- Simon pode me ajudar... –ela dizia, antes de ser interrompida por Marshall.

- Falando sozinha Marceline?

- O que? Ah, é só você. Não é nada de mais, só...

- Não precisa explicar. Aliás, tem muita coisa que você não me explica. Já me acostumei...

- Ta brincando? Eu te conto tudo! Por que não vai lá pra casa hoje depois da aula? Assim posso te falar o que você quiser.

- Tanto faz –ele disse, enquanto entrava na sala- sairemos juntos então.

No termino da quarta aula, Marcy se levantou e foi falar com o Simon. Ao mostrar a mensagem ele disse:

- Não acredito que não conseguiu decifrar esse código, é tão simples! Veja, leia a ultima frase de trás pra frente. Ela diz: quatro palavras atrás

- Ainda não entendo o que isso significa...

- Vou lhe dar um exemplo: a letra que antecede o “A” no alfabeto é o “X”. A pessoa que te enviou essa mensagem apenas substituiu todas as letras pela quarta antecessora! O que quer dizer que ai esta escrito...?

Marceline tentou encaixar as letras e formar corretamente as frases. Ela leu:

- "Os amigos estão perto... os inimigos mais perto ainda". Isso não passa de uma brincadeira sem graça! Que perda de tempo.

- Em todo caso tome cuidado. Não temos certeza de nada. Acho que se alguém fizesse mal a você, eu...

- Fique calmo, ninguém vai me fazer mal, e como eu já disse, isso não passa de uma brincadeira boba.

Ao fim das aulas, Marshall e Marceline foram almoçar e logo em seguida subiram para o quarto.

- E então? –ele disse- O que você tem pra me contar?

- Eu... eu e o Flame estamos juntos!

- E..?

- Não parece feliz por mim...

- É porque eu não estou! Ah... Preciso ser franco de uma vez por todas. –disse, enquanto pegava as mãos dela- eu te amo Marcy.

- Ahhh, eu também te amo seu bobo!

- Não desse jeito! Eu te amo... eu te amo de verdade. Eu quero que você esteja comigo, e não com o Flame. Quero que você pense em mim, goste de mim. Quero que você gaste suspiros comigo, e não com ele.

- Você não pode estar falando sério...

- Nunca fui tão sincero em toda a minha vida.

Ele colocou a mão no pescoço dela e tentou beijá-la, mas ela rapidamente se levantou da cama.

- Não consigo Marshall... é como beijar um irmão, e me desculpe por ser tão dura, mas é impossível acontecer alguma coisa entre a gente!

- Tudo bem... Não diga mais nada, isso já é mais do que suficiente. Não tenho o que fazer aqui, acho que vou pra casa agora.

Ele saiu com lágrimas nos olhos. Percebendo isso, a mãe de Marcy entrou no quarto e sentou-se ao lado dela.

- O que aconteceu filha?

- O Marshall.. ele tentou me beijar.

- O que?! Vocês não podem se beijar!

- Foi exatamente isso que eu falei pra ele, nós somos amigos e pronto! Tem noção do que é isso? Ele pode ter repetido de ano de propósito, só pra estudar na mesma sala que eu...

- Não é só isso, é bem mais...

- Mais o que?

- Nada, esquece. Melhor você ir atrás dele e fazer as pazes. Não faz bem pra vocês, voltem a ser amigos e tire essa ideia maluca da cabeça dele.

Ela se levantou, deu um beijo em sua mãe e saiu de casa para procurá-lo.

Ele andava tristonho sob o verde do parque. Viu Chama lendo um livro na sombra de uma árvore e foi conversar com ela.

Oi.. –disse, enquanto se sentava.

Ah, oi Marshall! O que aconteceu com você? Por que essa cara triste?

- Confessei o que eu sentia pra Marceline e ela me chutou. Parece que eu não vou conseguir mudar a cabeça dela, melhor partir pra outra.

- Tem certeza de que vai conseguir esquece-la?

- Não... mas eu preciso tentar, não é?

Ela o abraçou. Era obvio o tamanho sofrimento que ele estava sentindo.

 - Ei, você gosta de mim, não é? Quer dizer, quando nós nos beijamos, o que você sentiu?

- Como assim Marshall? Foi normal...

- Percebi que você ficou estranha depois daquele dia. E se...

Calmamente ele colocou suas mãos sob as bochechas dela. Foram aproximando seus lábios até que finalmente se beijaram...