Eskalith escrita por haru


Capítulo 20
Aperto


Notas iniciais do capítulo

BEM, primeiramente desculpe a demora, DE NOVO.
As coisas andam meio tensas, mas eu estou fazendo o que posso :c

Também me desculpem pelos erros gramaticais, eu estava com muita preguiça para editar, e talvez n tenha ficado tão bom :x

Mas enfim, espero que gostem :3



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– Não vai mesmo me dizer quem era aquele cara em seu apartamento, Haruya?

Hiroto caminhava lentamente, me obrigando a diminuir o ritmo de meus passos. Meu plano era evitar qualquer explicação sobre Fuusuke, principalmente as que fossem verdades. Porem, Kiyama Hiroto parecia disposto a descobrir tudo ali mesmo, pois em meio a escadaria, ele não se conteve em perguntar varias e varias vezes quem era Fuusuke e o que ele estava fazendo em minha casa, enquanto me lançava olhares suspeitos, e alguns até sugestivos.

Seus cabelos vermelhos pareciam mais brilhantes e rebeldes, e o fato de estar usando roupas meio ‘descoladas’ poderiam sugerir que Hiroto provavelmente estava saindo com alguém ultimamente. O aluno de medicina sempre esteve bem vestido socialmente, e parecia educado e com um certo ar maduro, apesar de seus cabelos extravagantes. No entanto, quando Hiroto se interessava por alguém – e essa pessoa geralmente o corresponde – ele simplesmente passa a parecer um pouco menos sério, como um estudante promissor, e passa a se vestir de forma mais ousada.

Eu particularmente o achava mais atraente de jaqueta de couro e coturno, porem, não deixava de parecer um tanto estranho para uma cidade tão quente.

– Haruya, você quer parar de me ignorar, por favor?

– Huh ? O que?

Balancei a cabeça. Já estávamos fora do prédio, e Hiroto me sacudia um pouco impaciente.

Reina se aproximou, mantendo sua pose de “mulher rica e poderosa” enquanto tentava caminhar de salto sobre os cascalhos – que foram despejados em frente ao prédio para evitar a lama em dias de chuva. Seu decote exagerado me fez olhar para o lado incomodado.

Mas, talvez infelizmente, o que me perturbava não era a bela visão de seus seios em si, mas o fato de que eles simplesmente pareciam desnecessários. E isso me fez olhar para ela e pensar no porque eu não estava me sentindo atraído.

Bem, eu nunca havia pesado nisso antes, então não precisava me preocupar. Pensei. Afinal, a conhecia desde que era uma criança catarrenta, é claro que eu nunca me sentiria atraído por ela, mesmo que ela houvesse se tornado desnecessariamente atraente.

– Haruya, você esta tão pensativo – comentou Hiroto, bagunçando meu cabelo.

– Ele não esta com cara de quem ganhou alguma coisa – disse Reina, me olhando dos pés a cabeça.

Não podia dizer se era o salto que havia a deixado tão mais alta, ou se eu simplesmente sempre fui mais baixo e nunca havia parado para notar isso.

– Eu acho que estou um pouco sonolento apenas... – tentei dizer – mas é claro que eu estou feliz em ganhar uma moto... mesmo que eu ainda não acredite muito nisso.

– Eu disse que daria um jeito – Hiroto piscou, procurando as chaves nos bolsos.

Me senti um pouco tenso com o pensamento de que, no fundo, eu não havia tido sorte, mas sim alguém para burlar as regras para mim.

– Agora não vai mais ter a desculpa de morar longe para se atrasar no serviço ou na faculdade – acrescentou Hiroto, me entregando as chaves.

– Onde ela esta? – perguntei.

Reina apontou discretamente para uma motocicleta vermelha, que parecia custar um pouco mais do que 5 anos de aluguel.

Sorri e fui até ela, ignorando o fato de que o sol batia em sua casca e vinha direto em meu rosto. Reina não esperou muito para voltar para o carro, que estava estacionado não muito longe de moto.

