Ares-1 Vs. Nemesis: A Batalha do Século escrita por Goldfield


Capítulo 2
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/3447/chapter/2

Capítulo 2

O pesadelo não terminou.

Bryan Jessen, após esvaziar a bexiga, forrar o estômago e reabastecer o Mustang, seguia novamente pela estrada no meio do deserto. Estava quase em Phoenix, onde poderia fazer nova parada se quisesse.

Tudo tranqüilo. A manhã seguia calma e Bryan se sentia bem apesar do calor. A sensação ruim ao lembrar do irmão passara e agora era só ele e a estrada, a estrada e ele...

Bryan Jessen era dentista em Houston, Texas. Tinha seu próprio consultório e boa clientela, além de ganhar uma boa quantia com o trabalho. Assim poderia sustentar suas duas paixões: o Mustang e o rock. Ele já gastara muito incrementando e consertando o carro que fora de seu avô e que estimava grandemente. Quanto ao rock, gastava muito comprando discos antigos e muitas vezes raros. Possuía um grande acervo em sua casa, suficiente para levar à euforia qualquer maníaco por vinil.

Mas Jessen não estava com a cabeça totalmente vazia. Ele pensava em algo, e esse algo se chamava Umbrella, a empresa farmacêutica que matou seu irmão, aqueles malditos!

O “T-Virus” foi obra deles, por causa dele Raccoon City transformou-se na cidade dos mortos-vivos, e seu irmão Scott provavelmente tinha sido um deles...

Sheila McDouglas terminava seu lanche na cozinha do apartamento em Sidney, Austrália. Enquanto comia um sanduíche, ela viu a manchete do mesmo jornal que Adams mostrara a Sherry Birkin em seu escritório.

–         Charlie, venha cá! – exclamou a jovem.

–         Já estou indo, amor!

Charles Tucson surgiu na cozinha sorrindo para a namorada, perguntando:

–         O que há, Sheila?

–         Olhe isto!

Sheila entrega o jornal a Tucson, dizendo enquanto ele lê:

–         Essa Sherry Birkin defendeu a Biocom novamente, agora processando aqueles industriais do Arkansas. Mal sabe ela que essa maldita empresa é como a Umbrella, que lhe fez tanto mal...

–         Bem, como ela pode saber?

–         Adams cuidará disso. Ele disse que cuidaria.

E eles confiavam mesmo em Adams. Para ser franco, desde o incidente na “Ilha X” há menos de um ano, Ernest Adams era a pessoa na qual os dois inimigos da Biocom mais confiavam no mundo. Eles, com a ajuda do homem do FBI, estavam reunindo provas contra a Biocom e logo que considerassem o número de evidências suficiente, revelariam todas as suas atividades ilícitas ao mundo. Sheila queria vingar duas coisas: o desaparecimento de seus dois irmãos, Thomas e William, que descobriram os planos malignos da Biocom, e a morte de seus companheiros SEALS na “Ilha X”, massacrados pelos terríveis mutantes criados pela Biocom através de mutação de DNA.

Seis da tarde. O dia está terminando em Metro City, megalópole da costa leste dos EUA, berço e sede da Biocom Pharmaceutical Company.

Na zona industrial da cidade, mais precisamente numa região cheia de armazéns, um carro preto vaga pelas ruas um tanto vazias, apesar do fim do expediente de muitos trabalhadores.

O veículo vira numa esquina e pára ao lado de um carro cinza estacionado na frente de um portão. Do primeiro automóvel sai um homem de jaqueta e óculos escuros que, após certificar-se que havia trancado bem seu veículo, dirigiu-se até o carro cinza, entrando e sentando-se ao lado do motorista. Este era tão misterioso quanto o outro: vestia um casaco marrom, usava chapéu e também tinha óculos escuros.

–         Pontual como sempre, senhor Adams – diz o motorista.

–         Tudo está correndo como o planejado, Trent. Birkin já está com a pasta.

–         Formidável. Eu conheço muito bem a senhorita Sherry Birkin. Ela provavelmente abrirá essa pasta à noite, em sua casa.

