Watch Me escrita por haru


Capítulo 12
O hipnotizador


Notas iniciais do capítulo

Aaah, desculpe a demora gente :c
eu peguei dengue nos ultimos dias, e sem falar que o curso esta apertado. Mas as coisas começaram a se estabilizar.. espero voltar a postar como antes.
:33

Enfim, boa leitura.



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– MAS O QUE DIABOS VOCÊ ESTA FAZENDO AQUI? – berrei.

Aphrod deu um sorriso sem jeito.

– Hiroto disse que precisava de minha ajuda – respondeu.

O loiro andou até a mesa, onde largou um livro grande e meio grosso.

Hiroto colocou a mão em seu ombro.

– Ele é a única pessoa que eu conheço que aceitaria me ajudar.. espero que não tenha problema.

Ele olhou para mim, e depois para onde Fuusuke deveria estar. E então, para Midorikawa, que não parecia nada satisfeito.

– E o que ele vai fazer? – perguntou o verdinho irritado.

– Bom.. ele tem um livro de hipnose – respondeu Hiroto, sem passar muita confiança.

– E desde quando vocês são amiguinhos? – perguntei.

– Eu e Afuro jogamos juntos algumas vezes.. eu acho.. – respondeu Hiroto, um pouco pensativo.

– E você já contou a ele o que esta havendo aqui? – perguntei, sugestivo.

Terumi olhou para mim, agradável.

– Hiroto me contou sim.

Olhei para Fuusuke.

– Então quer dizer que ele também não pode me ver – comentou o albino.

– Ah? Não fique tão abatido como se isso fosse realmente tão inesperado – respondi a ele.

– O que? Eu não estou “tão abatido” com isso.. eu só acho que seria bom se ele me visse também – falou Suzuno.

– E porque? – perguntei.

– Ora, Haruya, quanto mais gente puder me ver, melhor seria, não é? – ele respondeu um pouco desconfiado – qual é o problema?

– Problema? Nenhum, oras! Eu só estou perguntando..

– Ciúmes?

– O que? Você é louco!? – gritei – Eu nunca teria ciúmes de você!

Todos me olharam intrigados.

Resmunguei raivoso.

– As coisas estão realmente confusas – comentou Aphrod, para Hiroto, que deu um sorriso sem graça.

Midorikawa havia se emburrado e ficado quieto no canto do sofá, realmente desgostando de cada momento que estava passando na presença de todos nos.

Eu não era o único ciumento, aparentemente.

Oh, espere.. o que eu disse? Eu não sou ciumento! Porque eu teria ciúmes de uma coisa feia como Suzuno? Por favor..

Me emburrei também, juntando a Midorikawa.

Fuusuke deu um sorrisinho, e Hiroto me olhou aparentemente feliz com o que estava acontecendo. E eu só queria saber realmente o que estava acontecendo.

– Ok ok.. vamos parar de enrolação! – começou ele – agora hora de começarmos, o que acham?

Todos resmungaram, apenas Aphrod concordou com a cabeça.

Hiroto deu de ombros para o resto e fez um gesto para o loiro abrir o livro em determinada pagina.

– Agora a diversão começa – comentou Hiroto.

– Isso vai ser feio – falou Fuusuke, se ajeitando mais perto de mim.

– Você não precisa ficar tão grudado – cochichei para ele, mas isso apenas o fez se encostar mais.

Terumi Afuro se postou a nossa frente, um tanto confiante, aparentemente.

– Devíamos chamar Shigeto também? – perguntou Hiroto, de repente, se virando para mim.

Fiz uma careta.

– Pra que? – perguntei.

– Ele vê Suzuno, não vê? – Hiroto quis saber.

Midorikawa revirou os olhos.

– Ótimo, vamos chamar todos os loucos da cidade.. – comentou.

Fuusuke resmungou.

– Tá, vamos logo com isso – terminou Hiroto, olhando para o sofá – Eu quero sentar perto de Suzuno-chan...

Virei a cara para encara-lo. Hiroto, logicamente, me deu um sorriso provocador e se sentou ao lado de Suzuno, que arregalou os olhos quando o ruivo fez isso. Por um instante, pareceu que Hiroto sabia exatamente onde Suzuno estava. Midorikawa também o encarou, um tanto raivoso. Por um momento, eu pensei ter o ouvido rugir.

– Todos prontos? – perguntou Aphrod, tentando parecer simpático.

– Defina “prontos” – falou Midorikawa, ranzinza.

– Ah, quer andar logo? Eu não tenho o dia todo – falei, também bravo.

Como sempre.

– Porque a presa, Haruya? Você não tem mais nada para fazer, de qualquer jeito.. – começou Hiroto.

Resmunguei.

– De alguma forma, ele esta certo – comentou Suzuno, sem olhar para mim (pois naquele momento ele estava encarando Aphrod).

Resmunguei outra vez.

– Tudo bem, vejamos.. – Aphrod segurava o livro com certa dificuldade – Bom, as coisas parecem tão complicadas aqui.. vou tentar fazer o meu melhor..

