365 Dias escrita por Jana


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Depois de um século eu apareci pra postar a último e enorme capítulo. Espero que gostem. Boa leitura!



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–Jass eu já te disse que estou muito bem com o Emmett. - Jasper havia aparecido depois de anos em minha vida. Ter encontrado Emmett me fez me livrar de toda mágoa que ainda existia dos meu relacionamentos passados, então não me importei em perdoar Jasper. Emm tinha até gostado da ideia no começo. Porém nas últimas semanas estávamos brigando muito, ele estava com muito ciume de Jasper. Tínhamos voltado a ser amigos e nos encontramos algumas vezes pra conversar, como no dia de hoje. Era sexta-feira e eu tinha sido liberada do trabalho mais cedo. Jasper então se auto convidou pra tomar café no meu apartamento. Eu não tinha visto problema, já que ele tinha se comportado em todos os lugares públicos que fomos. Mas hoje sem o olhar de outras pessoas ele estava abusando da sorte e já tinha me dado diversas cantadas. Aquilo estava me enchendo.
–Tudo bem, mas confessa que você sente saudades de mim Lice. - Ele disse chegando mais perto, perto demais.
–Jasper você está passando dos limites! - Falei brava me afastando.– Acho melhor você ir embora. - Me levantei para levá-lo até a porta. Quando Emmett souber disso ele vai querer matá-lo.

–Espera Lice.

–O que foi?! - Virei-me para encará-lo. Nesse momento ele me agarrou. Fiquei com os olhos arregalados no momento em que ele encostou sua boca na minha. Demorei segundos até conseguir entender aquilo e empurrá-lo. Ouvi a batida forte da porta, como se alguém á tivesse fechado com toda a força. - O que você está pensando Jasper?! - Gritei desesperada. Corri até a porta pra ver quem era. Poderia ter sido Emmett ou qualquer outra pessoa. Alguém que viu essa cena ridícula. Abri a porta e olhei ao redor. O elevador estava vazio. Tinham corrido pela escada. Voltei para expulsar Jasper do meu apartamento. - O que você está esperando?
–Desculpa Lice, eu não sabia que você...
–Vai embora! Agora!- Empurrei ele pra porta enquanto gritava. - Vai e não volta mais! - Fechei a porta na cara dele. Limpei a boca com nojo e fui procurar meu celular. Tinha mensagens de Emmett perguntando se eu estava em casa. Droga! Será que foi ele? Mandei diversas mensagens mas ele não me respondia. Comecei a ligar, e nada. Liguei pra sua empresa mas disseram que ele tinha saído mais cedo e ido pra casa. Droga! Droga! Droga! Só pode ter sido ele quem viu aquilo. Me desesperei em tentar falar com ele. Horas se passaram e ele não dava sinal. Até que depois de três horas a porta se abriu.
–Emmett!- Gritei de alívio. - Emmett aonde você estava? - Falei indo em sua direção. Percebi na hora que ele estava bêbado. - Emmett porque você não atendeu as minhas ligações? - Cheguei mais perto dele, que me olhava rindo. - Você bebeu?! - Passou por mim sem me responder. Puxei seu braço. - Me responde! - Gritei.
–Seu amante já foi embora?
–Que amante Emmett?! Você ficou louco?
–Ele já foi?
–Eu não tenho amante nenhum Emmett!
–Não adianta esconder Alice. Eu vi! - Ele cuspiu na minha cara. Meu peito se apertou.
–Emmett não foi nada do que você está pensando...
–Eu vi com meus próprios olhos Alice!- Ele gritou.
–Ele me agarrou Emmett! - Gritei de volta.
–Você deixou ele fazer isso Alice!
–Eu não tive culpa! Me afastei logo depois! - Ele bufou.
–Não faz diferença! Você quis isso Alice.Era óbvio que ele tinha segundas intenções! Até um cego conseguia ver, menos você.
–Eu pensei que ele tinha visto como eu estava bem com você.
–Talvez você não tenha deixado isso claro o suficiente!
–Não inventa Emmett! Todos conseguem enxergar como a gente é perfeito juntos!
–Verdade Alice. Todo mundo já entendeu isso, menos você. Só você ainda precisa perceber como teu ex não vale nada, pra poder me dar valor!
–O que? Não viaja Emmett! Eu não tenho dúvida alguma! Se eu tivesse você acha que aceitaria ficar noiva de ti? Moraria contigo? Faria promessas?!
–Ele não tinha voltado ainda nessa época.
–Emmett eu não amo o Jasper. Eu amo você poxa! Eu não me importo com ele!
–Não foi o que pareceu. Você saíram juntos o tempo todo!
–Você não saiu com a Camilly semana passada?
–É diferente, ela não é minha ex! E era um almoço de trabalho!
–Ela sempre deu em cima de ti.
–E eu nunca dei bola.
–Eu também não!
–Aham. Ta bom. - Ele disse cambaleando pro quarto.
–Emmett! Não vira as costas pra mim! - Continuou andando. - Não acabamos ainda!
–O que você ainda quer falar Alice?
–Porque não respondesse minhas mensagens?
–Porque você não respondeu as minhas?
–Eu não vi!
–É, e porque? Estava fazendo o que?
–Conversando com Jasper... - Deixei minha voz morrer e olhei pros meus pés.
