Nosso Destino escrita por Isabella Cullen, Lia_Cullen


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Meninas desculpem o atraso, tivemos alguns problemas pessoais. Mas enfim acho que nosso Deus grego resolveu se abrir....



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A pessoa diz para você a coisa mais esquisita do mundo e depois age como se não tivesse dito absolutamente nada. O dia foi assim: ocupado e estressante. Então por que eu estava ainda martelando tudo que Edward tinha dito. Às vezes quando ele estava distraído eu o olhava e ficava me perguntando o que iria acontecer agora. O que eu sentia agora? Era desejo, se ele me tocasse eu não reagiria, se ele mandasse em determinada situação eu obedeceria e se ele me quisesse me renderia. A Grécia acabou com meus planos. Suspirei e continuei olhando para meu jantar. Todo o clã estava reunido na grande mesa, rindo e se divertindo. Emmett estava fazendo Rose ficar com vergonha contando uma versão editada e com nomes mudados de sua lua de mel.

E lá vamos nós ouvir sobre o lindo casamento de Alice numa ilha Grega, da lua de mel de Rose em Paris e das histórias de Esme e Carlisle. E lá vamos nós vomitar felicidade e amor. E união! Tudo bem, eu estava mal humorada e amarga. Mais do que o normal se possível. Respirei fundo, aleguei uma dor de cabeça qualquer e subi. Joguei-me na cama e fechei meus olhos. Rezei para morrer e acordei com meu despertador.

Nessa rotina amarga eu passei uma semana. Uma semana esperando algo de Edward que eu não sabia exatamente o que era. Uma semana tentando administrar o fato de que eu poderia, poderia estar gostando dele. Uma semana olhando para ele e querendo dizer algo que eu não sabia o que era e nem se tinha esse direito. E na sexta feira relendo em minha mente cada palavra eu me dei conta de uma coisa: ele disse que sentíamos atração. Atração não é amor. Atração não leva ao altar pelos motivos certos e atração não mantém ninguém junto mais que alguns míseros meses. Deitei sobre minha mesa num estado de apatia e cansaço inigualável.

- Está se sentindo bem? – Me levantei num susto quando percebi Edward na minha frente. Ele estava com seu terno, sentado na minha frente e com uma expressão indefinida.

- Estou bem, deseja alguma coisa?

- São sete horas.

- Merda! Como a hora passou tão rápido? Por que não foi embora?

- Bom você anda meio alheia. Não fui porque estava lendo algumas coisas e queria me dedicar a elas. A nova campanha. Vai ser lançada mês que vem e estamos com alguns problemas contratuais.

Era verdade, o comercial ainda precisava de mais alguns ajustes e a empresa garantiu que não demoraria mais que uma semana. Já tinham se passado duas e Edward estava chateado, queria fazer valer a multa exorbitante. Só que se tratava de um amigo de Edward e ele não queria chegar nesse extremo.

- Eles vão resolver a tempo.

- Vão precisar refazer e isso irá atrasar tudo. O lançamento, a festa de lançamento, datas precisarão ser mudadas e novos agendamentos feitos. – ele falou cansado.

- Hum...que merda não é?

- Uma merda, mas acho que se continuarmos a insistir eles farão tudo a tempo. Pelo menos eu espero que dê tempo. Me dará trabalho e Alice organizou tudo de maneira muito eficiente, o atraso veio de outro setor.

- Não demitiu ninguém? – disse irônica.

- Quinze pessoas.

- Edward são quinze famílias sem emprego! – me exaltei. - Quinze pessoas que não vão conseguir emprego pro um tempo porque essa é a maior empresa da Grécia e do ramo.

- Por isso somos a maior empresa da Grécia e do ramo porque somos eficientes. Não somos tão desumanos, mas não podemos ser tão sensíveis. O mundo nos engole se deixarmos Isabella.

- Edward você é um homem insensível e frio.

- Por que acha que sou assim? – ele estava mesmo querendo ir por esse caminho? Edward só poderia estar brincando não é? – Não acha que me preocupo com minha família? Que não amo meus irmãos? Isabella por que você me odeia tanto?

Olhei para ele. Cruzei os braços.

- Você é ignorante. Insensível. Um homem das cavernas conservador. Um tarado! Fica de caso com uma e com outra e ainda me pergunta por que te odeio tanto?

- Eu só beijei você depois de Vitória. –aquilo me quebrou. Estávamos em terreno perigoso e meu coração acelerou. Eu estava feliz. Ele não ficou com Ágatha? Eu me chutei por estar feliz. Merda! – Surpresa? – ele ria agora – Não, eu não fiquei Ágatha. Eu não a quero. Nunca quis. E sim, ela conhece Vitória. Todos conhecem. Foi minha primeira e única namorada.

- Onde ela esta? – eu ia perguntar qual era sepultura dela. Só que resolvi ficar quieta.

- Ela está na semana de moda de Paris. – ele disse isso num tom de reprovação. Ele não queria que ela fosse modelo?

- E por que não gosta disso? Ciúmes de ver a ex desfilando e sendo admirada?

Ele deu um sorriso triste.

- Não há nada nela que se possa admirar Isabella. – ele disse pensativo – Sobrou uma capa bem enfeitada por maquiagem.

- Por que terminaram?

- Porque queríamos coisas diferentes.

- Ela queria ser modelo e você empresário com família e filhos?

- Não. Na época nem pensávamos no que queríamos ser, só éramos. Era o aqui e o agora.

Aquilo não me parecia  com o Edward na minha frente. Não poderia imaginar um adolescente rebelde, mas sim o homem de negócios decidido e exigente.