–         Nossa cooperação é algo essencial. Você conhece muito bem a Umbrella e eu conheço a Biocom. Com o que sabemos, poderemos acabar com aqueles desgraçados.

–         Mas primeiro precisamos de mais algumas provas, e a ação que estamos planejando provavelmente será a última se estivermos corretos. Porém, precisaríamos de pessoal experiente em combate, e não digo combate contra humanos normais, você sabe...

–         Se quiser eu posso ir, Trent.

–         Não, você deve ficar aqui. Se algo der errado, poderá continuar nosso trabalho. Mas não se preocupe. Já tenho alguns nomes.

–         Quais?

–         Chris Redfield e sua mulher Jill já lutaram muito contra a Umbrella e provavelmente aceitarão. Leon Kennedy e Claire Redfield... Não, eles não. Carlos Oliveira desapareceu na Amazônia. Rebecca Chambers está empenhada na cura do câncer... William McDouglas e Linda Malone devem participar, não?

–         Sim, mas ainda preciso contatá-los.

–         E Sheila McDouglas?

–         Ela não, nem Charles Tucson. Eles estão reunindo as provas na Austrália e querem ter o prazer de revelar tudo ao planeta quando chegar a hora certa.

–         Bem, temos quatro até agora. Precisamos de mais pessoal.

–         Nesse ponto eu...

Súbito, um disparo e som de vidro quebrando. Adams instintivamente se abaixa, mas seu aliado...

–         Trent!

O inimigo número da Umbrella havia sido baleado no pescoço, e por milagre ainda estava vivo, porém não por muito tempo. Trent sangrava muito e não havia como salvá-lo.

–         Droga! – exclamou Adams, cerrando os dentes.

–         Acabe com eles, Ernest! – disse Trent, num último suspiro.

E fechou os olhos, sorrindo com satisfação.

O agente do FBI saiu do carro, mas não havia sinal do atirador. Aborrecido por ter perdido um amigo, mas também preocupado em não desapontá-lo, Adams entrou em seu automóvel e partiu.

Sherry chegou em casa às oito e meia da noite, extremamente cansada. Colocando suas coisas sobre a mesinha da sala, apressou-se em ir tomar um bom banho.

Alguns minutos depois ela voltou de roupão e, passando pela sala, lembrou-se da pasta de Adams.

–         A pasta! – disse, falando sozinha. – Preciso ver o que há nela ou esse tal Adams não me deixará em paz!

Birkin sentia calafrios ao pensar no agente do FBI com seus óculos escuros, o que o tornava tão parecido com Wesker... De qualquer forma, a promotora pública apanhou a pasta preta e, sentando num sofá, acabou abrindo-a.

Dentro havia três envelopes. Sherry pegou primeiramente o maior, de cor bege, e abrindo-o, viu que ele continha algumas fotos.

–         Mas o quê?

Ela viu que na primeira fotografia havia uma espécie de câmara, situada num ambiente parecido com aquele dos laboratórios da Umbrella, e dentro havia um homem aparentemente normal, nu, com vários tubos presos ao corpo. Atrás da foto havia a inscrição “Ares-1, laboratório de Minnesota, abril de 2007”.

Na segunda foto Sherry teve uma horrível visão: um homem, vestindo jaleco, jazia de bruços no chão, com um buraco no crânio, mais precisamente na nuca, por onde escorria sangue e massa cinzenta. No verso, estava escrito “Incidente no laboratório de Minnesota: Ken Strickland, vítima de Ares-1, maio de 2007”.

Por fim, na terceira e última foto, havia uma espécie de corredor de metal com vários soldados mortos, alguns no mesmo estado do homem de jaleco da outra fotografia. No verso, “Incidente no laboratório de Nevada, vítimas de Ares-1, agosto de 2007”.

Não é preciso dizer que Sherry estava extremamente confusa. Sim, aquelas fotos eram fortes e até comprometedoras, mas aquilo tudo poderia muito bem se tratar de algum incidente da Umbrella, e não da Biocom. Colocando as fotos sobre a mesinha, a promotora abriu o segundo envelope, também bege, que continha uma fita de vídeo.

