Ares-1 Vs. Nemesis: A Batalha do Século escrita por Goldfield


Capítulo 1
Prólogo e Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esta fic se passa num universo alternativo em que os eventos do game Resident Evil 4 devem ser desconsiderados.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/3447/chapter/1

Ares-1 Vs. Nemesis: A Batalha do Século

Prólogo

Década de 1960: A empresa farmacêutica Umbrella Inc. é fundada na Europa.

1995: A empresa Biocom Pharmaceutical Company é fundada em Metro City, EUA, pelos doutores William Werner e Gary Colt.

1998, maio a julho: Assassinatos bizarros com traços de canibalismo começam a ocorrer nos arredores de Raccoon City, EUA.

1998, julho: Uma propriedade pertencente a Umbrella explode misteriosamente nos arredores de Raccoon City. Membros do S.T.A.R.S. (Special Tatics And Rescue Service) são acusados de má conduta em ação.

1998, agosto: Membros do S.T.A.R.S. acusam publicamente a Umbrella de realizar experiências ilegais na propriedade destruída em julho. A unidade do serviço em Raccoon é dissolvida.

1998, setembro: Uma estranha epidemia atinge Raccoon City, transformando os infectados em zumbis canibais. Em poucos dias toda a cidade está tomada pelas estranhas criaturas. É decretada Lei Marcial e uma força-tarefa composta pela polícia e por mercenários da Umbrella falha em salvar os civis não-infectados.

1998, outubro: No primeiro dia do mês, o presidente dos EUA autoriza o lançamento de um míssil nuclear sobre Raccoon para evitar a propagação da doença. A cidade é varrida do mapa.

1998, novembro: Uma ilha inteira da Umbrella na costa da Grã-Bretanha vai pelos ares.

2002: Investidores de Wall Street decretam a falência da Umbrella Inc. Suas ações e investimentos passam para a rival número um da empresa, a Biocom.

2004: A filha do presidente dos EUA é seqüestrada, sendo encontrada numa misteriosa base militar na Amazônia brasileira, que explode também misteriosamente. Pouco tempo depois um misterioso personagem conhecido como Trent apresenta, junto com antigos membros do S.T.A.R.S., uma série de provas contra a Umbrella, inclusive que ela havia sido responsável pela tragédia de Raccoon City. Seus antigos proprietários e funcionários são presos e julgados, exceto Emanuel Deller, responsável pela White Umbrella.

2007, abril: Um maníaco do Exército sai pelas ruas matando pessoas em Washington, D.C., EUA. Um ex-capitão do Exército, Thomas McDouglas, diz que o maníaco na verdade era um supersoldado criado pelo Pentágono em conjunto com a Biocom através de mutação de DNA, mas é ridicularizado e desaparece pouco tempo depois.

2007, agosto: Uma pequena cidade no estado de Nevada, EUA, é destruída por uma explosão nuclear pouco após ser evacuada. O Pentágono alegou um acidente com uma bomba experimental.

2007, novembro: EUA, Rússia e outras potências nucleares, exceto a China, assinam o Tratado de Desarmamento Nuclear das Nações Unidas.

2008, maio: Uma súbita explosão numa pequena ilha ao norte da Samoa Americana (Pacífico Sul) deixa apreensivo o Departamento de Defesa dos EUA.

2008, setembro: A Biocom comemora o 13º ano de existência sendo uma das maiores multinacionais do planeta, líder no ramo de medicamentos.

2008, outubro: É onde começa nossa história...

Capítulo 1

Algum lugar no Arizona, EUA, 1º de outubro de 2008.

Bryan Jessen estava cansado. Viajara desde Houston até ali e precisava parar um pouco. Ainda havia um grande caminho até Sacramento, Califórnia.

A razão de tamanho deslocamento era uma reunião familiar. Daquelas bem chatas, que Bryan odiava até o fundo da alma. A tia Margareth contando piadas sem graça, o tio Gregory bebendo até cair...

Bem, mas Bryan não podia, nem queria pensar nisso. Pensava apenas em sua bexiga cheia, que precisava esvaziar com extrema urgência. Olhando para a estrada árida, aquelas rochas gigantescas ao fundo, Jessen viu sua salvação do lado direito do asfalto, um pouco mais à frente: um posto de gasolina.

Bryan foi tomado por inesperada satisfação, e arrependeu-se de ter tirado o rádio do Mustang. Daria tudo para ouvir um pouco de rock naquele momento, um pouquinho que fosse.

