Hunter Heartlock.Aquele nome ecoava em sua mente.Era seu nome,mas de forma vazia.Ele mal sabia respirar sem que alguém o dissesse.

Sua mente estava a deriva.Ele pensava, mas seus pensamentos eram ecos. Seus pensamentos próprios se desfaziam.

–Ele e um bom menino.Não fará nada desde que não o mande fazer. - Falou uma voz atrás dele.

– E o que o mandaremos fazer? - Era a voz de sua mãe. Fria, intranquila.

–Vamos infiltra-lo fora destes portões. - Respondeu o homem. - Cortar o mau, pela raiz.

–Hunter?Vá dar uma volta, desligue-se de seus afazeres. - Falou a mãe.

O garoto saiu,andando sem rumo para algum lugar.Mas parou,um grito envolvera seus ouvidos:

–NÃÃÃO.

Sua mente voltara.

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Megan andava por aqueles corredores que lhe pareciam familiar. As paredes brancas que via em sonhos.

Era uma escola,era aquilo que tia Mae havia dito.Pelo visto, tia Mae era sua tia. Mas ela não se lembrava de nada.

Lembra-se de uma bela moça.A moça gritava.Havia um menino também,loiro,olhos,pequeno e frágil.E ela se escondia,mas haviam a pegado.Era tudo que podia contar.

Ela não entendia porque estavam fazendo aquilo com ela!Era cruel.Era uma tortura.Era a realidade que não deveria se lembrada.

O frio que aquele lugar exalava naturalmente a fazia querer gritar!Ela já não sentia que sua cabeça funcionava.Se sentia em choque.Sua mente estremecia,parecia estar parando.

Tudo voltava a sua mente.

O garotinho.

–Abra a boca! - Disse um homem.

Um grito.

–NÃO! - Saiu aguda,a porta havia cedido e caído,o vidro negro,revestido por uma espessa cortina havia se quebrado.Era seu próprio sangue que ela via?

– Droga Megan! - Ela ouviu a voz do homem,mas ela havia voltado a si.

.................

Hunter.

Uma garota,era a voz de uma garota.Uma voz dolorosa,não muito longe de onde estava.

Ele correu ao encontro da voz e encontrou lá uma garota.Ela se ajoelhara no chão.O rosto se escondia nas mãos.A manga da camisa caia em seus braços,mostrando estranhos arranhões.Os cabelos ruivos caiam pelos ombros,mas pareciam mortos,opacos.

Foi até a garota.Parecia estar em uma especie de transe.Chorava,soluçava.

Hunter segura os ombros da menina.Achando que aquilo seria o melhor a fazer.Ela abre os olhos ao sentir o toque.Se esquiva,deslizando no chão branco.

–Quem é você? - Ela soltou as palavras com rapidez.

–A única pessoa que apareceu para lhe ajudar. - Ele rosnou.

–Então,muito obrigado. - Disse ela se levantando.

Ela se afastou mais.O cérebro de Hunter começava a falhar.

–Quer arranjar um café? - Perguntou ele. - É bom para falhas na memória,ou coisas do tipo.

–Ah!Sim.

Obviamente eles não arranjaram um café.Acabaram em um canto qualquer.Um beco no meio de milhares de corredores.

– O que aconteceu com você? - Perguntou Hunter com um tom frio.

–Eu...Eu realmente não sei.Comecei a me lembrar do que tinha de me lembrar. - Ela falou,mais para si mesma.

–E o que faz aqui? - Ele repetiu o tom frio.

– É uma longa história. - Ela respondeu. - Mas,afinal,por que está se metendo em minha vida?

–Realmente não sei. - Disse Hunter,com um rastro de doçura que que passara em seu olhos.

Ela contou tudo.Como havia acordado na casa de tia Mae.E que segundo a tia,ela havia escapado de um acidente,e que era estritamente necessário que viesse estudar aqui para fazer os exames médicos e não perder anos escolares.

Contou a ele tudo que havia visto.As falhas na memória...Por algum motivo,ela se atraia a ele.Mesmo não gostando de certa parte dele.

–E então,qual é a sua historia? - Ela perguntou.

– A minha história não existe.Eu fui criando aqui.Perdi um braço e o direito de pensar,na maior parte do tempo.Mas agora...Minha consciência parece ter voltado no mesmo momento que sua memória voltou.

Hunter cogitava o fato de ambos estarem conectados.Por que?Ele não sabia.

Ele havia se atraído aquela desconhecida,mas assim como ela,detestava certa parte oculta que ela parecia fingir desconhecer.

–Acho que...preciso ir fazer exames. - Disse ela se levantando e dando alguns passos. - Alias,sou Megan.

Ela começara a andar.O cérebro de Hunter parecia se rasgar no meio.

–Pare! - Ele rosnou.

–Mas o que há? - Ela rebateu.

–Fique,ou meu cérebro voltara a ser...