–Exato! Eu ia fazer um surpresa sabia? Chegar mais cedo em casa, sair pra jantar... Mas o que eu vejo quando abro a porta? Minha mulher beijando outro!
–Sua mulher sendo beijada por outro, Emmett. Eu não fiz nada! - Senti meus olhos se enchendo de lágrimas.
–Tanto faz. - Ele deu de ombros e virou as costas novamente.
– Porque você bebeu?
–Porque eu estava com raiva!
– Cara, eu não tive culpa. Acredita em mim!
–Ok. - Ele disse
–Você vai continuar me julgando?
–Você beijou seu ex!
– Você quer mesmo falar sobre ex? Então vamos falar sobre a Jane! Vamos falar como ela foi escrota no nosso jantar de noivado. Sua ex estava no nosso jantar de noivado relembrando a época em que vocês namoraram Emmett! E foi você quem a convidou!
–Eu queria ser educado. Umas pessoa legal.
–Legal? Legal foi o que ela fez!
–Porque não falasse antes sobre isso?
–Porque eu não queria ser ciumenta, ser chata, idiota!
–Você ta dizendo que eu estou sendo simplesmente ciumento? Eu não beijei a Jane!
–E eu não beijei o Jasper!
–Não é a mesma coisa!
–É sim! Ela é sua ex! Ela foi a única que você amou antes de mim. Ela foi babaca contigo. Ela te abandonou. Te fez de trouxa! Você o senhor garanhão sofreu por uma vadia! - Gritei em seu rosto.
–Pelo menos ela não me traiu. - Ele respondeu duro. Sem pensar dei um tapa no rosto dele. Coloquei as mãos na boca assustada com meu próprio ato. Seu rosto virou como impacto. Ele engoliu em seco e respirou fundo. - Agora acabou Alice. - Ele disse entrando no quarto e fechando a porta. Eu não sabia se ele estava dizendo que acabou a conversa ou nosso relacionamento. Comecei a bater na porta.
–Abre isso aqui Emmett! Abre logo! Me desculpa poxa! Abre Emmett! - Gritei. Resolvi tomar água pra tentar me acalmar. Fui até cozinha e bebi um copo de água com açúcar. Minhas mãos tremiam descontroladamente. Voltei para a sala. Emmett saía do quarto com uma mala. - O que você está fazendo? - Ele andava em direção á porta. - Emmett! - Gritei e corri até ele. - O que você vai fazer?! - Parei-o me colocando no meio dele e da porta.
–Eu vou sair daqui.
–Como assim? Enlouqueceu? Você mora aqui!
–Eu não to afim de ficar aqui essa noite.
–Você vai pra casa de alguém?
–Não sei.
–Você vai pra onde?
–Não sei.
–Como não sabe?! - Comecei a chorar.
–Eu só não sei Alice! Só vou sair daqui! Que merda! - Ele gritou. As lágrimas caíam ainda mais. Ele apertou a mandíbula. Odiava me ver chorar. - Eu só preciso sair desse lugar Alice. - Falou mais baixo.
–Você bebeu, não pode dirigir.
–Eu sei me cuidar.
–Isso não importa.Você não pode!
–Eu não vou continuar aqui! Não quero mais brigar Alice.
–A gente não precisa. - Falei magoada.
–A gente vai acabar brigando. - Permaneci em silêncio por mais um tempo.
–Fica pelo menos até amanhã de manhã. Dorme no quarto de hospedes.
–Eu preciso esfriar a cabeça.
–Por favor Emm. - Eu tinha que implorar. - Fica. - Sussurrei.
–Eu preciso pensar Allie. - Ele falou depois de um tempo. - Tchau - Disse me contornando e abrindo a porta. Virei para olhá-lo
–Emm... - Ele parou e me olhou. - Eu te amo.
–Eu também te amo Alice. - Ele falou com cara de dor. - E é por isso que to indo. Eu prometi que nunca te magoaria.
–Você vai me magoar se for.
–Vou mais se ficar. Vou acabar dizendo coisas que você não precisa ouvir.


Taylor Swift - Last Kiss


–Não precisava ser assim. - Falei fechando os olhos.
–Não. - Ele suspirou. Abaixou e beijou Lizz e Matt que estavam esse tempo todo aos nossos pés assustados. Eles nunca nos viam brigar. -Tchau amores, papai ama vocês. - Depois ele me encarou. Enxugou delicadamente as lágrimas que escorriam pelo meu rosto e depois me deu um beijo na testa. - Se cuida meu amor. - Ele sussurrou.
–Se cuida também, por favor. - Respondi e roubei um beijo dele. Nossas bocas se encostaram por segundos, mas a sensação de seus lábios nos meus não deixaram de me causar arrepios. Ele se soltou de mim, assentiu com a cabeça e foi pro elevador. Pelo espelho do elevador nos olhamos pela última vez. Memorizei seu último olhar antes da porta se fechar. Permaneci estática por algum tempo, até que comecei a correr pelas escadas. Cai na metade, mas continuei.
–Ethan! Cadê o Emmett?! - Perguntei desesperada.
–Ele já foi dona Alice. O que aconteceu? - Ele perguntou assustado. - O que foi?
