Laura e Edgar- Um romance desde o Início escrita por Nanda


Capítulo 88
O Traidor




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Todos olham atordoados para Fernando. Este sorri triunfalmente ocupando a cadeira da presidência da Tecelagem Vieira

Bonifácio: Mas o que significa isso? Por acaso temos cara de palhaços Fernando? Saia imediatamente de minha cadeira!

Fernando: Desculpe meu querido pai... mas agora esta cadeira me pertence...

Bonifácio: Deixe de chacotas... essa fábrica é minha ainda que tenha vendido ações... eu lutei muito para torna-la o que é hoje...

Fernando: Não são chacotas... e sei o quanto o senhor trabalhou... mas as ações são minhas...

Edgar: Mas quem comprou as ações foi um tal de Sebastião Antonio Ferreira, ainda representado por um procurador... Marcelo de Oliveira...

Fernando: Sim... e este as repassou a mim... meu caro irmão pode comprovar isso... aqui está o documento de compra e venda que comprova o que estou falando...

Edgar (examinando o documento) Está tudo certo... aqui este senhor vende as ações compradas para Fernando Vieira... o documento foi lavrado e registrado em cartório... Fernando... onde conseguiu tanto dinheiro?

Bonifácio: Isso é absurdo...como sabia que este sujeito havia comprado as ações? E que ele iria vende-las?

Fernando: Ele não ia vender... mas negociei com ele e o convenci a vende-las para mim... Quanto ao dinheiro... Edgar... pedi um empréstimo a meu amigo Umberto... sabe que ele vem de uma família de estacieiros do Rio Grande do Sul... vou paga-lo mensalmente... aqui tem as promissórias da dívida que assumi com ele... e o contrato de confissão de dívida com o montante que devo a ele... tudo registrado em cartório... (entregando a Edgar)

Edgar: Sete contos de Réis! Fernando você é maluco... como foi se endividar dessa maneira...

Margarida: Filho... como pôde fazer algo assim... só para salvar a fábrica...

Bonifácio: Não seja boba, Margarida... o Fernando nunca compraria as ações pensando nisso... comprou para me afrontar... moleque atrevido... e saia já de minha mesa...

Fernando (levantando-se da cadeira mas apoiando as mãos na mesa): Não... não vou sair daqui... não sei se o senhor se deu por conta... mas agora o presidente da Tecelagem Vieira sou eu...

Bonifácio: Como se atreve...

Fernando: Simples... comprei 35%.. juntando com os 10% que tinha, somam 45%... tenho 6% a mais que o senhor....mais os 6% da D. Margarida aqui presente, me passados por procuração para representa-la nas decisões da fábrica... são 51%.... a presidência agora é minha...

Bonifácio: Eu vou matar você seu bastardo (tentando bater em Fernando e sendo impedido por Edgar)

Margarida: Acalme-se Bonifácio

Bonifácio: Vai defender esse traste que nem seu filho é? E mais.... você também...o que tinha de passar uma procuração para esse demônio em forma de gente...

Edgar: Pai... não culpe a mamãe... e o Fernando está certo... ele detém agora a maior parte das ações...

Bonifácio (tentando soltar-se): Eu vou te mandar para o cemitério seu traidor...

Fernando: Solta ele Edgar... deixa ele demonstrar de uma vez todo o seu ódio...

Bonifácio: Você não é digno nem disso... a única coisa que sinto é asco...

Fernando: Sabe... meu pai... a recíproca é verdadeira... um dia o senhor me disse que ao me ver lembrava dos sacos de batata do armazém onde conheceu minha mãe verdadeira...pois eu espero que o senhor perca tudo o que tem... vire um miserável que fique nos fundos de um armazém dependendo dos restos...

Margarida: Que decepção! Como pode tratar seu pai assim?

Fernando: Mãe....por tudo o que me fez passar... me maltratou e menosprezou a vida toda... humilhações... acusações de que era irresponsável... imprestável... incapaz.... pois muito bem... o bastardo foi capaz de se tornar acionista majoritário dessa fábrica... e agora... deixem-me trabalhar... há muito o que fazer por aqui...

Bonifácio: Isto não fica assim... eu vou descobrir o que tem de errado nessa história... pois vindo de você isso não pode estar certo...

Edgar: Pai... vamos... a gente pensa em como resolver isso em outro lugar...

