A Harmonia escrita por LittleLemonPie


Capítulo 5
O pesadelo quer ajudar.


Notas iniciais do capítulo

Aquele momento super fofo em que eu escrevi toda a história aqui... Pelo menos existe copiar e colar! Nesse capitulo novamente será a Amber narrando!~



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Um vulto passou atrás de mim. Eu olhei pelo canto dos olhos e, óbvio,era Pitch. Ele não falou nada, só ficou parado ao meu lado analisando a situação com as mãos atrás das costas.

Eu suspirei.

–O que eu faço? -Acho que minha voz soou mais desesperada do que eu queria. -Eu me sinto fraca, não consigo usar meu poder nem para guardar energia e eu mal me lembro o que eu fazia!

Ele segurou minha cabeça e olhou meu olho normal.

–Não é só seu olho direito que está desequilibrado. O esquerdo aumenta a cor do que você está sentindo. Então podemos ver o pânico só de olhar seu rosto. Literalmente.

Ele deu um sorriso bobo quando o olhei e depois suspirou.

–Meu trabalho seria aumentar o seu pânico e vê-la enlouquecer e isso seria adorável, no entanto minha jovem harmonia -ele apertou minha bochecha e eu empurrei a mão dele para longe, o que o fez rir. -encher-lhe a paciência só me traria algumas horas de diversão e então eu prefiro ajuda-la.

Eu olhei bem para ele.

–Vai me ajudar? -eu dei um ênfase no "ajudar".

–Sim, infelizmente sem você aqui as pessoas parecem...como posso dizer... mortas! E quase ninguém acredita ou tem medo de mim. Os guardiões e alguns outros espíritos menores acham que você está morta e...

–Eles acham que EU estou morta? -eu o interrompi. -Mas eles tentaram me salvar! Por que tentariam se achassem que eu estou morta?!

–Isso já faz 200 anos...Mesmo sendo imortal, com tantas pessoas te esquecendo, presa em uma cela com magia negra e sem forças para restabelecer energia...até mesmo um dos guardiões poderia ter morrido. Eu mesmo não sei como aguentou.

Eu franzi o cenho.

– Duzentos anos?! Em que ano estamos?

–2013. Você ficou lá por mais ou menos 300 anos.

Eu respirei fundo. Era muito tempo.

–Vamos. -Ele cortou meu momento de reflexão. -A primeira coisa que temos que fazer é achar uma roupa nova. Seu vestido está quase todo rasgado.

Eu não me segurei, e na verdade nem tentei, e o abracei o mais forte que pude. Alguém querer me ajudar significava muito para mim. Ele me empurrou para longe dele.

–Isso não quer dizer que somos amigos. - ele deu um passo a frente, fez um gesto para que eu o seguisse e foi guiando o caminho.

Ele me levou ao sho...shu...shopi... shopping... É! Era esse o nome! Shopping, o lugar onde as pessoas vão comprar todo o tipo de coisa estranha que eles tem hoje em dia. Chegamos à uma enorme loja cheia de roupas e pessoas.

–O que eu faço agora?- eu me virei pra ele.

–O procedimento é o mesmo dos outros séculos, veja uma roupa que goste, como você está sem poder algum eu vou fazê-la aparecer em você. Não encoste nelas pois os adultos... -ele me olhou no olhos por algum tempo. - Ou melhor, no seu caso, ninguém te vê mas eles podem ver a roupa. E seu eu fosse você eu evitaria ser tocada.

Eu ia perguntar a razão e uma das atendentes da loja passou por mim. Literalmente. Ela me atravessou como se eu não existisse. Imediatamente um frio e uma sensação horrível tomou conta do meu corpo, eu me abracei.

–Por isso.

Eu tomei um fôlego e olhei para ele.

–O que foi isso?

–Isso foi não ser acreditada. Quando não acreditam em você, você não existe para eles. Isso não lhe faz mal, a não ser emocionalmente. Tente evitar.

Eu assenti com a cabeça e fui escolher a roupa. Eu olhava tudo e claro que eu tive que "arrastar" o Pitch junto já que havia muita coisa nova que eu não sabia para que servia.

Ele não ficou muito feliz de ser "arrastado" para todo canto da loja.

Passamos perto de um bebê que estava em seu carrinho e ele começou a chorar na hora e Pitch deu um sorriso prazeroso. Duas moças vieram correndo para vê-lo.

–Tadinho do meu bebêzinho! Acho que ele não gosta dessa muvuca toda!

–Ai amiga, nem mesmo eu gosto! Sabe que um dia...

As duas continuaram conversando distraídas e como não havia mais ninguém naquele setor, eu aproveitei para mexer nas roupas e ver as estampas que elas tinham.

