Watch Me escrita por haru
Notas iniciais do capítulo
Aaah, desculpe a demora gente :c
eu peguei dengue nos ultimos dias, e sem falar que o curso esta apertado. Mas as coisas começaram a se estabilizar.. espero voltar a postar como antes.
:33
Enfim, boa leitura.
– MAS O QUE DIABOS VOCÊ ESTA FAZENDO AQUI? – berrei.
Aphrod deu um sorriso sem jeito.
– Hiroto disse que precisava de minha ajuda – respondeu.
O loiro andou até a mesa, onde largou um livro grande e meio grosso.
Hiroto colocou a mão em seu ombro.
– Ele é a única pessoa que eu conheço que aceitaria me ajudar.. espero que não tenha problema.
Ele olhou para mim, e depois para onde Fuusuke deveria estar. E então, para Midorikawa, que não parecia nada satisfeito.
– E o que ele vai fazer? – perguntou o verdinho irritado.
– Bom.. ele tem um livro de hipnose – respondeu Hiroto, sem passar muita confiança.
– E desde quando vocês são amiguinhos? – perguntei.
– Eu e Afuro jogamos juntos algumas vezes.. eu acho.. – respondeu Hiroto, um pouco pensativo.
– E você já contou a ele o que esta havendo aqui? – perguntei, sugestivo.
Terumi olhou para mim, agradável.
– Hiroto me contou sim.
Olhei para Fuusuke.
– Então quer dizer que ele também não pode me ver – comentou o albino.
– Ah? Não fique tão abatido como se isso fosse realmente tão inesperado – respondi a ele.
– O que? Eu não estou “tão abatido” com isso.. eu só acho que seria bom se ele me visse também – falou Suzuno.
– E porque? – perguntei.
– Ora, Haruya, quanto mais gente puder me ver, melhor seria, não é? – ele respondeu um pouco desconfiado – qual é o problema?
– Problema? Nenhum, oras! Eu só estou perguntando..
– Ciúmes?
– O que? Você é louco!? – gritei – Eu nunca teria ciúmes de você!
Todos me olharam intrigados.
Resmunguei raivoso.
– As coisas estão realmente confusas – comentou Aphrod, para Hiroto, que deu um sorriso sem graça.
Midorikawa havia se emburrado e ficado quieto no canto do sofá, realmente desgostando de cada momento que estava passando na presença de todos nos.
Eu não era o único ciumento, aparentemente.
Oh, espere.. o que eu disse? Eu não sou ciumento! Porque eu teria ciúmes de uma coisa feia como Suzuno? Por favor..
Me emburrei também, juntando a Midorikawa.
Fuusuke deu um sorrisinho, e Hiroto me olhou aparentemente feliz com o que estava acontecendo. E eu só queria saber realmente o que estava acontecendo.
– Ok ok.. vamos parar de enrolação! – começou ele – agora hora de começarmos, o que acham?
Todos resmungaram, apenas Aphrod concordou com a cabeça.
Hiroto deu de ombros para o resto e fez um gesto para o loiro abrir o livro em determinada pagina.
– Agora a diversão começa – comentou Hiroto.
– Isso vai ser feio – falou Fuusuke, se ajeitando mais perto de mim.
– Você não precisa ficar tão grudado – cochichei para ele, mas isso apenas o fez se encostar mais.
Terumi Afuro se postou a nossa frente, um tanto confiante, aparentemente.
– Devíamos chamar Shigeto também? – perguntou Hiroto, de repente, se virando para mim.
Fiz uma careta.
– Pra que? – perguntei.
– Ele vê Suzuno, não vê? – Hiroto quis saber.
Midorikawa revirou os olhos.
– Ótimo, vamos chamar todos os loucos da cidade.. – comentou.
Fuusuke resmungou.
– Tá, vamos logo com isso – terminou Hiroto, olhando para o sofá – Eu quero sentar perto de Suzuno-chan...
Virei a cara para encara-lo. Hiroto, logicamente, me deu um sorriso provocador e se sentou ao lado de Suzuno, que arregalou os olhos quando o ruivo fez isso. Por um instante, pareceu que Hiroto sabia exatamente onde Suzuno estava. Midorikawa também o encarou, um tanto raivoso. Por um momento, eu pensei ter o ouvido rugir.
– Todos prontos? – perguntou Aphrod, tentando parecer simpático.
– Defina “prontos” – falou Midorikawa, ranzinza.
– Ah, quer andar logo? Eu não tenho o dia todo – falei, também bravo.
Como sempre.
– Porque a presa, Haruya? Você não tem mais nada para fazer, de qualquer jeito.. – começou Hiroto.
Resmunguei.
– De alguma forma, ele esta certo – comentou Suzuno, sem olhar para mim (pois naquele momento ele estava encarando Aphrod).
Resmunguei outra vez.
– Tudo bem, vejamos.. – Aphrod segurava o livro com certa dificuldade – Bom, as coisas parecem tão complicadas aqui.. vou tentar fazer o meu melhor..