Curiosa, Birkin ligou seu videocassete e colocou dentro a suposta prova contra a Biocom. Logo ela viu que se tratava da fita de uma câmera de segurança, pois no canto havia a inscrição “Biocom, Laboratório 34, Câmera 13, 27/3/07, 18:38”. A imagem era bem nítida, colorida, e mostrava uma espécie de laboratório parecido com aquele da primeira foto. No centro da tela havia uma câmara idêntica àquela da fotografia, com o mesmo indivíduo nu dentro. Nesse momento surgem alguns militares na imagem da câmera, acompanhados por um homem de jaleco. Eles param na frente da câmara e começam a conversar, mas o vídeo não possuía som e Sherry ficou desapontada por isso. Após alguns instantes, o homem de jaleco parece discutir com um outro, que aparentemente comandava os militares. O primeiro, irritado, se aproxima de um computador ao lado da câmara e parece digitar alguns comandos, enquanto os militares se afastam dela alguns passos.

O líquido da câmara onde está o homem nu aparentemente é drenado e a porta dela se abre. O sujeito sai da prisão, sendo observado com aparente admiração pelos presentes. Ele olha para os lados... Sherry está intrigada.

Súbito, o homem que saíra da câmara agarra um militar e o arremessa contra uma parede de forma espantosa, empregando força sobre-humana. Os outros sacam pistolas e passam a disparar contra o agressor, mas este continua de pé, sem aparentemente sofrer nada com os disparos. O homem de jaleco tenta sair pela porta do laboratório, mas não consegue. Os demais são massacrados com socos e chutes, sendo que Sherry se assusta quando um dos militares tem sua coluna partida em dois pelo adversário sem dificuldade. Por fim o homem de força fora do comum encurrala o militar que discutira com o homem de jaleco e o agarra, abrindo seu crânio com um soco. Birkin, horrorizada, vê que o agressor parece sugar o cérebro da vítima. O vídeo termina pouco depois.

A promotora estava pasmada. Aquilo não era uma montagem, e o pior é que havia o nome da Biocom no canto da tela. Adams poderia estar certo, e com esse pensamento Sherry abriu o último envelope, branco e menor que os outros.

Dentro dele havia uma espécie de carta, que Birkin leu com atenção:

Prezada promotora Sherry Birkin.

A senhorita já deve ter examinado as provas que estavam nos outros dois envelopes. Adquiridas de funcionários renegados da Biocom, elas são a maior prova contra a empresa no momento. Antes que possa explicar o que quero da senhorita, será necessário que eu conte toda a história por trás das imagens que viu.

Em 1995, dois biólogos, William Werner e Gary Colt, fundaram em Metro City, EUA, uma rede de farmácias e produção de medicamentos chamada Biocom. Empresa promissora, era administrada com perfeição pelos dois doutores, mas algo os dividia: o amor pela mesma mulher, a bióloga Dora Albertson.

Um dia, Werner pediu Dora em casamento e ela, que amava Colt, recusou. Ele violentou-a e obrigou que ela dissesse quem amava. Tendo como resposta o nome do colega, Werner demitiu Colt e Albertson da Biocom. Ela continuou na América, já Colt, que estava fazendo pesquisas sobre mutações no DNA animal, recebeu o convite do governo para trabalhar secretamente num laboratório situado no Pacífico Sul, ao norte da Samoa Americana. Era a famosa “Ilha X”.

O tempo passou e Werner transformou a Biocom numa grande corporação, rival número um da Umbrella, sendo que alguns de seus agentes, como Albert Wesker, chegaram a lhe prestar serviços. Acontece que Gary Colt, isolado em sua ilha no Pacífico, obteve grande progresso em sua pesquisa e alguns funcionários da Biocom tiveram contato com ela. Entre eles estava uma bióloga chamada Milena Rogers. Colt sempre desejou que sua pesquisa fosse usada para o bem da humanidade, mas a Biocom não pensava assim.

