Acordei cedo, com os primeiros raios do sol, e vi minha mãe sentada na beira da minha cama, me olhando com um sorriso.

- Bom dia, dorminhoca. – ela me disse, me dando um beijo na testa. – Estava esperando você acordar para conversar com você.

- Bom dia mãe – eu disse, ainda sonolenta, bocejando – Conversar comigo? Eu não sei nem quem eu sou ainda. – e me joguei na cama de novo.

- Nessie, vamos. Eu passei a noite remoendo isso – ela disse, deitando do meu lado, e penteando meu cabelo com os dedos.

- O que foi, mãe? – eu finalmente acordei, e olhei pra ela, que estava com uma cara preocupada. – O que houve?

- Nada filha – ela me disse sorrindo – Eu só queria conversar sobre você e o Jake. Na verdade, eu já tive essa conversa com você há um tempo atrás, mas seu pai acha que eu tenho que te lembrar algumas coisas, já que vocês estão sérios agora. – completou, virandoo rosto e olhando pela janela.

- Mãe ... – eu disse, corando – Você vai mesmo fazer isso comigo? – eu perguntei, fazendo a cara mais envergonhada do mundo.

- Nessie, se eu pudesse eu não estava aqui, sabia. Você preferia que fosse seu pai? – E nós duas caímos na gargalhada com a idéia.

- Isso ia ser interessante, quase cômico – eu disse, ainda rindo – Mãe, vocês não precisam se preocupar, eu prometo que nos vamos ser cuidadosos.

E assim que essas palavras saíram de minha boca, me dei conta que não lembrava se nós realmente tínhamos sido nessa primeira vez. A noite toda era um borrão para mim, eu não lembrava de nada direito, estava tão nervosa que não pensei em nada na hora. Mas não tinha problema. Havia sido a minha primeira vez, oras. Duvido que eu ficasse grávida ou coisa parecida.

- Filha, eu só vim te lembrar, que qualquer coisa que você precise, qualquer coisa que aconteça, eu e seu pai vamos estar sempre aqui por você, por mais que as ações exageradas do maluco do seu pai talvez indiquem o contrário. – ela disse, me dando um beijo na testa.

- Eu sei mãe, eu amo vocês – eu disse, abraçando-a. E eu amava mesmo. Desde que eu nasci, esses dois tinham feito de tudo por mim. Eu não podia pedir por pais melhores. Isso é, eu podia passar sem algumas pirações do meu pai, mas ele não seria tão perfeito sem elas.

- E nós te amamos também, pequena – ela disse, me beijando a cabeça. – Falando nisso, acho que seu pai está nos esperando na casa dos seus avós. - Ah, isso explicava porque ele não tinha aparecido ainda - Vamos? Seus avós e seus tios já devem ter chegado também.

-Vamos, mãe. Deixa só eu me arrumar – E eu corri pro meu banheiro, para tomar um banho e trocar de roupa.

Enquanto eu estava fora, minha mãe deve ter ido até o quarto deles, porque quando eu voltei, ela estava outras roupas, e uma caixinha na mão.

- Feliz aniversário, filha – ela disse, com um sorriso enorme.

- Mãe, não precisava – eu disse, corando e pegando a caixinha que ela botava na minha mão. – O que é? – perguntei curiosa.

- Abra. Acho que você vai gostar – ela disse.

Eu abri a caixinha e vi a coisa mais linda do mundo. Era uma pulseira, com 3 pingentes. Um coração de brilhante, um lobo prateado, e o brasão da família, que no verso, tinha a mesma inscrição que tinha no meu relicário, que dizia que eu era toda a vida deles. Eu inexplicavelmente comecei a chorar, e pulei em cima da minha mãe, a abraçando.

- Filha, porque você esta chorando? – ela perguntou assustada.

- É lindo, mãe. Obrigada, eu nunca vou tirar ela – eu agradeci, soluçando.

- Querida, não é pra tanto – ela disse, e eu sabia que se pudesse, também estaria chorando - Não gaste todas as suas lágrimas. Alice vai ficar com ciúmes se você não chorar quando abrir o dela. - e nós caímos na gargalhada - É parecida com a minha, olha –  e então ela me mostrou a pulseira que sempre usava, com um coração de brilhante e um lobo de madeira, enquanto enxugava minhas lágrimas. Dei outro beijo nela, e saímos em direção á casa de meus avós.

Chegando lá, não acreditei no que vi. Todos me esperavam lindos e perfeitos na varanda.  No gramado, estava o carro mais lindo que eu já vi na minha vida. Era um New Beatle conversível novinho em folha, e era roxo, nada menos do que a minha cor favorita.

- PAI, EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! – berrei, enquanto disparava para o carro. Meu pai, vindo ao meu encontro com o resto da família, e minha mãe logo atrás de mim.

- Você gostou, filha? – Ele perguntou, com o meu sorriso torto preferido no rosto.

- Como eu podia não gostar? Você só pode estar brincando – eu disse, pulando em cima dele e lhe dando um abraço – Pai, é maravilhoso!

- Eu quero os meus créditos – disse minha tia, se juntando ao abraço – Eu que dei a dica da cor. Imagina, ele ia pedir um prateado! – ela completou fazendo uma careta.

- Você quer ir dar uma volta, Nessie? – ele disse, me balançando as chaves, o sorriso torto encantador no rosto.

- Claro! – eu disse pegando as chaves e dando um beijo nele.