Estava suando e nem havia percebido. O calor do deserto desidratava qualquer um, ainda mais agora com o “efeito estufa” no pico. A temperatura do mundo inteiro estava aumentando, mas Bryan, felizmente, não tinha culpa.

Sossegado, Jessen foi guiando o carro para dentro do posto, parando ao lado das bombas de combustível. Saindo do veículo viu que o lugar também era uma espécie de restaurante. Bem, antes de reabastecer Bryan tinha duas prioridades: urinar e comer alguma coisa para forrar um pouco o estômago. Com esse pensamento, ele entrou no estabelecimento, limpando o suor da testa com um lenço.

Era início de manhã, e por isso havia apenas uma balconista e um caminhoneiro no lugar, que tomava café com panquecas. Ele rapidamente voltou-se para a mulher, uma gorda de cara amarrada, e perguntou:

–         Senhora, por favor, onde fica o banheiro?

–         Logo ali – disse grosseiramente a balconista, apontando para a esquerda de Bryan.

–         Obrigado.

Mas, nesse momento, Jessen percebeu que havia ali uma televisão ligada no noticiário matinal. Bryan, perdendo temporariamente a vontade de urinar, disse:

–         Por favor, aumente o volume!

A mulher se aproximou do televisor e aumentou o volume através de um botão.

Na tela, uma charmosa jornalista disse:

–         Exatamente hoje, há dez anos atrás, num início de manhã como este, a América e o mundo pararam. Raccoon City, foco de uma estranha epidemia que arrancava toda e qualquer humanidade de suas vítimas, provocada pelo chamado “T-Virus”, era varrida do mapa por um míssil nuclear para evitar mais casos. Até hoje, nossos corações guardam com amor e saudade os semblantes daqueles que se foram e não voltarão mais.

–         Meu irmão... – murmurou Jessen. – Meu irmão morreu em Raccoon...

Até aquele momento, Bryan não se lembrara do triste fim de seu irmão, Scott Jessen, policial em Raccoon City. Nos últimos meses, atarefado com o trabalho e os preparativos para a viagem até a Califórnia, ele se esquecera que em 1º de outubro se completariam dez anos sem o irmão mais velho.

A jornalista continuou:

–         Homenagens já estão sendo prestadas em todo o planeta. O presidente Jackson prometeu um discurso na Casa Branca para as nove horas. A empresa farmacêutica Umbrella, que há quatro anos foi revelada como sendo responsável pelo incidente, ainda tem seus proprietários e funcionários julgados ao redor do mundo, com exceção de Emanuel Deller, ainda foragido. Nas notícias esportivas, a liga internacional de...

Jessen olhou desolado para a balconista, para o carro do lado de fora e, por fim, para o caminhoneiro.

–         Sinto muito por seu irmão – disse ele.

–         Não é sua culpa...

E, aborrecido, Bryan seguiu para o banheiro.

–         Chris, o Barry está chorando!

–         Já vou, amor!

Assim que Chris Redfield ouviu o grito da mulher, Jill Valentine Redfield, levantou-se da poltrona da sala onde lia confortavelmente um livro sobre filosofia e seguiu até o quarto do bebê de seis meses de idade.

O nome do filho dos dois era uma homenagem a Barry Burton, ex-membro do S.T.A.R.S., que morrera protegendo-os há quatro anos na Amazônia.

Chris entrou no quarto e dirigiu-se até o berço onde estava o bebê, colocando-o em seus braços.

–         Calma, Barry... – disse o pai, com calma e ternura na voz. – Não há nenhum zumbi embaixo do berço, há?

E, inclinando-se, fez com que o pequeno Barry olhasse para debaixo do berço, sorrindo.

–         Viu, garotão? Não há nada para se preocupar!

O bebê deu uma gostosa risada, enquanto Jill, vinda da cozinha, surgia na porta do quarto.

–         Você tem mesmo trato com crianças, amor! – sorriu a ex-membro S.T.A.R.S., aproximando-se do marido.

–         Aquela brincadeira do zumbi funciona perfeitamente!

–         Ah, Chris! Você ainda está assustando ele com isso?

–         Mas ele não fica assustado! Pelo contrário, ri como nunca!

Nesse momento o casal olhou para o rostinho do pequeno Barry, que deu nova risada ao perceber que era o centro das atenções.

–         Você se lembra, Chris? – perguntou Jill. – Quando Barry estava morrendo?

–         Sim, eu me lembro... Maldito Wesker!

A cena surgiu na mente de Chris tão nitidamente como se houvesse ocorrido no dia anterior:

–         Vamos, Chris! Leon disse que abriria a porta para nós!

