Porto Seguro - 2ª Temporada escrita por Allie Próvier


Capítulo 5
5. Mundo, temos que bater um papo sério


Notas iniciais do capítulo

DEMOREI, MAS CHEGUEI!
Em compensação, o capítulo ficou enorme! ahuahhauhahu. Espero que gostem!
Boa leitura!



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5. Mundo, temos que bater um papo sério

2 meses depois...

- Cadê a Alice? O carro que veio buscá-la já chegou! – eu resmunguei, terminando de montar uma “bolsa de guloseimas” para Alice.

   Isso já era tradição.

- MERDA! – ouvimos Alice gritar na escada. Logo ela entrou na cozinha afoita e arfante. – Bella, fala para o Edward colocar um elevador nessa casa, porque eu já estou ficando destrambelhada igual a você!

- Querida, mais destrambelhada que a Bella não existe. – Rose disse risonha.

   Crispei os olhos para ela e me virei para Alice, forçando um sorriso animado.

   Eu não estava animada, é claro.

- Se cuida, ok? – falei, segurando-a pelos ombros. – Presta atenção no que você vai comer, não se encha de bobagens e...

   Alice revirou os olhos e riu.

- Bella, eu já sei, ok? Não precisa falar o discurso pela terceira vez. – falou. – Eu vou ficar bem. Vou estar cercada de seguranças, você sabe. Vai dar tudo certo.

   Suspirei, a puxando para um braço. Abracei-a apertadamente, sentindo meu peito doer. Era sempre assim quando ela ia sair para alguma turnê...

- Vou sentir sua falta. – murmurei.

- E eu a sua. – murmurou de volta, me dando um beijo no rosto. – Vê se não arruma muita confusão enquanto eu estiver fora, ok? Na última vez tive que ir te visitar no hospital porque você quebrou o pé.

   Ri.

- Não vou quebrar nada dessa vez. Pode deixar.

   Alice assentiu, e foi até Rose, que já chorava.

- O QUE EU FAREI SEM VOCÊ AQUI? VOCÊ VAI ME ABANDONAR! – Rose disse com a voz embolada.

- Rose, eu vou voltar logo. – Alice disse, tentando acalmá-la. – São só dois meses.

- Dois meses tendo que aturar a Bella sem ninguém para me ajudar a zoá-la... – Rose choramingou.

   Crispei os olhos para ela novamente, e ela riu entre lágrimas.

- Ai garota, se cuida, por favor. – falou agora séria, pegando o rosto de Alice entre as suas mãos. – Estaremos acompanhando todos os shows, ok? E quando passar pelo Brasil, não esquece de trazer o brigadeiro. Se der traga um daqueles caras gatos também e...

- Alice, vamos que já está na hora! – falei, pegando a bolsa de doces dela e a entregando. – O carro já chegou.

   Rose fez biquinho, abraçou Alice novamente e a ouvi sussurrar um “Não esquece de trazer”. Revirei os olhos, sorrindo, e acompanhamos Alice até a porta da casa. Mel, Austin e Nessie já estavam lá, e se penduraram em Alice, chorosos. Vi que Allie se segurava também...

   Eu sabia que ela não gostava de se separar da gente por tanto tempo, mas era o sonho dela. Ela amava o que fazia, e nos dava muito orgulho. Logo Alice prometeu que traria roupas para as meninas e brinquedos para Austin, e eles deixaram a tia ir embora.

   Stephen saiu de dentro do carro que os levaria. Ele a acompanharia em sua turnê, já que era ele quem iria abrir todos os shows. Os dois juntos eram perfeitos.

   Sorri quando vi Alice ir até ele com aquele sorriso bobo. Ele sorriu abertamente para ela, dando um beijinho em seus lábios e a ajudando com algumas poucas malas que ainda restavam. Logo ela entrou no carro e acenou para a gente da janela. Acenamos todos juntos, e ficamos parados assistindo o carro passar pelos portões da residência. Suspiramos juntas.

- É sempre doloroso. – Rose murmurou. – Dá vontade de agarrar ela e não soltar nunca.

