Laura e seu pai estão perto da casa do Delegado Praxedes. Ela pede para o coche parar. Quer despedir-se da amiga.

Sandra: Laurinha! Que bom te ver aqui! Entra...

Laura: Não posso Sandra... meu pai está me esperando...

Sandra: Mas pede para ele entrar também.. pelo menos tomem um café comigo

Laura: Não dá... Sandra... eu vim me despedir

Sandra: Despedir? Como assim? E o Edgar?

Laura: Estou indo para Petropolis... meu casamento acabou... espero que não se importe em ter uma amiga divorciada...

Sandra: Laura! Eu me importo com conveções... me importo com você! O que aconteceu?

Laura: É uma longa história... escrevo para você quando chegar na fazenda...

Sandra: Laura... vou sentir tanto a sua  falta.... logo agora que eu estou em férias... e tinha pensado em te visitar com mais frequencia...

Laura: Em férias? Sandra... por que não vem comigo e passa uns dias na fazenda? Assim me faz companhia...e você aproveita para passear por uma cidade linda...

Sandra: Quer saber? Tem razão...  vou pedir para meu pai... ele deve estar acordando da sesta... se ele deixar eu arrumo as malas rapidinho e vamos... só diz para o Dr. Assunção esperar um pouco.

Sandra pede autorização ao pai. Esse reluta um pouco, mas Dr. Assunção, que desceu do coche para esperar a amiga da filha,  acaba por convence-lo. Eles seguem então para a fazenda em Petropolis.

Do outro lado da cidade, Edgar está em casa jogado no sofá. Pensa no dia de hoje... lembra da audiência e do que aconteceu depois... Joaquim... ao menos Laura não deu esperanças a ele... pelo menos por enquanto, pensa... mas e se ele não se intimidar com minha ameaça e insistir?... e para terminar o dia aquela visita de D. Constância... Edgar olha para sua aliança... pensa em Laura...  vai concordar com a farsa que a baronesa criou para protege-la... olha a seu redor... a casa está vazia... a ausência de sua agora ex-mulher  fez com que toda a alegria que havia ali desaparecesse... 

Já é noite. Laura, Sandra e Dr. Assunção chegam a Petropolis. Filomena  recebe-os na casa grande. 

Filomena: boa noite. 

Dr. Assunção: Boa noite Filomena... por certo recebeu o telegrama que enviei hoje cedo..

Filomena: Sim Dr. E está tudo preparado... as acomodações dos senhores e da D. Gertrudes também... Seja bem-vinda D. Laura... espero que tudo esteja ao seu agrado...

Laura: Está tudo perfeito... obrigada... Filomena... esta é Sandra... uma grande amiga... ela ficará conosco por alguns dias..

Eles se acomodam na casa. Filomena serve um jantar delicioso. Apenas terminam a refeição e todos se recolhem. Estão cansados da viagem. Apesar de cansada, Laura não consegue dormir... lembra de Edgar... acaricia sua barriga pensando que tem um filho dele ali, crescendo em seu ventre... lembra do quanto era bom estar com ele... ver seu sorriso... ouvir sua voz... mas que  isso agora faz apenas parte de suas lembranças...

Edgar também não consegue dormir... pensa em Laura ... lembra de sua risada... de suas provocações... da maneira como falava e argumentava quando não concordavam com ela.... pensa onde poderá ter ido... se estará sozinha... longe... perto...como gostaria de estar com ela... vê-la... ouvi-la... abraça-la... mas isso agora é impossível... ela quis assim...

No dia seguinte, uma nota que Constância enviou ao Jornal Folha Carioca sobre a falsa doença de Laura e seu afastamento da capital para tratar-se é publicada.  Edgar atende alguns clientes durante o dia, e todos perguntam pela saúde de sua esposa.  Sua vontade é dizer que Laura está bem, nós nos divorciamos e como ela não quer mais me ver resolveu morar não sei onde... mas como prometeu que protegeria Laura responde educadamente que ela está se recuperando em uma  casa de saúde do interior...