–Ele Ethan! Ele foi! - Gritei e saí correndo portão a fora. Vi seu carro longe. Corri pela estrada nem me importando com a chuva que me encharcava. -Emmett! Emmett! - Eu gritava com todo pulmão e corria. Só ouvi buzinas e luzes, e um carro parando á centímetros de mim.
–Dona Alice! - Ethan gritava me alcançando. - A senhorita enlouqueceu?! Venha! - Ele disse me puxando para a calçada. Caminhei do seu lado relatando os últimos acontecidos. - Fica calma! Ele vai voltar, só precisa de um tempo pra pensar.
–Mas ele está bêbado Ethan! E se algo acontecer com ele?
–Vai dar tudo certo Dona Alice. A senhora precisa se acalmar! - Falou quando chegamos ao hall de entrada. Ethan me levou até a porta do meu apartamento. - Se precisar de alguma coisa chama dona Alice!
–Obrigada Ethan! - Entrei e tranquei a porta. Me deixei cair no chão e chorar. Depois de muito tempo levantei e mandei uma série de mensagens pro Emmett. Que iam desde ele dormir na casa de Rose, até desculpas, xingamentos e eu te amos. Telefonei á ele várias vezes. Então me arrastei pro chuveiro. Me joguei no sofá com o celular e continuei as minhas inúmeras tentativas, após o banho. Peguei no sono com o celular na mão e Matt comigo no sofá. Acordei com um telefonema. Já haviam se passado duas horas. Era o número de Emmett.
–Emm meu amor, até que enfim! Eu já estava enlouquecendo. Emmett me escuta...
–Senhora? - Ouvi uma voz masculina que não pertenciam á Emmett no outro lado da linha. - Não é o Emmett quem está falando.
–Quem é? Cadê o Emmett? E o que você está fazendo com o celular do meu noivo?!
–Fique calma senhora. Eu sou o policial Garret. Emmett é seu noivo?
–É sim! O que está acontecendo? Emmett foi parado e vocês viram que ele estava bêbado?– Logo lembrei disso. Eu sabia que ele não deveria dirigir! - Mas porque você está me telefonando? Ele foi preso por desacato?!
–Não. Nada disso senhorita.
–Então o que foi? Pelo amor de Deus me diga logo.
–Seu noivo sofreu um acidente de carro. Por isso estou telefonando á um parente.
–Como assim? Um acidente? E ele está bem? Diga que sim! - Senti minhas pernas bambearem.
–Você poderia por favor se dirigir ao Hospital Charllotte Geisel?
–Mas ele está bem?
–Não podemos passar informações pelo telefone senhorita. Por favor se dirija ao hospital. E de preferência acompanhada. Ele possui outro parente na cidade? Pais, irmãos?
–Não. Somente eu.
–Certo. Entraremos em contato com eles. Por enquanto a senhorita se dirija ao hospital e acompanhada.
–Tudo bem. Estou indo pra lá.
–Obrigada. E desculpe por ter que te dar essa notícia.– Mal ouvi as últimas palavras do policial.Eu já estava em prantos. Calcei o primeiro sapato que vi e peguei as chaves, ligando para Rose durante isso.
–Rosalie!– Gritei quando ela atendeu.
–O que aconteceu?
–Você e Ryan precisam ir para o hospital Charlotte Geisel, Emmett sofreu um acidente amiga. Rápido!
–Como assim? Aonde? Ele está bem?
–Eu não sei! Só me mandaram ir, e acompanhada. - Falei entre soluços. Ethan me perguntou o que estava acontecendo e eu contei á ele. Enquanto Rose contava para Ryan no outro lado da linha.
–Lice fica aí. Vamos te buscar. Você não está em condição de dirigir.
–Já estou dentro do carro.
–Não importa! Já chegamos!
–Seja rápida! –Desabei no volante. Ethan guardou o carro pra mim e tentou me acalmar até Rose chegar. Ryan dirigia o mais rápido que conseguia e por isso chegamos depois de meia hora no hospital. Entrei correndo. - Emmett Mc-Carty por favor. Acidente de carro. - Falei apara a recepcionista.
–Doutor Robert está te esperando. Por aqui. - Ela disse entrando em um corredor. Seguimos ela.
–Porque estamos indo para área do necrotério? - Escutei Rose cochichar atrás de mim. Um arrepio percorreu minhas costas.
–Doutor Robert. Família de Emmett Mc-Carty. - Ela disse á um médico alto.
–Certo, obrigada Julie. - Disse á ela. - Boa noite, eu sou o doutor Robert. - Falou apertando nossas mãos.
–Por favor Doutor como está o Emmett? O que aconteceu? Estou desesperada. - Falei chorando. Rose colocou o braços ao meu redor.
–Qual o seu nome minha querida?
–Alice Cullen. Sou noiva dele.
–Certo. - Ele suspirou. Aquilo estava me matando. - Vocês gostariam de se sentar? - Disse apontando para umas cadeiras. Neguei com a cabeça. Porque ele estava enrolando? - Ok. Seu noivo estava passando pela via norte-sul, em direção á 103. Porém ocorreu um deslizamento de terra nas encostas dessa estrada e esta estava trancada. Ele com certeza não avistou de longe e colidiu de frente com uma grande rocha. Seu carro caiu na ribanceira. - Meu coração falhou por um segundo. - As esquipes estavam indo ao local para interditá-lo devido ao desmoronamento, e já encontraram o carro de seu noivo. Por sorte este não havia explodido. Porém seu noivo em compensação se machucou muito.
