Casa Ao Lado escrita por Laís Oliveira


Capítulo 8
Você gosta de mim assim?


Notas iniciais do capítulo

Hey minhas leitoras lindas! Tudo bem com vocês? Consegui passar aqui nesse final de semana para deixar um capítulo quentinho para vocês! Eu até tentei postar mais cedo, porém minha irmã alugou eu notebook e não deu, haha!

O comecinho do capítulo vai fazer um breve resumo do acontecimento anterior na visão do Edward, acho que vocês vão gostar!

Quero agradecer a todas vocês pelas reviews, vocês são incríveis comigo, muito obrigada por todo o carinho!

Lana! Eu amei a sua recomendação e concordo totalmente com você, os melhores casais são aqueles que acima de tudo são melhores amigos, muito obrigada por ser tão gentil comigo ♥

Vamos ao capítulo? Nos vemos nas notas finais!



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Edward POV.

Ignorei os gritos e assobios direcionados a alguém em cima do palco que não me interessava, eu estava concentrado em encontrar Isabella naquela festa o mais rápido possível. Eu precisei me livrar de uma garota no caminho, e talvez Isabella tenha se irritado com a demora e saído a minha procura, porque quando eu voltei com a garrafinha de água em mãos ela não estava mais lá.

- Edward, cara! – Jasper gritou aparecendo repentinamente a minha frente, bloqueando totalmente minha passagem.

- O que foi? – Gritei para que ele pudesse me ouvir – Você viu a Bella?

- Cara, era exatamente isso o motivo pelo qual eu procurei você, a Alice está tentando só que não está dando muito certo.

Fiquei por um momento sem entender o que ele estava me falando, até que eu direcionei meus olhos para o palco. Congelei no mesmo lugar em que eu estava não acreditando no que meus olhos estavam vendo e com o choque deixei que a garrafinha fosse de encontro ao chão.

Isabella estava dançando loucamente em cima do palco enquanto Alice a gritava e ela parecia não ouvir. Depois de alguns momentos Isabella deve ter percebido a presença dela e abriu os olhos – até então fechados – para poder falar com Alice. Ela estava apenas vestida em uma saia e um sutiã azul, aparentando estar um pouco confusa.

Eu juro que se pudesse eu teria quebrado a cara de todos os homens que estava olhado Isabella com luxuria, como se ela fosse um pedaço de carne pronto a ser servido a eles. O ódio que eu senti de todos naquela festa não era nada comparado ao ódio que eu senti do que ela estava fazendo, como se aquilo fosse certo.

Sem enxergar muita coisa a minha frente eu fui de encontro a Isabella a tirando furiosamente dali e dizendo coisas que eu em meu estado normal não diria, como “cale a boca”.

Na volta para casa o meu lado possesso me ajudou a manter o silêncio dentro do carro, que estava me incomodando de certa forma. Eu me odiei por tê-la deixado sozinha mesmo que por minutos, porque isso havia custado uma noite que poderia ser agradável para ambas às partes. Porém, eu sabia que Isabella estava sensível e poderia aceitar qualquer coisa que fosse oferecia a ela, como tequila, o que não era lá uma das bebidas mais fracas inventadas pelo homem. Sendo assim, o que tinha acontecido era minha culpa, pois fui eu quem a deixei desprotegida em um lugar cheio de desconhecidos e eu sabia que ela precisava de mim para ficar junto dela. E eu a deixei, a deixei para os gaviões fedorentos que ali estavam.

Eu nunca em toda a minha vida havia sentido um ciúme tão possesso aflorar dentro de mim de forma gritante, ciúme de uma garota que não era minha, talvez porque eu não tivesse ainda criado coragem o suficiente para declarar-me para ela.

– Você não pode me ignorar, você não vai fazer isso. – Isabella afirmou com a voz firme assim que chegamos à frente de minha casa.

– Não dá pra fingir que nada aconteceu. Foi... – Eu respondi olhando em seus olhos por um momento, logo sem seguida saindo do carro e a deixando ali. Eu ainda estava com muita raiva.

– Eu sei que foi uma vergonha e foi ridículo da minha parte. Mas... Você não voltou, você estava conversando com outra pessoa e eu não sei Edward, eu... – Disse saindo do carro e caminhando depressa a minha frente.

