Hajimaru escrita por teffy-chan


Capítulo 30
Capítulo 30 - Para Sempre Guardiões


Notas iniciais do capítulo

As falas entre aspas e em itálico são do Tsukasa adulto narrando a história.
Boa leitura^^



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"- Depois que todos terminamos os estudos, cada um seguiu seu próprio caminho, e passamos a nos ver com menos frequência, mas ainda nos encontramos para contar as novidades sempre que possível."


"- Assim que se formou, Midori-san casou-se com o Fujisaki-senpai, e vive muito feliz com ele. Infelizmente, como ela se esforçava demais para agradar a mãe do senpai antes do casamento, acabou ficando um pouco parecida com ela, e se tornou uma pessoa mais séria e rigorosa do que era no tempo de estudante. Também criou uma certa obsessão pela arte da dança, que continua sendo o negócio da família até hoje. Por causa disso, ela perdeu a capacidade de ouvir e enxergar Shugo Charas no momento em que a Hime-chan se foi, mas ainda assim, é uma pessoa muito feliz."


"- Mikoto-san se casou com o Souma-senpai quando já estava grávida de seu primeiro filho, Kaidou-kun, e terminou os estudos às pressas, parando de estudar quando completou o colegial. O casamento foi bem difícil no começo por causa da situação financeira deles, mas, assim que Souma-senpai estabilizou sua situação e conseguiu o emprego de professor de Educação Física, as coisas melhoraram. Ela também perdeu a capacidade de enxergar e escutar Shugo Charas com o passar do tempo, aconteceu depois que o segundo filho dela, Shuusui-kun, nasceu. Como sabem, ela teve mais três filhos depois, totalizando cinco crianças, todos garotos. Todos os filhos dela estudaram na Academia Seiyo."


"- Daisuke-kun conseguiu passar na prova que tinha feito para a faculdade de moda que queria, e se saiu tão bem que ganhou uma bolsa de estudos, e não precisou se preocupar com o custo dos materiais escolares, uniforme, nem nada disso. Ele passou o resto das férias revesando em dormir na minha casa, na do Aruto-kun, e de vez em quando na casa da Nodoka-san, e quando as aulas da faculdade começaram, ele passou os três próximos anos vivendo no alojamento do campus. Durante seu segundo ano de curso, ele começou a trabalhar em um café de mordomos, embora Midori-san cismasse em insistir que combinaria mais se ele trabalhasse em um maid café. Assim que se formou, ele cumpriu sua promessa e pediu a Nodoka-san em casamento. Hoje ele é um famoso estilista de moda feminina, continua casado com a Nodoka-san, teve dois filhos, e visita frequentemente os outros Templos da cidade, ajudando os sacerdotes de lá com o que pode. Ele ainda fala com o irmão e com o pai de vez em quando, mas nunca mais voltou ao Templo Yuiki, nem viu a mãe dele de novo. O irmão dele foi forçado a cuidar do Templo, embora não leve o menor jeito pra isso. Por causa disso, quase ninguém mais conhece o Templo Yuiki, nem os boatos sobre a criança travesti do Templo. Daisuke-kun continua enxergando Shugo Charas até hoje."


"- Depois que Jiyuu se foi, Aruto-kun se esforçou ao máximo nos estudos e, quando se casou com Souko-san, assumiu a Presidência da Easter por algum tempo. Pouco antes de assumir completamente a liderança da Easter, Aruto-kun fez uma viagem à Europa. Lá, em um passeio junto com Souko-san e Hotori-senpai, que também tinham ido nessa viagem, eles encontraram em uma loja de antiguidades a chave que fazia par com o cadeado que Daisuke-kun me deu, a Dumpty Key. Não sabemos até hoje como a chave foi parar na Europa, mas Aruto-kun a comprou. Pouco depois de Aruto-kun e Souko-san terem ficado juntos, Hotori-senpai se declarou para Mizue-neesan, que depois de muito enrolar, aceitou os sentimentos dele. Os dois casais se davam muito bem, e foram melhores amigos durante alguns anos. Infelizmente, Aruto-kun não aguentou ficar no comando da Easter por muito tempo e, alguns anos após dele ter se casado com Souko-san, e ter tido dois filhos, ele sumiu no mundo, deixando para trás seu violino e a Dumpty Key. O violino foi dado ao filho mais velho dele, e a chave ficou com Hotori-senpai por algum tempo, que a deu para seu filho, e que agora está em poder do filho mais velho do Aruto-kun. Na última vez que o vi, uma semana antes dele desaparecer, Aruto-kun ainda enxergava Shugo Charas. Ninguém conhece o paradeiro atual dele."


"- Como era o mais novo, eu fui o último a terminar o colegial. Eu terminei o meu livro sobre Shugo Charas, como vocês bem sabem, e quando me formei, fui estudar astronomia no exterior, e consegui me tornar um vidente famoso em menos tempo do que imaginava. Quando voltei ao Japão, a Academia Seiyo estava praticamente falida, quase sem alunos, então não foi difícil convencer o filho do antigo Diretor a me vender a escola, e tenho sido o Diretor desde então. Eu guardei o Humpty Lock por muitos anos, esperando que a próxima criança possuidora de mais de um Shugo Chara aparecesse, para que eu pudesse entregá-lo à ela. E, há pouco mais de um ano atrás, a espera enfim terminou, e o Humpty Lock foi entregue à sua nova dona."

