Betrayed escrita por Diana


Capítulo 1
Fuinha nos faz uma visita


Notas iniciais do capítulo

É minha primeira fic desse gênero, então deem um desconto :3
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/344375/chapter/1

            Corro ao redor da praça da cidade, observando as pessoas ao meu redor. Um pai empurra o filho no balanço e o garotinho ri. Uma menina num carrinho abre um sorriso quando eu a encaro e desvio o olhar. Um homem provavelmente atrasado para o trabalho passa falando no celular e praticamente me empurra.

            Eu ignoro tudo isso quando meu celular toca no exato momento em que avisa que o tempo que eu havia marcado para caminhar acaba. Eu paro e me sento em um banco respirando fundo antes de atender.

            - Oi, Drake – eu cumprimento meu melhor amigo do outro lado da linha.

            - Jennifer – ele diz com a voz apressada. – Melhor você voltar para casa agora. Temos visita.

            Eu entendo o que ele quer dizer com a última frase.

            - Tá, estou indo.

            Eu desligo e me ponho em movimento novamente. Então acho que agora é melhor explicar as coisas antes de chegar em casa.

            Primeiramente, não é uma casa. É uma garagem abandonada com um “andar” em cima, que fica numa rua abandonada, com casas e pessoas abandonadas. Drake Vermon é meu melhor amigo, quase um irmão, desde que me conheço por gente – literalmente.

            Nós dois fomos abandonados crianças e crescemos nas ruas. Ele é dois anos mais velho que eu, tem 27. Ele me encontrou quando eu nem sabia falar ainda, e cuidou de mim porque aparentemente queria uma companhia. De qualquer forma, nos viramos juntos desde então. Eu nunca quis e não quero saber sobre meus pais. Se eles não me quiseram, não serei eu quem correrá atrás.

            Quando eu tinha dezesseis anos, um homem chamado Jack Spilman nos encontrou nas ruas. Ele resolveu tomar conta de nós e nos considera filhos, assim como eu e Drake o consideramos nosso pai.

            Mas Jack era chefe de um grupo de mercenários já naquela época. Drake tinha dezoito e estava indo para o exército, então Jack o convidou a participar. Ele aceitou, pois não havia mais nada para ele fazer. Eu também quis fazer parte e insisti e me negaram até que peguei uma arma e atirei em um alvo pendurado na parede, acertando bem no meio. É claro que foi totalmente sem querer, e eu só sabia atirar porque havia visto Drake e Jack fazendo isso várias vezes.

            No fim aceitaram, e o resultado é que sou a única mulher no grupo. Drake voltou do exército e ele e Jack me ensinaram tudo sobre armas e lutas.

            Então, quando Drake diz que temos visita, normalmente é algum cafetão querendo um serviço.

            Chego à garagem em que moramos. Antes de entrar, dou uma olhada na rua. O fim dela dá em um terreno baldio e o outro extremo é uma antiga fábrica que agora está em ruínas por onde passei para chegar. A maioria das casas está desocupada ou caindo aos pedaços e não há nenhum carro. Olho para o sol se ponto e para a porta da garagem pichada. Eu a ergo e entro, fechando-a logo em seguida.

            Está escuro ali dentro, mas mesmo assim posso reconhecer cada canto. Há um sofá encostado a uma das paredes onde Jack costuma dormir para deixar a parte de cima somente para mim e Drake.

            Subo as escadas e os encontro parados lado a lado de frente a um homem com rosto de fuinha e alto. Pela expressão em seu rosto e no de Jack, parece que os dois estavam discutindo pouco antes de eu aparecer.

            Drake se vira e me vê. Ele tem cabelos cor de bronze e olhos verdes encantadores. É alto, magro mas forte e bem bronzeado.

            - Jennifer, até que em fim – diz ele.

            O homem com cara de fuinha me analisa de cima a baixo. Eu me aproximo.

            - Quem é você? – pergunto. Pelo canto do olho, posso ver Drake se segurando para não rir da minha falta de educação.

             - Pode me chamar de Weasel, como já disse a seus amigos – o homem responde franzindo as sobrancelhas.