– Não me venha dizer que é minha culpa por você ter agido daquela forma! – Quase gritei alterando-me novamente, mas eu sabia que era minha culpa.

– Eu não disse nada disso, eu só fiz aquilo porque eu precisava esquecer toda essa merda, entende? Eu precisava arrumar alguma válvula de escape e foi essa única coisa que eu consegui pensar no momento. Eu só quero esquecer meu pai, da minha mãe... – Ela fez uma pausa, agora parecendo estar descontrolada – Eu quero me esquecer de... Não! Eu não quero me esquecer! – Falou consigo mesma.

Eu fiquei perdido por um momento. “Eu não quero me esquecer de... Não! Eu não quero me esquecer!” ela parecia estar travando uma batalha dentro de si decidindo se falaria algo que com certeza eu não sabia.

– Bella, o que está acontecendo? – Perguntei preocupado com medo do que viria a seguir.

– Edward, me beija.

Suas palavras soaram verdadeiras e firmes. Não havia medo em sua voz, porém era fácil ver a insegurança que atravessava seu rosto a todo o momento. Fiquei sem reação, ela realmente estava pedindo para eu beija-la?

Provavelmente minha expressão deveria estar incrédula, pois Isabella continuou.

– Edward... Me beija, por favor. Eu quero que você me beije.

Era visível que ela estava tentando deixar o seu pedido transparente caso eu não houvesse entendido. Eu havia entendido perfeitamente, o problema é que eu não conseguia encontrar os meus movimentos para beija-la da maneira que eu vinha sonhando há muito tempo, a felicidade e a surpresa dançavam dentro de mim de forma ridícula, impedindo-me de qualquer reação possível.

E então Isabella tomou a frente e ficou na ponta dos pés para colocar seus lábios junto aos meus. Ela não tinha apoio para continuar fazendo tal esforço e então passou os braços em volta do meu pescoço e eu podia sentir sua boca tremendo em contato a minha. Eu continuava sem reação e ela deveria estar entendendo tudo errado, deveria pensar que eu não queria que aquilo acontecesse, o que era um completo absurdo.

Agora já estando consciente dos meus movimentos, tudo o que eu fiz foi puxa-la para mim pela cintura e a prensar entre meu corpo e o volvo buscando um tipo de apoio mais consistente. Pedi passagem com a língua que foi cedida imediatamente e eu pude sentir o gosto salgado das lágrimas de Isabella em minha boca. Eu nunca havia beijado alguém com tanta ferocidade como eu estava a beijando, eu não conseguia me controlar. Seu beijo era ardente, quente e ao mesmo tempo me era possível sentir a textura de sua língua macia deslizando sob a minha, seus lábios sempre tão convidativos moldando em encaixe perfeito ao meu. O medo repentino de perdê-la foi tão grande que eu necessitei senti-la complemente entregue a mim, puxando-a mais contra o meu corpo tentando senti-la de todas as maneiras que me eram possíveis naquele momento.

Isabella não conseguiu continuar nosso beijo, já que seu ar se tornou escasso quando ela voltou a chorar ferozmente. Procurei o seu olhar e antes que eu conseguisse ela fechou os olhos, claramente tentando a qualquer custo evitar aquele tipo de contato que era tão comum e intenso entre nós. Então, ela se agarrou ao meu corpo ainda chorando e eu pude senti-la tremer junto a mim, eu não sabia bem o que fazer.

– Eu não quero esquecer isso. – Completou contra o meu peito, suas mãos apertavam tão forte meus braços que eu poderia sentir a sua unha tentando fundir em minha carne.

Então para que ela se sentisse mais segura, para que ela soubesse que eu nunca sairia de perto dela em hipótese alguma, que eu sempre estaria ali para ela não importasse o que acontecesse, eu a envolvi em meus braços novamente e levantei seu rosto para que eu pudesse olha-lo. Isabella abriu os olhos devagar e eu pude ver as lágrimas dançando ali.

Quando eu pude ver seus olhos chocolates conectado ao meu olhar eu não tive muita coisa a falar.

– Eu não vou te deixar esquecer. – Eu disse simplesmente.