- Resumindo: o aqui e o agora passou e seguiram caminhos diferentes. Por que entrou um assassinato na história?

- Vitória tinha 13 anos quando nos conhecemos. Estudávamos na mesma escola. Ela era filha de um Embaixador americano. Ela veio dos EUA e estava deslocada e sozinha. Ficamos amigos porque eu me sentia deslocado e sozinho. Ela tinha 13 e eu 15. – eu ouvia atentamente cada palavra dele. – Aonde eu ia ela ia. O que eu fazia ela fazia. Se eu estudava, ela estudava e assim éramos. Nada demais nos três primeiros anos. Quando ela tinha 16 e eu completei 18 a diferença de idade passou a pesar, eu andava com pessoas não muito legais e os pais dela eram meio encrenqueiros com nosso namoro. Barravam-na de ir a festas que eu ia, só podíamos ir a cinemas e coisas mais calmas. Eu estava no auge de uma rebeldia e comecei a fazer coisas ilícitas.

- Se.... você... usou drogas?

- Sim. Comecei devagar, não era nada compulsivo. Tudo escondido e bem guardado.

- Meu Deus!

- Vitória estava sempre lá. Ela passava à tarde comigo Bella. E então depois de alguns meses ela quis experimentar. – alguma cena na sua cabeça o fez sentir uma dor horrível – Eu a ensinei a usar. Eu dei a primeiro passo para a destruição dela. – ele respirou tentando reunir as palavras e eu estava horrorizada. – Começamos a usar juntos. Toda tarde, sempre juntos. Nessa época eu fazia faculdade já. Era mais fácil ainda arranjar. Só que o vício é traiçoeiro, quando vemos ele está tão em nós que passa a fazer parte. É comum e desesperador. Os seus momentos lúcidos são de uma depressão que só passa quando consumimos o que corpo quer, mas a mente não. Uma hora aquela quantidade não é mais suficiente ou aquela droga já não causa o mesmo efeito e você procura mais e mais. Foi um ano assim até um dia eu cheguei à casa dela e a vi tendo uma crise. Vitória tinha consumido demais e a overdose estava matando-a. Eu amava Vitória e naquela hora ela não era nem a sombra da menina doce e gentil que era. A levei para o hospital e o inferno começou Bella. Todos descobriram da pior maneira possível. Os pais dela e os meus. Todo mundo. As mães afastaram seus filhos de nós, minha mãe perdeu amigas e meu pai evitou que aquilo vazasse para a imprensa. Eu não vi Vitória por um ano, os pais dela a levaram para longe com medo da minha influencia. Ela só tinha 17 anos... 17 anos... Bom, eu voltei da clínica de reabilitação e o caos estava instalado. Kate estava gostando de um rapaz americano. Para minha família tudo que eu passei era muito recente, Kate viu Vitória no hospital... Elas eram amigas... Quando James apareceu era como se tudo fosse voltar. O trauma que alguém fosse fazer mais mal a minha família.

- Eles pagaram por uma coisa que você fez. – disse pensativa. – Foi sua culpa eles não aprovarem...

- Eles queriam que ela casasse com alguém conhecido. Ninguém conhecia James e o caráter dele...

- FOI CULPA DA SUA LOUCURA! SUA LOUCURA! JAMES NÃO ERA VOCÊ! JAMES SEMPRE FOI UM HOMEM!

- Eu sei. – ele disse ele disse triste e derrotado como nunca o vi antes. Eu ofegava e respirava com muita dificuldade. As peças do quebra-cabeça sendo finalmente juntadas. – Quando ela foi embora que eles perceberam o erro que tinham cometido. Ela tentou fazê-los aceitarem James, mas ninguém escutava. Eu estava na faculdade, me dedicando a recuperar o tempo perdido. Não parava em casa e tinha a constante vigilância de meus pais para não haver recaída. Eles não souberam lidar com a pressão Bella....

- Por que eles nunca a procuraram? Por que deixaram tantos anos se passarem?

- Porque Kate quando saiu de casa disse para esquecerem o nome dela. Isso para nós é algo que não tem volta. – ele concluiu.

- Vocês são um bando de retardados mentais! Eu ia voltar sim!

Edward arqueou as sobrancelhas e me olhou sério.

- Você não consegue aceitar que gosta de mim como iria voltar atrás depois de uma burrada enorme dessas?

- Edward não estamos falando de nós dois! – gritei.

- Estamos sim, eu estava aqui me abrindo para você entender que depois de Vitória só você mexeu comigo.

- Você tem um jeito encantador de demonstrar isso. – disse sarcástica e ele se levantou. Eu me levantei também assustada.

- Eu passei muita coisa. – sua voz era suave. – Eu destruí uma pessoa. – ele vinha andando em minha direção e eu recuando. – Eu tenho uma culpa enorme por Kate e James. – Eu estava a essa altura grudada na parede. – Eu sou assim porque fudi com muita coisa. Não sei mais ser carinhoso e gentil, eu desaprendi.

- Não serei sua professora Edward. – disse num fio de voz. Meu Deus estávamos muito perto um do outro eu ia enlouquecer. O cheiro dele me envolvendo novamente.

- Não pedi nada disso.

E então o beijo. Um beijo desesperado. Carregado de desejo e intensidade. Eu me agarrei a ele como uma boa maluca masoquista e ele me prendeu pela cintura e gemi com a aproximação de nossos corpos.


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Notas finais do capítulo

Me contem o que acharam...Estou mega curiosa! bjs