Na fazenda, D. Gertrudes chega e é recebida com alegria por Laura

Laura: Babá... que bom que está aqui

Gertrudes: E eu ia faltar com minha  palavra... estou aqui... ao seu  dispor... Ah... antes que me esqueça... chegou essa carta para a senhora

Laura (pegando a carta e sorrindo): É da Isabel (abre e lê o conteúdo) Nossa... ela está indo para Paris... uma dançarina de lá  que estava em turnê no Rio viu ela sambando e a convenceu  a ir se apresentar na França...

Dr. Assunção: Mas era o que faltava... essa dança desengonçada dos negros agora vai ser vista na Europa... vão achar que o povo daqui não tem requinte e bom gosto...

Laura: Credo pai... parece a Baronesa falando...

Dr. Assunção: Desculpa filha... mas é difícil me adaptar a essa nova realidade... e para sua mãe é mais ainda... bem... estou indo... cuidem-se e qualquer coisa me avise.

Laura e Sandra acompanham Dr. Assunção até o coche e depois passeiam pela fazenda. Ela conta a amiga tudo o que aconteceu. Sandra não consegue acreditar no que está ouvindo

Sandra: Eu nunca poderia esperar algo assim do Edgar... 

Laura: E tem mais... não bastasse ter trazido a filha e mãe para morar no Brasil... ainda queria que eu aceitasse a relação dele com aquela lambisgoia... ai Sandra só de lembrar o que eu vi meu sangue ferve... e eu não posso me exaltar...

Sandra: Amiga... eu te admiro... não sei se teria coragem de fazer a mesma coisa se estivesse vivendo uma coisa assim... e... realmente... não se exalte... isso já passou... e você deve estar desgastada com tudo isso... precisa descansar...

Laura: Sandra... realmente estou desgastada... mas preciso não me exaltar por outro motivo...

Sandra: Que motivo?

Laura: Eu estou grávida... estou esperando um filho dele... descobri quando ele estava em Portugal

Sandra: E ele sabe?

Laura: Não... e não sei se vou contar depois disso tudo... acho que prefiro criar meu filho sozinha...

Sandra: Laura... mas ele é o pai... tem direitos... e deveres...

A conversa segue. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, Edgar termina de escrever a defesa de um de seus processos e vai visitar Melissa. Diante de tudo o que aconteceu, sua filha foi a única coisa boa que restou.  Depois de brincar com a menina, a está fazendo dormir cantando "Boi boi boi... boi da cara preta... pega essa menina... que tem medo de careta"..... Catarina aparece de penoar na sala...

Catarina: Viu só... depois que chegamos aqui... as crises dela  sumiram... realmente os ares daqui fizeram muito bem para nossa abelhinha

Edgar: Sim... ela está se recuperando... olha... ela dormiu (dá um beijinho na testa da filha e a entrega a babá que a leva para o andar superior) Bem.. já vou indo... Boa Noite

Catarina (falando languidamente e se insinuando para Edgar) Mas já? É tão cedo... fica mais um pouco (abrindo lentamente o penoar) está um calor aqui....

Edgar (percebendo as intenções da megera): Catarina... recomponha-se... não pense que vou cair novamente nesse seu joguinho de sedução...

Catarina: Mas bem que você gostava quando estávamos juntos lá em Portugal

Edgar: Isso ficou no passado... como você disse... ficou em Portugal.. nossa relação terminou a muito tempo... e o único motivo que me faz te aturar é a minha filha....

Catarina: Você costumava ser mais gentil comigo... deve ser pela convivência com a Laura que se tornou esse homem tão amargo...

Edgar: Nunca mais fale o nome de Laura... até o nome dela consegue ficar sujo quando vem da sua boca... 

Ele sai batendo a porta e Catarina fica furiosa... por mais que tente não consegue seduzir Edgar....

No dia seguinte, os papéis oficiais do divórcio estão prontos. Joaquim retira uma cópia  no fórum e se alegra... Dr. Assunção informou ao escritório que Laura está em Petropolis caso precisem da sua assinatura ou de mais algum documento... agora já tem um bom motivo para procurar por Laura...