– Vamos lá, não é como se fosse queimar nossos cérebros se der errado – Hiroto tentou anima-lo.

– Certo! Então vou pedir para que todos deem as mãos! – falou Aphrod, firme.

Eu e Suzuno nos entreolhamos, e Midorikawa franziu a testa.

– Qual é o sentido disso? – perguntou.

– Bom, se Suzuno esta entre vocês e o motivo disso tudo é tentar recuperar alguma lembrança sobre ele, então acho que se vocês estiverem “conectados”, pode ser que ajude em alguma coisa.. – explicou Aphrod.

– Eu acho que ele esta inventando isso – Midorikawa cochichou para mim.

Concordei com a cabeça.

– Bom, vamos ver, né? – falou Suzuno, pegando em minha mão.

A sensação gelada de seu toque me deu um certo calafrio.

– Merda..

Hiroto ergueu a mão para Suzuno.

– Aqui – falou ele, sorrindo, olhando para o branquelo.. ou pelo menos na direção onde ele estava.

Suzuno hesitou um pouco antes de erguer a sua mão livre e pousa-la sobre a de Hiroto, que olhou atentamente para onde devia estar a mão fria de Fuusuke, e depois para o próprio, abrindo um sorriso tímido.

Fuusuke pareceu um pouco intrigado com isso. Virou a cabeça para mim, apenas por alguns segundos, um pouco assustado, e então voltou-se para Hiroto.

De repente, Aphrod se aproximou, olhando para mim e Midorikawa, fazendo com que os outros nos dessem sua atenção também.

– E vocês dois? – perguntou o loiro.

Olhei para Midori, que fez uma careta desagradável para mim e Aphrod.

– Nós também? – perguntou ele, indignado.

– É claro, vocês também estão aqui para se conectar a Suzuno, não?

Midorikawa se virou para mim.

– Eu não acho que se “conectar” seja o jeito certo de dizer isso – cochichou para mim.

Concordei com a cabeça de novo, me virando para Aphrod.

– Eu não preciso disso, eu posso ver Suzuno muito bem – falei, ignorando completamente o fato de estar segurando a mão de Fuusuke.

Aphrod suspirou.

– Pode ser, mas Midorikawa não o vê, e ele precisa estar conectado, então ele vai ter que segurar a sua mão ou a de Suzuno – falou o loiro.

Fuusuke se virou para mim, apertando minha mão.

– Pegue logo na mão dele, maldito – falou ele.

Olhei para Midorikawa, que estava tão aborrecido quanto eu.

– Eu não quero me CONECTAR com merda nenhuma! – falou o verdinho, cruzando os braços.

– Que mau-criado – falou Aphrod, baixinho, suspirando.

Hiroto se esticou um pouco para poder encarar Midorikawa, sem graça.

– Err..Mido-chan, vamos lá.. sua mão não vai cair se encostar na de Haruya – falou ele.

Midorikawa mostrou a língua para ele.

– Eu não me importo, não estou fazendo parte dessa bobeira – falou o verde, ainda emburrado.

Me enfezei. Não era como se ele fosse o único irritado com aquela situação ridícula que Hiroto havia nos metido. Ele não tinha o direito de pular fora.

Agarrei sua mão e a segurei com força. Midorikawa deu um grito bravo e tentou se soltar por algum tempo.

– ME SOLTA! – gritou ele.

– NÃO, VOCÊ NÃO ESTA VENDO QUE QUANTO MAIS VOCÊ FICAR DE GRACINHA, MAIS TEMPO VAMOS SER OBRIGADOS A FICAR AQUI??!! – gritei de volta.

– NÃOOO...

– FICA QUIETO E VAMOS ACABAR LOGO COM ESSA PALHAÇADA!

Ele se inquietou, ainda emburrado.

Hiroto e Aphrod suspiraram juntos.

– Agora acho que podemos começar? – perguntou Aphrod, um pouco impaciente, olhando para nos dois.

Eu e Midori resmungamos que sim.

Fuusuke não parecia estar gostando e nem desgostando da situação, apenas ficou quieto pensativo.

– Ok, então agora que todos estão.. “juntos”, fechem os olhos e escutem atentamente o que eu tenho a dizer.

Fechei meus olhos – só não antes de conferir Suzuno fazendo o mesmo – e tentei levar a serio o que Aphrod havia pedido.

– Ah, por favor, Midorikawa.. – pedia ele e Hiroto.

Quando finalmente estávamos todos de olhos fechados e mãos dadas – parecendo uma espécie de ritual gay, na minha opinião – Aphrod começou a falar algumas coisas, - dar descrições de paisagens, para ser mais exato – como se tentasse nos guiar a algum lugar. Porém, antes de conseguir sentir qualquer sensação que eu acho que eu deveria ter sentido enquanto estava tentando ser hipnotizado, eu adormeci.

Olhei a minha volta e percebi que estava em uma espécie de sonho. Andei em direção ao nada, seguindo algumas vozes que vinham de longe, até que finalmente notei a paisagem surgindo a minha volta. Era um lugar bonito, quero dizer, havia arvores e um playground.