Eu a beijei delicadamente como ela havia me pedido alguns minutos atrás, sempre tentando passar através do meu gesto que eu estaria sempre ali para ela, até quando ela me mandasse sair.

- Eu não estou mais aguentando – Isabella disse com um suspiro cansado e seus olhos permaneceram fechados ao fim do nosso beijo – Me desculpe por hoje, eu não sei o que eu estava pensando, eu não queria deixar você chateado...

- Shhh... – Sussurrei em seus lábios e ela engoliu seco – Está tudo bem agora, não há nada para se preocupar.

- Eu preciso te pedir uma coisa e você tem que me prometer que vai fazer isso. – Disse abrindo os olhos e os conectou nos meus.

- Eu odeio ver você chorando, Bella. – Desconversei, e se ela me pedisse para ficar longe? Eu não poderia prometer uma coisa desse tipo.

- Não... Quero dizer... Eu vou perguntar uma coisa e você tem que me prometer que vai ser sincero em sua resposta, não importa se isso me machuque ou não. – Finalizou piscando repetidas vezes.

- Eu prometo. – Falei por fim.

- Você gosta de mim assim? Quero dizer, assim?

- Assim como?

- Assim, Edward, eu não sei como falar. Se você sente algo a mais por mim, tipo, assim, sabe? Igual eu sinto por você.

Era tão fácil identificar a insegurança em sua voz que eu me senti culpado por ter ficado calado esse tempo todo, por ser um idiota e além de deixa-la confusa, também fazer com que ela ficasse insegura em relação aos meus sentimentos por ela. Não havia um mundo em que eu pudesse viver sem ama-la.

- Eu gosto muito de você, Bella, você não pode imaginar o quanto.

- Mas gosta assim?

- Eu gosto assim.

Ela deu um mínimo sorriso transbordando nervosismo e era impossível eu não sorrir também. Nós havíamos perdido muito tempo nessa brincadeira de sermos apenas amigos, mas talvez fosse melhor dessa maneira.

Eu gostei do fato do nosso amor ser descoberto com o tempo, ter nascido durante a amizade que compartilhávamos. Se quando eu a conheci o que eu sentia era atração, agora o que eu sentia era amor, e isso era muito mais importante do que qualquer outra coisa existente. Isso significa que não importe quanto tempo passe ou em que lado do xadrez nós nos encontrávamos, nós pertencíamos um ao outro e isso era o suficiente para que mudanças fossem feitas para que o momento de agora chegasse. O momento em que finalmente nos daríamos conta que nosso amor era forte demais para permanecer como estava, nós precisávamos um do outro como se é necessário o ar para respirar; e era exatamente assim que as coisas deveriam estar agora.

- Vamos entrar, está muito frio aqui fora. – Apressei-me em dizer quando me dei conta do vento gelado levando os cabelos de Isabella para em frente ao seu rosto.

Deixei que ela entrasse primeiro, logo em seguida fechando a porta e indo para a cozinha. Isabella parecia muito envergonhada com a situação toda, pois ela evitava a todo o momento olhar em meus olhos, o que não estava me agradando nem um pouco. Se eu fizesse uma lista das minhas coisas preferidas, com certeza olhar em seus olhos estaria entre as três primeiras posições; e Isabella estaria igualmente relacionada às três.

- Você quer comer alguma coisa ou beber?– Perguntei.

- Não, estou bem assim.

Ignorei a sua resposta e abri a geladeira, retirando de lá um jarro de suco natural de laranja e enchendo um copo pela metade.

- Pelo menos beba isso, vai fazer você se sentir melhor. Talvez você não acorde no meio da noite vomitando ou algo assim.

Eu não precisei falar mais nada, Isabella se encarregou de pegar o copo de minha mão e tomar todo o suco em alguns goles.

- Ah, que bom que chegaram! Eu estava preocupada! – Esme apareceu repentinamente fazendo com que Isabella tivesse um sobressalto.

- Por que mãe? – Perguntei.

- Alice me ligou perguntando se vocês já haviam chegado...

Era claro que Alice havia contato o que havia acontecido, ou melhor, Esme havia arrancado a informação da minha pobre irmã, eu podia ver a confirmação em seus olhos e sua voz soou um tanto culpada.