- Verdade... – Nessie murmurou ao meu lado. – Mas ela fica tão feliz, né? Os shows vão ser lindos.

- Ela logo voltará. – falei, passando a mão na cabeça de Nessie e Mel.

- Mãe, o papai não veio se despedir da tia Alice por quê? – Mel perguntou com uma expressão triste. – Ela deve ter ficado chateada...

- Eles já se despediram lá em cima. Você sabe como o seu pai fica quando Alice sai em turnê. – expliquei.

   Nessie riu, me abraçando pela cintura e me olhando.

- Ele fica todo emburrado, mas tristonho. É bonitinho! – falou risonha.

   Assentimos rindo, e logo voltamos para dentro de casa. Logo as meninas foram para o quarto, e Rose me acompanhou de volta para a cozinha.

- Bella, adivinha! – ela falou de repente.

   Ai senhor, lá vem.

- Adivinhar o quê, mulher? – perguntei a olhando, receosa.

   Rose sorria abertamente.

   Assustadora.

- Eu já tenho o próximo plano armado!

  Arregalei os olhos e tentei correr para a sala, mas Rose me alcançou e me agarrou pela cintura, me arrastando de volta para a cozinha.

- NÃO, POR FAVOR! – gritei, me debatendo.

- BELLA, FICA QUIETA!

   ELA QUER QUE EU FIQUE QUIETA?! Eu passei os últimos dois meses sendo a comparsa dessa mulher (maluca, psicótica, maníaca) nos planos mirabolantes dela para fazer o coitado do Emmett pedi-la em casamento! E adivinhem?!

   EU QUASE MORRI!

   LITERALMENTE!

- Minha perna ainda está inchada por causa daquela porcaria de carro, sabia?! – eu falei, me desvencilhando dela com o cabelo todo na cara.

   Eu estou até comendo cabelo. É isso o que Rosalie Hale faz na minha vida. Me deixa maluca.

- Bella, ninguém mandou você correr para o meio da rua cheia de carros! – Rose falou, cruzando os braços. – Não me culpe pelas suas tendências suicidas.

- Agora a culpa é minha?! Você fez o cachorro da cliente do Emmett fugir para o meio dos carros! Queria que eu deixasse o bichinho morrer?!

   Rose revirou os olhos.

- Aquela mulher nem era para estar lá... – ela murmurou, olhando para a parade para cozinha pensativa. – Eu tenho que investigar isso... Sempre que eu vou à empresa aquela “cliente” está lá e...

  Rose parou e me encarou de olhos arregalados.

  Não, Mundo... Não faça com que ela pense que...

- EMMETT ESTÁ ME TRAINDO COM AQUELA VELHA! – ela gritou. – EU NÃO ACREDITO!

- E não é para acreditar mesmo! – falei desesperada. – Rose, por favor, não vai pensar que...

   Ela nem olhou na minha cara. Correu a bancada e pegou sua mesa, saindo da cozinha em seguida. Gritei por ela, enquanto ela ia para fora de casa.

- ROSE, VOLTA AQUI! – gritei. – VOCÊ NEM COMEU O BOLO!

   Ela parou no meio do caminho até seu carro. Olhou para mim com uma carinha indecisa, e bufou.

- Guarda um pedaço para mim! – falou, correndo até seu carro e indo embora.

   Eu me encostei no batente da porta, escorregando até cair sentada no chão. Céus... Isso não vai dar certo!

(...)

- Edward? – chamei.

   Ele me olhou, e sorriu levemente. Sorri de volta e entrei em seu escritório, fechando a porta atrás de mim. Edward deixou os papéis que avaliava de lado e abriu os braços para mim. Sentei em seu colo e ele me abraçou, afundando o rosto em meu pescoço.

- Olá, meu calmante. – sussurrou, dando um beijo em minha pele exposta.

   Sorri, acariciando seus cabelos.

- Muito trabalho? – perguntei.

   Ele apenas assentiu.

- Hoje é Domingo, Ed. Descanse um pouco. Depois eu te ajudo a organizar essas coisas. – falei.

