não sei o que dizer, pois estou completamente perdida. 

-Em breve aqueles vencedores iram visitar o nosso distrito. - ela me encara, e eu devo estar ridícula, pois ela diz - Você sabe. Peeta Mellark e Katniss Everdeen. Vai ser difícil encarar os dois, sabendo que se eles não estivessem vivos, Finch estaria viva. 

Ele olha para um local distante, e diz, com meio sorriso:

-Ainda com o velho hábito de ler, Annabeth?

Eu olho na direção de seu olhar, e há uma fileira de livros em cima do outro. Eu diria que tem pelo menos uns 200 livros lá. 

-Esse hábito nunca morre.  - eu digo.

-Pois é. Aproveite bem, Annie, pois são poucas coisas que são eternas.                                                     

E assim, repetidamente, a garota começa a chorar histericamente. Havia dor em seus soluços de choro, e eu me senti triste. Me lembrava da morte de amigos, como Beckedorf e Luke. E eu não podia oferecer nenhum conselho ou ajuda aquela garota, pois ela era apenas uma desconhecida por mim.

-Olhe...Você não quer entrar? Tenho um pouco de comida e...- eu me interrompi, por dois motivos. O primeiro, é que eu não sabia se eu tinha comida, mesmo aquela sendo uma casa gigantesca que aparentemente tivesse de tudo. Segundo, a garota se levantou tão de repente quanto ela começar a chorar. E berrou:

-A culpa é sua Annabeth! – ela disse, avançando em minha direção, com o dedo apontado para mim – Você disse que ia protegê-la ano passado! Você prometeu! Eu confiei em você! Mas pelo visto, você não se preocupou em arrumar bons patrocinadores para ela. Ela morreu com estúpidas amoras cadeados, e você não pareceu se importar! Você nem sequer se lembra dela, não é mesmo?

Ela continuava avançado. Aparentemente era fraca, e não conseguia me vencer em alguma luta, a não ser que estivesse fortemente armada, o que não parecia o caso.  Ela queria me agredir com algo muito mais feroz: Com suas palavras.

-Eu...Eu não tive intenção...

-Claro Annabeth! – ela diz meu nome com todo ódio em suas palavras – Você não teve intenção de nada. Mas minha irmã não está mais aqui. Isso deveria significar algo para você. Mas pelo visto, para você, é apenas mais um tributo que não teve sorte.

Eu olho ela totalmente confusa. Eu não fazia ideia do que ela estava falando. Tributo? Patrocinadores? O que diabos tudo aquilo significava? Eu vasculhei todo meu cérebro em busca de respostas, mas nada veio em minha mente.

-Está se fazendo de confusa agora? – ela pergunta – Que tal ver a resposta em um dos seus livros idiotas? Não é a única coisa que você sabe fazer?

Eu ia abrir a boca, mas antes que eu pudesse pronunciar qualquer coisa, a garota me dá um tapa tão forte que eu vejo estrelinhas.

-Pensei que fossemos amigas, Annabeth. Mas eu finalmente me toquei. Você não tem amigos.

E então, pela mesma porta que ela entrou, ela sai calmamente, como se nada tivesse acontecido.  Eu fui ofendida e levei um tapa de uma pessoa na qual eu nem sei o nome, mas que aparentemente sou responsável pela morte da irmã.

“Que tal ver a resposta em um dos seus livros idiotas? Não é a única coisa que você sabe fazer?’

Fora a ideia mais brilhante que eu já ouvi hoje.

Agora, nada mais importava. Nem meu desespero em relação a Percy, nem meu pé arrasado, nem a dor do tapa, nem a tristeza da desconhecida. Eu precisava encontrar a resposta em algum livro. Aparentemente, eu tinha vários, e algum deles tinha que ter minhas respostas.

Corro em direção a meu quarto{ ok, eu não corro, eu praticamente me arrasto da maneira mais rápida possível}, leio vários títulos nas prateleiras, e a maioria parecia livros de culinária idiotas.

Vou novamente para sala. Leio contracapas, algumas páginas, sinopses, mas nada que realmente importasse. 

-Isso é um momento para ficar desesperada. – anuncio para mim mesma.

Olho ao redor,  e sem mais opções, resolvo conferir meu livro de cabeceira. Era mais um livro de culinária idiota, escrito A história de  Panem na capa.  Panem, em latim, significava pão. Provavelmente, uma das maneiras estúpidas de alguém se entreter... Espere.

Abram os olhos, meus heróis... E bem – vindos a Panem

Panem? Eu estava em algum local com o nome Pão? Sinceramente, Hera ainda vai me enlouquecer algum dia.

Panem...Eu jamais ouvira falar de nenhum lugar chamado Panem. Nunca, em minha existência.

Abro as primeras páginas do livro. Estavam exatamente assim:

PANEM – CAPÍTULO I

A destruição

A nação de Panem foi formada após uma série de catástrofes naturais que devastou o mundo. Localizada no que restou da América Norte, ocupa todo o território dos antigos Estados Unidos, além de parte do Canadá e do México. É dividida em 13 distritos, que possuem papéis específicos na produção de alimentos, armas e outros produtos.

Eu fecho o livro imediatamente. Eu entendo perfeitamente o que aquilo dizia. A guerra do Acampamento Meio Sangue e do Acampamento Júpiter com certeza iria causar isso. Se sete semideuses eram poderosos, o que poderiam fazer centenas deles?

Eu fecho o punho. Hera pode ser um traidora, mas ela está certa. Mas por que da próxima vez, ela não dá as respostas certas?

Eu suspiro, até finalmente encarar que em breve entrarei no capítulo 2 – A Guerra.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Detestaram?
Fiz um trailler da fanfic, vocês curtiram? :3333