*** Fim do Flashback ***


Quando Tsukasa terminou de contar sua história, os atuais Guardiões o encaravam todos boquiabertos, com os olhos saltando das órbitas, sem nem saber o que dizer depois de ouvirem tudo aquilo. Amu estava completamente pasma, e parecia um tanto eufórica, como se tivesse acabado de ouvir a melhor fofoca do ano; Rima estava com os olhos esbugalhados, e tinha se esquecido até da xícara de chá diante ela tamanho era o choque; Tadase estava de queixo caído, e o rosto um pouco corado, a cabeça dando voltas depois do turbilhão de informações jogadas em cima dele; Nagihiko estava igualmente confuso e atordoado, ele queria comentar sobre os muitos fatos que acabara de ouvir, mas não sabia nem por onde começar; Kukai, que tinha chegado no meio da história, em uma de suas muitas visitas ao Royal Garden, estava com os olhos saltando das órbitas e o queixo caído, formando um perfeito "o"; E Yaya tinha se levantado e agora pulava inquieta no mesmo lugar, mais agitada do que de costume, não se aguentando de tanta ansiedade e empolgação.


– E então... o que acharam? - Tsukasa indagou, começando a ficar incomodado com aquele silêncio anormal - Acham que podem aproveitar alguma coisa para o Festival Escolar?
– Meu papai era um Guardião?! - Yaya quebrou o silêncio, quase pulando em cima de Tsukasa de tanta empolgação - E ainda por cima tinha dois Shugo Charas??
– Minha mãe foi a primeira Às de Seiyo? Sério?! - Kukai gritou antes que o Diretor pudesse responder a pergunta da Às. Ele havia chegado na metade da história, e ficou rapidamente interessado na história de Tsukasa quando ouviu que sua mãe tinha sido uma Guardiã de Seiyo no passado, concordando milagrosamente em ouvir tudo em silêncio - E ainda por cima participava de times esportivos?! Que demais!!
– A minha mãe foi Rainha?! - Nagihiko exclamou, ainda pasmo - Então foi por isso que ela ficou tão feliz quando Nadeshiko foi nomeada Rainha...
– Sim, sim... a maioria dos pais de vocês já foram Guardiões. E todos estudaram em Seiyo - Tsukasa confirmou, sorrindo ao ver a ansiedade dos mais novos
– Não apenas os nossos pais, né... até o pai do Ikuto já estudou em Seiyo! - Amu exclamou em choque
– E ainda por cima foi um Guardião - acrescentou Rima, voltando ao seu chá após o choque ter passado
– Esquece o pai do Ikuto! O pai da Yaya foi um Guardião! - a ruiva gritou, como se apenas isso importasse - Kyaaa, ele era um Coringa e purificava Batsu Tamas, assim como a Amu-chi faz hoje, e... ele era um travesti!! Yaya não pode acreditar!
– É, nem eu posso acreditar - Nagihiko resmungou para si mesmo - Pelo jeito as preces dele não deram certo afinal... meu pai tinha razão, a "maldição" da família continua
– Então é por isso que somos obrigados a realizar as tarefas de Valete?! Tudo porque o pai do Ikuto era um péssimo jogador de baralho?? - Kukai exclamou, sobrepondo-se ao seu sucessor
– É, bem observado - Nagihiko concordou - Agora já sabemos a quem culpar
– Então foi por isso que o senhor deu o emprego de professor ao Nikaidou-sensei, mesmo enquanto ele trabalhava para a Easter - Amu observou - O senhor já tinha conhecido ele antes
– Sim... eu conversei pouco com ele quando éramos pequenos, mas eu sempre me culpei por não ter podido ajudá-lo com seu Chara - Tsukasa contou - Quando o reencotnrei depois de todos esses anos... eu sabia que ele trabalhava para a Easter desde o começo, mas acreditava que ele tinha tomado o caminho errado por causa do que aconteceu ao Chara dele, então quis ajudá-lo. Eu não pude fazer nada por ele da primeira vez, mas não deixaria que acontecesse a mesma coisa da segunda
– É realmente surpreendente saber que todas essas coisas aconteceram antes de nascermos - Tadase comentou assombrado
– Ahh quem diria que o pai da Yaya foi alguém tão poderoso, com mais de um Chara, e... ahh a Yaya queria tanto ter conhecido a Yui-chan!! - Yaya gritava, escandalosa como sempre, alheia aos comentários dos demais - Ah, mas ele sofreu tanto quando era criança... isso é tão triste, Yaya não tinha a menor idéia! Por isso que o papai nunca me deixou conhecer a vovó, e quase não me deixava ver meu tio... isso é tão injusto! Por que o papai nunca me contou?
– Bem, ele provavelmente não queria que você soubesse que ele teve uma infância difícil... e ele tem feito de tudo pra que você fosse uma criança feliz, e não passasse pelos mesmos problemas que ele passou - Tsukasa falou gentilmente
– É, mas parece que ele tem feito até demais... acabou transformando a filha numa criança mimada - Rima comentou, lançando um olhar de reprovação para Yaya
– Então quer dizer que a minha mãe tinha uma obsessão por travestis quando era criança, é? - Nagihiko falou, erguendo uma sobrancelha - É, isso explica muita coisa...


** Flashback na cabeça de Nagihiko **

Cinco anos atrás, no escritório de diretoria na Academiya Seiyo, Midori havia levado uma criança para fazer uma matrícula escolar naquele colégio.