   Ele sorriu de olhos fechados e assentiu, colando seus lábios nos meus. Correspondi ao beijo com paixão, enquanto suas mãos subiam pela minha coxa e entravam debaixo da minha blusa. Arfei, sentindo meu corpo pegar fogo, e quando ia montar em seu colo ouvimos batidas na porta do escritório. Pulei, ficando de pé rapidamente e ajeitando minha roupa.

- Entre! – Edward falou, sorrindo maliciosamente para mim.

   Logo a cabeça de Melanie apareceu, mas ela tinha uma das mãos sobre os olhinhos.

- Eu posso olhar? – ela perguntou tímida.

   Edward a olhou sem entender e disse que sim. Suspirei.

   Eu tinha que conversar com Emmett.

- O que foi, minha bonequinha? – Edward perguntou, colocando Melanie em seu colo.

  Suspirei aliviada ao ver que ele já havia se “acalmado”. Eu me aproximei dos dois e Melanie nos olhou com uma expressão tristonha.

- A Nessie não gosta mais de mim. – falou.

   Eu e Edward a olhamos confusos.

- Por que acha isso, Mel? – perguntei.

- Ela não brinca mais comigo... – murmurou.

   Sorri levemente para ela, pegando em sua mãozinha.

- A Nessie já está com doze anos, Mel. É normal que ela já não tenha tanto pique em brincar das coisas que você gosta. – expliquei.

- Por que não brinca com o Austin? – Edward sorriu, tentando animá-la.

   Mel fez uma caretinha.

- Ele arranca as roupas das minhas bonecas e bota o cabelo delas para cima... – murmurou.

  Rimos, e ela fez biquinho.

- Não fica assim, Mel. Nessie ainda te ama muito, só que agora ela cresceu... Tenta achar outra coisa para vocês fazerem juntas, que tal? Com certeza ela tem alguma ideia! – falei.

   Mel sorriu levemente e assentiu. Demos beijinhos na bochecha dela e ela saiu do escritório para ir falar com Nessie. Edward suspirou, me puxando para o seu colo novamente.

- Você sabe lidar com elas muito bem. – ele falou.

- Eu tive que lidar com Alice, que era uma mistura das duas. – expliquei sorrindo.

   Edward voltou a me beijar, mas logo nos separamos, porque eu tinha que terminar de preparar o almoço.

(...)

   Terminei de organizar alguns projetos de Edward e os guardei em uma pasta. Olhei no relógio e vi que já iria dar 19:30 da noite. Eu já iria até a sala de Edward para avisar que já estava na hora de irmos, quando Tanya sai do elevador toda esbaforida correndo em minha direção.

- O que aconteceu? – perguntei preocupada.

   Ela se apoiou na minha mesa, arfante. Quando levantou o rosto para me olhar, pude ver seus olhos cheios de lágrimas. Fiquei de pé e Tanya me abraçou, chorando em meu ombro. Correspondi ao abraço, tentando acalmá-la, e minutos depois ela se recompôs. A coloquei sentada em minha cadeira e peguei um copo de água para ela. Ela bebeu tudo num gole só.

- Agora me conta o que houve? – perguntei agoniada.

   Ele suspirou.

- Eu estou grávida. – falou.

   Arregalei os olhos, sorrindo. A abracei forte, e a olhei sem entender o porquê de seu rosto triste.

- Isso é maravilhoso, Tanya! É o que você sempre quis, não é?! Por que essa expressão?

- A gravidez é de risco, Bella. – ela falou, com os olhos marejados novamente. – Meu bebê corre o risco de morrer.

   Ela limpou as lágrimas que voltaram a cair, e eu a abracei novamente.

- É só você se cuidar... Já foi ao médico, certo? – perguntei, e ela assentiu. – Vai dar tudo certo, fica calma. É só ter fé.

   Ela assentiu e sorriu levemente para mim, levando uma mão até seu ventre ainda liso.

- Eu estou tão feliz! – ela disse, deixando escapar um sorriso radiante. – Preocupada, mas feliz.

