As horas passavam e era cada vez maior a minha vontade de acabar com aquilo tudo, mas me faltava coragem.
Eu olhava para mim, sempre sozinho naquela casa e, na maioria das vezes, machucado. Não só por fora... Mas machucado intensamente por dentro. Nada é pior do que você saber que não é amado por ninguém, nem mesmo pelas pessoas que te colocaram no mundo. Eles sempre reclamavam de mim, e nunca pararam pra pensar em como eu me sentia. Como queriam que eu reagisse? Jimmy me fazia passar por ridículos na frentes deles mesmos e era eu quem levava?

Me levantei e fui em direção à porta de casa. Precisava sair, não aguentava ficar mais nenhum segundo naquela casa.

Saí, sentindo aquele ar pesado de ódio, tentando ir o mais rapido possivél pra casa do Gee. Finalmente consegui chegar.
Estava tudo apagado. Não sabia direito qual era a janela do quarto dele, mas mesmo assim resolvi chamá-lo.

Eu- Gee! -mas ninguém aparaceu.

Sentei-me na grama e me aconxeguei debaixo de uma árvore.
Pensei...

"O que posso fazer?"

Olhava de um lado para o outro até que...

"Pedras!"

Sim, pedras... Janelas... Tudo combinava. Vidro, varanda, chão...

"Uh! Alguém mate-me, por getileza?"

Começei a catar pedrinhas do chão. As pequenas para não fazer muito barulho e não correr o risco de quebrar o vidro; joguei-as na janela.
Gerard apareceu na janela, e do lado um homem. Seu pai, provavelmente.

"Fodeu(?)"

Ele mandou eu esperar e desceu correndo.

G- Frank... Ei, o que houve com você?
Eu- Gee, me ajuda! -falei tocando em sua mão com carinho, morrendo de vontade de chorar.

"Mas será possível que você só sabe fazer isso?"

G- Ou, calma...
Eu- Alguém aí tava dormindo?
G- Estávamos. Mas não liga, ele não trabalha amanha.
Eu- Não?
G- Não, tá de licença...
Eu- Ah, sim...
G- Tá, isso não vem ao caso. O que aconteceu?
Eu- Gee, eu só tô aqui porque você é a única pessoa em quem eu confio...

Gerard sorriu-me.

Eu- Promete que vai estar sempre comigo?

Mas eu não tinha o direito de pedir aquilo. Ou... Tinha?

G- Claro, meu Frankie... -me abraçou forte.
Eu- Eu não sou nada sem você... -suspirei.

Apoiei meu braço em volta de seu pescoço e o beijei. Ele esncostava seus lábios nos meus de um jeito que eu não teria nem como descrever. Era bom, digo, muito bom. Além do que, eu sentia que o Gerard gostava de mim de verdade, e aquilo me fazia esquecer de todos os meus problemas e cair na real que eu seria incapaz de viver sem sua presença constante... Sem seus toques, suas carícias, sua voz... Sem seu cheiro, seu olhar penetrante e possuidor... Sem seu calor, sem nada.
Manteve seu corpo bem junto ao meu.