– E ela é bem mais leve do que parece – falou Hiroto, sorrindo um pouco.

– Você veio pilotando?

– Sim – seu sorriso transformou-se numa expressão pretensiosa – mas e então, você não vai mesmo me falar sobre o cara, não é?

– Não é nada demais. Ele só esta... morando uns dias lá, enquanto não arruma outro lugar – respondo, tentando parecer casual.

– Tudo bem, se você não quer falar sobre isso, Haruya – ele pousou a mão em meu ombro – mas você não precisa esconder. Sabe, eu sempre tive minhas suspeitas sobre sua orientação sexual. Mas veja só, eu sou uma espécie de pansexual e vivo bem, ninguém vai te julgar por nada disso.

Olhei para ele pasmo.

– EU disse que não é nada disso!

– Ok. Pode continuar escondendo, mas você sabe que eu vou descobrir.

Ele me soltou, lançando um ultimo olhar em direção ao prédio – talvez tentando encontrar a janela de meu apartamento logo acima – e se dirigiu em direção ao carro.

– Eu sempre descubro – acrescentou, antes de entrar.

Resmunguei, e virei o rosto.

A moto estava terrivelmente quente por causa da exposição ao sol por alguns minutos. Não foi muito fácil leva-la ate uma sombra. Eu poderia ter passado horas a observando e sorrindo para ela, pensando em como eu sempre quis ter uma daquelas.

Porem, eu não estava me sentido no clima para tanta animação por causa disso.

Ok, era ótimo ter ganho alguma coisa de valor, mesmo que, provavelmente, tenha sido tudo forjado, mas enquanto eu tentava me concentrar na alegria que meu premio havia me proporcionado, meu peito pesava demais.

Eu acabava pensando que, dali a alguns minutos, voltaria ao meu apartamento e Fuusuke estaria lá. E isso me deixava com uma sensação estranha de felicidade e angustia. Uma parte de mim parecia preferir estar sozinho e outra queria que ele nunca fosse embora. E eu não entendia o porque desses sentimentos tão controversos.

E para não mencionar a confusão que estava prestes a acontecer. Logo Shigeto apareceria em meu apartamento e daria de cara com Fuusuke. Eu não podia sequer imaginar o que fazer quando isso acontecesse, uma vez que algo me dizia que Shigeto ia odiar e fazer um escândalo, o que poderia levar a Fuusuke tentar golpea-lo com um canivete ou simplesmente querer ir embora. E essas eram duas coisas que eu não queria.

Respirei fundo e voltei ao prédio.

O corredor estava vazio. Típico de uma manha de domingo tão quente, da qual a maioria das pessoas pareciam preferir permanecer dentro de casa e perto de seus ventiladores. Assim como era típico de Shigeto parecer em meu apartamento com alguma mistura.

– Então você ganhou uma moto? – perguntou Fuusuke, desanimado, assim que eu entrei e me sentei no chão, evitando o sofá.

O calouro estava sentado num canto, tirando a sujeira das unhas dos pés com um palito de dentes. Ele provavelmente já havia notado que o sofá não passava de um espaço desperdiçado naquele apartamento.

– De certa forma – falei, no mesmo tom.

– Certo... Legal.

– Se sente melhor? – perguntei.

Fuusuke levantou a cabeça e me olhou sério por um segundo, e então, voltou o que estava fazendo.

– Acho que sim.

– Fuusuke, você... bem...

– O que?

Suspirei, tentando olhar para ele diretamente.

– Você vai ficar aqui, não vai? Quero dizer, por mais tempo.

– Quanto tempo você espera que eu fique, Haru?

– Até você se recuperar.

Fuusuke largou o palito e se levantou. Ele ainda usava minhas roupas. Uma regata preta e uma bermuda que eu costumava usar em casa. Apesar de estar um tanto mais magro, não parecia estar caindo ou coisa do tipo.

