A Semideusa Perdida escrita por Bel Di Angelo


Capítulo 3
Capítulo 3 - As Motoristas Mais Loucas do Mundo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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3. – AS MOTORISTAS MAIS LOUCAS DO PLANETA


Tensa, minha mãe segurava sua xícara de chá meio trêmula. Max e ela trocavam olhares desconfiados, como se eu não pudesse saber de alguma coisa. Retirei-me pro quarto. Deitada na cama, eu não sabia oque fazer. Ainda estava assustada com as tais dracaenaes que me atacaram hoje cedo. Encostei o ouvido na porta; Nada. Espiei pela estreita fechadura; Nada. Apenas o mesmo troque de olhares, quando Max tomou a iniciativa.

- Você sabia que isso aconteceria Sra. Cíntia... – Ele parou como se tentasse escolher as palavras certas – Eu preciso leva-la.

- Mas ela não sabe de nada sobre seu... Pai. Tenho evitado comentários sobre ele todos esses anos, e, agora ela vai levar este choque.

Max ajeitou-se desconfortável no sofá.

- Ela irá se adaptar. Eu garanto. Mas sinto-me culpado, se eu tivesse me aproximado dela antes... Talvez não fosse tão chocante

- A culpa foi minha. – Minha mãe derramou uma lágrima – Eu deveria ter falado para ela sobre sua... Família.

Família. Eu não tenho tias, primas, só uma avó que vive na Itália. Minha mãe é filha única, isso significa que ela e esse garoto fedido a bode mentiam para mim o tempo todo. Neste momento, senti uma sensação de ódio e ansiedade misturadas. Por um lado, eu queria chutar a porta socar todo mundo. Por outro, eu queria saber mais sobre minha família. Foi quando eles se aproximaram da porta. Com rapidez, Joguei-me na cama.

- Filha – Disse ela séria – Você e Max... Irão fazer uma viagem.

- M-mas... Eu nem conheço ele – Fitei-o esperando que ele protestasse – Concorda? – Incentivei-o. Mas ele nem abriu a boca – Hunf.

- É sério, arrume suas coisas – Ela se levantou, dirigiu-se ao meu armário retirando pilhas de roupas e jogando-as em cima da cama – Max, ponha isso numa mala. May, eu confio em você, então não morra.

Engoli em seco. Que tipo de mãe ela é? Palavras muito incentivadoras as dela. Mas fiz oque ela mandava. Eu e o cara colocamos tudo na mala, sem dar uma palavra. Minha mãe jogou para mim minha ficha médica, vi alguns exames, diagnósticos de dislexia, déficit de atenção e problemas de comunicação com as demais pessoas. Achei desnecessário.

Fomos até a porta. Minha mãe odeia despedidas, então apenas me abraçou e deixou que nós partíssemos. Eu não sabia se eu devia sentir raiva de minha mãe. Na rua, caminhei direto para o lado esquerdo. Max parecia confuso.

- Onde está indo? O acampamento é pra lá – Gesticulou ele, apontando para determinada rua – Vamos.

- Espere, antes quero ir ao meu local favorito da cidade. – Puxei-o – Venha, depois vamos a este acampamento.

Após três quarteirões, finalmente chegamos. Grades pretas de ferro e um enorme portão gradeado de mesma cor cercavam o local. Árvores meio secas se espalhavam e lindos túmulos de pedra postavam-se em ordem. O Cemitério da rua 13.

- Ahn... N-nós vamos entrar? – Gaguejou Max – Não gosto muito desse lugar

- Pare de frescura e entre – Puxei-o – Vou lhe levar ao local mais lindo daqui

POV. Max

Essa garota é completamente louca. Ela me puxou em meio aos túmulos como se aquilo fosse muito confortável. Acredite, não era nem um pouco confortável. Chegamos a um loca um pouco diferente, a grama era mais verde, as árvores mais floridas, isso me fez sentir um pouco melhor.

- Chegamos – Disse ela – Ajoelhe-se

Fiz oque ela disse e ficamos lá por um bom tempo. Ela parecia feliz. Deixou escapar um pequeno sorriso.

- Porque gosta tanto deste lugar? – Perguntei sem querer ofendê-la, mas ela pareceu não ligar. Apenas apontou em direção a um túmulo, que, comparado aos outros estava ótimo – Ah...

No túmulo tinha escrito: “Aqui Jaz Maria Di Ângelo”

- Minha mãe disse que ela viveu a muito tempo. Ninguém vivo de minha família a conheceu. Seu corpo nunca foi achado, este túmulo é apenas uma memória. Meu avô costumava inventar histórias sobre ela quando eu era pequena – Calafrios percorreram pelo meu corpo – Não temos nenhum parentesco, mas algo neste local me atrai.

- Ahn, não sei oque dizer. M-mas podemos ir agora? – Gaguejei – Está ficando escuro.

Ela revirou os olhos.

- O.K., vamos.

Saímos do cemitério e paramos na calçada.

POV. May

Ele jogou uma moeda para cima, logo, esta caiu na rua e ficamos fitando-a.

- Pare! Carruagem da danação! – Ele gritou.

A moeda afundou no asfalto, que virara um líquido vermelho como sangue. Logo, surgiu de lá, um Taxi. Velho e cinzento. Dentro dele havia três senhoras muito estranhas. Elas dividiam um único olho, oque era perturbador, mas entramos.

As senhoras brigavam por causa do olho. Dirigiam feito loucas, mas ninguém parecera notar. Agarrei no banco enquanto elas faziam manobras e quase capotaram o carro umas cinco vezes.

- Vocês são loucas? – Perguntei – Dirijam direito!

- Não, eu sou Vespa, elas são Ira e Tempestade. – Max estava em pânico, a qualquer momento ele poderia vomitar ou atirar-se pela janela – E a Tempestade não quer me dar o olho!

- Não sou eu quem estou com o olho sua estúpida! – Disse Tempestade irritada – Ira pegou-o.

- ESQUERDA! – Ira berrou. Vespa fez a pior curva do caminho inteiro. Bati minha testa no vidro – E hoje é meu dia com o olho!

Vespa deu uma tapa na cara da irmã tentando recuperar o olho. Estávamos a uns 110 km/h em uma via de 80 km/h. Atravessamos pontes, viadutos, túneis, e finalmente chegamos ao fim da estrada. Paramos violentamente aos pés de uma alta colina, quando Max anunciou:

- Chegamos – Ele parecia meio esverdeado, tremia incontrolavelmente – Bem Vinda a Colina Meio-Sangue.

Meio-Sangue? – Pensei – Será que agora vão nos separar por raça e cor? Só faltava essa agora. Desci.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo



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