Betrayed escrita por Diana


Capítulo 20
Acabou?


Notas iniciais do capítulo

YAY! Olha eu aqui, mais rápido do que os dois últimos capítulos kkkkkkk
Então, esse capítulo é o que decide tudo, quem vive e quem morre. Não sei se ficou tão bom quando eu planejei (ou ao menos se ficou bom '-') portanto vou deixar isso com vocês. Talvez não tenha sido como vocês imaginaram, é difícil escrever cenas de luta em primeira pessoa. Então não deixem de me dizer o que acharam *-*
Boa leitura, espero que gostem! ♥



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            Alarmes soam de todos os lados. Enquanto corro, noto pela primeira vez várias câmeras espalhadas, parcialmente escondidas na quina dos telhados dos prédios. Uma fortaleza de aço se estende à minha frente, cercada por uma grade, construída de dentro para fora em um morro de terra batida.

            A maior parte dos civis jaz morta no chão, ainda segurando seus rifles. Alguns homens, sem os uniformes, também foram mortos no caminho. Imagino que tenham sido de Vicent Foster, mas agora já não têm mais utilidade. Sem prestar atenção ao chão, escorrego em uma poça de sangue, recupero o equilíbrio antes de cair e continuo a corrida em disparada. Viro uma parede à direita e encontro o que vim para buscar.

            Drake luta com as cordas que amarram seus pulsos na frente do corpo a cem metros de onde estou, diante da porta da fortaleza. Meu coração se enche de tanto alívio por encontrá-lo vivo que fico tonta. O capanga que me espancou, Trever, e Vicent Foster terminam de matar o último civil que atendeu ao alarme de segurança, parecendo estar ilesos. Não vejo Max.

            No momento de distração, um tiro passa centímetros da lateral da minha barriga, tão próximo que sinto o vento através da roupa. Agacho-me imediatamente atrás dos caixotes e contêineres que ficam no caminho até eles. Ouço a voz de Natalie gritar, para ninguém e para todos ao mesmo tempo:

            - Como é que ela está viva? Max nos traiu!

            Então os tiros, que haviam parado há menos de um minuto, recomeçam, primeiro vindos somente de uma direção, depois de mais. Grudo as costas à madeira do caixote ao qual me escondi quando escuto passos abafados se aproximando e em seguida parando, nem tão perto mas não longe o suficiente para ser seguro.

            - Vamos, Jen, saia daí e venha brincar – chama Natalie. – Você não é corajosa o bastante para me enfrentar sem uma arma? Quem sabe não pode me assistir matando Drake pessoalmente?

            Cerro os dentes com raiva. Boto a cabeça entre a caixa e o contêiner para espiar onde ela está. Natalie está com a arma erguida na altura do pescoço, apontando para frente, mas olha para todos os lados e está bons passos à minha esquerda. Então eu compreendo. Ela não viu onde me escondi; havia se virado para avisar o pai de que eu não estou morta.

            Deixei o atiçador de lareira no corpo do homem que matei há alguns minutos. Não tenho nenhuma arma a não ser a faca que roubei dele, o que não servirá nem para me defender nem para lutar a distância. Posso tentar arremessá-la, porém, para isso, teria que ficar em pé para ter uma boa mira de um lugar fatal onde atirá-la, e é não há chances de Natalie não me ver e atirar antes que eu tenha a oportunidade.

            Os passos recomeçam, vindo para mais perto. Alguém grita de dor em algum lugar, e tento não ligar. Parece muito com a voz de Drake, mas prefiro acreditar que estou paranoica.

            De qualquer maneira, tenho de fazer alguma coisa. Não posso me esconder para sempre, Natalie vai descobrir onde estou uma hora ou outra. Respiro fundo duas vezes antes de agarrar um pedaço de pau com meio metro de comprimento largado aos meus pés, me levantar e correr para cima de Natalie.

            Esforço-me para manter o braço esquerdo imóvel, mas é inútil. Vou precisar dele para lutar. Natalie se surpreende de onde surjo e se atrapalha em apontar a arma para mim. Acerto o pau em seus braços com força, e a arma espirra para longe de nós duas.

            Ergo o pedaço de madeira para baixá-lo na cabeça de Natalie, mas ela é rápida. Segura meu pulso direito e tira o bastão da minha mão, fazendo-o ir se juntar à sua arma.

            Percebo pelo canto do olho que Drake de algum modo cortou as cordas que o prendiam e conseguiu um revólver. Ele e Trever tentam matar um ao outro. Pelo que vejo, Max enfrenta Vicent Foster.