Redfield estava olhando pensativo para os armários vazios da sala toda cheia de sangue, onde eles encontraram dois Hunters famintos, quando a voz de Barry fez com que voltasse para o mundo real.

–         Está pensando em Claire e Jill, não?

–         É, Barry. Elas estão sozinhas lá fora, cercadas por aquela selva perigosa, e você sabe que coisas estranhas nós vimos aqui! É coisa pior que a Umbrella! E, quando encontramos Wesker na aldeia, ele falou que este lugar explodiria a qualquer momento!

–         Leon e Carlos disseram que abririam a porta no final do corredor através da sala de segurança. Ela deve dar na rota de fuga que procuramos!

–         OK, vamos então! – disse Chris, trocando o pente da Desert Eagle. – Elas sabem se defender sozinhas!

–         É assim que se fala!

–         Barry, você é incrível. Se algum dia eu tiver um filho ele terá seu nome!

–         Ora, Chris... – riu o pai de família. – Tendo ele saúde...

–         Eu falo sério!

Nisso, cruzaram a porta de ferro e voltaram para o longo corredor subterrâneo.

–         Bem, a porta deve ser para aquele...

Barry não teve tempo de concluir a frase. Dois tiros rasgaram o frio silêncio do corredor, fazendo com que cambaleasse e caísse sobre o chão de metal. Chris teve tempo de ver Wesker fugir pela porta que pretendiam cruzar, rindo. Era um covarde, sempre atirando pelas costas, como fizera com Enrico na mansão de Spencer.

Barry fora atingido no tórax e abdômen, sangrando muito.

–         Barry, agüente, cara! Vou chamar os outros!

–         Não, Chris... Vá em frente e detenha Wesker... Ele está com Sherry e a filha do presidente... Ele quer infectar todo o planeta com o vírus...

–         Eu não posso te deixar aqui morrendo, Barry!

Nesse momento Chris ouviu uma porta se abrir e passos rápidos atrás de si.

–         Barry, o que houve? – perguntou Jill, desesperada, enquanto se abaixava ao lado do amigo junto com Claire.

–         Wesker atirou nele! – gritou Chris, tomado pela raiva. – Eu quero ter o prazer de matar aquele filho da mãe!

–         Barry, agüente firme! – exclamou Valentine, segurando uma das mãos do companheiro de equipe.

–         Eu mereci isto, Jill... – oscilou Barry, com sangue saindo pela boca. – Eu traí a confiança de vocês na mansão em Raccoon... Todo dia, toda noite eu me angustiava pensando que fui capaz de entregar vocês nas mãos de Wesker... Mas tudo está terminado agora. Recebi minha punição.

–         Você não tem culpa de nada, Barry! – disse Chris. – Wesker é o culpado de tudo!

–         Eu fico grato por terem me perdoado... Mas não há muita escolha para mim agora... Meu último pedido... É que vocês detenham Wesker!

–         Nós o faremos! – disse Claire. – Tente economizar energia, Barry! Você vai sobreviver!

–         Não me dêem falsas esperanças... Apenas consolem minha família e digam a eles que sempre os amarei... Eu já... Oh!

Barry levantou um dos braços como se quisesse apanhar algo, mas logo abaixou o membro, fechando os olhos e virando a cabeça.

–         Barry! – gritou Jill.

–         Meu Deus! – exclamou Chris, com lágrimas nos olhos. – Wesker vai pagar... Jill e Claire, esperem Leon e Carlos aqui! Vou atrás daquele maldito!

–         Mas, Chris, você não pode matá-lo! – preocupou-se Claire. – Lembre-se da última vez em que vocês brigaram!

Mas Claire foi ignorada pelo irmão, que, extremamente abalado, cruzou a porta pela qual Wesker desaparecera.

Mas aquele pesadelo havia terminado. Wesker estava morto, a Umbrella não existia mais, e agora Chris e Jill viviam felizes e sossegados num apartamento em Filadélfia, junto com o pequeno Barry. Trent havia colocado um fim na companhia com a ajuda deles, e os terríveis crimes da White Umbrella, revelados ao mundo.

Sherry Birkin, promotora pública de 22 anos de idade, examinava alguns papéis dentro de sua sala no escritório situado num edifício em Washington, D.C.

Distraída, a inimiga número um dos antigos homens por trás da Umbrella nos tribunais quase não ouve quando sua secretária, Susan, entra e diz:.

–         Senhorita Birkin, aquele homem estranho está aqui de novo!

