Past's Brand escrita por Jr Stutzel


Capítulo 7
Eispéiris


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeeeey gente. Como vão?
Melanie sendo adotada né? Será que ela vai querer ficar com a família? E como o Jonas vai agir? Mais algo estranho irá acontecer na casa? Descubram aí.



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Todos se entreolharam, Ana e Augusto sorriam, Melanie e Jonas estavam de olhos arregalados.

-Como? Não! - Jonas gostava de Melanie e estava até sendo legal viver com ela, mas não ia querer tê-la como irmã.

-O que quer dizer, Jonas? - perguntou Ana, indignada. - Estou recebendo pelos trabalhos no site e Augusto está com um ótimo emprego no centro, podemos cuidar de Melanie por dois anos, além disso simpatizamos muito com ela, e ela parece uma ótima garota - sorriu para Melanie.

-Quer saber, façam o que quiserem.

Jonas subiu para o seu quarto, aborrecido.

Melanie corou, não sabia o que dizer, ficou chateada pela reação de Jonas. Mas conseguia entender, seria meio rápido demais ter uma irmã adotiva daquela maneira.

-Então, Melanie. O que nos diz? - Augusto sorriu para a adolescente.

-Eu não sei, é...

Um grito agudo ecoou de algum lugar da casa.

-Lívia - Ana se levantou e seguiu o grito.

Todos correram em direção ao quarto de Ana e Augusto, onde Lívia também dormia. A menina estava ajoelhada diante a um grande espelho arredondado, chorando.

-O que houve, filha? - Ana a puxou pelos braços e a pegou no colo.

-O espelho, tinha algum bicho  ali, mamãe. Tava tentando me puxar.

-Bicho? - a colocou no chão e se aproximou do espelho.

Tudo o que via era seu próprio reflexo. Se aproximou e tocou-o, nada aconteceu. Lívia chorava abraçando as pernas do pai, Melanie e Clarissa estranhavam a atitude da garota.

-Vai ficar tudo bem, filha - disse Ana, agachando perto da filha, que se desagarrou do pai e abraçou a mãe.

-Bom... - soltou Clarissa - Preciso ir, podemos ir rápido com isso?

-Claro - disse Augusto, levando todas as outras até a sala.

Ana e Clarissa voltaram a se sentar e Augusto segurou a mão de Lívia, encostado no braço do sofá.

-Então, Melanie. O que nos diz?

A menina pensou em tudo o que já passou. A morte de seus pais, seu avô, e então sua avó. Não iria suportar ficar sozinho. Seria como morar com estranhos, mas ela sabia. Tinha se apaixonado pelo garoto, ele era tão atencioso e carinhoso apesar de seus nervosísmos. Fora a primeira vez em que se apaixonou por alguem tão rápido. Foram menos de dois dias, mas ela sabia que sentia algo forte por ele. Então tomou sua decisão...

-Eu aceito.

23 de janeiro de 2013, ás 13:02

O dia anterior passara em silêncio. Jonas se trancou no seu quarto e se enterrou em horas de Crossfire, Pointblank e Counter-Strike. Melanie arrumou suas coisas no quarto em que dormira mesmo temendo o que acontecera na noite anterior.

Por quê Lívia estava fazendo aquilo? Por que estava tão estranha? E por que a puxava para aquele lado do quarto, onde havia um buraco na parede, tampado por uma tampa de ferro?

A curiosidade a consumia, sabia que a casa não era dela e também que não devia mexer no que não a pertencia, mas talvez pertencia. A casa fora de seus tataravós, talvez o que estava lá era deles.

Agaichou perto da tampa e a arrancou, foi mais fácil do que pensou, estava mal colocada.

Dentro do pequeno compartimento haviam apenas folhas velhas com manuscritos curiosos e um livro parecido com um diário. Na capa haviam escritas desconhecidas em dourado e em letras corsivas, algo como: eispéiris.

Melanie recolheu todos os papéis e se sentou em sua cama. Abriu o livro e começou a ler...

"Que droga é essa?" ela pensou, curiosa.

No diário haviam fotos estranhas, todas de Catarina deitada em algum lugar com aparencia estranha, olhos fechados e em cada uma delas Catarina tinha uma estrela na testa.

Abaixo de cada foto havia escrito o seguinte: Eipéiris I, Eispéiris II... Crescendo respectivamente em cada foto."É minha tataravó?", se perguntava, Melanie. Já havia visto a tataravó em fotografias bem velhas, mas não daquela maneira estranha. Estava pálida e inconsciente, não sabia do que o livro se tratava, mas concerteza era algo estranho.

Ouviu a porta de Jonas se abrindo, colocou todos os papéis e o livro em baixo da cama rapidamente. Os passos vieram lentamente em direção ao quarto. A figura de Jonas apareceu na porta, Melanie o encarou com tristeza.

-Melly? - chamou o garoto, sua espressão era triste e arrependida.

-Oi - Melanie sorriu.

Jonas entrou lentamente no cômodo e se sentou no colchão ao lado de Melanie.

-Me desculpa... Eu não quis ser egoísta. Eu gosto de você e te quero aqui comigo, será ótimo te ter como irmã e... - o garoto foi calado com um beijo. Um lento e caloroso beijo.

-Não, não quero você como um irmão.

Jonas sorriu e os dois se abraçaram.

23 de janeiro de 2013, ás 19:46

-Bom... Vejo que vocês se entenderam - disse Augusto, ao ver Melanie e Jonas descendo as escadas de mãos dadas.