   Sorri para ela, colocando uma mão em seu ventre também.

- E como Riley reagiu à notícia? – perguntei.

   Riley era seu marido, e também um dos sócios de Edward.

- Muito bem! – falou animada. – Ele me acompanhou nos exames, e disse que estará comigo sempre. Não importa o que aconteça... – falou, sensibilizada. Mas logo revirou os olhos e riu. – Como se ele tivesse escolha!

   Rimos juntas, e logo Edward saiu de sua sala, nos olhando desconfiado.

- Qual o motivo das risadinhas? Quero rir também. – falou, fingindo estar sério.

- Estou grávida! – Tanya falou.

   Os olhos de Edward ficaram do tamanho do mundo, mas logo ele abraçou Tanya, parabenizando-a. Ficamos conversando por mais alguns minutos, até Tanya alegar que precisava ir para casa. Terminei de arrumar minha mesa, e Edward foi pegar suas coisas. Logo estávamos no carro a caminho da casa de Esme e Carlisle, para buscar as crianças. Após a escola eles iam para lá, e nós íamos buscar ao fim do trabalho.

   Como sempre, Austin já estava dormindo no quarto que Esme preparou especialmente para ele. Mel, Nessie e Austin tinham cada um, um quarto só para eles na imensa mansão de Esme e Carlisle. Eles mimavam os netos até dizer chega!

   Esme ainda pediu para que ficássemos para o jantar, mas as crianças queriam ir para casa e eu e Edward estávamos esgotados por causa do trabalho, então deixamos para outro dia.

   Ao chegar em casa, coloquei todo mundo para tomar banho e fiz o mesmo. Quando saí do banheiro do quarto, Edward já estava deitado na cama apenas de calça moletom. Ele piscou para mim, sorrindo todo convencido. Revirei os olhos e ri indo me vestir no closet. Coloquei um short confortável e uma blusa regata, e prendi os cabelos em um rabo de cavalo alto. Desci para a cozinha e vi que Luce e Katherine já tinham deixado nosso jantar pronto. Apenas esquentei a macarronada e quando Austin veio ver o que eu estava fazendo, pedi para que ele fosse chamar Edward e as meninas. Logo todos estavam ao redor da mesa da sala de jantar, olhando com os olhos enormes para a travessa de macarronada.

- Credo gente, parece que não veem comida há dias. – zoei, e eles reviraram os olhos.

- A vovó nos enche de verduras! – Austin falou, fazendo careta.

- E ela nos fez beber uma vitamina de beterraba que está revirando no meu estômago até agora... – Nessie falou, colocando a mão sobre a barriga.

- E essa macarronada tá implorando para ser devorada. – Edward resmungou. – Vamos comer logo.

   Sorrimos e começamos a nos servir. Comemos em meio ao resumo do dia de Austin e Melanie, que eram os mais falantes. Nessie, assim como eu e Edward, apenas ouvíamos e ríamos das histórias deles.

- Austin, conta para o papai e a mamãe sobre a sua namorada... – Mel falou, olhando para Austin com um sorrisinho.

   Arregalei os olhos, e Edward riu alto. Austin ficou vermelho como um tomate.

- Como assim “namorada”? – perguntei, forçando um sorrisinho.

   Austin me olhou com os olhinhos assustados, e Edward colocou a mão sobre a minha coxa.

- Assim você o assusta, amor. – Edward falou ainda rindo. – E aí, filho? Já deu uns beijinhos nela?

- Edward! – falei, dando um tapa em seu braço.

- Pai! – Austin choramingou.

   Nessie e Melanie riam, enquanto eu bufava.

- Qual o nome dela? – perguntei.

- Não tenho namorada não... – Austin murmurou.

- O nome dela é Amanda! – Melanie dedurou, rindo.

- Mel! – Austin disse, ficando vermelho novamente. – Ela não é minha namorada!

- É sim!

- Não é não!

- É sim!

- Não é não!

- Eu vi que você desenhou um coração para ela ontem! Ela me mostrou! – Melanie falou.