Não é pra menos, penso. [N/A: Weasel em inglês significa fuinha]

            - Então, já que todos já fomos apresentados – diz Jack -, pode dizer exatamente por que está aqui.

            Weasel estreita os olhos para ele.

            - Obviamente preciso que um serviço seja feito – Weasel responde. – Há uma bomba de hidrogênio que o Irã e a Síria estão disputando, trancada e escondida em algum lugar. Se ela cair em mãos erradas, estamos perdidos.

            - E você quer que a gente a roube para você – conclui Drake.

            - Exato. Mas não ficaria comigo – corrige Weasel. – E sim em segurança com o governo.

            - E por que aceitaríamos isso? – questiona Jack.

            - Porque se não aceitarem, meus homens irão matar você e suas duas crianças.

            Fico com raiva pela forma como ele diz “crianças”. Drake e eu não somos crianças.

            - Então por que seus homens mesmos não vão atrás dessa bomba? – digo, sem controlar as palavras que saem.

            - Porque não quero arriscar as vidas deles. E não tenho nenhum problema com a de vocês – diz Weasel.

            - Por que então você não vai...? – eu começo a dizer, e teria dito coisas muito ruins para um homem como aquele se Jack não tivesse interrompido.

            - Certo. E onde está essa bomba?

            - Ah, aí é que está a questão – Weasel diz, erguendo um dedo e começando a andar em círculos. – A coisa é bem complicada. Sei onde a bomba está, mas para entrar lá é preciso uma chave, que por acaso está trancada em um cofre que sei a senha.

            - E o cofre está...? – diz Drake.

            Weasel faz uma careta como se tivesse acabado de tomar água gelada com bala de menta na boca.

            - Não sei – responde. – É quando a missão começa. Daqui quatro dias haverá uma festa e quem comanda a busca do país para a bomba estará lá com o mapa.

            - Como tem certeza disso? – pergunto.

            - Ele carrega o mapa para qualquer lugar que vá. É só pegá-lo enquanto ele estiver distraído.

            - Simples assim – Drake resmunga.

- As roupas que devem usar vão ser entregues um dia antes – continua Weasel. – Mais duas pessoas chegarão para ajudar até depois de amanhã, vocês saberão quem são assim como vão saber quem é o homem com o mapa.

            - E quanto à senha e a localização da bomba? – lembra Jack. Eu o encaro para saber o que está pensando. Ele tem a aparência de alguém com mais de quarenta anos – que realmente tem – e uma barriga meio saliente, o que não o impede de se movimentar rapidamente quando precisa. Seu rosto parece ter uma carranca constante, com um nariz meio torto e um bigode estilo Hitler. Ele está com a testa franzida e os lábios contraídos como quem não gosta nem um pouco da situação.

            E é claro que não gosta.

            - Ah, sim. – Weasel sorri. – Acontece que eu confio muito mais nas suas crianças do que em você – diz a Jack. – Então a senha do cofre da chave vai ficar com a garota e a localização da bomba com o garoto.

            Senti novamente a vontade de dar um soco na cara dele por nos chamar de crianças. Dessa vez me controlei para não falar nada.

            - Melhor decorar os números, boneca – Weasel diz e se aproxima de meu ouvido para que apenas eu ouça. Seria muito ruim se eu arrancasse uns dedos dele por me chamar de boneca? Acho que sim.

            Em seguida, Weasel se afasta e também diz o nome baixo a Drake. Jack não o impede. Imagino que seja por causa da ameaça de morte.

            - Não revelem isso a ninguém, não importa o que aconteça – aconselha Weasel para Drake e eu. – Boa sorte. É melhor fazerem isso rapidamente, Jack. Você me conhece. Não vai gostar de me ver furioso.

            Cara de Fuinha dá um sorriso falso e encara Jack nos olhos enquanto se dirige às escadas para ir embora. Um segundo depois, ouvimos sua voz abafada se afastando:

            - Eu chamaria seus outros amigos imediatamente se fosse você.

            Quando ouvimos a porta da garagem se fechando finalmente, Drake, Jack e eu trocamos um olhar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não deixe de comentar o que achou para eu saber o que devo melhorar ou não =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Betrayed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.