– Vamos lá, não é como se fosse queimar nossos cérebros se der errado – Hiroto tentou anima-lo.
– Certo! Então vou pedir para que todos deem as mãos! – falou Aphrod, firme.
Eu e Suzuno nos entreolhamos, e Midorikawa franziu a testa.
– Qual é o sentido disso? – perguntou.
– Bom, se Suzuno esta entre vocês e o motivo disso tudo é tentar recuperar alguma lembrança sobre ele, então acho que se vocês estiverem “conectados”, pode ser que ajude em alguma coisa.. – explicou Aphrod.
– Eu acho que ele esta inventando isso – Midorikawa cochichou para mim.
Concordei com a cabeça.
– Bom, vamos ver, né? – falou Suzuno, pegando em minha mão.
A sensação gelada de seu toque me deu um certo calafrio.
– Merda..
Hiroto ergueu a mão para Suzuno.
– Aqui – falou ele, sorrindo, olhando para o branquelo.. ou pelo menos na direção onde ele estava.
Suzuno hesitou um pouco antes de erguer a sua mão livre e pousa-la sobre a de Hiroto, que olhou atentamente para onde devia estar a mão fria de Fuusuke, e depois para o próprio, abrindo um sorriso tímido.
Fuusuke pareceu um pouco intrigado com isso. Virou a cabeça para mim, apenas por alguns segundos, um pouco assustado, e então voltou-se para Hiroto.
De repente, Aphrod se aproximou, olhando para mim e Midorikawa, fazendo com que os outros nos dessem sua atenção também.
– E vocês dois? – perguntou o loiro.
Olhei para Midori, que fez uma careta desagradável para mim e Aphrod.
– Nós também? – perguntou ele, indignado.
– É claro, vocês também estão aqui para se conectar a Suzuno, não?
Midorikawa se virou para mim.
– Eu não acho que se “conectar” seja o jeito certo de dizer isso – cochichou para mim.
Concordei com a cabeça de novo, me virando para Aphrod.
– Eu não preciso disso, eu posso ver Suzuno muito bem – falei, ignorando completamente o fato de estar segurando a mão de Fuusuke.
Aphrod suspirou.
– Pode ser, mas Midorikawa não o vê, e ele precisa estar conectado, então ele vai ter que segurar a sua mão ou a de Suzuno – falou o loiro.
Fuusuke se virou para mim, apertando minha mão.
– Pegue logo na mão dele, maldito – falou ele.
Olhei para Midorikawa, que estava tão aborrecido quanto eu.
– Eu não quero me CONECTAR com merda nenhuma! – falou o verdinho, cruzando os braços.
– Que mau-criado – falou Aphrod, baixinho, suspirando.
Hiroto se esticou um pouco para poder encarar Midorikawa, sem graça.
– Err..Mido-chan, vamos lá.. sua mão não vai cair se encostar na de Haruya – falou ele.
Midorikawa mostrou a língua para ele.
– Eu não me importo, não estou fazendo parte dessa bobeira – falou o verde, ainda emburrado.
Me enfezei. Não era como se ele fosse o único irritado com aquela situação ridícula que Hiroto havia nos metido. Ele não tinha o direito de pular fora.
Agarrei sua mão e a segurei com força. Midorikawa deu um grito bravo e tentou se soltar por algum tempo.
– ME SOLTA! – gritou ele.
– NÃO, VOCÊ NÃO ESTA VENDO QUE QUANTO MAIS VOCÊ FICAR DE GRACINHA, MAIS TEMPO VAMOS SER OBRIGADOS A FICAR AQUI??!! – gritei de volta.
– NÃOOO...
– FICA QUIETO E VAMOS ACABAR LOGO COM ESSA PALHAÇADA!
Ele se inquietou, ainda emburrado.
Hiroto e Aphrod suspiraram juntos.
– Agora acho que podemos começar? – perguntou Aphrod, um pouco impaciente, olhando para nos dois.
Eu e Midori resmungamos que sim.
Fuusuke não parecia estar gostando e nem desgostando da situação, apenas ficou quieto pensativo.
– Ok, então agora que todos estão.. “juntos”, fechem os olhos e escutem atentamente o que eu tenho a dizer.
Fechei meus olhos – só não antes de conferir Suzuno fazendo o mesmo – e tentei levar a serio o que Aphrod havia pedido.
– Ah, por favor, Midorikawa.. – pedia ele e Hiroto.
Quando finalmente estávamos todos de olhos fechados e mãos dadas – parecendo uma espécie de ritual gay, na minha opinião – Aphrod começou a falar algumas coisas, - dar descrições de paisagens, para ser mais exato – como se tentasse nos guiar a algum lugar. Porém, antes de conseguir sentir qualquer sensação que eu acho que eu deveria ter sentido enquanto estava tentando ser hipnotizado, eu adormeci.
Olhei a minha volta e percebi que estava em uma espécie de sonho. Andei em direção ao nada, seguindo algumas vozes que vinham de longe, até que finalmente notei a paisagem surgindo a minha volta. Era um lugar bonito, quero dizer, havia arvores e um playground.