   Austin gemeu frustrado, deitando com o rosto na mesa.

- Austin, você nunca desenhou um coração para mim! – falei chateada.

   Ele levantou o rosto vermelho, me olhando com os olhos arregalados.

- Bella, para de ser ciumenta! – Edward falou rindo. – E Mel, como você está sabendo disso tudo?

   Mel sorriu.

- Eu tenho uma amiga que é irmã da Amanda, e o nosso recreio é junto... – ela disse, por fim olhando para Austin com um sorrisinho. – Eu fico sabendo de tudo.

   Austin fez uma carinha de dar dó, de tão vermelho que ele estava.

   É assim agora? Meu bebê, meu pinguinho de gente que eu carreguei por 9 meses, por quem eu vomitei quase as tripas, por quem eu engordei 15 quilos, por quem eu dedico toda a minha vida desenhou um coração para uma garota da escola, mas nunca desenhou o mesmo para mim?

   Mundo, tem como você ser mais injusto?

- Ok, vamos terminar de jantar. – falei, encerrando o assunto.

   Logo terminamos de comer e Edward subiu para colocar as meninas para escovar os dentes e dormir. Coloquei toda a louça suja na pia, e ia começar a lavá-la quando senti uma mãozinha puxando a barra da minha blusa. Olhei e vi Austin me olhando.

- O que foi, querido? – perguntei.

- Você ficou chateada com aquilo? – ele perguntou baixinho.

   Sorri para ele, me agachando até ficar do seu tamanho. Austin me olhava com um olhar quase desesperado.

- Você é mais importante, mamãe! – falou. – Se quiser eu desenho um coração bem grandão para você e...

   O interrompi e o abracei. Ele ficou em silêncio, e rodeou meu pescoço com seus bracinhos. Acariciei seus cabelos escuros e revoltados, como os de Edward, e dei um beijinho em seu rosto.

- Eu sei que sou mais importante. – falei, arrancando uma risadinha dele. – E sim, eu aceito o coração bem grandão para botar lá no quarto.

   Ele sorriu e assentiu, dando um beijo em meu rosto. Edward apareceu já pegando Austin no colo, arrancando risadas do nosso pequeno. Sorri e, enquanto Edward levava Austin para botá-lo para dormir, eu terminei de lavar toda a louça. Sequei minhas mãos no pano ao fim, e senti os braços de Edward rodeando a minha cintura. Sorri, e ele começou a trilhar os beijos do meu ombro até o meu ouvido.

- Vamos para a cama? – sussurrou.

   SOCORRO!

   Quando vi, já estava sendo levada para o quarto em seu colo. Edward me jogou em nossa cama, enquanto eu ria. Ele rapidamente trancou a porta do quarto e logo se pôs sobre mim, suas mãos me tocando em toda parte. Levantei os braços para ajudá-lo a retirar a minha blusa, e quando ia beijá-lo novamente, um mal estar me atingiu.

   Edward percebeu minha mudança de humor, e se afastou levemente para me olhar.

- O que foi?

- Não sei, me bateu um enjoo de repente... – murmurei.

   Edward saiu de cima de mim e me ajudou a sentar na cama. Esperei o enjoo passar um pouco, e decidi ir ao banheiro para lavar o rosto. Fiquei de pé e, quando dei um passo, senti todo o meu corpo ir em direção ao chão. Edward conseguiu me pegar antes que eu caísse de fato, e me olhou desesperado enquanto me colocava na cama. Eu tentei abrir bem os olhos para ver se enxergava algo, mas minha visão estava turva demais. Senti a mão quente de Edward pousar delicadamente em meu rosto, e vi seu semblante preocupado.

- Amor, o que está acontecendo? – perguntou agoniado. – Será que foi algo que você comeu? Está sentindo o quê?!

   Balancei a cabeça fracamente.

- Eu não sei... – murmurei. – Já vai passar.

   Edward deu um beijo em minha testa e disse que iria pegar água para mim. Nem um minuto depois ele estava de volta com um copo d’água. Edward me ajudou a sentar e me deu o copo. Bebi o líquido rapidamente, e ele me ajudou a deitar outra vez.