Esse grupo de biólogos uniu-se ao Pentágono e, num laboratório perto de Alexandria, Virgínia, EUA, iniciaram o “Projeto Ares”, que tinha como meta usar a pesquisa de Colt para criar um supersoldado mutante, indestrutível e ágil. A cobaia usada foi um soldado da Força Delta, chamado Derek Smith, que recebeu genes mutantes em seu organismo sem tomar conhecimento. Ele se tornou Ares-1, aquele sujeito da primeira foto e do vídeo.

No início tudo correu como o planejado, Smith sofreu diversas mutações, como força sobre-humana e incrível agilidade. Mas havia um problema: a única maneira de Ares-1 manter ativo seu avançado sistema de regeneração era consumindo um tipo específico de célula: neurônios. A fome do mutante era voraz, e, no vídeo que você viu, um general do Pentágono, ao pedir para um biólogo tirar Ares-1 da câmara, acabou tendo seu crânio perfurado e o cérebro, sugado. Esse é o alimento desse monstro de forma humana.

Mas você deve ter percebido no vídeo que o biólogo tentou fugir do laboratório e não conseguiu. É que a bióloga Milena Rogers acabou se apaixonando por Ares-1, e nessa ocasião trancou os militares dentro do laboratório para que fossem mortos pelo amado. Pouco tempo depois ela, querendo que o mutante se visse livre de sua prisão, acabou provocando uma queda de energia que o fez escapar, aniquilando todos no laboratório, exceto ela.

Ares-1 começou a vagar pela floresta ao redor do laboratório e matou um empregado da Biocom chamado Ash Vickers, sugando-lhe o cérebro. Acontece que esse homem tinha uma esposa, Verônica Vickers, e ela tinha um amigo chamado Thomas McDouglas, ex-militar que começou a investigar o estranho assassinato de Ash. Durante esse período Verônica foi passar férias em Lakeville, Minnesota, e a Biocom conseguiu capturar Ares-1 antes que ele fizesse mais estragos. Não se dando por vencidos, apesar da falta de apoio do Pentágono, os biólogos continuaram o projeto em outro laboratório, situado dentro de uma montanha em, por ironia, Lakeville, Minnesota.

Milena Rogers, livre de suspeitas, libertou Ares-1 novamente e houve novo massacre, como se pode observar na segunda foto. Através de uma mina abandonada que ocultava o laboratório, Ares-1 ganhou a floresta da região e matou Verônica Vickers. Thomas McDouglas foi para a região investigar e acabou conhecendo Milena. Após Ares-1 aniquilar três ladrões de banco que se refugiaram na mina abandonada, McDouglas, após ameaçar Rogers, descobriu toda a verdade.

Após travar combate contra o mutante Derek Smith no laboratório, que também por ironia contribuíra para sua indesejada saída da Força Delta, Thomas reuniu algumas provas e voltou para Washington, D.C., onde residia. Milena, porém, colocou o mutante num furgão e o levou até a capital, com o intuito de, através dele, tomar o controle do país. De início Ares-1 semeou o caos, mas Thomas McDouglas, auxiliado por mim e por Milena, que só queria colocá-lo numa armadilha e foi morta pelo próprio amado, conseguiu anular a regeneração do mutante através de um retrovírus chamado Hércules, e destruiu-o. Thomas tentou incriminar a Biocom, porém foi ridicularizado e desapareceu. A empresa, junto com o Exército, transferiu o projeto para uma base aérea em Nevada e, através de uma única célula do mutante morto por McDouglas, criou um novo Ares-1.

Ao mesmo tempo, num laboratório no Novo México, a Biocom usava células do pesquisador Peter Mason, que injetara genes mutantes em seu organismo pouco antes de ser morto por Ares-1 em Washington, para criar Ares-2. Mas esse novo mutante escapou e seguiu para Nevada com o intuito de se vingar daquele que aniquilara sua antiga identidade.

Em Nevada, agentes russos tentaram roubar o Projeto Ares e Ares-1 acabou escapando novamente, deixando um rastro de morte, como é possível notar na última foto. Acontece que havia um sargento na base área chamado William McDouglas, irmão de Thomas. Após travar rápido combate com ele, Ares-1 seguiu para Desert City, pequena cidade localizada perto da base, e esta foi evacuada pela Força Aérea antes de maiores inconvenientes.

