Sob o Signo de Vênus escrita por Ray Shimizu
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura :3
Midori estava esperando seu adversário subir no ringue, não iria aceitar a insolência daquele idiota que tinha a cara amassada.
− Venha logo! – ordenou a detetive, cruzando os braços sobre o peito.
− Olha lá, a mocinha te chamou pra briga Kuwabara! – provocou Yusuke, rindo da situação.
−Cala essa boca, você acabou de perder, não tem moral nenhuma! – berrou o mais alto, começando outra briga com o amigo.
O publico já estava começando a ficar irritado com aquela bagunça e vendo que isso só iria causar problemas, Megume se afastou alguns passos e deu um chute no topetudo que estava pronto para bater em Yusuke. Este voou até a arena, caindo de cara no chão, bem na frente de Midori.
− Vamos começar a terceira luta! Midori do time Tenshi! Contra Kuwabara do time Urameshi! -Koto falou animada e os youkais começaram a gritar.
− Boa sorte Kuwabara! – gritou Megume, acenando com a mão sem muita vontade.
Ele levantou e encarou a detetive, ela estava completamente relaxada, com os braços alinhados ao corpo. Achou estranha aquela postura, mas preferiu não atacar de forma imprudente, esta luta era de fato importantíssima... Com a vitória ele poderia mostrar o quanto era forte para Yukina.
− Yukinaaaa eu vou vencer essa! – berrou, fazendo uma pose de vencedor.
− Muito bem, como serão as regras desta luta? – perguntou Koto aos dois lutadores.
−Que tal uma luta justa, sem trapaças... E perde quem sair do ringue ou se render. – Kuwabara queria que fosse uma luta rápida, ele não gostava nem um pouco de bater em uma mulher, mesmo ela sendo sua adversária.
−Por mim tanto faz... – ela deu de ombros, enrolando uma mecha de cabelo no dedo indicador. – Tenho certeza que você vai sair correndo com o rabo entre as pernas, assim que ver o meu poder. – respondeu cheia de si, com um sorriso triunfante.
−Então a luta vai começar! – a juíza autorizou o inicio do combate.
A detetive bufava, ainda estava irritada. Dentre todos os youkais do time adversário tinha que lutar logo com o humano, e o mais idiota de todos? Queria poder lugar contra Megume, iria massacrar a garota e mostrar para o Kevin quem era a mais forte. A ruiva sabia que o Kevin estava apaixonado pela mestiça e aquilo deixava ela extremamente irritada. Midori não ia admitir que tinha uma queda pelo capitão do time, era uma pessoa durona e não se apaixonava por ninguém. Pelo menos era nisso que ela tentava pensar. Por fim respirou fundo e deu de ombros novamente, começando a andar na direção dele, completamente relaxada, tinha certeza que iria ganhar fácil.
Kuwabara concentrou a energia espiritual em sua mão, e a reiken surgiu. Algo dentro dele dizia que essa garota era perigosa e seu sexto sentido não costumava falhar. Preparou-se para atacar, correndo na direção dela, diminuindo a distancia e então pulou, criando um corte na vertical. Por um instante quase enfartou, pois ela permaneceu sem nenhuma ação, mas como se o seu corpo tivesse sido repelido por algo, o topetudo foi jogado para longe.
Ergueu o rosto e viu que Midori segurava um escudo de energia espiritual, mas diferente de sua espada a cor era verde claro. Com um olhar de tédio ela desfez o escudo, cruzando os braços, virando-se para o time inimigo.
− Isso é ridículo, por que eu peguei o mais fraco? – Midori gritou com Megume, que sentou de costas para ela, ignorando-a.
−Ela realmente tem muito do Hiei. – Yusuke notou que a morena ignorava a outra de propósito.
− Eles são mais parecidos do que imagina. – respondeu Kurama, dando uma risadinha.
Observando Midori com atenção, ele se levantou.
− Mas que droga, achei que fosse cortá-la ao meio... – sussurrou ainda perplexo.
E então sorriu. Caso ela continuasse o subestimando certamente iria perder feio, se a única coisa que a ruiva mandona conseguisse fazer era um escudo, isso só poderia significar que a detetive era o suporte do grupo, quem ficava na retaguarda. Renovado com essa nova conclusão, ele retornou a posição de ataque, recuperando a espada espiritual em suas mãos.
Em um fôlego, avançou contra a jovem. Ela repetiu à tática, ficando naquela posição neutra até o último instante, porém ao prever que a detetive iria defender seu ataque, Kuwabara criou uma segunda espada e após ter o primeiro ataque defendido, partiu para uma seqüência de golpes. O escudo surgiu, porém era menor e não o afastou com a colisão de suas energias, ao defender o golpe, Midori se abaixou, aproveitando a diferença de altura e habilidosamente girou, cortando a coxa do topetudo com uma espada curta.