- Amanhã nós iremos ao médico, entendeu? – falou.

   Gemi, balançando a cabeça.

- Não precisa. – murmurei. – Sério.

- Precisa sim.

- Não precisa não. É a primeira vez que eu sinto isso, logo passará. – falei, tentando convencê-lo.

   Edward suspirou, nos cobrindo com o edredom e me puxando para deitar em seu peito. Eu me aconcheguei nele, com uma de suas mãos fazendo um cafuné em meus cabelos.

- Então me promete que se isso acontecer novamente, você irá ao médico? – falou.

   Suspirei e assenti. Ele beijou minha testa, e logo eu caí na inconsciência.

(...)

   Acordei na manhã seguinte me sentindo um pouco melhor. Eu me espreguicei, e vi que Edward não estava ao meu lado. As cortinas do quarto estavam fechadas, então estava tudo muito escuro. Estiquei o braço para pegar meu celular na mesinha de cabeceira e...

   JÁ SÃO DEZ HORAS DA MANHÃ!

   Pulei da cama, tropeçando em meus próprios pés enquanto corria até o banheiro. Eu me joguei debaixo do chuveiro frio mesmo, para despertar, e me enxuguei rapidamente. Droga! Por que Edward não me acordou?!

  Saí correndo do banheiro, com cuidado para não escorregar, e no caminho até o closet ouvi batidas na porta. Fui até lá e, ao abri-la, vi Luce me olhando.

- Bom dia, Bella. – ela disse. – Vim perguntar se a senhora tem alguma preferência para o almoço de hoje.

- Como assim? – falei enrolada. – Eu não sei... Ai meu Deus, eu tenho que ir trabalhar e...

   Larguei a porta aberta e corri para o closet novamente. Ouvi Luce rir dentro do quarto.

- Edward me deu ordens para que não deixasse a senhora sair da cama hoje! – ela falou risonha.

   Parei de procurar uma roupa para o trabalho e coloquei a cabeça para fora do closet, olhando para Luce.

- Como assim? – perguntei num fio de voz.

- Ele me explicou o que aconteceu com a senhora ontem à noite. Estava preocupado. Pediu para que eu avisasse que ele ficará bem, e que voltará para casa mais cedo hoje. Ah, e que é para a senhora passar o dia repousando.

   Suspirei.

- Ok, obrigada Luce. – agradeci, sorrindo levemente para ela, que sorriu de volta. – E quanto ao almoço... Qualquer coisa que você fizer estará ótimo.

   Ela assentiu, saindo do quarto em seguida. Eu me arrastei de volta para o closet, me jogando sobre o banco acolchoado que havia ali.

   Custava deixar um bilhete, ou qualquer coisa assim, querido Edward?

   Sorri. Edward era tão carinhoso comigo... Não tinha como ficar zangada com ele. Pelo menos, não por muito tempo. Eu vesti uma roupa confortável rapidamente, escovei meus cabelos para desembaraçar e fui para sala. Eu me sentia uma inútil quando estava em casa com Luce e Katherine, porque eu já estava até acostumada a fazer a comida e limpar a casa nos fins de semana, que era os dias de folga delas. E quando elas estavam aqui, não deixavam eu fazer nada disso... Diziam que eu tinha que descansar.

   Edward dizia que eu tinha que entrar em meu “Modo Madame”. Revirei os olhos.

   Liguei a TV para ver se passava algo bom, e deixei passar um filme de romance que eu sempre tentava ver o final, mas nunca conseguia. Minutos depois de muita concentração no filme, ouvi a campainha ser tocada. Eu já me preparava para levantar e atender a porta, quando Luce passou pelo corredor me lançando um olhar de “trate de ficar quietinha aí, mocinha” e foi atender a porta. Fiquei sentada, esperando quem quer que fosse a visita aparecer, e eis que me aparece o furacão loiro chamado Rosalie.

- ADIVINHA O QUE ACONTECEU! – gritou.