– Boa tarde, Midori-san. Por favor, sente-se - Tsukasa cumprimentou, indicando as cadeiras vazias diante da mesa dele, onde Midori e a criança se sentaram - Então... essa é a criança da qual você me falou? - ele indagou, observando com curiosidade a versão cinco anos mais jovem de Nadeshiko
– Exatamente. Essa é minha filha, Fujisaki Nadeshiko - a mulher respondeu com o ar sério e imponente que havia adquirido ao longo dos anos, indicando a criança com a mão - Vamos, cumprimente-o, Nadeshiko
– Hai... boa tarde, senhor Diretor. É um prazer conhecê-lo - Nadeshiko cumprimentou, sorrindo educamente como havia sido ensinada
– Também é um prazer te conhecer. Meu nome é Amakawa Tsukasa - ele cumprimentou a criança, sorrindo mais abertamente - Demo nee, Midori-san... então você realmente fez isso... - ele comentou com a mulher, embora ainda observasse a criança
– Mas é claro. É uma tradição da família Fujisaki afinal. Fora os outros motivos que você já conhece - Midori respondeu, deixando escapar um pequeno sorriso - Agora, sobre a "condição especial" de minha filha... bem, eu escolhi matriculá-la aqui porque imaginei que alguém como você não iria se opor à esse detalhe... estou certa?
– Certíssima, como sempre. Depois de tudo o que aconteceu, não teria como eu criar problemas por um motivo como esse afinal - Tsukasa sorriu, como se estivesse recordando de algo do passado
– Etto... Okaa-san? - Nadeshiko chamou hesitante - Por acaso você... contou para ele que eu...?
– Sim, Midori-san já me informou sobre a sua situação, Nadeshiko-chan - Tsukasa respondeu pela mulher - E, desde que você tome o devido cuidado para que os outros estudantes não descubram, não há o menor problema sobre isso. E, já que você vai se tornar uma estudante de Seiyo, eu... gostaria também que você ocupasse o cargo de Rainha dos Guardiões, se não se importar - ele acrescentou, notando a presença da Shugo Chara que voava ao lado da criança, que Midori não podia enxergar
– Eh? Rainha de que?! - Nadeshiko exclamou confusa, ainda sem acreditar que o Diretor tivesse aceitado que ela se matriculasse lá tão facilmente, mesmo sabendo sobre o que ela realmente era
– É um cargo importante dentre os Guardiões da Academia Seiyo... basicamente, estou pedindo para que você se torne membro do Conselho Estudantil - Tsukasa explicou, sorrindo gentilmente
– Ah, um Conselho Estudantil... mas... e-eu não sei nada sobre essa escola... - ela murmurou insegura
– Não se preocupe. Meu sobrinho também é membro do Conselho, pedirei que ele te ensine tudo o que for necessário - ele a tranquilizou - Você se importa, Midori-san?
– Imagine, claro que não. Ter minha única filha ocupando o cargo de Rainha... é uma grande honra na verdade. Obrigada, Tsukasa-kun - a mulher respondeu, sorrindo, sem dar realmente importância ao motivo pelo qual Tsukasa havia eleito Nadeshiko como Rainha, mas apenas orgulhosa da filha ter sido escolhida para ocupar o mesmo cargo que foi dela na infância
– Eu que agradeço. Agora, vamos à parte mais chata e cuidar da papelada para fazer a matrícula.

** Fim do Flashback **


– Então foi por isso... que minha mãe ficou tão feliz quando Nadeshiko se tornou Rainha - Nagihiko murmurou para si mesmo - E pensar que aquela versão gentil e delicada dela se tornou o que é hoje...
– Infelizmente, por influência da mãe do do seu pai, Midori-san acabou se tornando meio... ahn...
– Uma megera rabugenta? Pode dizer, eu sei que ela é - Nagihiko falou, aparentemente sem se importar
– Bom, eu ia dizer severa e rígida, mas... é - Tsukasa acabou confirmando - Por causa disso, ela perdeu a capacidade de enxergar Shugo Charas, e por isso nunca pôde ver o Rhythm ou a Temari
– Então é por isso que o senhor ajudou... ahn, a Nadeshiko, quando minha mãe a matriculou nessa escola, não é? - o Valete indagou, e o Diretor assentiu com um aceno de cabeça, o sorriso de sempre estampado no rosto - É claro, depois de conviver tanto tempo com a tal Yui-chan, isso deve ser até normal... - ele resmungou para si mesmo
– Ah, mas e a minha mãe?! Por que ela não pode mais ver Shugo Charas? - Kukai perguntou, alheio às preocupações de Nagihiko
– Bem, Mikoto-san realizou o sonho dela - Tsukasa falou - Porém, ao contrário do que aconteceu com a Midori-san, sua mãe sabe o motivo pelo qual você foi escolhido como um Guardião
– Ela... sabe? - Kukai indagou, forçando sua memória para compreender aquilo - Ah... então foi por isso...


** Flashback na cabeça de Kukai **

Seis anos atrás, na casa da família Souma.