–Muito tipo quanto? - Perguntei desesperada.
–Ele quebrou várias costelas, bateu muito forte com a cabeça pelo impacto o que levou á diversas complicações, e quebrou também o pescoço. - Suspirou novamente. - Sinto muito Senhorita Alice. Emmett não resistiu. Já chegou sem vida ao hospital. - Ouvi Rosalie e Ryan arfarem atrás de mim. Rose apertou o braço ao meu redor e começou a chorar. Paulo começou a fazer perguntas ao doutor. E eu não ouvi mais nada depois disso. Senti apenas meu mundo desabar. Minhas pernas amoleceram e tudo ficou negro. Desabei no chão.
Acordei deitada em uma maca. Senti as mãos de Rose acariciarem meu cabelo. O que ela fazia ali? Tudo não passava de um pesadelo?
–Rosalie. - Murmurei.
–Ah! Que bom que você acordou. - Ela me abraçou. Estava com a cara inchada de choro. Porquê?
–Rosalie eu sonhei que Emmett havia... - Falei enquanto me sentava. Olhei ao redor: estava mesmo em um hospital. - Rose... - Olhei desesperada pra ela.- Rose diz que é mentira. Diz que tudo não passou de um pesadelo. Rosalie! - Comecei a gritar enquanto ela chorava e me apertava contra seu peito. Me soltei dela e saí correndo daquele quarto, logo esbarrei em Edward. Olhei assustada. Lá estava Ryan com Edward e Carlisle. Como eles já estavam aqui? Por quanto tempo eu fiquei apagada? Edward veio ao meu encontro. - Edward não. - Falei me jogando em seus braços. - Diz que é mentira. Não pode ser. Não o Emmett! Diz que estavam enganados. Por favor! - Ele me abraçava ainda mais forte enquanto também chorava. Quando me soltou Carlisle tomou seu lugar. Eu continua repetindo aquelas frases.
–Nosso menininho se foi Lice. - Carlisle disse chorando.
–Não! Não! Não! Porquê?- Falei desesperada.
–Eu não sei, eu não sei.
–Foi tudo minha culpa! - Gritei em meio a soluços. Me soltei dele mas cai no chão assim que dei o primeiro passo. Rose me agarrou. Me sentou em seu colo.
–Você não tem culpa meu amor! - Dizia me ninando como um bebê. Fiquei ali até meu choro diminuir. Os momentos seguintes passaram sem que eu falasse mais nada. Recebi apenas ordens. Fui até em casa, troquei de roupa e Rose fez minha mala, ela deixou comida para Matt e Lizz. Ficamos esperando no apartamento enquanto os homens terminavam toda burocracia. Dirigimos até o aeroporto e pegamos o primeiro voo para Los Angels. Ela me ofereceu remédio para dormir mas eu não aceitei. Fiquei acordada durante todo o voo. Relembrando toda nossa briga várias e várias vezes. Cheguei na casa de Esme em silêncio e permaneci assim durante todo o tempo em que ela e Bella desoladas me abraçavam. Só me permiti dizer um "me desculpa" dolorido para cada uma. O que as fizeram chorar ainda mais e dizer o quanto eu não tive culpa. Subi para o meu quarto e permaneci lá por todo o tempo. Pessoas vieram falar comigo, me chamar para comer, avisar quando o corpo dele tinha chegado, perguntar como eu estava, perguntar o que tinha acontecido, me pedir pra descer, meus pais tinham chegado, e todos queriam que eu descesse. Porém eu só negava e permanecia em silêncio. Continuei no nosso quarto durante todo o dia e a outra noite. Relembrei tudo que passamos desde que nos conhecemos. Chorei em silêncio. Não comi e mal dormi. Na manhã do enterro só Rose entrou lá deixando mais uma bandeja de comida e levando a última que foi intocada.
–Você não pode ficar sem comer. - Ela disse sentando-se na cama.
–To sem fome.
–Mesmo assim. - Permaneci olhando pro nada. - Ele vai ser enterrado daqui a pouco Lice, irão fechar o caixão. Tem certeza que não quer se despedir? -Afirmei com a cabeça. - Tudo bem então. - Ela beijou o alto da minha cabeça. - Te amo. - Disse e saiu do quarto. Suspirei. Levantei e sentei na beirada da cama olhando pra fora da janela. Rose acabara de me avisar que eles estariam fechando o caixão logo pois seguiríamos pro cemitério. E eu? Eu havia decidido que não iria ver o corpo. Eu não queria vê-lo nesse estado. Já tinha uma última imagem ruim o suficiente. Dele partindo no elevador. Uma brisa suave tocou o meu rosto e uma borboleta amarela pousou na janela.
–Amor esse lugar é tão lindo! - Falei maravilhada. Estávamos passando o fim de semana na casa dos pais de Emmett e ele resolveu me levar á um lugar especial - Olha todas essas borboletas! - Meus olhos brilhavam enquanto olhava para todas elas.
–Eu sei. Sempre gostei de vir aqui quando precisava ficar sozinho ou me alegrar pelas coisas bonitas da vida. Antigamente essas borboletas me ajudavam, mas hoje eu não preciso mais delas. - Virei -me para encará-lo. - Eu tenho uma razão muito maior pra me alegrar com a vida. Você. - Ele disse tocando a ponta do meu nariz com o dedo.