Bonifácio é retirado a força do escritório por Edgar, que nem olha para trás e acelera o passo conduzindo seu pai até o carro. Margarida sai vagarosamente daquela sala com os olhos marejados... não consegue crer que sua família está se despedaçando assim, diante dela, e ela, impotente, não pode fazer absolutamente nada para impedir. Já Fernando olha vitorioso para aquela cena... seu pai saindo completamente derrotado e enfurecido da sala, amparado por seu irmão, que ainda não tem ideia do que o espera.... A única que lhe causa pena é Margarida, que apesar de não se-lo, sempre foi como uma mãe para ele...

Enquanto isso, Laura precisa fazer alguns serviços externos para o escritório de Advocacia. Vai ao banco e ao Fórum e ao passar em frente ao Teatro Alheira não resiste e entra para cumprimentar sua grande amiga Isabel...

Isabel: Laura! Que bom te ver! E aí... como foi com o Edgar?

Laura: A gente conseguiu se entender... ele me disse que não apoia, mas respeita... e eu prometi que se encontrar outro trabalho saio do escritório.... e o espetáculo... como foi?

Isabel: Muito bem... e quero que você e o Edgar venham assistir... hoje à noite ... vocês são meus convidados...

Laura: Não Isabel... faço questão de pagar...

Isabel: Não senhora... vocês são meus amigos...aqui tem os convites...

Laura: Está bem... vai ser bom ver você dançar... agora tenho que voltar para o escritório... até à noite

Isabel: Bom Trabalho...

Laura sai apressada e volta a seu trabalho... Já na casa dos Vieira, o clima é tenso... Diante do ocorrido, Edgar decide permanecer por um tempo na casa dos pais, na tentativa de acalmar seu pai e consolar sua mãe... Bonifácio, completamente transtornado, vai ao quarto de Fernando e num impeto abre o roupeiro e começa a retirar todas as roupas do filho...

Edgar: Pai... isso não resolve nada...

Bonifácio: Na tecelagem não... mas aqui em casa esse calhorda não fica... e juro que assim que souber o que aquele trapaceiro fez eu o escorraço da fábrica a ponta pés..

Edgar: Do que desconfia?

Bonifácio: De tudo... nada que venha de seu irmão é digno de minha confiança...

Edgar: Também acho estranho... apesar de todos os documentos estarem corretos... tem algo que não se encaixa...

Bonifácio: Não duvide... seu irmão deve ter desviado dinheiro da fábrica...

Edgar: Uma auditoria terminaria com essa suspeita...

Fernando: Claro... meu querido irmão... e se quiser podemos instaurar uma hoje mesmo... não devo nada a esta fábrica... já disse que devo ao Humberto...

Edgar: Fernando...eu sempre te defendi... mas dessa vez não... isso não foi justo com ninguém..

Fernando: A vida não é justa... aprendi isso desde pequeno... e sabe com quem? Com Bonifácio Vieira... esse mal caráter que tivemos o azar de ter como pai...

Bonifácio (dando um soco na cara de Fernando): Eu te desprezo... sempre soube que foi um erro e que devia ter te deixado na rua... mas não por me lembrar os sacos de batata que você mesmo falou antes... mas porque desde pequeno dava para ver sua índole ruim...

Fernando: Não... a verdade é que o senhor me odeia por eu ser exatamente igual ao senhor... e morre de amores pelo Edgar por que ele é o que o senhor gostaria ser... (saindo do quarto e descendo as escadas)

Margarida: Fernando... onde vai?

Fernando: Mãe... não fico mais um minuto nesta casa...

Bonifácio: E nem eu permitiria isso...

Fernando: O senhor não é ninguém para proibir ou permitir alguma coisa.. sou presidente da Tecelagem Vieira.... posso muito bem ir para um hotel e depois comprar uma casa para nunca mais ver sua cara nojenta...

Margarida (abraçada em Edgar): A que ponto chegamos...(soltando-se e subindo as escadas chorando

Bonifácio: Tudo graças a essa ideia de abrir o capital da fábrica...

Edgar: Pai... por favor... agora o que me preocupa é minha mãe... ela está arrasada... depois vemos como podemos contornar essa situação...

Bonifácio: Agora ela está vendo que espécie de homem ela criou... e dizia que eu discriminava vocês... e você... me dizendo para dar-lhe uma chance na fábrica... olha no que deu...

