A Gárgula escrita por Tsubaki


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

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Depois da difícil noite que passou, cada barulho de pássaros a assustava, queria contar para alguém que estava enlouquecendo mas lembrou que não tinha mais tempo para ter amigos, ainda lembrava dos últimos amigos que teve...uma menina baixinha, ruiva, que possuía feições de quem sentia dor o tempo inteiro que quase nunca sorria e um garoto, bonito, que possuía um sorriso sádico, temperamento colérico e que quando falava parecia sempre estar sendo sarcástico. Saudade, se bem que ao lembrar, ela só andava com a menina por pena, e o menino vivia fazendo piadas maldosas sobre as duas. É, ela nunca teve amigos...não como nos filmes. Mas pensar no passado sem graça não traria dinheiro para pagar contas e o despertador avisava que já era hora de levantar. Fez o de sempre...Tudo automático.

-Bom dia Adamastor, minha noite foi terrível e a sua?- Ao final da frase tentou acariciar a cabeça do felino gigantesco mas como resposta ele tentou arrancar a mão de Isabel com as garras. -É, eu também te amo.

Mais tarde, ao final do horário de trabalho, foi pra casa...mesmo não tendo dormido direito fez hora extra portanto já era tarde da noite quando alcançou a ruela enlameada que a levaria até seu apartamento. Assim que entrou naquela área coberta de lodo e musgo começou a ouvir atrás de si o semi-conhecido som do bater de asas, asas grandes e pesadas, asas de concreto. Olhou para o céu, vazio, limpo e estralado, não dava para ver a lua dali, mas com certeza deveria estar linda...nada suspeito parecia estar a espreita...suspirou, estava ficando paranoica. Virou-se e recomeçou a caminhar, e então o som de asas vindo em seu encalço também recomeçou, estacou e olhou para trás, novamente se deparou com o nada...retomou o caminhar, só que mais depressa desta vez, a temperatura parecia estar caindo, e as poças de água estavam ondulando...o barulho das asas parecia estar cada vez mais próximo de Isabel e dessa vez ela se recursou a olhar, caminhou cada vez mais rápido até que começou a correr, o som aumentando também, apenas mais uma vez olhou para trás, virou a cabeça só um pouco e conseguiu capturar de relance um vulto grande e cinzento, correu mais rápido, mais rápido e já podia ver a porta vermelha e descascada de seu prédio, entrou num salto passando como um flash pelo porteiro noturno, não diminuiu o ritmo até estar dentro do elevador....quando ele parou em seu andar, Isabel se dirigiu até o 320 como um zumbi, o sangue ainda pulsando alto em seus ouvidos, a respiração ainda alterada...estava tremendo tanto que quase não conseguiu abrir a porta. Desta vez não fez o de sempre, ignorou quando Adamastor rosnou pra ela, não foi ao banheiro tomar banho, não comeu nada, apenas seguiu para o quarto, deixou a alça da bolsa escorregar do ombro e cair em algum lugar perto da porta e sentou na lateral da cama, de frente para o prédio vizinho, lá estava a gárgula novamente, encarando de volta...Isabel ainda tremendo respirou fundo e deixou uma única lágrima rolar, não ousou se mexer...olhou novamente a criatura de cimento do outro lado da rua e esticou lentamente o braço direito em direção a janela, de repente a gárgula abriu aquilo que deveria ser a boca e soltou um rugido que fez o vidro da janela trincar e então a visão de Isabel escureceu. Silêncio.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ^^



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