Já era sábado e não tinha nada pra fazer melhor então passei a manhã e a tarde inteira vasculhando o meu quarto, da minha mãe e de minha vó procurando o tal chip, para poder me livrar de uma vez por todas de Max e os traficantes. Revirei meu quarto inteiro, e fiz o mesmo com os outros, deitei exausta na minha cama, estava completamente morta, e estava com muita dor de cabeça, o problema é que já havia tomar 2 remédios e não havia passado. Desci para comer um lanche reforçado, a dor de cabeça pode ser por cinta da bebida da noite passada, ou sei lá.

- Oi Querida, como está ? - Carmem perguntou, me sentei na cadeira em frente ao balcão.

- Péssima, estou com muita dor de cabeça - disse choramingando.

- Hum, deixa eu ver - ela colocou a mão no meu pescoço - querida, você está com febre. Aonde é a dor?

- Minha cabeça toda está dolorida, mas minha nuca dói mais.

- Fique ai, vou fazer um lanche pra você e te dar um remédio. - abaixei a cabeça, e sem querer cochilei no balcão. Carmem me chamou e fez um chocolate quente com alguns biscoitos, comi devagar. Ela me deu o remédio e resolvi me deitar no sofá, mas logo me levantei e fui atender a porta. 

- Oi Jade! - era Nicholas.

- Oi! - o abracei - espera, como sabia que eu moro aqui? 

- Ahn.. é.. que eu vi uma amiga sua por ali, e perguntei seu endereço.

- Ah, tudo bem.. Entra. - ele passou por mim e sentou no sofá. - Então o que devo a honra da sua visita?

- Nem eu sei, me deu vontade de vir aqui. - ele riu - Você está bem, está pálida - ele passou a mão na minha bochecha.

- Estou péssima, não estou me sentindo bem.

- Por que você não vai ao médico? 

- Argh.. médicos. Que nojo - fiz uma careta.

- Você tem que ir, não esta nada bem.

- Não quero, deve ser efeito do alcool, bebi um pouco demais ontem a noite. Nossa, e nem liguei para os meninos, sei nem se eles chegaram bem em casa, espera um instante - me levantei , mas me senti tonta  e me apoiei no sofá. - Droga.

- O que houve?

- Uma tontura.. deve passar logo. - insisti em andar mas parei quando cheguei no inicio da escada, minha vista começou a ficar escura - Nicholas?

- O que foi? - tentei focalizar ele, mas não deu certo.

- Eu acho que vou.. - levei a mão á testa.

-Jade? - ele se levantou, vindo até mim e então, eu apaguei.

P.O.V Nicholas

- Jade! JADE! - antes dela cair no chão, eu conseguir pega-la á tempo - JAde, acorda por favor! - a balancei, só espero que ela não esteja só em casa. - Alguem em casa? SOCORRO, a JADE Desmaiou!! - gritei, coloquei ela nos braços e a botei em cima do sofá, fui até a cozinha e encontrei uma mulher. - Moça, a JAde desmaiou!

- O que? - ela disse tirando o avental e correndo até a sala - Ai meu Deus, - ela se sentou ao lado da garota - O que você fez com ela?

- Eu? Não fiz nada, ela desmaiou, se não fosse por mim, teria batido a cabeça no chão.

- Depois eu falo com você.. vá ali pegar o álcool. Dentro do banheiro - corri até lá, peguei e a entreguei o alcool;

- Não acha melhor leva-la para o hospital? Ela não está reagindo!

- Mas não tenho carro, Félix saiu com Margarett, estamos sozinhas.

- Eu estou de carro, eu posso leva-las ! - eu disse mostrando a chave.

- Ai, então vamos logo! - ela subiu, pegou uma bolsa e fomos para o hospital. Carreguei ela até o carro e Carmem se sentou do seu lado.

P.O.V  Jade

Minha cabeça doia, e não conseguia ver nada, mas logo a minha visão começou a voltar ao normal.

- Jade, está se sentindo bem? - uma voz masculina  soou pelo quarto.

- Jade querida, fale conosco! - agora, foi uma voz feminina..

- Argh, quem é Jade e quem são vocês? - levei minha mão á testa, mas senti uma pontada de dor, pois eu estava recebendo soro.

- Ai Meu Deus, ela perdeu a memória! - o garoto disse. - O que faremos dona Margarett? - ele ficou todo nervoso - Já sei, vou chamar o médico.. - ele saiu correndo da sala.

- Minha filha - Margarett chegou perto de mim, e segurou minha mão - Lembra de mim? Sou sua mãe.. O que aconteceu?

- Essa pergunta devia ser minha não acha? - desculpa, mas eu não lembro de muita coisa, acho que só daquele garoto.