Os dois se olharam e sorriram, Augusto sorria com desconfiança.

-O jantar está pronto? - perguntou Jonas com o rosto vermelho de vergonha, soltou a mão de Melanie.

-Está sim, filho - gritou a mãe de Jonas da cozinha.

A família se sentou a mesa e começaram a comer. Ana e Augusto se sentiam felizes por abrigar Melanie, Jonas se sentia ótimo por tê-la ao seu lado e Lívia já não estava tão estranha. Comia normalmente ao lado dos pais, conversava sobre assuntos bobos com o pai, sem nada estranho.

Após a janta a família se sentou na sala, começaram a conversar sobre velhas aventuras engraçadas da família e tudo mais, enquanto a novela se passava na TV.

-Gente, vou subir para dormir, to com sono. Boa noite - anunciou Jonas.

-Boa noite - disseram todos em coro.

Jonas se levantou, olhou para toda a família e sorriu. Se sentia feliz.

Subiu as escadas e foi para seu quarto, ainda sentia medo do que acontecera mas sentia como se tivesse acabado, de alguma maneira não sentia que sua irmã estava "daquele jeito" novamente.

Se deitou e fechou os olhos pensando em como seria viver com Melanie. Sentiu um ar quente em seu pescoço, e que havia alguem deitado ao seu lado, ou algo. Virou a cabeça lentamente e viu Melanie. Mas não era Melanie, quer dizer, era. Sua roupa era a mesma, seus cabelos e seus profundos olhos azuis eram os mesmos, mas a pele era cinzenta e nojenta, parecia um monstro. Rapidamente ele se levantou da cama gritando, a coisa tentou puxar seu pé, era muito forte, porém lenta. Ele agitava a perna para que o monstro o soltasse mas não adiantava, ele cotinuava puxando.

Jonas gritou por ajuda, mas parecia que ninguém ouvia, além de que a porta estava fechada, não se lembrava de ter fechado a porta. Quando enfim conseguiu se soltar das mãos da coisa ele correu até a porta. Estava tracada.

-O que você quer? - perguntou, chorando.

-Eispéiris - o mostro rosnou, sua voz era grave, mas se camuflava com a de Melanie. - Eispéiris - gritou novamente.

A maçaneta da porta se mexeu, Melanie apareceu sorrindo e viu Jonas caído no chão. Rapidamente sua expressão ficou séria.

-O que houve Johnny? - ela perguntou, se ajoelhando ao seu lado.

-Eu não sei... Alguma coisa alí... Me puxando - apontou para a cama.

-Não foi um pesadelo?

-Não - respondeu rapidamente - Foi de verdade, eu vi.

Melanie começou a se preocupar.

-O que essa coisa queria?

-Eu não sei, só o que ela disse foi...

-Foi o quê?

Jonas colou seus olhos nos de Melanie e disse:

-Eispéiris.

24 de janeiro de 2013, ás 12:45

Augusto havia saído para trabalhar, Ana estava ocupada com seu trabalho no computador e Lívia brincava com seus brinquedos na sala. Melanie prometera a Jonas que o mostraria o que sabia sobre aquela palavra então os dois se trancaram no quarto da garota.

-O que é isso? - questionou Jonas, ao ver a papelada que Melanie tirava de baixo da cama.

-Lembra do dia em que a Lívia estava me...

-Lembro - interrompeu-a, fechou os olhos porquê não queria se lembrar daquela cena.

-Eu olhei dentro daquele buraco na parede - apontou para a tampa de ferro - e achei isso.

-Papéis e um livro velho?

-Exatamente. Mas não é qualquer livro.

Melanie mostrou a capa do livro para Jonas, após um tempo para decifrar a antigas letras corsivas enfim, conseguiu ler.

-Eispéiris?

-Sim, e olha - abriu o livro e mostrou-o, - são fotos da minha tataravó, Catarina. E são estranhas. E aqui atrás - passou algumas páginas - várias coisas estranhas.

-O que está escrito aí?

-Vou ler:

Não gosto de estar fazendo isso com minha querida Tina. Mas preciso descobrir o que matou meus pais. Sinto que estou perto, só preciso de mais tempo.

-Tina? A amiga imaginária da minha irmã.

-O que? - perguntou Melanie, ela não sabia sobre aquilo.

-A minha irmã a alguns dias dizia que tinha uma amiga imaginária chamada Tina.

-Nossa! Isso é estranho.

-Sim, e o que é isso de "algo matou meus pais"? O que isso quer dizer?

-Eu não sei, mas se algo matou os pais dele...

-E daí.

-O modo como ele diz, é como se "algo" tivesse matado os pais dele, sabe? "Algo ruim".

-Um demônio, você quer dizer?

-Sim. E eu pesquisei na internet. Fui em um tradutor e descobri que Eispéiris é uma palavra irlandesa, o que faz sentido, meus acestrais eram irlandeses. E Eispéiris quer dizer Experiência.

-Experiência...

-Sim - Melanie o encarou como se esperasse que ele soubesse o que estava acontecendo, e por sorte ele sabia.

-Você está dizendo que seu tataravô era algum tipo de Sheik que usava o corpo da sua tataravó para 'experiencias' deste tipo?

Melanie assentiu. Depois ficaram em silêncio, não sabia realmente o que dizer, mas sabia que iria a fundo para descobrir o que estava acontecendo naquela casa.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Será que a Tina era realmente Catarina? O que será que Tina quer? Até o próximo capítulo. Deixem Reviews.