–Emm... - Murmurei seu nome. Ele tinha esse dom de me deixar sem palavras. De tornar um simples momento em algo marcante. - Você é tudo que eu poderia querer e mais um pouco. - Falei jogando meus braços ao redor de seu pescoço. Ele sorriu e segurando minha cintura me puxou para mais perto. Quando nossa bocas se encontraram tive a sensação que aquelas borboletas estavam dentro do meu estômago. Eu me sentia uma adolescente apaixonada. Nos separamos com vários selinhos e nos encaramos sorrindo.
–Te amo- Ele disse me fazendo sorrir mais largamente e deitei minha cabeça em seu peito. Inspirei seu perfume com os olhos fechados. Senti um leve movimento no meu dedo. - Amor... - Emm sussurrou. Abri os olhos e vi uma linda borboleta amarela pousada em meu dedo.
Me aproximei da janela com as lágrimas teimando em cair novamente. Decidi em pensamento que caso isso acontecesse eu teria coragem e desceria para vê-lo. Por um momento meu coração falhou. Aquela borboleta pousara no meu dedo assim que cheguei perto dela.
– Também amo você Emmett... - Sussurrei e observei ela voar. Enxuguei minhas lágrimas. Vesti rapidamente o vestido preto que escolhera, passei um batom nude e calcei os saltos. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto e peguei meus óculos escuros. Olhei-me no espelho.
–Tão linda... - Pude ver Emm dizendo atrás de mim. Suspirei. Abri a porta e andei pelo corredor. Parei no alto da escada. Cheguei no momento em que eles estavam se preparando pra tampar o caixão.
–Espere! - Falei alto mas sem emoção. Senti todos os olhares daquela sala virarem-se para mim. Carlisle assentiu para o homem que pôs a tampa do caixão de lado novamente. Desci as escadas calmamente e conforme andava sentia um monte de mãos me tocando e palavras de consolo sendo ditas. Não olhei pra ninguém, só percebi as pessoas se afastando de perto do caixão. Esme que abraçava Bella. Rose abraçada com Ryan. Edward afastado com Reneesme no colo. Meus pais ao lado de Rosalie. Mas qualquer outro fato que eu poderia perceber foram afastados dos meus pensamentos quando cheguei perto o bastante para lhe ver. Lá dentro de uma caixa preta forrada por um tecido branco, suspensa por ferros, estava o amor da minha vida. Poderia dizer que estava dormindo. Apesar de estar faltando algumas coisas. Mas era o que realmente parecia. Lembrei então de todas as vezes que o vira dormir, desde a primeira vez. O observar dormir era algo que me fazia tão bem, me dava uma sensação de paz vê-lo daquela forma. Seus cabelos loiros bagunçados, sua boca geralmente em um bico fofo, seus braços e pernas jogados, seu peito em um movimento suave de sua respiração... É, isso era algo que faltava. Sua respiração. Aquele Emm dentro do caixão não respirava, e nunca mais respiraria. Senti uma lágrima sair do canto do meu olho esquerdo. Levantei minha mão em um ritmo devagar percebendo assim o quanto ela tremia, toquei levemente seu peito. Coloquei em cima do lugar onde antes geralmente seu coração batia, em uma tentativa de esperança... e frustração. Nada. Seu coração que antes era um dos sons que eu mais gostava de ouvir, não tocava mais sua música. Deitei minha cabeça em cima de seu peito, perdendo meu último pingo de esperança. Isso era outra coisa que faltava. Seu coração não batia, e nunca mais bateria. Outra lágrima desceu. Senti um arrepio e percebi que era o frio. Aquele corpo no qual estava deitado era uma pedra de mármore, dura e fria. Subi minha cabeça e passei minhas mãos por todas partes não vestidas que haviam dele, não eram muitas, apenas suas mãos, pescoços e rosto. Todas eram extremamente frias. Mais uma coisa que faltava. O calor. O corpo do meu noivo não emanava mais nenhum tipo de calor, o corpo no qual antes tantas vezes havia me aquecido, não mudava mais de temperatura, e nunca mais mudaria. Senti mais uma lágrima escorrer, dessa vez do outro olho. Dei um beijo leve em seu pescoço, movimento que antes o causaria arrepio, dessa vez não causara nenhuma reação. Como era de se esperar não é mesmo? Percebi também a reação das pessoas ao meu redor, todos estavam com os olhos fixos em mim, alguns choravam, outros me olhavam com pena, mas nem prestei atenção neles, eu não me importava com mais nada. Só com a esperança de que ele se mexesse. Belisquei sua mão. Nada. Sussurrei seu nome. - Emm... - Nada. Quarta grande diferença. Aquele corpo que antes me fizera delirar tantas vezes, que fora o meu maior porto seguro, agora não passava disso, um corpo. Ele não se mexia, e nunca mais se mexeria. Percebi que as lágrimas já estavam ganhando um ritmo. Acariciei sua fase e seu cabelo. - Emmett por favor, fala comigo - Eu tinha que implorar. Eu tinha que tentar. Eu precisava dele de volta. - Volta pra mim. Por Favor. Não me deixa. - Tentei falar o mais baixo possível. Mas escutei um gemido atrás de mim que achei ser de Esme. - Me perdoa meu amor, volta pra mim. Eu não sei viver sem você...