– Tadaima Kaa-san! Tadaima, Niichan-tachi! - a versão seis anos mais jovem de Kukai exclamou, sorrindente, ao chegar da escola
– Okaeri Kukai - sua mãe cumprimentou, vindo da cozinha - Seus irmãos ainda não chegaram
– Ah, que pena... eu queria dar a notícia pra todo mundo junto... - o menino resmungou
– Que notícia, querido?
– Adivinha só, mamãe! O Diretor da escola disse que quer que eu me torne um Guardião! - o ruivo exclamou com empolgação - Eu não entendi bem o que é, parece um tipo de Conselho Estudantil, pelo que ele me disse, mas... ele falou que quer que eu ocupe o posto de Valete! Parece ser algo tão incrível! Não é demais?
– Ele... te escolheu como um Guardião? - Mikoto repetiu incrédula, e Kukai confirmou com um vigoroso aceno de cabeça - Mas... todos os seus irmãos estudaram em Seiyo, e nenhum nunca foi eleito Guardião... então por que só você...? Ah, só se... - ela murmurou mais para si mesma do que para o filho, parecendo estar tentando se lembrar de algo importante - Se me lembro bem, o requisito principal para se tornar um Guardião era... é claro, então é isso... o Kukai deve ter um...
– Que cara é essa, Kaa-san? Não está feliz? - Kukai indagou, estranhando a reação da mãe
– É claro que sim... estou muito feliz e orgulhosa de você. Parabéns, Kukai, aposto que será um excelente Guardião - Mikoto enfim sorriu, e abraçou o filho com força - Eu gostaria de poder ver... o tipo de Shugo Chara que o meu filho tem. Acho que o Tsukasa ainda pode ver... vou perguntar pra ele depois
– Hein? O que disse, Kaa-san? - Kukai indagou, tentando se soltar dos braços dela
– Nada, querido. Eu só disse parabéns - ela o soltou, ainda sorrindo para o menino.


** Fim do Flashback **


– Então a mamãe... ela sabia sobre o Daichi, mesmo sem poder enxergá-lo... - Kukai murmurou pasmo
– Mikoto-san sempre teve um grande instinto maternal, e uma forte índole protetora, mas infelizmente, perdeu a capacidade de enxergar os Shugo Charas com o tempo... porém, isso explica porque ela acabou tendo tantos filhos
– Só porque tinha instinto materno? - Rima falou ceticamente, erguendo uma sobrancelha - Eu tenho um outro nome pra isso...
– O que você tá falando da minha mãe aí, ô tampinha?? - Kukai a fuzilou com o olhar, e Rima reconsiderou a idéia de arranjar briga com alguém que tinha pelo menos o dobro do tamanho dela e calou-se, ainda que à contragosto
– Nee... o Ikuto sabe dessa história? - Amu perguntou - Eu sempre me perguntei porque ele tinha Dumpty Key, e como foi parar nas mãos dele... também sempre pensei como tinham surgido o Humpty Lock e a Dumpty Key...
– Eu contei sobre isso pro Ikuto-kun há muitos anos, quando ele ainda era uma criança - Tsukasa contou, lembrando-se da ocasião.


** Flashback na cabeça de Tsukasa **

Nove anos atrás, na casa da família Hotori, quando Ikuto e Utau tinham ido viver lá apos o desaparecimento de Aruto.


– Que coisa é essa afinal? Como esse ovo foi parar na minha cama? - um garotinho de olhos e cabelos azulados perguntava-se, sentado na varanda da casa, segurando um ovo preto e branco com desenhos de gatos nele - E tem um monte de desenhos de gatinhos ainda por cima, que coisa esquisita...
– Quer que te conte o que é isso, Ikuto-kun? - Tsukasa indagou, sobressaltando o menino, que não tinha notado sua aproximação
– Ah, o senhor de novo... como sempre, consegue aparecer de fininho sem ninguém notar, hein?! - o menino exclamou com irritação para disfarçar o susto
– É um tipo de dom que eu tenho... - Tsukasa cantarolou
– "Dom", sei... - Ikuto resmungou - Mas, espere, o senhor consegue ver esse ovo?! - ele exclamou espantado, e Tsukasa confirmou com um aceno de cabeça - Mas como isso é possível?! Eu mostrei pra um monte de gente pra perguntar o que era, mas nenhum adulto consegue ver!
– Vai ver eu ainda tenho um lado criança dentro de mim, eu acho... - Tsukasa respondeu com um sorriso misterioso
– É, o senhor realmente parece ser mais infantil até do que eu às vezes - o menino resmungou
– Mas, e então? Que conte o que significa esse ovo? - Tsukasa indagou, ignorando o comentário dele
– Não precisa - Ikuto respondeu aborrecido - Ao invés disso, queria saber onde o meu pai se meteu... até quando vou ter que ficar vivendo aqui afinal?
– Essa é uma excelente pergunta... que, infelizmente, nem mesmo eu tenho a resposta - Tsukasa respondeu, parecendo realmente lamentar esse fato - Mas, seu pai tinha um ovo como esse também, sabia?
– Quê?! Meu pai também tinha um ovo com desenhos de gatinhos?? - Ikuto exclamou espantado
– Bem, o dele tinha uma estampa diferente, mas... ele tinha um ovo como o seu - o mais velho contou - E o nome disso é Shugo Tama, na verdade
– Não quero saber o nome desse ovo... quero saber aonde raios meu pai se meteu! - o menino exclamou aflito - Às vezes tenho vontade de ir embora desse lugar e ir procurá-lo eu mesmo...
– Então, quer fazer isso? - Tsukasa indagou
– O que?! Mas o senhor disse que não sabe onde ele está! - o menino rebateu
– Realmente nem faço idéia de onde ele esteja - ele confirmou - Porém, também tenho vontade de descobrir aonde ele se escondeu e encontrá-lo... então, por que não procuramos juntos?
– O senhor... está falando sério? - Ikuto indagou duvidoso
– Mas é claro. Não posso deixar que o filho "dele" saia pelo mundo sozinho, sem ninguém pra cuidar dele... principalmente, se também possui um Shugo Tama
– Nee... o senhor fala do meu pai como se o conhecese há muito tempo - Ikuto observou - Por acaso eram amigos?
– Sim... vou te contar sobre isso.


