I'm Leaving Storybrooke escrita por Mills


Capítulo 1
First




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Ela adentrou o estabelecimento ignorando completamente a placa que continha letras pretas garrafais "FECHADO".

– Por que não me surpreendo do sino tocar? - Gold estava atrás das cortinas que escondiam a parte de trás da própria loja. Quando as portas eram abertas, um longo dlim era ouvido. - Pois saiba que está fechado. Vá embora. - Isso normalmente significava "Assunto Encerrado"... Pelo menos para ele.

– Gold, venha até aqui por favor. - Ele se surpreendeu por ela ter entrado tão calmamente. Normalmente, batia a porta com força e já entrava gritando pelo homem. Regina Mills realmente havia mudado.

Mesmo que o efeito do "Por Favor" era dele para ela, Gold saiu de de trás das cortinas e olhou para a morena que encarava com interesse algumas raridades que, ela tinha certeza, nunca pertencera a Gold. A moça estendeu os braços para tocar num boneco de madeira que estava sentado numa prateleira alta antes de ser interrompida pelo seu velho conhecido.

– O que quer Regina? - Ela recuou o braço que estava quase tocando o boneco. A morena corou. Ela pigarreou e olhou para Gold enquanto enfiava as próprias mãos nos bolsos do casaco preto.

Um silêncio devastador instalou-se entre ambos e Regina arregalou os olhos.

– Hã... Desculpe por... - Ela olhou novamente para a prateleira e então, para Gold. Ele assentiu com a cabeça. A Rainha Má andou até o balcão onde o homem estava e apoiou as duas mãos no tampo de vidro. Como sempre, o objeto estava frio.

– O que quer Regina? Não me faça perder o meu tempo. - Ele sorriu sarcasticamente. - Por favor. - Ela fechou os olhos e suspirou.

– Vim fazer um acordo. - O homem não esperava por isso. As palavras da prefeita o atingiu com tamanha diferença que Gold arregalou os olhos. Ele teve de sair de de trás do balcão e apoiar-se na própria bengala de frente para a Rainha Má para poder pensar em acreditar que aquilo de fato estava acontecendo. E, estava.

– Um acordo? - Ele riu desdenhoso. - A Rainha Malvada que tem tudo preciso de um acordo com o humilde Rumple? - Ele esbanjava um sorriso amarelo.

Regina Mills se irritou.

– Como assim eu tenho tudo?! - Ela abriu os braços e seu rosto ficou vermelho. - Se eu tivesse tudo, não estaria aqui para negociar um acordo com um tratante como você! E, além do mais, eu perdi tudo! A minha maldição foi quebrada. - Gold ouvira atentamente até esse momento, onde sussurrou "minha maldição", e permitiu que a mulher continuasse reclamando da própria desgraça. Ela o ignorou e como se não houvesse escutado o que ele disse, continuou falando. - Emma Swan quebrou minha maldição. Aquela mulher tirou o meu filho de mim. Ela arrancou meu coração e - Ela suspirou. Tentou se controlar e teria conseguido se Gold não houvesse falado nada.

– E? - Ele sorriu sabendo que havia tirado a mulher do sério.

– E ela acabou com a minha vida. Acabou com o meu final feliz! - Agora, a prefeita gritava. Sua garganta doía. - Toda aquela família acabou com a minha vida! Eles me destruíram! Destruíram tudo o que eu amava! - Ela se calou, virou-se de costas e levou uma das mãos a testa.

– Porém, Vossa Majestade... Que acordo veio me propor? - Ela virou-se novamente para o homem apoiado na bengala.

– Eu vou embora de Storybrooke. - O homem deu de ombros.

– E o que tenho haver com isso? - Mias uma vez, um sorriso desdenhoso invadiu o rosto de Gold.

– Gold! Podemos conversar civilizadamente durante alguns minutos?! - Era uma pergunta retórica e o homem dos acordos sabia disso... Porém, sorriu mesmo assim. - Obrigada. - Ela sorriu sabendo que ele aceitara.

– Porém, devo fingir que me preocupo? Como se me importasse de verdade? - Eles não conseguiriam conversar civilizadamente. - Por que sempre que conversamos, você se altera, Dearie? - Ele tirou uma das mãos da bengala e passou-a pelo rosto fino de Regina. A mulher afastou a própria face das garras daquele nefasto homem.