- Toquei seus lábios com os dedos. Depois encostei os meus no dele. Lábios de pedra. Constatei então outra diferença. Seus lábios antes macios e quentes, que tinham o poder de me fazer esquecer do mundo, agora eram estáticos e frios. Que antes abrigavam o sorriso mais lindo do mundo, aquele que faziam sentir as pernas bambas, me sentir segura pra sempre. Sua boca nunca mais beijaria a minha. Seu sorriso nunca mais apareceria nele. Seus lábios nunca mais sussurrariam um eu te amo, ou qualquer outra palavra doce. - Eu sinto tanto... - Minhas lágrimas caíram em cima de seu rosto. Sequei-as delicadamente. Depois percebi que parecia que ele tinha chorado pelo lugar onde elas tinham caído. Lembrei de uma vez brigamos e depois quando nos conciliamos nossas lágrimas se misturando, entre beijos e caricias. Lembrei de todas vezes que ele enxugara minhas lágrimas. E das vezes em que eu cuidara dele como um bebê. Mais uma coisa que mudara. Aqueles olhos não derramavam mais lágrimas, e nunca mais derramariam. Lembrei então dos seus olhos. Dos seus lindos olhos azuis que eram a coisa mais perfeita de todo o mundo. Aquele oceano profundo, calmo. Com ar de criança travessa, de homem safado, de príncipe encantado. Eu nunca mais olharia seus olhos, por eles nunca mais abririam. Porque ele nunca mais voltaria pra mim. Eu havia perdido a melhor coisa da minha vida, pra sempre. - Oh Emm! - Falei desabando em cima de seu peito. Não consegui segurar todas aquelas lágrimas. Senti aquilo tremer.
–Alice! - Escutei a voz da minha mãe.
– Allie! - Rose dessa vez. Escutei outras vozes. e algumas mãos me tocando.
– Você precisa sair minha querida. - Alguém disse me puxando. Já não me importava em identificar que eram os donos das vozes.
–Não! - Falei alto demais fazendo alguns se assustarem. - Eu estou bem. - Sequei as lágrimas que estavam visíveis. Toquei seu rosto, sua mão. Tirei do meu pulso a correntinha que minha avô havia me dado coloquei em um bolso de seu paletó. - Se a nossa filha não vai ganhar isso, ninguém mais vai. - Escutei um "Oh" sofrido de minha mãe. - Me perdoa Emm. Eu te amo. - Eu sabia que não era mais ele ali, mas seria a última vez que eu olharia pro seu corpo. Beijei levemente suas faces, seus pálpebras, sua testa, e por fim seus lábios, como ele sempre fazia comigo. E falara que faria no dia do nosso casamento. Toquei em minha aliança de compromisso e depois ia tocar na dele, mas percebi que não havia alia. Olhei assustada pra cima e vi Bella me estender um anel prateado. - Obrigada. - Sussurrei a ela e que deu um pequeno sorriso. Eu não sabia se conseguiria separar suas mãos e colocar a aliança lá, então apenas a coloquei embaixo de suas mãos. Coloquei as minhas mãos em cima dele por um última vez. - Eu amo você. - Dei um passo pra trás em sinal de que poderiam prosseguir. A partir dali fiz tudo monotonamente. Me afastaram. Me abraçaram. Vi o caixão ser fechado e levado pro lado de fora. Recebi vários abraços e palavras. Agradeci todas com um aceno de cabeça. Fui empurrada junto as pessoas, pro lado de fora. Entrei em um carro e permaneci calada por toda a viagem. Permaneci quieta durante a celebração. Depois no caminho ao cemitério. Escutei todas as palavras ditas, todos os choros derramados, todas as dores se misturando em minha volta. Parada ali perto daquela cova reconheci muitos rostos de pessoas que amavam Emmett assim como eu. Desejei do fundo do coração que elas não tivessem ali, e nem eu. Fechei os olhos e quando os abri nada havia mudado. Tudo continuara acontecendo. Suspirei. Rosalie apertou o abraço ao meu redor. Começaram a baixar o caixão e o desespero aumentou em algumas pessoas. Não em mim. Eu já havia perdido o meu Emm. Todos jogavam flores, falavam algumas palavras e se retiravam. Me pediram pra jogar, eu não quis. Só segurei mais forte a flor que estava em minha mão. Pessoas começaram a se despedir, inclusive de mim, nada eu falava. Logo aquele lugar estava mais vazio. - Vou ficar aqui. - Respondi a minha mãe e a Rose que estavam me irritando a muito tempo. - Só mais um pouco. - Sussurrei e olhei em direção a Esme. Ela concordou com um sorriso sofrido, e mesmo assim suas covinhas apareceram. Virei o rosto na hora e me arrependi de ter olhado. Suas covinhas me lembravam as de Emm. - Eu preferia ficar sozinha. Por favor. - Falei baixinho. Todos que ainda estavam ali saíram devagar, alguns me acariciando conforme passavam. Esperei os passos se distanciarem. Vi Rose no canto. - Rosalie... - Implorei. Ela suspirou.