** Fim do Flashback **


– Ikuto-kun ficou muito surpreso em saber disso, assim como vocês... mas isso só o fez desejar mais ainda herdar a Dumpty Key - Tsukasa concluiu, sem contar essa última recordação para as crianças
– Então finalmente descobrimos de onde vieram esses objetos... eram do Templo do pai da Yuiki-san - Tadase falou, olhando para o cadeado pendurado no pescoço de Amu - Realmente, eu nunca ouvi falar de um Templo Yuiki. Mas, se esses objetos são heranças da família da Yuiki-san... então não devia ser ela a ficar com o Humpty Lock?
– Não - Tsukasa negou - Daisuke-kun foi muito claro quando me entregou o Humpty Lock. Ele me mandou entregá-lo para a próxima criança possuidora de mais de um Shugo Chara, e esse alguém é a Hinamori Amu-san. Mesmo se a Yaya-chan tivesse o Humpty Lock, ela possui apenas uma Shugo Chara, então não poderia ativar o poder do cadeado. Prova disso é que o cadeado esteve com vocês durante esse tempo todo, antes da Amu-san vir estudar em Seiyo, e ninguém nunca conseguiu ativar o poder dele
– Mas isso tudo é mesmo surpreendente... pensar que minha mãe e o pai da Yaya-chan eram... ahn, "melhores amigas" quando eram crianças - Nagihiko comentou
– Pois é! Se fosse como o seu pai falou, e meu pai realmente gostasse da sua mãe... então nós seríamos irmãos, Nagi! Não é incrível?! - Yaya bradou, por algum motivo empolgada com a idéia, e não parecendo estar nem um pouco interessada sobre quem deveria herdar o Humpty Lock
– Realmente... é incrível pensar como as decisões de algumas pessoas podem afetar tanto a vida de outras - Nagihiko murmurou, nem tão empolgado assim com a idéia - Ah, mas espere... se eu fosse irmão da Yaya-chan, então a Nadeshiko não precisaria... não, mas mesmo assim, ser irmão da Yaya-chan é... não sei se valeria a pena o sacrifício... - ele começou a resmungar para si mesmo, parecendo estar vivendo um sério conflito interno
– Tsukasa-san - Tadase chamou - Aquela última conversa sua que o senhor nos contou com... etto, com o pai da Yuiki-san... bem, sobre aquilo... o senhor realmente desistiu? A pessoa que o senhor gostava... por acaso era...?
– Meu querido e adorado sobrinho Tadase - o homem o interrompeu - Eu contei essa história para vocês para que vocês não repitam os mesmos erros que eu e os outros cometemos quando crianças. Nós abrimos mão de muitas coisas importantes para nós, sacrificamos sentimentos, privilégios, relacionamentos, e até mesmo nossos Shugo Charas, afim de atingir um objetivo, quando talvez isso não fosse necessário. Midori-san sacrifiou sua personalidade alegre e gentil que tinha antes, tornando-se uma pessoa rígida e severa, afim de facilicar a convivência com a família do homem que ela amava. Mikoto-san sacrificou seu amor pelos esportes, que era o que mais gostava, para se tornar mais feminina, acreditando que desse jeito não perderia Souma-senpai para nenhuma outra garota. Aruto-kun sacrificou seu amor pelo violino, sua felicidade, e a vida de seu Shugo Chara para acabar com os empecílios que o impediam de ficar com Souko-san. Daisuke-kun sacrificou a vida de sua Shugo Chara por medo de contar a verdade para a garota que ele amava, e depois sacrificou a vida de seu outro Shugo Chara, e o relacionamento com sua família, para ficar ao lado dela. E eu... eu sacrifiquei meu primeiro amor pela felicidade da pessoa mais importante pra mim, e também para alcançar meu objetivo de me tornar Diretor de Seiyo e reunir uma nova geração de Guardiões com Shugo Charas. Todos éramos jovens e imaturos, não tínhamos ninguém pra nos aconselhar ou nos dizer o que fazer e, por causa disso, fizemos algumas escolhas tolas, e tomamos decisões erradas. Por isso estou contando essa história pra vocês, pra que não cometam o mesmo erro que cometemos no passado
– Tsukasa-san... - Tadase murmurou, sem completar a frase, lembrando-se subitamente de um acontecimento de muitos anos atrás.


** Flashback na cabeça de Tadase **

Seis anos atrás, na casa da família Hotori.