Muita coisa tinha mudado e uma delas era a variedade de roupas que existiam. Agora pelo que parecia era normal poder mostrar os braços, algumas blusas tinham o ombro caído e as calças eram um pouco rasgadas.

Apesar de eu gostar muito mais do meu outro vestido, eu não podia negar que a maioria das roupas eram bonitas.

–O que é isso? -eu apontei para uma coisa redonda cortada ao meio. Pitch desviou o olhar do bebê que continuava a olhar para ele e a chorar.

–O que? -ele se virou bravo, provavelmente por eu ter estragado a diversão, e quando viu o que eu estava segurando, ele corou.-Isso é um sutiã.

–Pra que serve?

–Não consegue deduzir sozinha?

–Talvez. Mas eu quero ter certeza.

Ãh...é...-ele fazia gestos com as mãos enquanto tentava explicar. - Não sei explicar. Em que século você foi presa?

–Dezoito.

–Hum...isso substitui o pano que você enrolava debaixo do vestido... Parte de cima. Sabe?

–É, eu sabia. Só queria ver como você ia explicar. -Eu sorri para provoca-lo.- Quero um igual à esse.

Eu me virei para a arara de roupa atrás de mim. No fundo as duas moças continuavam a conversar, mas estavam falando sobre quando eram pequenas. Continuei olhando. Eu não estava prestando muita atenção pois, mesmo me acostumando rapidamente com as novas linguagens, eu ainda não entendia a maioria das palavras mas, então, eu ouvi:

–Sério? E você sabe que quando eu era pequena meu pai vivia dizendo que as crianças de hoje em dia deveriam ser como as do tempo dele? -ela suspirou e colocou a chupeta no bebê. - Ele vivia dizendo sobre lendas antigas que foram passadas de gerações em gerações sobre os adultos começarem a desanimar como se...tipo... ah! sei lá! E hoje em dia parece que até crianças estão assim. Meio desanimadas.

Eu continuei a mexer nas blusas, mas eu não estava mais prestando atenção nelas. Eu estava olhando para as moças pelo canto do olho.

–Ah, é? E você acredita nisso? Eu sempre vejo pessoas felizes...

–Ah, eu acho. Não é que elas estejam sempre infelizes mas que parece que elas ficam muito nesses eletrônicos e... parece que dura pouco essa felicidade, entende?

–Tipo como se algumas vezes faltasse algo?...

Faltasse algo...faltar algo...aquelas palavras foram o suficiente para me dar uma pontada no coração.

Pitch deve ter percebido aquilo pois ele disse:

–Podemos ir em outra loja se quiser...

Eu olhei para ele tentando não parecer que estava prestes à chorar, mas com certeza meu olho deve ter denunciado.

–Não...está tudo bem. Eu já escolhi.

Eu mostrei para ele um vestido marrom de inverno, um cinto para prender e uma meia calça fina e marrom. Já o calçado ele disse que poderia refazer uma bota igual a minha original, pois ainda se usava botas com pelos dentro.

Depois disso nós fomos até o covil dele.

Não era o lugar mais bonito ou aconchegante para mim. Era uma caverna escura e aterrorizante com gaiolas presas ao teto e nas paredes, e pesadelos andando por ai. Um deles tinha a forma de um cavalo e este ficou me encarando.

–Ei, você! -Pitch o chamou com a voz fria de sempre, e ao ouvir a voz dele o cavalo desviou o olhar com um susto e virou-se para seu mestre. -Ela é nossa convidada. Não cheguem muito perto se ela não quiser.

O cavalo assentiu e se desfez indo para longe. Enquanto andávamos, cobras,abutres, aranhas gigantes e outros bichos estranhos se desfaziam e afastavam-se.

Andamos até chegarmos em uma porta branca.

–Este é seu quarto. Andando para à esquerda fica a entrada e para à direita a sala. Meu quarto fica do outro lado do covil.

–E se eu precisar de ajuda com esse bichinhos? -Eu apontei alguns pesadelos que saíram correndo quando Pitch se virou. -Você não vai me ouvir!

–Certamente não vai precisar e não vai querer que eu fique muito perto ou terá pesadelos.

Eu assenti e entrei no meu quarto.

Era mais claro que o resto da casa, haviam uma cama de madeira e um armário vazio. Eu estava muito cansada e fazia séculos que eu não dormia apropriadamente então, no momento em que eu deitei na cama, eu cai num sono profundo e gostoso.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. Eu estou sem muito tempo para escrever então os próximos capítulos talvez demorem um pouco. Eu já tenho desenhos prontos mas estou procurando um jeito de posta-los.



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