– Vou estar te esperando no carro. - Disse virando-se. Quando ela estava bem longe sentei-me na grama. Eu nunca havia sentido aquilo. Quando meu avô morrera a dor que eu sentira era realmente forte, mas eu era uma criança. A visão que eu tinha era diferente. Era era a primeira vez que eu tinha perdido alguém tão próximo, então ainda tinha a esperança de que ele voltasse. Mas isso não acontecia agora. Hoje eu já sabia que meu Emmett nunca mais voltaria. Nunca mais.
–Lembra de quando nos conhecemos Emm? Na forma como tentei fugir de ti? De tentar não me apaixonar, de negar meus sentimentos? Eu tinha medo de te perder no final. Isso já tinha acontecido comigo antes e eu tinha medo pois sabia o quanto iria doer. Por isso tentei. Tentei com todas as minhas forças negar nosso amor. Mas foi inevitável. Eu acabei me entregando. E agora você se foi. E eu estou em pedaços. Mas sabe de uma coisa? Eu não me arrependo. Você é a melhor coisa que me aconteceu. - Sorri. - E eu perdi a melhor coisa. - Deixei as lágrimas rolarem. - Não sei o que vai ser de mim a partir de hoje. Não sei como vou sobreviver sem você. E agora Emm? Você disse que nunca ia me deixar! A gente ia se casar lembra? A gente ia ter filhos! A gente ia passar o resto da vida juntos. - Soluços me atingiam. - Ai Emm. Me leva com você. Eu não quero ficar em um mundo onde você não exista. Não faz sentido. Você pertence a mim. E eu a você. - Suspirei. - Eu te amo. E sempre vou amar. - Levantei e enxuguei minhas lágrimas. Caminhei em direção ao carro de Rosalie. E rumo á minha vida sem o Emmett.


The One That Got Away - Katy Perry

Talk about our future like we had a clue
Falamos sobre o nosso futuro como se soubéssemos de algo
Never planned that one Day
Mas nunca planejei que um dia
I'd be losing you
Eu perderia você


In another life, I would be your girl
Em uma outra vida, eu seria sua garota
We'd keep all our promises, be us
Nós manteríamos todas as nossas promessas,
Against the world
Seriamos nós contra o mundo
In another life, I would make you stay
Em uma outra vida, eu faria você ficar
So I don't have to say you were
Então, eu não tenho que dizer que você era
The one that got away
Aquele Que Se Foi
The one that got away
Aquele Que Se Foi

Eu estava em prantos deitada como uma bola a minha cama. O buraco em meu peito ainda existia. Mesmo depois de 365 dias. Emmett era a coisa mais importante na minha vida e eu perdi. A melhor coisa que me acontecera e eu consegui perder ele. Durante esse ano eu havia passado por diversas fases. Me culpei, culpei Jasper, culpei Deus, me excluí do mundo, parei de trabalhar, de comer, de sair, de sorrir, comecei a beber, a me cortar, a vomitar de propósito, tive que voltar a sair de casa por obrigação, voltei a comer e engordei 10 quilos, usei máscaras pra dizer que estava bem, me viciei na academia, me atolei de trabalho, e agora estou assim. Acostumada com tudo. Vivendo um dia de cada vez. Mas não importa o que eu faça, essa dor não sai de mim. Fui em direção ao banheiro e vomitei. Estava tonta. Entrei no chuveiro e liguei na água gelada. As lágrimas saiam sem parar. Meus joelhos cederam e eu caí mole no piso do banheiro. Esperei estar desmaiando, mas para a minha decepção, a consciência ainda me atingia. Queria me cortar. As minhas mãos procuravam inutilmente alguma lamela. Eu precisava sentir alguma dor física para tentar sobressair a minha dor interior. Porém não podia. Eu não era mais uma adolescente. E não podia regredir tudo de novo. Voltar para trás. Porque tudo isso voltava? Toda a dor que eu senti durante esse ano me acertava em cheio hoje, me acertava com toda força possível em vários pontos inimagináveis. Todas as perguntas que já fiz ecoavam em minha cabeça. Todas as lembranças... Desde o primeiro dia que o vi até o último, despencavam como uma cascata em minha cabeça. Eu estava completamente destruída por dentro. E sabia que a minha fisionomia não devia estar das melhores. Agradeci por estar sozinha. Ninguém deveria ser obrigado a ver isso. Ninguém merecia sofrer por mim. Gritos histéricos imploravam para sair.
– Por quê? Por quê? Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! – Eu gritava com todo o pulmão. Não conseguia parar. Estava vermelha de tanto gritar. Mas logo o cansaço começou a me atingir e os gritos foram ficando mais fracos até sumir. Os soluços que saiam pela minha garganta e a água do chuveiro eram os únicos barulhos que eu podia escutar. Não sabia mais o que fazer. Só fiquei ali esperando que aquela água levasse toda a minha dor junto com ela. O que era impossível. Não entendia o porquê de isso acontecer comigo. Desejei nunca ter saído de Jacksonville, de ter ficado por lá durante toda a minha vida. Eu me caçaria com Jasper e seria feliz, teria vários filhinhos e ficaria ao lado de meus pais até ficarem velhinhos e partirem. Rosalie seria além de minha melhor amiga, minha cunhada. Jacob logo encontraria a Leah, e ele continuaria sendo meu melhor amigo. Eu teria uma vida feliz. Porque fui para o Central Park naquele dia? Porque não fui embora antes? Porque tive que alugar aquela bicicleta no dia seguinte? Porque eu tive que me apaixonar por ele? Porque tivemos que brigar naquele dia? Porque ele, logo ele, meu Deus? Porque ele teve que morrer naquele acidente? Porque o amor da minha vida teve que me abandonar assim?! Porqueeeeeeeeeeeeee? Eu preferia saber que ele estava com outra mulher no outro lado do mundo. Que ele estivesse cumprindo todas as promessas que fez pra mim, para ela. Tivesse se casado, tido três filhos, uma linda casa, e permanecido pelo resto da vida ao lado dela. Eu preferia saber que ele era de outra, mas estava feliz, do que ter que vê-lo partir para sempre. Eu não aguentava mais! Chorei tanto esse ano todo... Durante esse 365 dias, não tivera um dia no qual eu não chorara. Mas hoje parecia que eu estava chorando o dobro de tudo que já chorei. O sono estava me atingindo. Pelo menos isso! Levantei com dificuldade e desliguei o chuveiro. Enxuguei rapidamente meu corpo e me enrolei na toalha. Parei no caminho me olhando no espelho, deixando sem querer a toalha cair.