Reconheci aquele lugar. Era o internato onde eu passei a maior parte da minha infância.

Tentei me aproximar dos brinquedos quando de repente um tufão vermelho passou por mim quase me derrubando.

– Eu peguei! – gritou o garotinho.

Olhei para ele, irritado. É claro que só podia ser eu.

O meu pequeno eu segurava uma bola de futebol e corria em direção a outros garotos alegremente. Shigeto e Hiroto olharam para eu (o pequeno eu).

– Não chute tão forte da próxima – pediu Hiroto, um pouco bravo.

– Ah, eu não fiz por querer.. agora vamos jogar! – gritei.

Shigeto olhou para mim um pouco triste.

– Mas agora Natsuhiko não quer mais jogar com a gente – falou ele.

– E daí? Podemos jogar sem ele.. – falei.

Hiroto me olhou.

– Mas não podemos jogar com 3 pessoas!

– E porque não? Eu posso vencer vocês sozinho – falei, virando a cara.

Típico de mim.

Hiroto e Shigeto se olharam por um tempo, mas acabaram concordando em jogar 2x1.

O pequeno Nagumo não jogava mal, mas ainda não tinha nem 10% de minhas habilidades atuais – é claro, eu devia ter uns 4 anos, no sonho em questão. Obviamente ele não foi capaz de segurar a bola por muito tempo e os adversário – Hiroto e Shigeto – pareciam se entrosar bem, trocando passes e marcando gols na parede atrás de mim.

– TÁ, TÀ, CHEGA! – gritei.

Eles pararam. Hiroto riu um pouco.

– Viu como não pode jogar sozinho? – perguntou ele, pegando a bola e a abraçando.

Bufei para os dois.

– Tá, então Shigeto venha para meu time! – falei.

Shigeto olhou para Hiroto.

– Eu não posso, já tenho um time.

– Arg, e eu vou ficar sozinho? – perguntei, emburrado.

– Ah, vamos procurar mais alguém para jogar com a gente – falou Hiroto, se animando.

– Mas ninguém gosta de jogar com a gente – falou Shigeto, olhando para mim.

Hiroto suspirou.

– Tente ser gentil, Haruya, só dessa vez.. se não ninguém nunca mais vai brincar com a gente.

Resmunguei, tanto o atual quanto o pequeno.

Os pirralhos correram por um tempo e chamaram algumas crianças. A primeira vitima foi Reina.

– Eu não quero jogar – falou ela, quando Hiroto pediu – esse moleque catarrento não sabe jogar em equipe. – apontou para o Naguminho.

– O QUE? – berrou a pobre criança.

Hiroto o puxou para longe, indo em direção de onde Shigeto estava.

Chamaram mais duas crianças – que não são importantes, mas já que insistem em saber, eram Touchi e Fumiko ninguém deve se lembrar deles – que também rejeitaram por motivos semelhantes ao de Reina. Foi então que correram em direção a Midorikawa.

– Hei – gritou Hiroto, sendo o primeiro a se aproximar – Você quer jogar com a gente?

Midorikawa olhou para a bola, desinteressando.

Hiroto aproximou-se mais, para o olhar o outro menino.

– Futebol – mostrou a bola.

Midorikawa parecia emburrado, já naquela época.

– Eu não sei jogar isso – falou ele.

– Ah, eu não quero alguém que nem sabe jogar no meu time – falou o meu eu pequeno, quando se aproximou um pouco mais,

Midorikawa me olhou enfezado e saiu. Hiroto fez uma careta.

– O que foi? – perguntou Naguminho.

– Você não precisa ser tão chato – falou Hiroto, virando a cara para mim.

Resmunguei, DE NOVO.

Shigeto suspirou.

– Parece que não vamos achar ninguém – comentou.

– Vamos ver – Hiroto olhou a nossa volta, tentando voltar a ser animado.

Nagumo sentou no chão, impaciente. Eu comecei a me lembrar desse dia, agora que eu estava sonhando com ele. Era uma memória adormecida a muito tempo.

– Tem alguém ali! – falou Hiroto, correndo em direção a nossa próxima vitima.

Nagumo olhou para onde Hiroto ia. Shigeto permaneceu ao meu lado.

Havia um garotinho, aparentemente frágil, sentado debaixo de uma  arvore, sozinho, com a cabeça baixa. Ele tinha pele asiática – ou seja, meio amarelada – e cabelos brancos espetados e despenteados.

Hiroto se aproximou dele, segurando a bola, e estendeu para ele assim que o mesmo ergueu a cabeça.

– Você quer jogar? – perguntou o ruivinho.

O garotinho asiático-albino olhou para a bola por alguns instantes.

– Futebol – falou Hiroto – é legal, você quer tentar?

O garoto se levantou, limpando as calças com as mãos, e voltou a olhar para Hiroto, um pouco desconfiado.

Hiroto sorriu e lhe ofereceu a bola.

– Como você se chama? – perguntou o ruivo.

– Suzuno – respondeu o outro – Suzuno Fuusuke.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler u3u review bem vindas q



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