– O que?! O senhor quer que eu seja o Rei dos Guardiões?? - a versão com apenas sete anos de idade de Tadase exclamava em choque para Tsukasa
– Sim, exatamente. Você é perfeito pra isso, Tadase - o homem confirmou
– Mas por que eu?! Só porque eu sou seu sobrinho? - o menino indagou
– Isso é apenas um detalhe - o mais velho respondeu - É verdade que me deixaria muito feliz o fato de um parente meu ocupar o mesmo cargo que ocupei quando era criança, mas... não é esse o motivo
– Então, por que?! - Tadase inquiriu - Eu não posso cuidar sozinho de um monte de papéis e documentos importantes, sou apenas uma criança de sete anos de idade! É muita responsabilidade, eu não vou dar conta... se não é porque sou seu sobrinho, então por que eu?! O que eu tenho de tão especial para me tornar o líder dos Guardiões afinal??
– Não é "o que", e sim "quem" - Tsukasa corrigiu - É porque você tem ele ao seu lado - ele apontou para Kiseki, que vovava ao lado do dono, e observava a conversa dos dois
– Por causa do Kiseki? O que ele tem a ver com isso?! - Tadase indagou sem entender - É só por que ele tem essa aparência de Rei? Por isso quer que eu seja o líder?
– Não, não é só por isso. Embora o fato do seu Shugo Chara ter nascido com a forma de um líder importante tenha contribuído para essa escolha - Tsukasa admitiu - Nee, Kiseki, você também não acha que o Tadase devia ser o líder dos Guardiões e ocupar o posto de Rei? - ele apelou para o Chara
– Mas é claro! Em se tratando do posto de um Rei soberano, não há ninguém mais indicado do que o Tadase para assumir o posto! - Kiseki concordou prontamente, parecendo empolgado com a idéia
– Não concorde tão facilmente com o que ele diz, Kiseki! - Tadase reclamou
– Tadase, entenda... o principal requisito para ser um Guardião é possuir um Shugo Chara. Raríssimas crianças daquela escola possuem um, e você é o primeiro aluno que eu terei que possui um Chara, por isso quero que você seja o Rei - Tsukasa explicou - É claro que, se você não quer tanto assim, eu não vou te obrigar a fazer isso. Mas, você realmente não pode fazer um esforço para atender ao pedido do seu único tio? - ele encarou o menino com um olhar suplicante e terrivelmente fofo, parecendo ter ficado quinze anos mais jovem
– M-Mas o que... o que o senhor... p-pare de fazer essa cara fofa de filhote de cachorro que caiu da mudança só pra conseguir o que quer! - Tadase exclamou desnorteado, podendo jurar que tinha visto estrelinhas piscando ao fundo
– Ora, e por que eu deveria, se você também faz o mesmo pra conseguir o que quer? De quem você acha que herdou isso afinal? - o homem respondeu, dando uma piscadela
– O que?! Eu não faço isso! - menino discordou
– Ah, ainda é inconsciente? Bom, tudo bem também - Tsukasa sorriu com um ar misterioso, deixando o sobrinho ainda mais confuso - Mas, então, isso quer dizer que você aceita o meu pedido?
– Parece que não tenho escolha, não é? - o menino resmungou com um ar derrotado - Embora eu ainda não saiba como poderei fazer isso sozinho...
– Não se preocupe, eu também já fui o Rei de Seiyo uma vez, e o Rei Fundador, como você bem sabe. Te ajudarei com tudo o que você precisar, fique tranquilo. Além do mais, você não estará sozinho! - Tsukasa corrigiu - Também pretendo convidar um aluno que está em uma classe acima da sua, o Souma Kukai-kun, para fazer parte dos Guardiões. Se ele aceitar, provavelmente ocupará o posto de Valete. E também, uma outra criança, que os pais pretendem matricular na Academiya Seiyo quando o novo sementre começar... bem, essa criança está em uma situação mais delicada, mas, se os pais dela concordarem, provavelmente ocupará o posto de Rainha
– Hein? Como assim, "situação delicada"? - o mais novo indagou curioso
– Eu te contarei se os pais dela concordarem que a criança faça parte dos Guardiões, então você terá que esperar um pouco - ele respondeu simplesmente e, em seguida, abraçou o sobrinho - Obrigado, Tadase. Obrigado por aceitar o cargo de Rei, e dar continuidade ao que eu comecei... não se preocupe, te ajudarei em tudo o que você precisar
– De nada... Tsukasa-san... - o menino murmurou, sem saber o que dizer e nem o motivo de aquilo ter deixado seu tio tão alegre, e abraçou o homem de volta, sem conseguir deixar de se sentir contente por ter deixado seu tio tão feliz.


** Fim do Flashback **


– Tsukasa-san... - Tadase chamou novamente, sem realmente saber o que dizer a seguir, uma parte dele um tanto inconformada por ter caído no "ataque brilhante" do tio - Então foi por isso que o senhor... me escolheu como Rei... - ele murmurou incoerente, vendo o tio sorrindo da mesma forma misteriosa de sempre para ele e, antes que o loiro soubesse como completar a frase, foi interrompido
– Yaya não acredita que vocês sofreram tanto quanto eram criançaaaaaaas!! Pobrezinhoooos!! - Yaya interrompeu o que Tadase ia dizer, caindo no choro de repente - Que cruel, os papais e as mamães de todos passaram por tantas coisas ruins... a mamãe do Nagi não enxerga mais Shugo Charas, o papai do Ikuto sacrificou o Shugo Chara dele, e... ah! - ela parou de chorar tão repentinamente quanto tinha começado - Mas a Yaya não entendeu uma coisa! Se o papai da Yaya ainda pode enxergar Shugo Charas, então como ele nunca viu a Pepe-chan até hoje? - a ruiva indagou, mudando de assunto do nada
– Ou ele finge que nunca a viu - Tsukasa corrigiu, dando uma piscadela, e fazendo a ruiva se lembrar de uma coisa de muitos anos atrás.


** Flashback na cabeça de Yaya **


Sete anos atrás, na casa da família Yuiki.