- Estamos bem, desculpe-me Esme, eu não queria. – Isabella se apressou em dizer.

- Mãe, amanhã nós teremos tempo para conversar sobre isso se a Bella estiver à vontade com a situação, não é? – Perguntei retoricamente arqueando uma sobrancelha.

- Sim, querido. Eu vou subindo, fiquem a vontade. – Disse Esme antes de dar um beijo em Bella e um olhar compreensível para mim.

- Eu vou falar com minha mãe sobre você passar as noites aqui. – Informei Isabella.

- Acho que não será necessário. – Respondeu-me.

- Por que?

- Ela já sabe, Edward. – Pude observa-la corar e logo em seguida morder o lábio inferior.

- Ela já sabe?

Eu estava surpreso, mas o fato não me incomodava mais depois que minha mãe soube dos meus sentimentos por Isabella; ela mesma havia afirmado que ela deveria sentir o mesmo por mim. Ao menos, ela estava consciente do que acontecia.

- No dia em que eu faltei na aula ela entrou no quarto e me viu lá, só que ela não pensou nada, ok? A gente conversou e ela soube depois disso que eu ainda estava vindo, espero que você não se importe e nem fique chateado por eu não ter te contado. – Terminou estupefata em seu desespero de me esclarecer o ocorrido.

- Bella, tá tudo bem. – Tentei a acalmar.

Ela assentiu nervosamente e tudo o que eu fiz foi abraça-la até ela sumir em meus braços. Isabella estava assustada, nervosa e confusa e eu só queria deixa-la bem de qualquer coisa que a fizesse estar insegura ao ponto de ter essas reações.

Nós subimos até o meu quarto e depois que eu tomei um banho insisti que Isabella fizesse o mesmo, pois o cheiro de álcool ainda estava levemente impregnado nela. Emprestei um moletom meu quente o suficiente para que ela não sentisse frio essa noite e quando a porta do banheiro foi aberta ela escorregou timidamente para o seu lado da cama.

- Espero que os meus cabelos também não estejam com cheiro de álcool já que eu não os lavei. – Disse levemente irritada.

- Estão com cheiro de morangos, exatamente como deveria estar, e se você lavasse esse horário poderia ficar doente.

- É... – Ela suspirou ao confirmar.

- Como você se sente? – Perguntei de repente.

Ela fez uma breve pausa, talvez pensando em como interpretar minha pergunta.

- Eu me sinto... Confusa, cansada, mas ao mesmo tempo me sinto bem por estar aqui com você.

- Você se sente confusa em relação a mim? – Considerei a contra gosto a hipótese.

- Não me sinto confusa em relação ao que sinto por você... Sinto-me confusa em relação ao que você sente por mim, Edward. Eu não quero... Me iludir.

- Engraçado... Por que eu não me sinto confuso ao que eu sinto por você, mas o que você sente por mim? Eu não quero te pressionar, linda, mas eu preciso realmente saber isso por que a tempo eu tento falar isso para você e não consigo. Eu tinha medo de você me mandar embora e dizer que...

- Eu tinha estragado a nossa amizade. – Ela completou olhando em meus olhos.

- Exatamente. E eu não quero que isso aconteça, eu não quero perder você... Bella, eu... – Fiz uma pausa – Não saia correndo daqui dizendo que eu sou louco, mas... É que... eu amo você, eu amo você como amigo e como um homem ama uma mulher, e eu nunca senti algo parecido na minha vida, você é única para mim, entende? E eu te amo assim.

Isabella olhou atentamente em meus olhos durante minhas palavras e cada vez mais os orbes chocolates enchia-se de lágrimas, e pelo brilho que ali continha eu julguei ser bom, já que há muito tempo o brilho dos seus olhos vinham perdendo a intensidade.

- Eu seria louca se corresse daqui... Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida e realmente não sei o que seria de mim sem você, Edward, você sempre é tão bom comigo e me protege sempre. Eu te amo, eu te amo assim.

Não sei explicar o que aconteceu comigo, mas ouvir aquelas três palavras saindo diretamente da sua boca, com a sua voz, fizeram meus olhos arderem, pedindo libertação às lágrimas. E então, ela me amava da mesma forma que eu a amava, me queria da mesma forma que eu a queria e eu não poderia ter tanta sorte assim em minha vida, era surreal para eu perceber que aquilo estava acontecendo de verdade comigo.

