00904 escrita por RoxyFlyer21


Capítulo 5
Treino


Notas iniciais do capítulo

O que estao achando??? Comentarios seriam de extrema utilidade!!!! XD



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Nenhuma nuvem pairava no céu de sábado, e a luz da manhã passava facilmente pela janela esquecida aberta. Ao longe, o ruído de carros parados no tradicional tráfico matinal na ponte. O LP tinha chegado ao fim, mas Kat ainda parecida emersa no sono entre a confusão de lençóis.

O alarme tocou às 8, e com um resmungo ela ergueu uma mão para desligá-lo. Sentou-se na cama com as pernas cruzadas e, ainda sonolenta, espreguiçou-se e alongou seus braços, fazendo suas juntas estalarem. Seu olhar foi em direção ao rosas emersas na sombra da cama, por um segundo esquecendo-se delas. Decidida a dar-lhes alguma luz, levantou-se para pegar o vaso e repousou-o na batente da janela.

Lavou o rosto e trocou o pijama por uma legging, top e camiseta de ginástica, e amarrou seus tênis de corrida. Na cozinha, ela bateu uma vitamina no liquidificador e segundos depois já estava no elevador descendo para o térreo.

Era sua rotina de todos os dias. Desceu as escadarias, iniciando a batida pulsante da música eletrônica que marcaria seus passos durante o resto da corrida. Seguiu sua rota usual, passando pelos primeiros quarteirões praticamente vazios e depois por dentro do Donovan Park. Mesmo controlando a velocidade para não esgotar sua energia rapidamente, sua corrida era significantemente veloz. Entre árvores e campos de flores bem cuidados, ela mal perecia notar a presença dos outros corredores ou da atividade em geral ao seu redor. Quando estava prestes a cruzar o pavilhão da fonte de água, um outro corredor, alto e moreno, sorriu em direção a ela. Como resposta, ela olhou-o nos olhos friamente, e passou por ele sem alterar-se. Alguns metros depois, aumentou o volume do IPod.

Uma das saídas do parque estava ligada com a avenida principal, e em poucos minutos ela estava entrando em um dos amplos e modernos edifícios espelhados do centro. Por ser sábado, a costumeira agitação de executivos passando incansavelmente pelas portas giratórias era reduzida, propiciando atenção zero vinda dos pedestres da avenida. No moderno saguão de entrada, ela mostrou a sua identificação para um dos seguranças na recepção, quem, com um discreto balanço de cabeça indicando reconhecimento, abaixou a mão para apertar um botão escondido no painel de segurança. Ela teria apenas um minuto para acessar o elevador.

Entre placas douradas que remetiam a distintas companhias comerciais, entre elas um hotel de luxo e uma editora de livros, encravadas nas paredes de mármore do corredor, as portas do elevador nº5 foram imediatamente abertas. A garota adentrou com rapidez e, repetindo o protocolo, segurou o botão do andar 82 até o leitor de íris deslizar pela parede.

As grossas portas de titânio se abriram na entrada principal da agência, e um alto corredor de granito claro abria no centro de operações. Ao fundo do salão, um enorme monitor pendia da parede ao fundo, guiando e ligando todas as tarefas do dia. No momento, ele estava desligado, a não ser pelo logo da agência, C-8, ao meio do fundo negro. Ocupando quase todo o espaço restante, inúmeras fileiras de mesas de analistas, cada qual com sua tela de computador, que àquela hora do fim de semana estavam vazias.

Era quase impossível de acreditar que um espaço tão amplo e bem organizado de fato existisse escondido no meio dos andares. Nenhuma missão de alta importância estava agendada para aquele dia, e apenas alguns agentes circulavam pelo lugar. Tomou seu caminho pela direita, contornando o mar de gabinetes, em direção a Arena.

A enorme zona de treino era iluminada pela luz vinda de enormes janelas no teto, e as paredes e o chão eram de concreto cinza. O lugar era espaçoso o suficiente para abrigar diversos equipamentos de ginástica e musculação, um ringue de boxe e sacos de areia pendurados em cantos, e ainda uma boa parte do chão era coberto com tatame, para a prática de artes marciais. Ela desceu a escadaria de metal que levava ao andar de baixo, indo em direção ao tatame ao fundo.

– Bom dia, McVeith.

Uma voz grossa e grave ecoou no lugar, e ela foi de encontro com um homem careca de pele escura, que a aguardava com um sorriso discreto no tatame. A camiseta dry fit preta de mangas compridas que usava ressaltavam os músculos de seu peito e braços. O logo da C-8 podia ser visto no topo direito da camisa, e o homem a aguardava com as mãos cruzadas atrás das costas.

– Bom dia, Sargento. – ela tirou os fones de ouvido, repousando o Ipod em cima de uma bancada. Tirou os tênis e adentrou no tatame, parando bem próximo a figura musculosa e de certa forma intimidadora do homem. Ela parecia não se incomodar com o fato dele ser quase vinte centímetros mais alto que ela, e respondeu ao seu sorriso.

– Parabéns pela sua centésima missão – Sua voz podia ser extremamente grave, mas vinculado havia simpatia e um certo orgulho da menina. – Ouvi dizer que foi um sucesso.

– Ah, não foi nada de mais. – ela deu de ombros, alongando os braços. – Era um edifico antigo com nenhuma segurança na tubulação de ar, e os capangas eram meio burros.

– De qualquer forma, é um evento grandioso alcançar esse número de missões bem-sucedidas. – ele deu início aos cordiais cumprimentos das lutas marciais, e juntaram as mãos com uma pequena reverência. – Especialmente para alguém tão novo como você.

Ela abriu um sorriso convencido, levantando as mãos em um pré-ataque. – Achei que desde que você começou a me treinar, quase seis anos atrás, tínhamos concordado que idade não é relacionado com habilidade.

Subitamente, a garota deferiu-lhe um ataque com a perna direita, para desequilibrar o homem.

– Certamente, minha cara.


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