–         Qual? – pergunta Sherry, tirando os óculos que usava para ler os papéis. – Aquele de jaqueta e óculos escuros?

–         Esse mesmo! O que devo fazer?

–         Bem, deixe-o entrar! Vamos descobrir o que ele quer!

Sherry tinha um terrível trauma de homens usando óculos escuros, e a razão era bem clara: Albert Wesker. Ela passara maus bocados nas mãos do antigo pesquisador da Umbrella. Mas, de qualquer maneira, não podia ser ele... Wesker estava morto!

Susan saiu e poucos instantes depois o sujeito entrou, caminhando lentamente até a mesa da promotora, que de início o ignorou enquanto guardava os papéis que lia dentro de uma pasta.

–         Sente-se! – disse Sherry, tentando em vão ocultar a antipatia pelo homem.

–         Obrigado, senhorita Birkin – respondeu o sujeito, aceitando o convite da bela jovem de longos cabelos loiros. – Você não precisa me temer.

–         Você esteve aqui tentando falar comigo a semana inteira! Afinal de contas, qual o seu nome e o que quer?

–         Meu nome é Ernest Adams, FBI – respondeu o soturno indivíduo, mostrando as credenciais. – Estou aqui para alertá-la sobre algo.

–         Sobre o quê? – indagou Birkin, mais aliviada por saber que falava com um federal.

–         Sobre isto! – respondeu Adams, colocando um jornal sobre a mesa.

A manchete era “Sherry Birkin move processo contra opositores da Biocom no Arkansas”.

–         Onde quer chegar? – pergunta Sherry, confusa.

–         Tire suas próprias conclusões.

–         Olhe, a Biocom é uma empresa honesta, ela não é como a Umbrella. Além disso, aqueles industriais do Arkansas realizaram atividades ilícitas e...

–         Senhorita Birkin, acha mesmo que todo o dinheiro da Biocom é gerado pela venda de medicamentos e vacinas?

–         O que você está dizendo?

–         Estou há anos investigando essa maldita empresa. Eles mataram minha namorada e os odeio fortemente por isso.

–         Só pela razão de terem matado sua namorada você acha que são os vilões? Ela tentou invadir alguma propriedade deles ou coisa assim, não?

–         Sim, mas quando isso ocorreu o FBI já suspeitava da empresa. Ela também era uma agente. A senhorita se lembra de Thomas McDouglas?

–         Eu me lembro... Até hoje ninguém sabe o que aconteceu com ele...

–         Ele fez como os S.T.A.R.S., senhorita Birkin. Tentou atacar uma empresa maligna com poucas provas e foi ridicularizado. A senhorita não acha que, se ele desapareceu assim, foi morto ou pelo menos estava sendo ameaçado?

–         Você está fazendo uma acusação muito séria, mas tem como provar tudo isso?

–         Sim, eu tenho.

Adams colocou uma pasta preta sobre a mesa.

–         Há várias provas comprovando o que digo nessa pasta. A senhorita pode abrir agora ou depois, para mim tanto faz. Mas por favor, abra. A senhorita pode acreditar ou não, isso é evidente. Caso acredite, contate-me através deste telefone.

E o agente do FBI entregou um pequeno cartão para Sherry, enquanto se levantava da cadeira.

A promotora olhou apreensiva para o cartão por um instante e depois olhou para Adams, que caminhava até a porta.

–         Senhorita Birkin, ouça bem. O pesadelo da Umbrella ainda não terminou. Eu sei muito bem disso, e sei também que a senhorita o encarou em Raccoon City, há dez anos.

–         Sim, foi horrível. O pior é que aquele maldito vírus ainda está dentro de mim... O X-Virus. O vírus que tornava Wesker e outros agentes da Umbrella indestrutíveis, o vírus que foi injetado por meu pai na corrente sangüínea de minha mãe quando eu ainda estava no ventre dela... Eles não queriam ter uma filha, eu não passei de um maldito experimento! Você pode imaginar como me sinto?

–         Mas William Birkin teve sua punição por brincar de Deus, e você está contribuindo para que os outros açougueiros da Umbrella também tenham.

Sherry sorriu.

–         Abrirei essa pasta mais tarde, senhor Adams. Estou muito ocupada com um processo agora.

–         Está bem – disse Adams, com a mão na maçaneta da porta. – Lembre-se do telefone e que a Biocom não é sua amiga!

–         OK. Até logo.

O sinistro agente saiu, enquanto Sherry, antes de continuar trabalhando, olhava mais uma vez para a misteriosa pasta...

Continua... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ares-1 Vs. Nemesis: A Batalha do Século" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.