Isabella sorriu, mas não foi um sorriso tímido, foi um sorriso acompanhado do som de sua risada. Seus dentes perfeitos marcaram presença e só assim eu percebi que ela sorria porque eu estava sorrindo. Era um reflexo da minha reação.

- Eu posso te beijar? – Perguntei ainda anestesiado no efeito que ela tinha sobre mim.

- Sempre que você quiser.

Eu me aproximei junto a ela e beijei delicadamente seus lábios, tentando pela primeira vez sentir o nosso contato sem pressa e desespero. Seus lábios eram macios contra os meus e o encaixe era simplesmente perfeito, e naquele momento eu descobri que eles foram moldados para mim. Pedi passagem com a língua e Isabella entreabriu os lábios dando o que eu queria; e prontamente nossas línguas deslizaram uma sobre a outra de forma sincronizada. Uma de minhas mãos possessivas migrou para a sua cintura colando seu corpo no meu enquanto a outra tentava ser delicada repousando firmemente em sua nuca. Isabella mantinha uma de suas mãos segurando fortemente o moletom da minha camisa como se fosse para eu não sair dali, eu jamais sairia.

O ar se tornou escasso, mas eu não queria parar. Quando foi impossível continuar a beijando eu desci minha boca até seu pescoço, deixando uma trilha de beijos suaves e molhados na região sentindo pela sua pele macia em minha boca; Isabella por sua vez deixou escapar um gemido baixo, e para não perder o controle da situação eu me afastei a contra gosto já ofegante. Se eu continuasse não conseguiria mais parar.

- Desculpe, eu não consegui me controlar. – Isabella desculpou-se.

- Está tudo bem, a culpa é minha.

- Concordo, foi sua. – Ela sorriu timidamente.

“Ai, Alice! Da próxima vez que eu ver o Jasper desentupindo a sua boca eu vou arrebentar a cara dele!” A voz de Emmett soou no corredor.

“Eu não sou uma freira, Emmett! E se você fizer isso eu coloco o seu nome na macumba-online para a Rose terminar com você!” Respondeu Alice.

- Parece que todos estão se resolvendo. – Pontuei.

- Isso é muito bom, na verdade.

- Concordo plenamente – Continuei – E acho que deveríamos dormir já que todos estão em casa e a luz do dia está resolvendo dar as caras lá fora.

Por fim, Isabella deixou mais um beijo em meus lábios e como sempre eu trouxe seu corpo junto ao meu de forma que sua cabeça ficasse repousada em meu peito, beijei seus cabelos e passei o braço em sua volta, fazendo com que a mão de meu braço livre segurasse a sua até finalmente cairmos em nosso sono.

-

- Edward, acorda! – Ouvi Alice gritar batendo freneticamente na porta.

Não respondi, eu estava muito bem da maneira que eu estava. Bella estava dormindo profundamente em meus braços, seu rosto estava sereno e eu podia ver um mínimo sorriso em seus lábios indicando que ela estava feliz.

- A comida vai esfriar, a mãe fez lasanha!

- Alice, fique quieta! – Retruquei tentando falar baixo.

- A Bella adora lasanha, vou ligar para ela e com certeza ela vai vir. Aposto que agora você vai querer levantar da cama com essa notícia, Ed. A Bella está vindo para cá.

- Céus! Já estou indo Alice.

- Eu sabia! – Sua voz soou vitoriosa – Estamos esperando você lá embaixo.

Perceber que Isabella deveria estar com fome foi o único motivo pelo qual eu cedi e resolvi que desceríamos para almoçar. Antes de tentar acorda-la eu fiquei observando sua face por mais alguns minutos, apenas tentando entender como uma garota poderia ser tão linda tanto por dentro como por fora, e como eu poderia ama-la tanto assim, me colocando a sua disposição para tudo o que ela precisasse e consequentemente me sentindo completo apenas por estar lhe dando o mínimo de felicidade.

Antes de qualquer coisa eu me levantei rapidamente, troquei o moletom velho de dormir por um mais inteiro e escovei os dentes; logo em seguida lavando o rosto com a água gelada que, por sua vez, ajudou-me a despertar.