   Eu me joguei no sofá novamente, colocando uma almofada na frente do rosto. Rose se jogou quase em cima das minhas pernas, falando sem parar.

- Eu fui conversar com Emmett sobre aquela “cliente” dele ontem, é claro que eu não falei especificadamente sobre o que já desconfiava e tudo mais, mas deixei claro que estava incomodada com o fato de sempre encontrar ela com ele na empresa e tudo mais, e ele me abraçou e disse que a única mulher na vida dele é, e sempre será, eu! – Rose disse eufórica. – Ele falou isso de um jeito tão bonitinho! E depois ele me pegou e nós tivemos uma noite de sex...

- JÁ ENTENDI! – gritei, me sentando rapidamente.

   Rose riu, mas logo seu sorriso foi sumindo lentamente enquanto me observava. Eu a olhei sem entender.

- Aconteceu algo? – perguntou.

- Não, por quê?

- Eu não sei, você está estranha... – murmurou. – Parece abatida.

   Expliquei o que aconteceu na noite anterior, e que devia ser por isso que eu estava meio estranha agora. Rose, é claro, me deu um sermão.

- Bella, você tem que ir ao médico! Você quase desmaiou! – recriminou. – Vai que é algo sério?

   Revirei os olhos.

- Tenho certeza de que não é nada sério. E eu já prometi a Edward que se acontecer aquilo novamente, eu irei ao médico, então acalma o coração. – falei.

   Rose suspirou, e assentiu.

- Aliás, eu estou responsável por decorar o quarto de um casal recém-casado. – falou. – Preciso ir ao shopping para ver alguns artigos de decoração. Quer vir comigo? Não gosto muito de fazer isso sozinha...

   Concordei, já que estava no completo tédio mesmo. Eu a deixei zapeando pelos canais da TV na sala, enquanto subi para o quarto para me arrumar. Rapidamente escolhi uma roupa, e optei por prender o cabelo, deixando apenas a franja e alguns fios soltos. Eu peguei minha bolsa, verifiquei se estava tudo certo e desci minutos depois. Antes de ir para a sala, passei pela cozinha para falar com Luce. Eu a encontrei cozinhando, sozinha. Katherine devia estar limpando alguma parte da casa.

- Luce, eu vou sair com a Rose. Ainda está cedo, então vamos almoçar aqui quando voltar, ok? – falei.

   Luze sorriu carinhosamente para mim, assentindo. Dei um beijo em seu rosto, me despedindo, e fui para a sala.

- Vamos?

   Rose assentiu, desligou a TV com o controle e pegou sua bolsa. Decidimos ir em seu carro mesmo, e o caminho até o shopping foi rápido. Era até divertido, o trabalho dela. A loja de artigos de decoração era enorme, e tinha de tudo. Rose rapidamente escolheu as coisas que iria usar na decoração do quarto de seus clientes, e logo terminou tudo. Logo estávamos dentro do carro novamente, para voltar para casa.

- A essa hora as crianças já estão na casa de Esme, não é? – Rose falou de repente. – Quer passar lá para buscá-los?

- Eu até iria, mas Esme disse que hoje iria sair com eles. Então à essa hora eles já devem ter ido. – falei.

- Esme é tão coruja! – Rose riu. – Isso me lembra que eu quero um filho logo.

   Revirei os olhos.

- Rose, para com essa obsessão! – eu ri. – Emmett logo te pedirá em casamento, você vai ver!

   Rose gemeu frustrada, fazendo biquinho.

- Mas quando será esse “logo”? Já passaram cinco anos, caramba! – reclamou. – E se no fim ele fizer igual a um cara que eu vi num livro? Depois de dez anos namorando com a garota, ele disse que não era com ela que ele queria formar uma família e a trocou por outra que fez par com ele em um filme. E eles se conheciam a menos de um ano! – falou exasperada. – E se Emmett fizer o mesmo?!

- Primeiro: isso aqui não é nenhuma história de livro. Segundo: Emmett não é idiota e cínico a ponto de fazer algo assim. Se ele fizer, pode deixar que eu mesma dou um jeito naquela cara bisonha dele. – resmunguei.