Os dois se afastaram, deixando uma grande incógnita na platéia.
− Que idiota, ele achou que a Midori só conseguia fazer um escudo! – Mike ria, quase perdendo o ar. – Ela é conhecida no mundo espiritual, afinal, ela consegue fazer vários tipos de armas com sua energia e consegue fazer isso muito rápido. Aquele panaca não tem chance.
Kuwabara olhou para o parceiro da detetive e fechou os punhos, irritado.
− Não vai vir mais? Tudo bem, minha vez.
O escudo e a espada sumiram e no lugar surgiu uma lança, desproporcional ao um metro e meio de sua dona. Ela deixou a ponta pender para frente, quase tocando no chão e deu o primeiro passo, desaparecendo do campo de visão de Kuwabara. Surpreso, o ruivo olhou ao redor, procurando pela garota e ouviu a voz de Kurama lhe alertando.
— Kuwabara, no alto!
Ele olhou para cima e a lança quase lhe perfurou o ombro, rasgando o casaco branco da vitória. A ruiva pousou suavemente no chão, trocando novamente a arma, de lança para foice e corrente.
A lâmina zuniu em direção ao pescoço de Kuwabara, mas ele defendeu com o braço esquerdo, por reflexo, sentindo a foice lhe perfurar a pele e a corrente detendo seu movimento. Fez sua espada dourada com a outra mão e tentou cortar a corrente, sem ter sucesso.
As meninas que estavam na platéia assistiam à luta ansiosas. Shizuka gritava irritada com o irmão, dizendo que nunca iria perdoá-lo caso perdesse essa luta. Shirayuki e Botan estavam abraçadas, torcendo para que Kuwabara não morresse, já que a adversária estava indo com tudo contra ele. Já Yukina assistia em silêncio, as mãos unidas contra o peito, desejando a sorte para ele.
−Kazuma...
No mesmo instante Kuwabara olhou para a arquibancada e encontrou os olhos avermelhados da youkai de gelo, como se tivesse ouvido-a chamar. Tudo ao seu redor virou escuridão e viu a cena dela correndo para longe, derrubando lágrimas por vê-lo perder de forma tão humilhante. Diante a derrota ele nunca mais iria conseguir conquistar o amor da gentil Yukina e não conseguiria mais forças para continuar sua vida vazia e sem sentido.
− Nem que meu corpo seja cortado em pedacinhos, nem que tenha que me rastejar... Eu vou vencer esta luta... Yukinaaaaaa!
− Com quem ele esta falando? – a detetive estreitou o olhar, confusa.
− Sinta a fúria do bravo guerreiro Kuwabara!
Uma aura dourada o rodeou, brilhando de forma ofuscante. A espada espiritual ficou maior e estável, com a lâmina lisa como se tivesse sido forjada por um ferreiro. A nova forma foi capaz de cortar a energia de Midori, fazendo a jovem recuar alguns passos após ter a corrente rompida. Sua arma desapareceu, assim como o sorrisinho de vitória de seu rosto.
− Kurama, esta é a... – Yusuke parou do lado do amigo, olhando-o animado com a luta.
− Jigen-tou! A espada dimensional capaz de cortar energia e abrir dimensões. – Kurama
completou, sendo capaz de sentir a energia espiritual do Kuwabara crescendo. – Ele treinou muito para chegar até aqui.
− Eu sei.
Yusuke sorriu, sabia que podia contar com o amigo. Pois sempre foi assim, e por mais defeitos que Kuwabara poderia ter, ele nunca desistia. Foi exatamente por isto que não se preocupou com a sua derrota, nem com a do Hiei, por que podia confiar plenamente que ele iria ganhar.
Midori fechou a expressou, já era hora de acabar com a brincadeira. Estendeu a mão esquerda para frente e materializou um arco, segurando-o com força. Não iria permitir que um fracote como aquele a derrota-se, e daí se ele tinha uma espada que cortava energia espiritual?
— Tente cortar isto!
A mão direita deslizou pela linha do arco e uma flecha esverdeada cortou o ar, passando do lado da cabeça dele. A energia acertou a parede da arquibancada e abriu um enorme buraco, assustando a multidão que correu desesperada de lá.
Uma gota de suor escorreu pelo queixo de Kuwabara, suas pernas ainda tremiam e o impediam de sair do lugar. Suas vistas estavam começando a embaçar e apesar do corte profundo que tinha no braço e na coxa, não sentia dor alguma. Essa poderia ser uma das táticas dela, esgotar o inimigo e derrubá-lo, sendo uma mestra em armas, poderia modificar seu estilo cada vez que o adversário criasse um modo de enfrentá-la, e neste momento, como iria se aproximar dela sem ser atingido pelas flechas?