– Tadaima! - Daisuke exclamou ao chegar em casa
– Okaeri, Daisuke - Nodoka respondeu, vindo da cozinha para cumprimentá-lo - Como foi no trabalho?
– Correu tudo bem. Se continuar nesse ritmo, a nova coleção de roupas vai sair antes do que eu pensava - ele respondeu sorrindo, dando um rápido beijo na mulher
– Isso é ótimo! - ela exclamou, alargando o sorriso - Quero ouvir mais sobre isso, mas depois. Agora vá tomar um banho, depressa, o jantar está quase pronto - Nodoka acrescentou, voltando para a cozinha
– Okaeri papaaaai!! - Yaya veio correndo da direção que dava para seu quarto, pendurando-se no pai, que a segurou no colo, mesmo a menina já estando com cinco anos de idade
– Tadaima, minha Princesinha - ele respondeu sorrindo, abraçando a filha
– Princesinha não! - a menina exclamou emburrada - Já disse que Yaya não é uma Princesa! Yaya é um bebê, e sempre será!
– Mas, Yaya, você já está com... cinco... anos... - ele interrompeu a bronca pela metade ao notar a pequenina Chara com roupas de bebê, que tinha nascido há apenas poucas horas, e que vinha voando atrás da menina, e sentiu seu queixo despencar com o choque
– Hein? o que você disse, papai? Yaya não ouviu! - a menina exclamou
– Nada... apenas que, se a Yaya-chan quer ser um bebê, então ela será sempre o meu bebê. Porque a Yaya-chan pode ser o que ela quiser afinal, não é? - ele sorriu para a menina, voltando a abraçá-la, enquanto ela concordava sorrindo.

** Fim do Flashback **


– Então o papai... ele viu a Pepe-chan naquela hora... - Yaya murmurou incrédula
– Sim... ele provavelmente não queria que você soubesse sobre a infância complicada dele, e se você soubesse que ele podia enxergar a Pepe-chan, e que já teve Shugo Charas quando criança, começaria a fazer perguntas... e Daisuke-kun não queria isso - Tsukasa explicou gentilmente
– Então o senhor não deveria estar nos contando tudo isso, não é, Diretor? - Rima observou, erguendo uma sobrancelha
– Bom, o outro motivo de eu ter lhes contado isso foi pra dar inspiração para o Festival Escolar que está se aproximando! - Tsukasa ignorou a pergunta dela, mudando de assunto rapidamente, já que parecia que todo mundo ali já tinha se esquecido sobre o Festival - Então, acham que podem usar alguma coisa dessa história para o Festival?
– Ahh com certeza! Depois de ouvir tudo isso, Yaya precisa fazer uma peça de teatro sobre essa história linda! - a Às parou de abrupdamente de lamentar a má sorte alheia, se empolgando de novo
– Ahh sim, precisamos fazer uma peça! - Amu concordou - Cada um de nós poderia representar um dos antigos Guardiões... o Tadase-kun tem que ser o Tsukasa-san!
– Ehh?! N-Não acho que eu consigo... - o loiro murmurou incerto, receoso com a perspectiva de interpretar o Diretor de Seiyo
– É claro que tem que ser você, Tadase, quem mais poderia ser?! - Kukai apoiou
– Yaya quer fazer o papel da primeria Às! - a ruiva gritou, erguendo a mão no ar - Etto, os outros... ahh sim, o Nagi deveria interpretar o papai da Yaya!
– Quê?! Eu não! O pai é seu, você que interprete ele! - o Valete rebateu
– Yaya não pode fazer isso, Yaya é uma menina! - ela exclamou - Mas você é perfeito pra isso, Nagi! Tem cabelo comprido e tudo, como ele tinha... ahh, e você ficaria incrível como a Yui-chan!
– Não! Isso não! Eu não vou usar saia de novo! - o Valete negou prontamente
– De novo? - Rima arqueou uma sobrancelha
– Você já usou saia antes Nagihiko?! - Amu acrescentou
– Não! Q-Quero dizer... eu não... ahh, parem com isso, vocês estão me deixando confuso! - ele gritou, se atrapalhando com as palavras - Por que não posso interpretar meu próprio pai?!
– Porque o seu pai não era um Guardião - Rima lembrou - Ou por acaso prefere interpretar sua mãe? Você teria que usar saia do mesmo jeito...
– Parem de querer inventar motivo pra me fazer usar saia!!! - Nagihiko gritou, começando a ficar sem idéias pra negar aquilo
– Bem, já que vocês já escolheram o tema para a peça de teatro, eu acho que vou andando - Tsukasa se levantou, e caminhou sem pressa de volta para seu escritório, ouvindo os gritos da discussão ao longe.


Quando chegou em seu escritório, viu que uma pessoa observava os Guardiões atuais pela janela, como ele mesmo costumava fazer. Uma pessoa alta, de cabelos curtos e azulados, cobrindo parcialmente um de seus olhos cor de safiras.