   Rose riu toda fofa, e ligou o rádio. Começou a tocar uma música da Jessie J. Que ela amava, e logo nós duas estávamos cantando alto dentro do carro, em meio a risadas. As pessoas passavam com o carro por nós e nos olhavam estranho, mas dane-se.

   Era bom passar um tempo assim com Rose.

   Por mais esclerosada que ela seja às vezes.

(...)

   Abaixei a tampa do vaso sanitário, me levantando cuidadosamente para que a tontura não voltasse. Praticamente me arrastei até a pia, me apoiando na parede. Escovei os dentes, lavei o rosto e o sequei, me olhando no espelho. Meus olhos estavam um pouco fundos, e eu estava mais abatida.

   Droga.

   Eu devia estar com alguma virose, ou algo assim. Passei a mão pelo pescoço, e o senti fervendo. Suspirei. Voltei para o quarto e me deitei, sentindo todo o meu corpo implorar para não sair daquele colchão fofo jamais. Eram cinco horas da tarde, e a qualquer momento Edward chegaria com as crianças.

   Não demorou.

   Ouvi a porta do quarto ser aberta, mas não abri os olhos tamanha a minha indisposição. Ouvi Edward sussurrar algo, com certeza para as crianças, e forcei meus olhos a se abrirem. Vi Edward sentando ao meu lado na cama, me olhando preocupado e Mel, Nessie e Austin subindo na cama.

- Como você está, mamãe? – Austin perguntou.

- Estou bem. – murmurei.

   Nessie e Edward reviraram os olhos, e Mel sorriu levemente.

- Não adianta tentar enganar, não. – Mel disse.

- Luce me disse que você saiu com Rose. – Edward falou. – Você não devia ter feito isso, Bella. Você já não estava bem...

- Eu estava melhor quando saí com ela, mas há umas duas horas eu passei mal novamente. – expliquei. – Não sei por quê.

   Edward suspirou e assentiu. As crianças continuaram mais um tempo ali, conversando comigo, mas logo eu mandei todo mundo ir tomar banho porque não queria nenhum porquinho comigo. Eles riram, me beijaram e saíram do quarto, deixando apenas eu e Edward. Ele retirou seu paletó, a gravata, os sapatos e abriu alguns botões da blusa. O puxei para que ele deitasse ao meu lado, e me aninhei em seu peito. Seus braços me envolveram, me apertando contra si.

- Você está queimando em febre, Bella. – ele falou agoniado. – Eu te levarei ao hospital amanhã.

- Não... – murmurei.

- Não seja absurda. – recriminou. – Você está péssima, e temos que ver o que é. Você teve enjoos?

- Sim.

- Já pensou na hipótese de que você pode estar... – ele murmurou, parecendo receoso em dizer o que estava prestes a vir. – Grávida?

   Mundo...

   Quando eu voltar a ficar normal e conseguir ao menos abrir os olhos, eu bato um papo SÉRIO com você. Ok? Ok.


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Notas finais do capítulo

IHHHHH... O que será que é agora? LOL.
Lá no grupo todo mundo já acha que é gravidez! Será? Será que vai ter mais uma criança? hehehe.
Bom, me digam o que vocês acham! :D
E eu não respondi aos reviews do capítulo passado, me desculpa mesmo, gente! Mas eu (eu mesma) quebrei meu pc, PISANDO EM CIMA. Ou seja: minha vida tá um caos e eu tenho que usar o pc da minha mãe, o que não é legal. Ah, e eu também estou sem TODOS os arquivos das minhas fanfics novas. Ou seja: socorro.
MAS EU VOU DAR UM JEITO! Enquanto isso eu não vou parar de postar, ok?
Bom... Mandem revieeeeeeeeeeeews! Digam o que acharam do capítulo, o que acham que irá acontecer, etc.! *-*
Logo postarei o próximo!!
Link do grupo do Facebook, para quem ainda não está lá:
https://www.facebook.com/#!/groups/524763704223492/

Beeeeeeeeeeeeeijos! ♥