Na Desert City vazia, William conhece Linda Malone, garçonete filha de um pesquisador renegado da Biocom, chamado Jefrey Malone. Ares-2 também se junta a eles, disfarçado de médico. No ápice do caos Jefrey aparece e revela os planos da Biocom, sendo morto pouco depois por um agente da empresa. William, Linda, Ares-2 e um garoto chamado Max fogem da cidade e descobrem que o major Frank Jones, superior de William na base aérea, era o agente da Biocom que assassinara o pai de Linda. Ele morre, os demais voltam para a base aérea e descobrem que o médico Tony Brent é Ares-2, que aniquila Ares-1 e é morto por William, enquanto o Pentágono realiza um bombardeio nuclear sobre a região para deter os mutantes. William, Linda e Max fogem num avião.

Quase um ano depois, em maio de 2008, uma equipe SEAL desaparece misteriosamente durante uma missão numa ilha ao norte da Samoa Americana. A namorada do líder da equipe, Nicholas Benton, chamada Sheila McDouglas, irmã de Thomas e William, cobra respostas de seus superiores e tem o pedido de comandar uma missão de resgate recusado. Mando uma carta pedindo que ela averigúe a ilha por si mesma, secretamente. Ela parte com seu amigo piloto chamado Charles Tucson num helicóptero que, sabotado pelo almirante Joseph Miller, acaba caindo na misteriosa ilha. Logo Sheila descobre que ali há um laboratório onde trabalhava o doutor Gary Colt, e este foi tomado pela Biocom quando o biólogo voltou para a América em 2007. Os crápulas usaram as cobaias de Colt como base para a produção de mutantes, mas uma queda de energia provocada pelo almirante Miller fez com que estes escapassem e aniquilassem todos. O objetivo de Joseph era roubar o Projeto Ares para o Pentágono, pois desde o incidente em Nevada a parceria entre o Departamento de Defesa e a Biocom terminara. Na equipe SEAL apenas um homem sabia o que encontraria na ilha: Nicholas Benton, por ironia o namorado de Sheila. Mas na verdade ele trabalhava para a Biocom, não provocando em Miller suspeita alguma, e na “Ilha X” pretendia somente salvar a pesquisa para a empresa, acionar a autodestruição e fugir.

Sheila encontra a amada de Colt, Dora Albertson, que se infiltrara na equipe de pesquisa para descobrir o que a Biocom tramava na ilha e elas planejam uma fuga com a ajuda de Gregory, o único SEAL sobrevivente além de Benton. Mas a ilha está cheia de mutantes perigosos, além de Ares-3, o mais poderoso criado pela Biocom. Ele mata Gregory, Sheila descobre a traição de Nicholas, este elimina Dora e no final é morto por Ares-3. Sheila e Charles conseguem escapar e levam consigo a pesquisa de Colt, enquanto o laboratório explode. Minha namorada, que havia se infiltrado na equipe de pesquisas como fizera Dora e fora estuprada por um maldito biólogo da Biocom antes de ser morta quando os mutantes escaparam, havia sido finalmente vingada.

Hoje, Thomas McDouglas ainda está desaparecido, William McDouglas e Linda Malone combatem a Biocom pelo mundo e Sheila McDouglas vive na Austrália com seu novo namorado, Charles Tucson, reunindo provas contra essa maligna corporação. Espero que, após esta oportunidade, a senhorita tenha mudado de idéia sobre a Biocom. Se isso realmente ocorreu, contate-me pelo telefone no cartão.

Atenciosamente,

Ernest Adams, FBI, 1/10/08.

Sherry não sabia o que pensar. Aquela odisséia era extremamente parecida com a saga dos S.T.A.R.S. contra a Umbrella e, com aquelas provas, Adams não podia estar mentindo.