– Não quis se juntar à nós? - Tsukasa perguntou calmamente, sorrindo ao ver de quem se tratava
– Não, você sabe que nunca fui bom com crianças - o outro homem respondeu, ainda olhando pela janela - Você não deveria ter contado todas essas coisas pra eles, Tsukasa
– Não há mal nennhum em contar um pouco do nosso passado para essas crianças, assim eles podem aprender com nossos erros - o Diretor respondeu calmamente - Eu também contei sobre isso ao seu filho, Aruto-kun
– Ah, é claro que contou - o mais alto resmungou, virando-se de frente para ele - Mas... você tem cuidado do Ikuto por todos esses anos... mais até do que eu, que sou pai dele, então não posso te culpar por isso
– Você não pensa em vê-los? - o loiro indagou - Ikuto-kun e Utau-chan ainda são seus filhos, sabe, pode não parecer, mas eles sentem a sua falta... principalmente o Ikuto-kun
– Eu os vi antes de vir até aqu. O que não significa que eles me viram também, é claro...
– Você sabe do que estou falando Aruto-kun! - Tsukasa elevou a voz algumas oitavas - Você vem de tempos em tempos à cidade, só aparece quando dá vontade, mas nunca foi falar com eles!
– Eu não tenho o direito de agir como pai deles depois de todos esses anos ausente... os dois já cresceram, eles não precisam de um pai como eu
– E você... não pensa nem em ver a Souko-san...?
– Eu deixei a Souko pra trás há muitos anos, você sabe disso - Aruto lembrou - Jiyuu tinha razão no que me disse ao partir... eu sou como um gato de rua afinal, não nasci pra ficar preso em um escritório, ou à uma só pessoa. Eu quero ser livre, eu preciso ser livre. Não é à toa que o Shugo Chara do Ikuto nasceu com aquela forma... um gato de rua, assim como eu
– Ikuto-kun se parece muito com você - Tsukasa falou - Mas eu não entendo o que se passa na sua cabeça. Você aparece de tempos em tempos na cidade, mas nunca visita ninguém. Não fala mais com nosso antigos companheiros do Conselho, não procura mais a Souko-san, e só observa seus filhos de longe, sem nem falar com eles... então por que você sempre volta afinal?!
– Você não acha que isso é óbvio, Tsukasa? - Aruto rebateu, andando lentamente na direção do Diretor - Eu não falo com nenhum deles porque não são eles que eu venho visitar
– Aruto-kun...
– Sabe, aquele seu sobrinho - Aruto o interrompeu, dando uma última espiada na janela - Tadase é o nome dele, não é? Eu estava observando daqui enquanto você conversava com as crianças... e aquele menino se parece muito com você. Demora tanto pra entender certas coisas que chega a dar raiva! Realmente são muito parecidos... tem certeza de que ele não é seu filho, Tsukasa?
– Como poderia?! Tadase é filho da Mizue-neesan e do Hotori-san, você sabe! - Tsukasa lembrou, rindo da pergunta absurda do mais velho
– Ah sim, ele é filho da Mizue.... então realmente não tem como - Aruto murmurou, parecendo desapontado em perceber que sua teoria não tinha fundamento - Ainda assim, ele parece ser terrivelmente lerdo, assim como você. Eu continuo voltando aqui... porque ainda não terminei de cumprir todas as punições das muitas apostas que perdi pra você
– Então você ainda se lembra disso? - Tsukasa deu uma risadinha - Quer dizer que você continua voltando apenas para cumprir as punições das apostas que fizemos, é?
– Ei, pode não parecer, mas eu sou um homem de palavra, viu?! - o mais alto exclamou, fingindo-se de ofendido - Apesar de que... você não é mais o Rei dos Guardiões, então eu não sei se deveria continuar cumprindo as tarefas de Valete
– É verdade, Tadase é o Rei atual, e não eu - Tsukasa confirmou - Mas o Tadase já tem seu próprio Valete, ele não precisa dos seus serviços
– Ah, é? - Aruto ergueu uma sobrancelha, sorrindo de canto - Bom, melhor assim. Eu não gostaria de ter que prestar meus serviços a nenhum outro Rei que não fosse você. Então, Amakawa Tsukasa, vamos começar com as tarefas de hoje. Diga-me qual é o seu desejo, meu Rei... e que comece a diversão.


~*~ THE END ~*~


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Notas finais do capítulo

Olá, meus queridos leitores! Finalmente chegamos aqui, depois de trinta longos capítulos... ou melhor, longos uma ova, parece que acabou rapidinho .-. Ah, ainda lembro de dois anos atrás, quando eu aidna estava só planejando essa história toda na minha cabeça de vento que não processa nada além de animes, mangás e fics... e agora já acabou, parece que foi ontem que postei o primeiro capítulo '-'
mas,d eixando esse papinho nostálgico de lado... bom, o que acharam do final? Tá certo, todo mundo já sabia mais ou menos como tudo ia acabar, já que se tratava dos pais dos atuais Guardiões afinal, mas até que teve algumas surpresas, nee... e eu aposto como deve ter tido uma ou outra leitora que esqueceu que tudo isso era um flashback sobre uma história que o Tsukasa estava contando para os Guardiões XD E eu tenho certeza de que todo mundo se esqueceu de que ele só começou a contar essa história pra ajudar com o Festival Escolar daquele ano kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Só por curiosidade, qual papel vocês acham que cada Guardião iria interpretar??
Agora, sobre esse final... bom, eu d eixei meio em aberto porque nem todo mundo torcia pra eles ficarem juntos, então... aqueles que gostavam e torciam por Arukasa, podem concluir que os dois acabaram ficando juntos no fim das contas, mesmo que tenha demorado tanto tempo! E, pra quem não torcia pra eles ficarem juntos... bom, podem apenas concluir que o Aruto só realizou as tarefas de Valete mesmo e pronto XP Mas, quem quiser saber o final verdadeiro ao invés de tirar suas próprias conclusões, é só perguntarem nos reviews que eu respondo XD
Infelizmente, terei que me despedir por aqui... muito obrigada à todas as pessoas que acompanharam essa fic do início, a quem chegou pela metade, a quem só aparecia de vez em quando e até mesmo aos leitores fantasmas que devem estar aí lendo também... obrigada a todos por me ajudarem e me incentivarem a terminar mais uma história e por acompanhá-la até o final!!!
E, como todos sabem, essa fic acabou, mas eu pretendo começar outra fic de Shugo Chara (pois é, eu não tenho jeito mesmo =P ) então, caso alguém esteja interessado e queira ler, é só ir procurar no meu perfil daqui há uma ou duas semanas, mais ou menos =D
Deixem reviews onegai me dizendo o que acharam do final!! Mesmo quem não comenta com frequência, por favor façam um esforço pra deixar um reviewzinho pelo menos dessa vez, é o último capítulo afinal! *-*
Kissus e até a próxima fanfic! /o/