- O que você lembra exatamente? - quando eu ia falar, o médico entrou na sala.

- Como nossa garota está? - ele ficou do lado da minha cama.

- Estou com dor de cabeça e não lembro de muita coisa...

- O que você lembra então Jade?

- Lembro de meu nome, coisas pessoais, lembro também de Nicholas.. mas nada.. está tudo embaçado. Como se estivesse algo impedindo eu ver minhas lembranças. Mas lembro também de um chip.

- Um chip? - minha mãe perguntou.

- Chip? - foi a vez do médico.

- Mas que chip? Você perde a memória, mas lembra de chip ..

- Não sei que chip é esse, e nem por que eu lembrei dele..

- Hum.. interessante - ele anotou algo na prancheta. - vamos ter que fazer alguns exames, e vou te passar mais remédio para dor de cabeça.. enquanto isso você irpa ficar internada até eu veja que está melhor..

- Ah não - me sentei na cama - não vou ficar internada.. não admito isso! - disse cruzando os braços.

- Me desculpe, mas não posso te liberar. Dona Margarett, pode me acompanhar ate meu consultório?

- Claro - ela pegou a bolsa e beijou minha testa - já volto filha. - ela sorriu e acompanhou o doutor. Me deitei novamente e olhei para Nicholas.

- Você pode dizer o que aconteceu ?

- Ahn.. claro - ele se sentou na cadeira do lado da minha cama - É, eu fui te fazer uma visita, e você não estava se sentindo bem, acabou desmaiando .. se eu não estivesse lá, teria conseguido um belo de um tombo.

- Oh, obrigada.. você salvou meu dia! - eu disse rindo.

- É salvei mesmo..

- Posso perguntar uma coisa?

- Claro, o que foi?

- Já que eu lembrei só de você, sei lá, tipo.. Nós namoramos? - quando perguntei ele, fez uma cara de assustado. 

- Não acredito que você esqueceu. Claro que namoramos, como pode esquecer disso Jade..?

- Sério ? 

- Não, estou só zoando.

- Ah tá.. - rimos e passamos um bom tempo conversando, ele parecia um cara bem legal, e óbvio, muito bonito.

P.O.V MArgarett

- Então doutor, o que Jade tem? - nos entramos em sua sala, ele sentou em sua cadeira e fez um gesto que eu sentasse em outra, que estava do outro lado da mesa.

- Então, nós fizemos alguns exames, e um deles foi o raio X e também a ressonancia magnética.. E por algum motivo, nos encontramos uma coisa presa no cerebro de Jade, justamente onde são armazenadas as memórias.

- Mas que tipo de coisa vocês encontraram..

- É como se fosse um chip, por isso fiquei assustado quando sua filha falou a palavra, eu não sei como aquilo foi parar lá, seria praticamente impossivel, se não fosse por uma cirurgia, eu acredito que alguem colocou isso lá..

- Mas quem faria isso?

- Você tem que investigar, tem algo por trás disso tudo..

- Sim, eu vou. Mas o que podemos fazer para tirar isso da cabeça de minha filha?

- Vamos ter que fazer uma cirurgia para fazer a retirada, pode ser algo perigoso, mas temos que fazer isso, ao contrário, ela vai continuar com essa dor e não vai lembrar de nada, e ela pode gerar um tumor posteriormente, piorando a situação.

- Claro, vamos ter que correr o risco, e estarei confiando em você doutor - olhei para seu casaco - Doutor Jonathan. - sorri.

- Vamos fazer o possivel.

- Mas por que só agora, ela vinha sentindo essas dores?

- Ela bebe ou fuma? Geralmente, isso tem substancias que podem ter afetado..

- Não.. Jade não bebe .. quer dizer - lembrei da noite em que ela saiu com os amigos, para uma festa de aniversário, claro, como fui idiota, ali teria bebida com certeza. Argh, e o Jonh, que tanto me avisou que não deixasse ela beber bebidas alcoolicas. Mas eu nunca imaginaria que ele teria colocado o chip na cabeça de nossa filha. - ela bebeu um dia antes de vir pra cá, em uma festa com os amigos.

- Como eu disse, vamos fazer novos exames e avisaremos quando formos opera-la. 

- Doutor, eu poderia lhe pedir que quando retirasse o chip, me entrega-se para que eu possa investigar melhor..

- Claro, sem problemas, e se precisar de uma declaração ou algo parecido, estou as ordens. - ele sorriu.

- Sim, obrigado. E vamos deixar isso em sigilo tá certo, não quero minha filha envolvida em boatos.

- Ok, pode confiar.. Ela estará em boas mãos. - 

- Muito obrigado - peguei minha bolsa e sai do consultório. Max deve estar se encontrando Jade, provavelmente ela já sabe de toda a verdade.