Mas sua magreza atual era bastante preocupante.

– Me recuperar...hum? – ele ergueu a regata para mostrar mais alguns de seus hematomas roxos e a falta de gordura – do que você acha que eu devo me recuperar, Haru? Ou melhor, quanto tempo você acha que isso vai levar...?

– Isso não importa, Fuusuke, apenas sossegue, ok? – falei, um pouco bravo – Você vai ficar bem.. se você estiver aqui.

– Ah, é, e por quê? Papai Haru vai cuidar de mim? – perguntou, em tom sarcástico, gesticulando.

– Af – balancei a cabeça – eu vou, ta bom? Se você quiser continuar com essa pirraça, tudo bem, contando que você não saia por ai se machucando ou sei lá o que...

– Eu já disse que você não vai mandar em mim.

– Eu não estou “mandando” em você. Estou apenas... Eu não sei... Pedindo? O que te agrada mais?

Suzuno balançou os braços olhando para mim com raiva, e então, de repente, se aproximou e ajoelhou-se em minha frente, colocando suas pernas em torno das minhas, como eu estava sentando encostado na parede as esticando.

– Tá bom, olhe – ele sentou em minhas pernas – eu... Eu acho que eu não preciso ser tão ruim, sempre, já que você... bem, me ajudou um pouco.

Seu peso era desconfortável, mas eu não me importei.

– O que você quer dizer?

– Que vou ceder o seu pedido e não... não ir para , você sabe onde... por enquanto.

– Por enquanto?

– Haru, eu não posso prever o que vai acontecer mais tarde ou o que eu vou estar pensando daqui a dois ou três dias. Você entende isso?

Ele levou suas mãos até meu rosto, o segurando – de certa forma – carinhosamente.

– Eu entendo. – respondi, sem conseguir pensar muito – mas... O que você esta fazendo?

– Bem, eu estou um pouco de bom humor hoje – ele deu um sorrisinho – e acho que da ultima vez, não foi tão bom, na condição em que eu estava. Acho que você merece um melhor agora.

– Hah? Do que você esta falando...?

Fuusuke me beijou antes que eu pudesse entender o que ele estava falando.

Diferente da ultima vez, ele não tinha um halito ruim ou cheiro e gosto estranhos em sua língua. Pelo contrario. Era tudo perfeitamente perfumado, de uma forma que eu tenho certeza de que minha pasta de dentes não era capaz de fazer.

Ou talvez fosse o fato de que, desta vez, eu sabia que Fuusuke sabia o que estava fazendo. Foi um beijo lento, e suas mãos apertavam meus cabelos de uma forma que me empolgava, por algum motivo, me levando a abraça-lo, da forma que pude.

E eu nem estava mais sentindo minhas próprias pernas.

Eu poderia dizer que era um beijo muito longo, mas não posso ter certeza de quanto tempo durou, pois antes do fim, alguém bateu na porta e a abriu.

Fuusuke parou não tão rápido quanto eu imaginei que faria, e olhou por cima do ombro de forma que me pareceu despreocupado.

Diferente de mim, que arregalei os olhos e imediatamente comecei a soar frio.

Shigeto nos olhava incrédulo, como se estivesse tentando decifrar o que acabou de ver, com um olhar desagradável.


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Notas finais do capítulo

Dears, obrigado por lerem D:
mesmo com toda essa enrolação.

Por favor, deixem um review. Eu ando muito desanimada, e isso ajuda mais do que vocês imaginam TT___TT

Novamente sobre outras fics, eu estou pensando em escrever um cap para Lost Angel OU Another Day em breve. Estou também com outra fic em mente, mas não sera de Inazuma Eleven, mesmo assim espere que interesse a alguns de vocês, quem sabe :3 (porém, vou avançar com Eskalith ao menos até o cap 30 antes de começa-la!)