Watch Me escrita por haru


Capítulo 13
Lembraças


Notas iniciais do capítulo

Desculpe o cap pequeno. Na verdade eu não pude termina-lo por causa de minha mãe (longa historia).
Enfim.
Obrigado por ler :3



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– Suzuno Fuusuke.

Ah, é claro que era você, Suzuno. Você, maldito, sempre ficava naquela arvore idiota, sozinho, pensando na morte da bizera. Naquela época seus olhos eram tão mortos, e você não tinha expressão nenhuma. NENHUMA MESMO. E foi isso que mais me irritou, primeiramente, eu acho.

Suzuno levou as mãos a bola, para pega-la de Hiroto, com isso suas mãos se encontraram por um momento, fazendo o albino recuar um pouco, antes de Hiroto soltar a bola em seus braços, e puxa-lo pelo ombro, o guiando para onde Nagumo – eu, pequeno eu -  e Shigeto estavam.

– Agora podemos jogar – falou Hiroto, sorrindo.

– Mas esse guri sabe jogar, pelo menos? – perguntei, olhando-o desconfiado.

Suzuno me olhou.

– Isso não importa, Haruya – respondeu Hiroto – o que importa é que temos mais um e agora podemos continuar o jogo.

E foi então que demos inicio a minha primeira partida ao lado de Suzuno. Mas, mesmo que estivéssemos no mesmo “time”, não importava o ângulo em que se olhasse, parecíamos mais como adversários. Péssimos adversários. Shigeto e Hiroto passavam por nos em suspiros e ganharam a brincadeira com facilidade.

– ELE NEM SABE JOGAR! – gritei.

– Ele estava jogando melhor que você – falou Hiroto.

Shigeto era muito quieto, mas eu notei – agora como observador – que ele encarava Suzuno de uma forma um tanto suspeita.

Fuusuke não falava nada. Tudo o que precisava ser dito, ele demonstrava chutando a bola para tentar acertar a parede atrás de Shigeto.

No fim, o placar ficou em torno de 13 a 6 – havíamos perdido as contas a muito tempo, na verdade – e Shigeto e Hiroto, mesmo vitoriosos, não pareciam tão alegres.

– Espero que vocês joguem melhor na próxima – falou Hiroto, recolhendo a bola.

– Eu jogaria bem se Shigeto fosse do meu time – falei.

– Hunf, nem mesmo ele quer ser do seu time – Hiroto riu.

Olhei para Shigeto, sugestivo, mas ele apenas virou a cara, disfarçando um sorrisinho.

Bufei e me virei para Fuusuke.

– Você vai jogar com a gente amanha? – perguntou Hiroto, se aproximando dele, sorrindo.

Fuusuke olhou para ele, vazio.

– Eu sei que não é tão legal ser do time de Haruya, mas ficaríamos muito felizes se viesse – Hiroto tentou convencê-lo.

Fuusuke acenou com a cabeça e saiu.

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“Onde eu estou?”

Hiroto acordou – assim como eu – em seu sonho. Levou um certo tempo para ele começar a enxergar a paisagem a sua volta. Ele andou, olhando para tudo desconfiado.

Era o mesmo lugar. O mesmo internato, o mesmo playground. E havia aquelas crianças. Hiroto arregalou os olhos quando se aproximou de si mesmo aos 4 anos de idade.

A criança estava sentada no balanço, sozinha, cantarolando. Hiroto tentou falar com ela, mas ela não podia escuta-lo.

– Olá... ah, você não pode me ver, não é? – falava, desanimado.

O pequeno Hirotinho estava distraído, olhando fixamente para a bola jogada a sua frente, enquanto balançava e cantava alguma musica estúpida para criancinhas estúpidas.

Hiroto – o grande – se encostou no ferro que erguia o balanço, e suspirou.

– Deve ser assim que Suzuno se sente.. – disse.

Algum tempo depois, Naguminho apareceu, pegando a bola do chão.

– Vamos jogar – chamou ele.

Hirotinho parou, olhando para o outro pequeno ruivo.

– Meu pé esta doendo – falou.

– Mentira, você estava balançando ele normalmente – Nagumo olhou desconfiado.

– Por isso ele esta doendo. Eu acho que dei mal jeito para pegar impulso.

– Você usa palavras muito difíceis – Nagumo deu alguns passos para trás – Tá, eu vou chamar outra pessoa.

– Boa sorte.

O outro saiu. Restou apenas Hiroto e Hiroto.

– Oh, eu não me lembro muito bem sobre esse dia.. – Hiroto falava para si mesmo – talvez algo importante tenha acontecido?

Ele resolveu esperar. Mas Hiroto – pequeno – não parecia disposto a sair daquele balanço tão cedo. O garotinho parecia um pouco triste, sozinho ali, e as coisas ficaram um tanto cansativas para o cara grande, que se sentou no chão depois de um bom tempo em pé.

– Aah, em meio a tantas lembranças que eu poderia ter entrando.. porque tinha que ser justamente essa? Não esta acontecendo nada... – reclamava.

Passou mais um tempo, até que outra criança se aproximou.

Essa era um pequeno albino-asiatico de olhos azuis.

– Fuusuke – falou o garoto no balanço, fazendo o Hiroto crescido olhar para o lado, onde a outra criança estava se aproximando devagar.

– Fuusuke? Então esse..

Hiroto arregalou os olhos para Suzuno.

Ele via seus cabelos brancos despenteados, e suas roupas em tons de azul e lilás, mas seu rosto era apenas um borrão.

Suzuno se aproximou mais, fazendo o Hirotinho se levantar do balanço.

– Tudo bem? – cumprimentou novamente o pequeno ruivo.

– Huh, sim – respondeu Suzuno.

Sua voz fez Hiroto estremecer, enquanto observava as pequenas crianças.

“Porque.. porque eu não posso ver seu rosto?”

“Se você existe Suzuno... porque eu não posso ver você também?”

Hiroto olhou para as próprias mãos, e isso fez ele se lembrar de quando se sentou ao lado de Suzuno, no sofá.

Ele podia sentir uma presença fria ao seu lado. Ele sabia que Suzuno estava lá. Ele estava feliz em ser capaz de senti-lo. Mas, ele estava bravo por não poder vê-lo.

– Você devia ser importante para mim também – falou, olhando para a criança sem rosto, que ainda conversava com seu eu pequeno.

– Eu queria jogar, mas.. estou um pouco desanimado – falou Hirotinho.

– Porque? – perguntou Suzuno.

– Sabe, amanha... bem.. é um dia triste.

– Eu entendo.

“Um dia triste..”

O atual Hiroto começou a se lembrar.

Aquele era um dia que ele havia feito questão de se esquecer. O jovem órfão ainda não havia aceitado a morte dos pais. Mesmo naquela data, próxima a fazer 1 ano, ele ainda esperava que sua mãe viesse busca-lo. Ele nunca falou sobre isso com ninguém.

Mas Fuusuke estava lá.

E ele não fazia perguntas. Ele sabia, por si mesmo, que era algo ruim.

– Fuusuke, porque você esta aqui? – perguntou o pequeno ruivo.

– Eu achei estranho.. você esta sempre sorrindo, mas.. hoje você parece diferente – respondeu o branco.

– Você acha? Me desculpe, eu acho.

– Tudo bem, acho que nem sempre sorrir é bom.

– Porque?

– Porque quando se sorri triste, você esta usando uma mascara.

Hiroto – os dois – olharam para Suzuno assustados. E então, ambos deram um leve sorriso.

– Você tem razão. – falou os dois.


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Notas finais do capítulo

Este deve ser o cap mais triste da fic até agora :c