– Você é tão linda... – Ele sussurrou atrás de mim. Eu estava virada nua para o grande espelho do meu banheiro, e ele estava agora atrás de mim só de cueca. Tirou meu cabelo e beijou o meu ombro, depois o meu pescoço, depois em baixo da minha orelha. – Eu amo você Alice. Para sempre! – Murmurou.
Para sempre. Repeti para mim mesma. Ele me amava para sempre! Era nisso que eu tinha que acreditar. Por um momento consegui sentir suas mãos ao redor de minha cintura. Me puxando para o seu peito que por tantas vezes fora meu porto seguro. Senti seus lábios macios na minha pele. Seu hálito doce e quente no meu rosto. Sua respiração suave. Seu corpo quente colado no meu. Pude ver seus lindos olhos azuis na minha frente. Seus cabelos loiros brilhantes. Seu sorriso perfeito com suas covinhas. Senti seus lábios suavemente tocando os meus enquanto uma de suas mãos estava na minha cintura me puxando mais pra perto, e a outra no meu rosto. Ele separou nossos lábios e disse um “Eu amo você”. Então abri os olhos e lá estava eu sozinha no meu banheiro. Quis correr para debaixo das cobertas, mas não consegui. Minhas pernas não conseguiam. Andei lentamente e me cobri toda com o edredom. Estava um clima bom por causa do ar condicionado. Meu peito doía tanto. Queria tanto ele do meu lado. Ouvir sua voz por uma última vez dizendo que me ama. Eu tinha medo que um dia me esquecesse do som dela, do seu cheiro, do gosto de seu beijo, do toque de seus dedos, da textura de sua pele, da cor exata de seus olhos perfeitos, de suas convinhas de anjo, de cada detalhe de seu corpo escultural... Eu só queria ouvir um último “Eu te amo”. Era pedir demais? Abri os olhos e olhei para o teto. Ele sorria de uma forma tão doce naquele desenho.
– Então o que achou? – Me perguntou entregando o desenho. Peguei-o na mão. Estava tão lindo! Seu sorriso perfeito com covinhas... E seus olhos eram os únicos pintados, como eu pedira. Estava perfeito assim como ele!
– Perfeito amor! Ficou tão perfeito quanto à pessoa do retrato e a quem fez! – Falei olhando maravilhada. Ele sorriu meu sorriso preferido e me puxou para ele. – Mas eu ainda prefiro o sorriso original!
– E eu ainda prefiro olhar pra ti todos os dias e dizer o quanto amo você.
Dei uma risadinha. – O que isso tem a ver Emm?
– Tem a ver que eu te amo mais que minha própria vida! Nunca se esquece disso tudo bem?
Concordei com a cabeça enquanto as lágrimas rolavam. – Eu também amo você. Muito! – Ele beijou minhas pálpebras suavemente, depois a ponta do meu nariz, os dois lados das minhas bochechas, meu queixo, minhas testa, e por último meus lábios.
– Eu amo você! – Sussurrou em meio á eles. Sorri.
Meu sorriso não podia ser maior.
– Eu também te amo Emm! Pra sempre meu amor, pra sempre! Obrigada... – Sussurrei.
Eu tinha lido uma vez, uma certa frase que encaixava perfeitamente com a minha história. E era nessa frase que eu iria me apegar...
“Quando uma vida te oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim. - Bella Swan – Crepúsculo"
Fechei os olhos calmamente pensando que eu não podia lamentar. Eu tivera os melhores momentos da minha vida ao lado de Emm. Ele me ensinou tanto, e eu pude ensinar muita coisa pra ele também. Eu não tinha o direito de me machucar, de gritar, de fazer as pessoas ao meu redor sofrer, por causa disso. Eu tinha que agradecer por ter tido ele um dia do meu lado. Era isso que eu fazer. Emmett Mc- Carty um dia foi meu, e eu agradeceria para sempre por isso. "Pois nosso amor é como o vento. Não posso ver, mas posso sentir. - Um amor Para recordar."


( https://www.youtube.com/watch?v=6IxgPcm19sA )


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Aceito reviews e recomendações kkkk Amo essa história, e chorei muitas vezes escrevendo. Não ficou como eu imaginei, mas eu gostei do resultado. Desculpa por matar o gostoso do Emmett haha Beijos