Edgar: Ele foi vingativo... agiu pelas costas...me usou para convence-lo a abrir o capital da fábrica... ninguém me tira da cabeça que ele planejou isso... mas o entendo... o senhor sempre foi cruel com ele...

Bonifácio: Claro.. e por isso o perdoo por ter roubado minha fábrica...engraçado Edgar... você sempre defende todo mundo... menos eu...

Edgar: Quando o senhor faz algo errado... Mas neste caso... O Fernando não roubou... ele comprou as ações... não fez nada ilegal... mas mesmo assim acho que tem algo errado... vamos investigar isso com calma... e agora me deixe ver minha mãe... (subindo as escadas)

Edgar (batendo na porta do quarto do irmão): Mãe? Me deixa entrar..

Margarida (abrindo a porta e abraçando o filho): Ah Edgar... se não fosse você... estaria completamente sozinha...

Edgar: Mãe... jamais te deixaria sozinha...

Margarida: Sabe meu filho... o pior de tudo isso é que apesar de me doer muito ver minha família se desmantelar assim... o Fernando tem razão... o seu pai fez por merecer...

Edgar: Eu sei... meu pai sempre o maltratou...

Margarida: Ele sempre foi de uma crueldade com esse menino... e de um desrespeito comigo... mas pelo menos seu irmão se livra disso tudo agora...

Edgar: Mãe... a senhora sempre tão lúcida... como consegue?

Margarida: Por você e por Fernando... só por vocês aguento tudo isso...

Longe dali, Fernando chega a casa de Catarina...ambos riem e divertem-se com os últimos acontecimentos...

Catarina: Bem... então agora temos aqui o novo presidente da Tecelagem Vieira!

Fernando: Sim...Você precisava ter visto o Sr. Bonifácio Vieira.. descendo do seu pedestal e me plantando um soco na cara... hoje ele mostrou seus verdadeiros sentimentos...

Catarina: Meu amor! Estou tão feliz por você! Finalmente conseguiu vingar-se do seu pai...

Fernando: E não sabe a sensação disto... ver meu pai sem entender... sem acreditar no que estava acontecendo... ver que seu filhinho bastardo agora vai mandar e desmandar no que lhe pertencia... agora para completar... só falta meu irmão... hoje tive uma pequena amostra... ele estava desconcertado... atordoado...afinal foi ele que convenceu o Sr. Vieira a abrir o capital da fábrica... o Edgar sempre soube que eu era ilegítimo... sempre se achou melhor do que eu... quero ver a carinha do meu querido irmãozinho quando souber que vou casar com você e serei padrasto da filha dele...

Catarina: Quando pretende fazer isso?

Fernando: Logo... não quero mais esconde-la... logo meus pais... mas principalmente meu irmão.... vão saber que Catarina Ribeiro é minha futura esposa...

Catarina: E assim que casarmos... poderei me dedicar somente a minha carreira... em voos mais altos... o Municipal que me aguarde...

Fernando: Claro... o Municipal e todos os Teatros do mundo!

Catarina: Mas enquanto isso não acontece... vou destruir o espetáculo da Isabel.. conversei com o jornalista Osvaldo hoje... ele vai escrever um artigo difamando a apresentação.. dizendo-a imoral e indecente... hoje ele vai ao espetáculo... amanhã o encontro para paga-lo pelo serviço...

Fernando: E com a desmoralização da apresentação.. a grande Catarina Ribeiro terá novamente destaque nos palco... Bravo meu Rouxinol!(rindo)

A tarde passa rapidamente... Laura termina seu expediente e vai para casa... não combinara nada, mas espera que Edgar venha vê-los... liga para a casa do amado e descobre através de Matilde que Edgar não aparecera em casa durante o dia todo... preocupa-se... tenta distrair-se brincando com Daniel e logo após resolve tomar um banho e arrumar-se para ir ao espetáculo de Isabel...escolhe uma blusa e uma saia preta e senta-se no sofá da sala para ler alguma coisa... Daniel já está de pijamas e vem à sala dar um beijo de boa noite na mãe..

Daniel: Que linda... você vai sair?

Laura: Acho que sim meu amor... só estou esperando seu pai chegar... a tia Isabel nos convidou para ir ve-la dançar...