- Bella? – A chamei suavemente tentando não assusta-la.

Depois de repetir seu nome mais duas vezes, Isabella franziu o cenho de forma doce e eu ri, percebendo a confusão que ela era sempre ao acordar. Mais alguns segundos foram o suficiente para que ela abrisse os olhos preguiçosamente e me olhasse com seus orbes chocolates, dando um sorriso envergonhado e desviando o olhar.

- Com vergonha, linda? – Perguntei divertido.

- Não exatamente... É que isso é tão estranho. – Confessou.

Repentinamente seu celular tocou, julguei que fosse Alice.

- Alô? – Atendeu sem olhar o número que chamava.

“Mãe?” Isabella engoliu seco, toda a sua alegria matinal caindo de ralo abaixo.

“Eu estou bem... Não, não estou em casa.”

“Estou na casa dos Cullen’s.”

“Você está bem?... Isso é bom, fico feliz por isso.”

Eu queria sair dali e lhe dar privacidade para conversar com a sua mãe, mas Isabella aparentava estar tão indefesa e vulnerável tendo aquela conversa que eu não consegui fazê-lo, então eu fiquei ao seu lado até que a ligação fosse finalizada.

- Está tudo bem? – Perguntei apreensivo.

- Eu acho que sim, é a primeira vez que eu falo com ela desde que ela se foi.

- Ela foi gentil com você?

- Por incrível que pareça sim, ela perguntou como eu estava e disse que espera me ver em breve.

- As coisas estão parecendo se ajeitar agora, então. – Eu disse.

- Não do jeito que deveria, eu ainda preciso saber o que aconteceu para causar toda essa merda.

Novamente seu celular começou a tocar e Isabella logo o atendeu.

- Alô?

“Oi Alice... Claro, eu vou... Na verdade eu já estou...”.

- Uau, ela está tão apressada que desligou na minha cara. – Disse tentando soar divertida.

- Você está pronta para descer assim? Sabe; todos saberem que você dormiu aqui e essas coisas.

- Eu acho que não...

- Mas veja, mais cedo ou mais tarde todos irão saber, não é? É melhor não adiar o inevitável.

- Você tem razão. – Concordou.

- Então vamos? Dona Esme vai pirar se a lasanha que ela fez esfriar.

Sendo assim, Isabella fez sua higiene matinal antes de descer comigo até a cozinha. Depois da ligação de sua mãe ela parecia um pouco mais tensa, porém não achei que eu devesse preocupar-me, era necessário passar por isso para que as coisas melhorassem, todavia, eu estaria sempre de olho para ver se ela estaria bem. Quando descemos a mesa já estava servida, eu mantinha Isabella sempre atrás do meu corpo, realmente preocupando-me com a reação que minha família teria quando visse que ela havia dormido ali.

Carlisle como sempre estava sentado na ponta da mesa, e pelo seu jaleco branco pendurado ao lado da porta ele havia acabado de chegar. Esme estava sentada ao lado de Alice do lado direito da mesa e Emmett ao lado esquerdo.

- Oh meu Deus! – Emmett gritou ao ver nós dois – Onde está minha câmera? Onde está! – Gritou.

- Emmett, comporte-se, por favor! – Pediu Esme.

Pude ver meu pai se surpreender ao ligar os fatos e Alice arregalar os olhos, logo em seguida nos fulminando com os mesmos.

- Como vocês tiveram coragem de não me contar? – Alice acusou.

- Não há nada para contar Alice, você sabe o que aconteceu ontem. – Respondi friamente.

Senti Isabella se enrijecer ao meu lado, nós estávamos certos em achar que eles pensariam algo que não havia de fato acontecido, porque não havia acontecido mesmo.

- Edward, você pode me explicar o que está acontecendo? – Carlisle perguntou em seu melhor tom formal tentando ser gentil.

- Pai, a Bella não estava bem nessa noite que se passou quando nós chegamos e eu achei que seria melhor ela ficar por aqui, não há problemas. – Eu disse.

- Vocês dormiram no mesmo quarto? – Emmett perguntou.