A garota ficou silenciosa, estava séria e determinada em acabar com esta luta agora. Em dois pulos, se afastou e ficou no limite da arena, do lado oposto ao que o topetudo estava. Respirou fundo e se concentrou, reunindo toda a sua energia neste último golpe, não poderia continuar a luta trocando de armas, não agüentaria mais tempo se não o derrubasse logo. Apontou o arco para o céu e atirou a energia para cima, criando o primeiro escuro que; inicialmente; a protegeu da espada de Kuwabara, aquele capaz de repelir qualquer coisa.
Em um instante a energia que havia subido explodiu, fazendo cair uma chuva de flechas sobre a arena. Não havia nenhum lugar onde o topetudo poderia se proteger ou esconder, nesta ocasião só poderia escolher: sair do ringue ou morrer.
Koto narrava a cena quase pulando em cima da bancada, puxando o microfone e esperando o desfecho da luta.
Eram tantas flechas que mal dava para ver o que acontecia e conforte atingiam o chão, uma cortina de poeira subia impedindo a todos de ver o que estava acontecendo. Demorou alguns segundos para conseguirem distinguir o corpo de Midori em pé, e a arena praticamente destruída.
− Quanta destruição gente! – sussurrou Koto no microfone. – Será que Kuwabara conseguiu deter este terrível golpe?!
Ninguém conseguiu encontrar o corpo de Kuwabara, não havia nem vestígios dele ali. Midori respirou aliviada, havia conseguido ganhar a luta, odiava pensar que aquele cara amassada havia dado todo esse trabalho.
− Declare logo a minha vitória! – gritou autoritária, cruzando os braços.
A detetive começou a andar de volta para seu time, mas parou de imediato ao sentir a presença de Kuwabara novamente. A ponta da espada dourada surgiu no ar, como se viesse de outra dimensão, abrindo um corte de onde ele saiu, correndo, golpeando Midori com um soco fortíssimo. Despreparada, a detetive recuou alguns passos pelo impacto e ao tropeçar nos destroços do ringue, acabou caindo dele.
−Kuwabara!
Yusuke gritou o nome do amigo que sorriu, triunfante.
− Ei perai, ele trapaceou! – Mike subiu no que restou da arena, estava furioso. Agarrou o topetudo pelo casaco branco, olhando nos olhos dele. – Você saiu do ringue!
−Não sai! – Kuwabara recrutou no mesmo tom de voz que o outro.
− Muita calma nesta hora! – Koto se juntou aos dois, levantando a mão. – Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui?
Mike olhou para ela e quando foi encarar o adversário de novo, estava segurando apenas o casaco.
− Deixa eu explicar! – Kuwabara havia pegado o microfone da mão de Koto. – Eu não fui a lugar algum, eu apenas cortei o espaço e atravessei a dimensão do ringue, esquivando do golpe da Midori!
Koto recuperou o microfone, tentando se afastar do bobão que já fazia pose de vencedor.
− A organização acabou de comunicar que atravessar dimensões não é sair do ringue. E então a vitória é do Kuwabara, do time Urameshi!
−Ei isso não vale! Vocês tão roubando! – Mike esbravejava. Aquela explicação não tinha o menor cabimento.
− Como você é barulhento. Está com medo de perder é? Será que o mais fraco do grupo é você? – Megume incitou o detetive, que caia facilmente em provocações.
−Vou mostrar quem é o perdedor aqui! Vem lutar comigo, sua otária!
A morena sorriu de canto, se ele lutasse metade do que falava iria ser uma boa luta. Ela não sabia dizer, mas o treino com Akamui a fizera ter um gosto por lutas, mas além disso, também aprendeu a não ter piedade de seus adversários. A garota subiu no que devia ser o ringue.
− Como não tem mais ringue, acho ridículo perder quem sair dele. O que você acha de ser uma luta até um de nós cair. – Mike sorria de maneira maliciosa, ele não tinha a intenção de pegar leve, se pudesse iria matar aquela youkai, que se achava melhor que os outros.
− Como desejar. – Megume respondeu séria. Era estranho, mas naquele momento ela estava calma, alguma coisa dizia que ela iria ganhar aquela luta.
Continua....
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E ai pessoal, estou tentando não demorar muito nas postagem, acho que no geral estou conseguindo.. pelo menos não estou levando meses ^^"
Queria agradecer pela Jessy Reader pela betagem, e também por ter me ajudado muito nesse capítulo que foi muito hard, pra falar a verdade ela praticamente escreveu o capítulo... kkkkkk Não sei o que faria sem você. xD
Também agradecer a DalilaC, que apesar estar brava comigo porque o Hiei perdeu, ainda continua sendo minha leitora.
Agradecer também a Lilith Queen que tava acompanhando quietinha, mas mandou um review super fofo! ♥
E deixar agradecimentos aos leitores que mesmo não comentando estão lendo.
Beijo pra vocês e até a próxima! :3