Daniel: Também quero ir... (bocejando)

Laura: É muito tarde... as crianças a estas horas estão dormindo.... vem... vou te colocar na cama...

Nisto batem a porta... Gertrudes abre... É Edgar...

Edgar: Boa noite...

Daniel: Oi papai... (indo em direção ao pai erguendo os braços para ir ao colo)

Edgar: Oi filho... tudo bem?

Daniel: tudo... a mamãe estava indo me por na cama...

Edgar: Já está tarde mesmo... eu te levo... (olhando para Laura e indo em direção a ela) Oi...

Laura (dando um selinho em Edgar): Oi...

Eles juntos levam o menino para seu quarto e o colocam para dormir.. saem sem fazer ruído, voltando para sala...

Laura: Amor... estava preocupada contigo... a Matilde me disse que você não apareceu em casa... e pela sua cara... deve ter acontecido algo ruim...

Edgar: Nem sei definir o que aconteceu Laura... estava na casa dos meus pais até agora...

Laura: O que houve?

Edgar: Sabe quem comprou as ações da fábrica? O Fernando

Laura: O Fernando? Mas como? Com que dinheiro?

Edgar: Ele nos enganou... fez tudo pelas nossas costas... diz que negociou as ações com o homem que as havia comprado... fez um empréstimo com o Humberto..

Laura: O amigo dos nossos irmãos?

Edgar: Esse mesmo.. está tudo legalizado... firmado em cartório.. ele mostrou toda a documentação...com essas ações.. juntando às dele e às da minha mãe... ele tem 51% do capital da empresa nas mãos... é sócio majoritário...

Laura: Majoritário?

Edgar: Sim... mas apesar de ter feito tudo legalmente... acho que tem algo errado aí... não sei dizer o que...

Laura: Meu Deus! Como estão seus pais com isso tudo?

Edgar: Meu pai quer mata-lo... escorraçou-o de casa... e minha mãe... bem... está arrasada... vendo sua família se destroçando... e o pior é que entendo essa atitude do Fernando... nosso pai sempre o tratou muito mal... com desprezo... se hoje o Fernando fez o que fez... o Sr. Bonifácio fez por merecer...

Laura: Ai amor... você deve estar péssimo...

Edgar: tive um dia difícil.. e ainda fui eu que convenci meu pai a abrir o capital da fábrica... o Fernando me enganou... ele já tinha tudo planejado...

Laura: Você não tem culpa disso... confiou nele... é seu irmão

Edgar: Um irmão que traiu a família...

Laura: Amor.... acho melhor ficarmos em casa...

Edgar (olhando para Laura e reparando que estava arrumada): Você pretendia sair?

Laura: A Isabel nos deu convites para o espetáculo... mas diante do que aconteceu.... você deve estar querendo ficar em casa...

Edgar: Na verdade eu queria mais que um buraco se abrisse no chão para me enfiar dentro... mas será uma desfeita com a Isabel... vamos... talvez me ajude a espairecer...

Eles saem da casa do Cosme Velho e dirigem-se ao Teatro Alheira... está lotado... dentre os espectadores muitos jornalistas em busca de informações e talvez uma entrevista de Isabel... Eles se acomodam e esperam o espetáculo começar... soam as batidas anunciando o início da apresentação.. logo abrem-se as cortinas... Isabel está maravilhosa... com uma roupa toda branca de seda, tule e pedrarias...ao ritmo dos atabaques começa sua dança... samba.. lindamente..parecendo uma deusa africana, que impressiona a todos com seu requebro e alegria... ao terminar tudo o que se ouve são aplausos... a mais uma belíssima apresentação de Isabel Nascimento...

Edgar e Laura estão maravilhados diante do espetáculo da amiga... querem cumprimenta-la no camarim... mas diante de tantas pessoas que pretendem fazer o mesmo, resolvem parabeniza-la em outra oportunidade e deixam o local... no caminho conversam a respeito do que acontecerá no dia seguinte...

Edgar: Bem... amanhã Melissa e Daniel irão se conhecer... estou ansioso com este encontro...

Laura: Eu também... Edgar... precisamos prepara-los... ambos te chamam de pai... precisamos explicar que eles são irmãos...