Ela tentou lembrar-se rapidamente onde colocara o cartão com o telefone do agente. Após poucos instantes de procura, ela o encontrou no bolso de seu casaco e imediatamente ligou para Adams. Após três chamadas o misterioso federal atendeu:

–         Senhorita Birkin?

–         Adams, eu vi as provas. É impressionante! A Biocom é até pior que a Umbrella!

–         Nós não estamos lidando com biólogos de fundo de quintal, senhorita Birkin. Eles desenvolveram esse trabalho sem terem contato com a pesquisa da Umbrella, apesar de terem tentado roubá-la diversas vezes. Mas o pior a senhorita ainda não sabe.

–         O quê?

–         A senhorita conhece muito bem Emanuel Deller, antigo responsável pela White Umbrella, não?

–         Sim, o único crápula que não foi julgado. Por quê?

–         Deller, logo após a falência da companhia em 2002, vendeu-se para a Biocom. Ele só não foi preso em 2004 pela razão de ter sido protegido secretamente pela empresa.

–         E agora ele está trabalhando com eles nesse tal Projeto Ares, usando a pesquisa da Umbrella...

–         Exatamente.

–         Isso tudo é horrível e preocupante, Adams. Mas o que você quer de mim?

–         Há algumas semanas eu e Trent descobrimos que Deller está trabalhando para a Biocom num laboratório na Sibéria, que entre 1999 e 2000 foi utilizado secretamente em conjunto por ela e a Umbrella. Acreditamos que tentaram criar Ares-1 mais cedo nesse complexo, mas logo os cientistas se desentenderam e a Umbrella foi embora, porém deixou algumas de suas criações, que foram abandonadas pela Biocom.

–         Deller está tentando aperfeiçoar essas pesquisas, criando uma fusão entre os experimentos da Biocom e os da Umbrella, certo?

–         Exato. Mas Deller era um grande amigo de Spencer, que construiu o laboratório na mansão em Raccoon City. Ele ficou revoltado com a falência da Umbrella, que foi provocada indiretamente pela Biocom, e quer vingança. Para ser mais exato, a retaliação de Emanuel Deller já começou.

–         Como assim?

–         Ele se aproveitou do fato de estar cercado de pesquisadores da Biocom na Sibéria e pouco tempo após chegar soltou o T-Virus, sem sobreviventes. Mas você sabe o que esse maldito vírus faz...

–         Meu Deus!

–         Um amigo meu foi para a região do laboratório, que por sinal é bem isolada, e durante seu último contato comigo falou sobre “mortos que andam”. Agora ele está morto. Acredito que Deller ainda esteja vivo no laboratório, pois ele não soltaria o vírus se não tivesse uma maneira de se proteger.

–         Ele deve ter administrado uma vacina em seu organismo antes ou depois do contágio.

–         Sim, é provável. Mas, se Deller estiver vivo, precisamos pegá-lo, além de invadir o lugar, procurar provas e acionar a autodestruição do complexo para mandar os monstros pelos ares. E, por falar em monstros, estamos lidando com a Biocom e a Umbrella em conjunto. Não sabemos o que podemos encontrar pelo caminho além dos zumbis.

–         Por que você está me falando isso?

–         Eu e Trent estávamos organizando uma equipe de antigos membros do S.T.A.R.S. e inimigos da Biocom para uma missão na Sibéria, nesse maldito laboratório. Hoje, porém, Trent foi morto, e acredito que pela Biocom.

–         Minha nossa! Trent está morto!

–         Seu último pedido foi para que acabasse com esses malditos sádicos metidos a biólogos. E preciso de sua ajuda para organizar a equipe, Sherry.

–         Eu, mas como?

–         Contate Chris Redfield e sua mulher Jill. Eu falarei com William McDouglas e Linda Malone. Comunique-se novamente quando tiver convencido os dois.

–         Mas, eu...

–         Sherry, faça o que estou pedindo! Se não agirmos rápido esse maldito incidente pode fazer mais vítimas!

–         OK, você pode contar comigo. Até logo.

–         Até logo, senhorita.

A promotora desligou o telefone, com o coração pulsando fortemente.

Continua... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!