Nascido Do Sangue escrita por Viúva Negra


Capítulo 25
A Valsa




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Não demorou muito para os músicos posicionarem-se no centro da praça, bem em frente à linda fonte de mármore onde havia uma bela estátua de um querubim pequenino e gorducho sustentando mínimas e emplumadas asas em suas costas, o choro fino e doce dos violinos viera dando início à valsa na qual os casais já colocavam-se de pé para dançarem acompanhados da doce melodia emanada também das flautas e gaitas, os três instrumentos fundindo-se num só e exalando um romântico som por todo o local.

___ Vamos sair daqui? Vamos para minha casa?___ disse a viúva Voiculescu já levantando-se, entretanto o adolescente a detivera.

___ Não, vamos ficar mais um pouco.

___ E por quê?___ inquiriu a mulher num tom alterado pelo álcool e já impaciente, tal qual uma criança que quer algo, mas que a mãe lhe renega.

___ Não quer dançar?

___ Não, eu quero você, estou louca por você ___ respondeu ela já entrelaçando seus braços envolta do pescoço do rapaz.

___ Eu sei, eu também estou louco por você, mas vamos dançar um pouco, é uma ocasião tão bonita, esperei tanto por este dia e pela dança ___ disse o garoto com uma voz aveludada seguida de um sorriso fascinante.

Andreea Voiculescu, assim como qualquer outra mulher na aldeia, não resistiu ao charme e ao poder de persuasão do jovem ferreiro consentindo ternamente.

___ Ótimo!___ após levantar, inclinou-se para a dama estendendo a mão ___ Me daria a honra?

___ Você é um perfeito cavalheiro!

Os amigos sentados à mesa junto de Rosalind e Tristan também levantaram-se para dançar, a jovem ia pedir ao rapaz, mas notara que estava debruçado sobre a taça contendo um pouco de rum, estava dormindo e babando sobre a toalha bordada especialmente para a ocasião, o que a deixou mais enraivecida, cruzou os braços sentindo o calor de sua raiva queimando em sua garganta quando direcionara seus olhos amendoados na direção da mesa onde se encontravam Damian e Andreea, porém ambos haviam sumido, a raiva tornou-se uma amarga dor com um toque de arrependimento e vontade de chorar, até que ouviu uma voz dizer-lhe bem ao seu lado:

___ Me daria a honra, senhorita?

A dama olhara na direção da voz grave e sensual e surpreendeu-se, seus olhos brilharam.

___ Damian?___ disse ela soltando um suspiro.

A garota ofereceu-lhe a mão e ambos somem na multidão deixando Tristan adormecido sobre o móvel de madeira.

Era uma melodia não tão triste que exalava pelas cordas do violino, dos pequenos buracos de uma flauta doce, de um tambor que ecoava sufocante por entre os corpos calorosos, de uma gaita alegre e agitada, os casais dançavam juntos no mesmo compasso, felizes e apaixonados enquanto as notas escorriam pelos dedos hábeis dos músicos, as estrelas e a lua altas no enegrecido céu, as luzes iluminando o local pacífico e festivo, a primavera iniciava-se.

Sorrisos fugiam e corriam pela praça, se escondiam atrás das árvores que ao longe batiam palmas e de galhos abertos recebiam a vida que penetrava na madeira, escapando por cada extremidade na qual uma flor seguida de um colorido fruto já ia brotando, porém lamentavam por não terem pernas para saírem do lugar e poderem dançar até seus supostos pés cansarem.

Damian estava realmente se divertindo com a viúva Voiculescu, ocultando o fato de que a cada dois minutos pisava em seu pé, todavia ela tentava ensiná-lo os passos corretos de uma valsa, ambos riam da situação e também pelo motivo de já estarem ébrios. Um equilibrava-se no outro rindo como se ao invés de uma dança estivessem executando uma brincadeira infantil, eis que algo fizera o rapaz desvanecer o sorriso de satisfação que trazia nos lábios rubentes, até seus olhos perderam o fulgor.


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