Edgar: Sim... vou me encarregar disso... amanhã pela manhã vou contar ao Daniel sobre a Melissa... e conto para Melissa sobre Daniel e você antes de chegarmos em casa... vocês vão se encontrar lá na nossa casa...

Laura: O que pretende dizer?

Edgar: A verdade... nada mais que isso... mas sem entrar em muitos detalhes... não quero confundi-los e muito menos choca-los... e espero sinceramente que eles e você se entendam...

Laura: No que depender de mim... tudo vai dar certo... você vai ver... Chegamos...Finalmente...

Edgar (abrindo a porta da casa) Não faça barulho.. pode acordar o Daniel...

Laura: Duvido... pode chover bombas que ele não acorda... e então... gostou do espetáculo?

Edgar: Surpreendente! Muito bom mesmo... e que ritmo contagiante...

Laura: Verdade... fiquei morrendo de vontade de dançar...

Edgar: E desde quando a senhora sabe sambar?

Laura: Não sei... mas sei dançar outro ritmo...

Edgar: Polka... valsa... lembrei do dia do casamento... a senhora pisou no meu pé!

Laura(rindo): Não debocha... eu ia te mostrar...aprendi em Petropolis... uma amiga me ensinou... mas com isso eu desisto...

Edgar: Fiquei curioso agora... mas todo o caso... eu não sei dançar...

Laura: Eu ia dançar... sozinha... para você...

Edgar: Ah... mas agora eu faço questão... quero ver isso...

Laura: Está bem... mas vou colocar algumas regras nisto..

Edgar: Que regras?

Laura: Você vai ficar sentado na cama... e não pode me tocar até eu terminar de dançar... só quero que ligue o gramofone no momento que te pedir...

Edgar: Certo... onde está o gramofone?

Laura: Aqui... (mostrando): Vou levar para o quarto.. colocar o disco... e vou me vestir no quarto do Daniel... não me espie!!!

Edgar: Ah... tem figurino? Certo... prometo que não espio...

Laura (dando um beijinho):Espero que goste...

Laura arruma o gramofone no quarto, pega o que precisa e diz para Edgar entrar no quarto... Vai ao quarto de Daniel... lá coloca um linda roupa de odalisca, vermelha... o busto bordado em pedrarias e canutilhos... na cintura um cinto egípcio de moedas... e a saia de chiffon com duas fendas laterais...nas mãos um véu... pés descalços... olha-se no espelho... não está nada mau, pensa...

Laura: Pode ligar...

Edgar: Certo... (ligando o gramofone e sentando-se novamente)

O som começa a se difundir no ambiente... aos poucos os derbakes dão o ritmo da dança que Laura irá apresentar... ela entra... Edgar fica pasmo... ao mesmo tempo admirado e incrédulo... está divina... ela começa a dançar... as ondulações que faz com seu quadril e cintura o deixam louco... enquanto movimenta braços e mãos utilizando o véu, movimenta vibratoriamente contraindo e extendendo seus músculos abdominais... gira brincando com o véu... faz vários shimmys de quadril e ondulando seus braços passa o véu por trás do pescoço dele, o trazendo ao encontro de seus seios, que circulam, aproximando-se e afastado-se rapidamente.. isso o deixa extasiado.... roda pelo quarto... ondula como uma serpente ... seu corpo treme ritmicamente enquanto pescoço e braços acompanham a acentuação da música... o último derbake soa... e ela em um movimento rápido cai ao chão...

Edgar levanta-se... está fascinado... ajuda-a a levantar-se...

Edgar: Laura... nunca pensei que soubesse isso... foi incrível... fabuloso...e torturante

Laura: Torturante?

Edgar: Não poder tocar em você foi uma tortura... Você está linda... uma verdadeira deusa egípcia... e eu sou seu adorador....

Laura: Não... eu sou sua odalisca... dancei para meu amo...

Edgar: Ah é? Pois seu amo... está louco por sua Sherazade...

Laura: Então viveremos as Mil e Uma Noites?

Edgar: Não... Mil e Uma Noites são poucas para estar contigo... quero você... para sempre (beijando ardentemente Laura)

Edgar começa a despi-la... ela também começa a afrouxar as roupas dele e entre beijos e carinhos vão encaminhando-se a cama... onde a dança de seus corpos começa.. e termina apenas depois de exaustos... Adormecem... sem pensar que o dia seguinte trará muitas revelações...


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