– Não consigo imaginar o por quê de eu ficar tão irritada! - Ela sorriu fazendo cara de surpresa enquanto entrava no jogo de Gold. - Enfim, - A prefeita controlou-se novamente. - Como eu vou embora, preciso de algo que me mantenha informada sobre o que anda acontecendo com Henry... - Ela fez uma pausa antes de continuar. - Porém, ele não pode saber. Se ele pudesse, seria mais fácil, se fosse mais fácil, eu não viria até você. Seria mais simples conseguir um celular. - Ela suspirou. - Ele não atenderia. - A Rainha Má fitou o chão durante algum tempo antes de continuar. - Preciso de algo que me permita vê-lo. - Ela voltou-se para Gold. - E, o mais importante é, com isso, ele não possa me ver.

– Eu tenho o que você quer. - O homem sorriu e andou até uma alta estante de madeira. Remexeu velhos espelhos até pegar um que havia pertencido a própria Rainha outrora. Era um espelho de mão, com a moldura pintada de azul marinho. Ao longo da mesma, estendiam-se detalhes na cor dourada, formando longos fios que enroscavam-se no cabo do objeto. Gold apoiou a bengala na própria estante e segurou o espelho com ambas as mãos. Uma luz roxa percorreu o objeto e o homem sorriu. Apoiou-se novamente na bengala e andou até Regina. - Eu tenho exatamente o que você precisa. - Ele mais uma vez sorriu e entregou o espelho para Regina, a prefeita o segurou com cuidado, reconhecendo o delicado objeto que, após alguns segundos, ela segurou contra o peito. - Quando quiser ver seu filho, apenas diga "Mostre-me Henry." Tente.

A Rainha afastou o espelho do próprio corpo e o fitou durante alguns segundos. Parecia um espelho comum aos olhos de alguém que não conhecia a magia. Ela estava insegura até finalmente murmurar.

– Mostre-me Henry. - O reflexo de Regina persistiu por um tempo até a imagem bruxulear, distorceu-se totalmente. Era impossível enxergar algo. A moça continuava fitando o espelho e finalmente (para o alívio de ambos), o cabelo castanho de Henry aparecera (nos primeiros segundos, era apenas um borrão marrom, para depois, ser delicado como os fios bagunçados do garoto), depois, podia-se identificar o cachecol cinza com listras vermelhas até que enfim, sua silhueta surgiu. Ele estava sentado na bancada da cozinha de Mary Margaret comento uma tigela de cereais e lendo algum livro.

– Henry. - Os olhos de uma mãe preocupada se encheram de lágrimas.

Uma outra forma surgiu no campo de visão que o espelho disponibilizava. Emma Swan. A mulher entrou na cozinha, deu um beijo na testa do garoto e falou alguma coisa. Henry prolongou a conversa, porém, Regina não podia ouvir o que ambos diziam. Ela sentia-se num filme mudo.

– Mas, não posso ouvi-los. - Relutante, a mulher desviou o olhar do espelho que continha a imagem do próprio filho e fitou Gold.

– Duas coisas, Dearie... Um: Você disse exatamente com essas palavras: "Preciso de algo que me permita vê-lo." - Ele imitou a voz da morena. - Te dei exatamente o que pediu, algo que te permite vê-lo. E, além disso, número dois: É um espelho. Não uma caixa de som ou um telefone. Não emite som. - Ele riu às custas de Regina, achando tudo aquilo muito óbvio para qualquer um. - Mas, então... Vai querer ou não?! Só porquê não pode ouvi-lo?!

A mulher agarrou-se aos espelho como se sua vida dependesse disso. E, ela de fato dependia.

– Claro que vou querer. É o único jeito de eu ver meu filho. - Ela fez uma breve pausa. - O que vai querer como minha parte do acordo? Como pagamento..?

Ele riu e balançou a cabeça negativamente.

– É um presente... Pelo passado com sua mãe... E, com você. - Ele sorriu angelicalmente.

– Sei que me arrependerei, mas, por que? Por que está me dando isso? O motivo real por favor?!

– Regina, você perdeu tudo. Não há nada que eu queira de você. E, como eu vejo o futuro, você nunca terá. - Ele sorriu. - Você acha que perdeu tudo porque ainda não saiu de Storybrooke. - Ela piscou rapidamente sem saber o que dizer.

– Eu... - Ela respirou fundo. - Eu não tenho medo do futuro. Não posso perder mais do que a família de Snow White me tirou. Não posso perder mais do que os Charming me tiraram.

– Se você visse o futuro como eu vejo, saberia do que estou falando. Porém, Regina, vá Dearie, saia da cidade e, não importa o que aconteça, não volte. Nunca mais volte.

Com essa frase final, Regina assentiu com a cabeça e deixou para trás a loja de Gold. Naquela loja haviam tantas coisas que outrora a pertencera. Tantas coisas... Tantos objetos... Tantas lembranças... Deixadas para trás, como o seu passado. Como o seu filho. Como o seu amor. Como a sua vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e, mandem bastante reviews *-*
Beijos com gosto de maçã ♥