Reconheci aquele lugar. Era o internato onde eu passei a maior parte da minha infância.
Tentei me aproximar dos brinquedos quando de repente um tufão vermelho passou por mim quase me derrubando.
– Eu peguei! – gritou o garotinho.
Olhei para ele, irritado. É claro que só podia ser eu.
O meu pequeno eu segurava uma bola de futebol e corria em direção a outros garotos alegremente. Shigeto e Hiroto olharam para eu (o pequeno eu).
– Não chute tão forte da próxima – pediu Hiroto, um pouco bravo.
– Ah, eu não fiz por querer.. agora vamos jogar! – gritei.
Shigeto olhou para mim um pouco triste.
– Mas agora Natsuhiko não quer mais jogar com a gente – falou ele.
– E daí? Podemos jogar sem ele.. – falei.
Hiroto me olhou.
– Mas não podemos jogar com 3 pessoas!
– E porque não? Eu posso vencer vocês sozinho – falei, virando a cara.
Típico de mim.
Hiroto e Shigeto se olharam por um tempo, mas acabaram concordando em jogar 2x1.
O pequeno Nagumo não jogava mal, mas ainda não tinha nem 10% de minhas habilidades atuais – é claro, eu devia ter uns 4 anos, no sonho em questão. Obviamente ele não foi capaz de segurar a bola por muito tempo e os adversário – Hiroto e Shigeto – pareciam se entrosar bem, trocando passes e marcando gols na parede atrás de mim.
– TÁ, TÀ, CHEGA! – gritei.
Eles pararam. Hiroto riu um pouco.
– Viu como não pode jogar sozinho? – perguntou ele, pegando a bola e a abraçando.
Bufei para os dois.
– Tá, então Shigeto venha para meu time! – falei.
Shigeto olhou para Hiroto.
– Eu não posso, já tenho um time.
– Arg, e eu vou ficar sozinho? – perguntei, emburrado.
– Ah, vamos procurar mais alguém para jogar com a gente – falou Hiroto, se animando.
– Mas ninguém gosta de jogar com a gente – falou Shigeto, olhando para mim.
Hiroto suspirou.
– Tente ser gentil, Haruya, só dessa vez.. se não ninguém nunca mais vai brincar com a gente.
Resmunguei, tanto o atual quanto o pequeno.
Os pirralhos correram por um tempo e chamaram algumas crianças. A primeira vitima foi Reina.
– Eu não quero jogar – falou ela, quando Hiroto pediu – esse moleque catarrento não sabe jogar em equipe. – apontou para o Naguminho.
– O QUE? – berrou a pobre criança.
Hiroto o puxou para longe, indo em direção de onde Shigeto estava.
Chamaram mais duas crianças – que não são importantes, mas já que insistem em saber, eram Touchi e Fumiko ninguém deve se lembrar deles – que também rejeitaram por motivos semelhantes ao de Reina. Foi então que correram em direção a Midorikawa.
– Hei – gritou Hiroto, sendo o primeiro a se aproximar – Você quer jogar com a gente?
Midorikawa olhou para a bola, desinteressando.
Hiroto aproximou-se mais, para o olhar o outro menino.
– Futebol – mostrou a bola.
Midorikawa parecia emburrado, já naquela época.
– Eu não sei jogar isso – falou ele.
– Ah, eu não quero alguém que nem sabe jogar no meu time – falou o meu eu pequeno, quando se aproximou um pouco mais,
Midorikawa me olhou enfezado e saiu. Hiroto fez uma careta.
– O que foi? – perguntou Naguminho.
– Você não precisa ser tão chato – falou Hiroto, virando a cara para mim.
Resmunguei, DE NOVO.
Shigeto suspirou.
– Parece que não vamos achar ninguém – comentou.
– Vamos ver – Hiroto olhou a nossa volta, tentando voltar a ser animado.
Nagumo sentou no chão, impaciente. Eu comecei a me lembrar desse dia, agora que eu estava sonhando com ele. Era uma memória adormecida a muito tempo.
– Tem alguém ali! – falou Hiroto, correndo em direção a nossa próxima vitima.
Nagumo olhou para onde Hiroto ia. Shigeto permaneceu ao meu lado.
Havia um garotinho, aparentemente frágil, sentado debaixo de uma arvore, sozinho, com a cabeça baixa. Ele tinha pele asiática – ou seja, meio amarelada – e cabelos brancos espetados e despenteados.
Hiroto se aproximou dele, segurando a bola, e estendeu para ele assim que o mesmo ergueu a cabeça.
– Você quer jogar? – perguntou o ruivinho.
O garotinho asiático-albino olhou para a bola por alguns instantes.
– Futebol – falou Hiroto – é legal, você quer tentar?
O garoto se levantou, limpando as calças com as mãos, e voltou a olhar para Hiroto, um pouco desconfiado.
Hiroto sorriu e lhe ofereceu a bola.
– Como você se chama? – perguntou o ruivo.
– Suzuno – respondeu o outro – Suzuno Fuusuke.
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Obrigado por ler u3u review bem vindas q