            Levo apenas um segundo com isso, mas é um segundo que Natalie não desperdiça. Ela é mais forte do que eu me lembrava. Seu punho acerta meu rosto com vivacidade, bem onde Trever havia socado anteriormente. A dor volta como um caminhão, deixando-me atordoada. Meu maxilar agora deve estar totalmente deslocado, não sei como ainda não perdi um dente.

            Inclino antes de voltar a sustentar meu próprio peso, e desvio de outro golpe de Natalie que teria acertado meu nariz. Natalie avança sobre mim, jogando todo o peso do corpo para me derrubar. Tento permanecer em pé e recebo uma joelhada no queixo que me faz morder a língua; sinto gosto de sangue se espalhando.

            Natalie me derruba com uma rasteira. Nós rolamos pelo chão. Deve ter começado a chover, porque o piso e meu rosto estão molhados. Natalie fica por cima de mim, pisa nos meus joelhos, impedindo-me de me mexer. Uso os braços para tirá-la de cima de mim, mas ela finca o polegar no buraco de bala em meu ombro esquerdo e o torce até minha visão escurecer e eu estar berrando a plenos pulmões.

            Ouço sua risada clara. Tento alcançar a faca no cós de minha calça, sem saber mais como controlar meus movimentos. Quando sinto o cabo gelado dela, puxo com toda a força que me resta e a enfio no braço de Natalie. Ela grita de dor, libertando os braços e as pernas de mim.

            Com um soluço, afasto-me rastejando dela, apoiando no cotovelo direito para me levantar cambaleando. Natalie se recupera rapidamente, corre atrás de mim, na mesma direção: a arma caída. Entretanto, ao invés de pegá-la, chego antes e a chuto para mais longe, acabando com as chances de qualquer uma de nós de usá-la.

            Meu ombro ainda queima horrivelmente quando Natalie me agarra com um grito de ódio. Seu braço escorre sangue, empapando a camisa bege que usa. Ela retirou a faca, mas não a vejo em suas mãos. Natalie me empurra contra a parede, segurando-me pelos bíceps. Um milissegundo antes de atingi-lo, vejo o espigão de madeira fincado na laje, como uma estaca gigantesca proeminente, e desvio-me um centímetro para o lado.

            Sinto a lasca de madeira rasgando o tecido de minha blusa na altura das costelas e cortar a pele para deixar o sangue escorrer. Um grunhido de dor não deixa de escapar por entre meus lábios. Natalie puxa-me para trás para tentar de novo. Arranho seu rosto e pescoço com as unhas, e ela se embaralha. Sua face perfeita agora parece estranhamente desfigurada com essas marcas.

            Agarro-a automaticamente pelos ombros e giro nos calcanhares, fazendo-nos trocar de lugar. Natalie arregala os olhos azuis claros com pavor para mim ao entender o que vou fazer. Suas mãos se esticam para me impedir, mas já é tarde demais. Empurro-a com toda a força que me resta na estaca pontiaguda.

            Natalie é mais baixa do que eu. A madeira penetrou suas costas na coluna e atravessou, sem dúvida passando pelo coração.

            - NÃO! – grita alguém atrás de mim. – Minha filha! Natalie, NÃO!

            Natalie tosse sangue. Seus olhos se fecham, as mãos caem ao lado do corpo mole sem vida.

            Viro-me em tempo de ver Vicent Arwen Foster apontar sua arma para meu coração, as feições destorcidas pela fúria de eu ter matado provavelmente sua única filha.

            Tudo acontece muito rápido. A intenção era me abaixar para sair da frente do tiro, mas o cansaço me abate e eu praticamente caio. No mesmo instante, Max entra na frente do cano da arma. Para me defender. Ouço o estrondo do disparo, porém não sei o que aconteceu, quem atingiu. Não sei se quero descobrir. Tenho medo de me virar para saber e me deparar com o corpo de Max estirado no cimento.

            Não sinto o mínimo de remorso por ter matado Natalie. Foi a melhor coisa que já fiz, algo que devia ter feito desde o início, no dia em que ela apareceu na rua da minha garagem.

            Giro a cabeça lentamente. Max está prostrado, uma poça de sangue se acumulando embaixo de seu corpo. Mas Vicent está morto. Não sei como ocorreu, mas Vicent está morto com um tiro na testa. Olho para o lado, no segundo em que Drake atira na garganta de Trever, e este também cai, inerte.

            Estão mortos. Natalie, Vicent, Trever, os soldados. Mortos.

            A única coisa que passa por minha mente entorpecida é: acabou.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Por favor, não deixe de me dizer o que achou, nem que seja pra xingar :D



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