- Cara, em que isso importa para você? Não aconteceu nada, pare com suas asneiras! – Eu disse alterado vendo que Isabella estava corando em vários tons de vermelho ao meu lado.

- Vocês estão juntos? Tipo, juntos? – Continuou.

Travei. Eu queria que nós estivéssemos juntos, eu amava Isabella e ela me amava, porém, será que ela queria que nós estivéssemos juntos no sentindo literal da palavra? Isabella apertou minha para que eu dissesse alguma coisa.

- Eu... Eu acho que... – Gaguejei.

- Já era de se esperar isso. – Alice me cortou percebendo minha dificuldade e eu agradeci mentalmente.

- Crianças, a comida vai esfriar. – Interveio Esme.

Apressei-me em sentar-me ao lado de Emmett e Isabella sentou-se logo ao meu lado. Se eu estava constrangido com a situação e os comentários de Emmett, imagine ela que sempre ficava desta forma por qualquer coisa que lhe acontecesse.

- Ande crianças, vocês podem falar, eu não mordo! – Carlisle disse depois de algum tempo em silêncio.

- Bella, você está bem sobre ontem? Eu sei que se você estivesse em sã consciência não faria uma coisa daquelas, eu conheço você, meu bem.

- Eu estou bem Esme, não se preocupe.

- A bebida que você tomou deve ter um teor muito forte de álcool para você ter feito aquilo, Bella, e o emocional ajuda a piorar as coisas também. – Carlisle comentou.

- É... Era bem forte mesmo. – Comentou Isabella desconfortável.

- E o jeito que o Edward te tirou de lá? Eu achei que as veias do rosto dele iriam explodir.

- Emmett, você poderia pelo amor de Deus calar essa sua boca? – Alice questionou irritada.

- Por que vocês só sabem reclamar comigo?

- Porque você é o único que só abre a boca para falar besteiras aqui, a Bella está corando a todo o momento e isso indica que ela está desconfortável, nervosa, irritada, envergonhada ou...

- Entendi Alice, entendi. – Respondeu ele a contra gosto.

Aquele almoço foi no mínimo estranho. Isabella estava muito desconfortável com a reação de todos e eu queria apenas tira-la de lá para que ela se sentisse bem, mas eu sabia que não adiantaria em nada.

-

Isabella havia ido para sua casa, mas eu a fiz prometer que ela voltaria à noite. Ela concordou com o meu pedido, mas deixou bem claro que a situação em minha casa estava no mínimo estranha e eu assegurei que era apenas questão de tempo para que tudo voltasse ao normal.

- Edward? – Meu pai me chamou antes de sair para o trabalho, eu estava tomando café na cozinha.

- Oi, pai. – Respondi e pela sua expressão ele queria ter uma conversa séria comigo.

- Você está bem? – Perguntou sentando-se e eu fiz o mesmo.

- Sim. – Falei simplesmente.

- Eu já estou indo para o hospital, mas antes quero conversar com você. É... você e a Bella estão juntos, não estão?

- Eu acho que sim pai... Eu gosto dela.

- Eu já percebi isso filho, muito antes de vocês, só que a questão é outra.

- Qual questão? – Perguntei intrigado.

- Eu não acho certo ela dormir com você no seu quarto.

- Mas pai...

- Edward, me escute. Vocês ainda são praticamente crianças, e não sabem muita coisa da vida, muito menos o que é responsabilidade. Se vocês fossem amigos já seria arriscado e agora estando ‘juntos’ se torna mais arriscado ainda, vocês são jovens, podem não se controlar e se entregarem aos desejos e fazer coisas que não devem. Vocês não estão preparados ao que pode vir acontecer... Arcar com uma responsabilidade tão grande.

- Pai, nós nem chegamos nessa parte ainda! É tudo muito recente, não vai acontecer nada... Eu... Eu quero preservar isso o máximo possível! A Bella não é qualquer garota para eu me deitar com ela nesse sentido assim tão rapidamente; ela é importante demais e eu não quero fazer nada errado, eu não vou estragar as coisas.

- Edward, as coisas não acontecem como o planejado. Qualquer deslize pode ser fatal, e se vocês não derem certo? É aí onde eu quero chegar.

Ele estava passando dos limites, eu mal tinha Bella e Carlisle já queria me mostrar que eu podia perdê-la? Eu não iria perdê-la, eu não poderia.

- Pai... Escuta uma coisa. Ela é diferente, diferente em todos os sentidos. Isso não é de agora, eu sou completamente apaixonado por ela e você vai ver! Eu ainda vou casar com a Bella e nós vamos ser muito felizes.

- Edward! Você já pensa em casar? Você definitivamente está indo rápido demais.

- Pai! Presta atenção em mim. Eu não quero pular etapas, eu só estou tentando proteger a Bella de tudo o que vem acontecendo na família dela, ela mal conseguia dormir e agora que Renée foi embora parece que o estado dela piorou, eu não posso deixa-la assim! De todas as maneiras que ela precisar de mim eu vou estar sempre com ela, não importa o que eu tenha de fazer.

- Contudo, eu não a quero dormindo no seu quarto.

- Mas nós não fazemos nada além de dormir!

- Minha casa, minhas regras.

- Mas...

- Eu adoro a Bella, Edward, e eu estou realmente muito feliz por vocês estarem juntos, porém mesmo estando feliz eu não acho que isso seja o certo. Isso pode estragar a amizade de vocês.

- E foi exatamente por isso que nós demoramos tanto tempo para percebemos o que nós sentíamos um pelo outro, pelo medo de estragar com tudo o que nós construímos, – Falei exaltado – Mas eu a amo e você não pode mudar isso. Eu te respeito muito, pai, mas você não pode interferir nas minhas escolhas e ninguém melhor do que eu para saber o que é melhor para mim, eu já tenho cabeça o suficiente para isso.

- Você está me desafiando? – Arqueou a sobrancelha levemente irritado.

- Não, eu não estou te desafiando, eu só estou tentando te fazer entender que a Bella precisa de mim e se ela não puder ficar aqui durante as noites eu vou ir ficar com ela, porque eu não suporto imagina-la sozinha naquela casa onde ela não é feliz, lá ela está completamente sozinha e eu não vou deixa-la assim em hipótese alguma.

Carlisle me olhou completamente surpreso pela minha posição, até eu estava, porém, Isabella me deixava exatamente assim quando se tratava dela.

- Eu preciso pensar a respeito, Edward.

Dito isso, Carlisle pegou seu jaleco e saiu porta afora aparentemente atordoado.

- Filho... Você não deveria ter agido assim com seu pai. – Esme disse passando a mão em meu ombro.

- Você estava ouvindo? – Perguntei.

- Digamos que vocês estavam gritando. – Respondeu-me.

- Você acha certo eu deixar a Bella quando ela mais precisa de mim? – Questionei.

- Querido, seu pai não pediu isso, basicamente ele só disse que não quer ter um neto tão cedo e também que não quer ver nenhum de vocês sofrendo.

- Isso não vai acontecer, como eu disse eu vou fazer tudo certo.

- Eu confio em você, Edward, e eu estou muito feliz por vocês... Céus – Ela explodiu – Na verdade eu nem via a hora de vocês enxergarem o que realmente acontecia aqui, vocês são tão lentos ou burros ou sei lá o que! Querido, vocês são perfeitamente lindos juntos e definitivamente vocês irão se casar um dia! E se você machuca-lá eu vou estraçalhar você pela primeira vez na minha vida, a Bella é uma ótima garota, não a machuque.

- Mãe, a senhora pode ficar tranquila enquanto a isso, eu nunca vou machuca-la.

- Assim espero, e vocês tem todo o meu apoio.

E assim, Esme abraçou-me fortemente, mostrando que ela sempre estaria ali para mim e Isabella.


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Notas finais do capítulo

E então galera? Estou adorando esse Edward todo fofo e protetor com Bella, agora assumindo de vez os sentimentos e cuidando dela com unhas e dentes.
Não fiquem com raiva do Carlisle, ele adora a Bella como ele mesmo disse, mas está tentando ser racional, apenas.
No próximo capítulo partiremos para o primeiro dia de aula deles como namorados, onde todos vão ficar :OOOO, esperem para ver a Heidi, HAHAHA!

Beijos e até amanhã ou terça sem horário, vou postar assim que eu conseguir ♥