Sob o Signo de Vênus escrita por Ray Shimizu


Capítulo 13
A origem de Megume


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas eu não sabia o que eu iria escrever primeiro... se era sobre a Megume, ou ... bom... deixa pra la... espero que gostem!



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Pensar que ainda teria uma longa jornada até que as lutas terminassem, seria lucro se conseguisse manter-se viva até o fim, e voltasse pra casa. Não tinha um minuto em que não ficava se chamando de “idiota”, ela sempre soube que o orgulho era o seu pior defeito.

Ainda tinha dois dias até a próxima luta, foi proibida de treinar com Hiei, não que ela fizesse questão, mas se acontecesse de treinarem de novo, iam ter uma integrante a menos no dia da luta.

- Megume, posso falar com você um instante? – chamou Kurama, ele estava sentado do lado dela, na mesa do café da manhã.

- Si... – Megume não conseguiu concluir a resposta, alguma coisa no olhar de Kurama a estava deixando incomodada, como se ele fosse falar alguma coisa que ela sabia que não saberia responder.

- Depois do café eu irei ao seu quarto, está bem? – a morena assentiu com a cabeça, e continuou tomando seu café.

Dito e feito, depois do café Kurama foi direto para o quarto de Megume, estava há tempos querendo perguntar certas coisas a ela, talvez não fosse a melhor hora, mas, não poderia esperar muito mais, a vida dela poderia estar em jogo, ou até mesmo de outras pessoas.

- Serei direto com você, tudo bem? – realmente era estranho lidar com o ruivo daquela maneira, já que ele sempre fora gentil, apesar de saber de que ele nunca fora realmente gentil, e ele não estava sendo ríspido com ela, mas estava indo rápido demais, Megume ficou se perguntando o que ele queria tanto falar que necessitasse de ser tão direto.

- Certo.

- Você acha que você é humana mesmo? – aquela pergunta fez o coração de Megume disparar, até ontem tinha certeza que era, mas a pergunta, a balançou, e pensou se seria mesmo, de acordo com o grupo, podia ser qualquer coisa, menos humana.

- Bom... deveria ser, não?

- Se você pensar bem, não.

- Só sei que minha família controlam elementos da natureza, e que são sacerdotes... mais nada.

-  Até aí tudo bem, muitos humanos possuem esse tipo de poder, mas o seu é diferente, o seu é poder infernal, e seus ferimentos se curam muito mais rápidos que as de um simples ser humano.  – Kurama ia ser franco com sua parceira de luta, ele sentia que era necessário descobrir o que ela era realmente, e sentia que ela não estava mentindo, ela não tinha evidencias de não humana até alguns meses atrás.

- Está me dizendo que eu posso ser uma... youkai? – aquilo assustou até ela mesma, mas poderia ser, ela nunca soube muita coisa sobre si.

- Pode, até acho que isso é o mais provável... antes de falar com Koenma queria falar sobre isso com você, acho que você é meio humana meio youkai.  Você disse que não sabe muito sobre sua família, pode me dizer como eram seus pais?

- Bom, eu moro sozinha já faz algum tempo...mas lembro que minha mãe nunca sentia frio, mesmo quando nevava... e meu pai era muito bom com espadas, era muito forte.

O ruivo ficou mudo por uns instantes.

- Por um acaso você chora pedras preciosas? – a hipótese da mãe de Megume ser do país do gelo veio em sua cabeça.

- Não me lembro... faz muito tempo que eu não choro. – apesar de na casa de Kurama, ter feito aquele teatrinho barato não chegou realmente a chorar, só deu uma lacrimejada, e fingia enxugar as lágrimas com o guardanapo.

- Tenho a sensação que sua mãe é do país do gelo... – o fato da mãe dela não sentir frio nem quando nevasse levantou essa hipótese, mas isso não seria o suficiente, mas por alguma razão ele tinha quase certeza que era.

- Não sei do que você está falando, mas pode ser mesmo...  você diz em chorar pedras... nunca vi minha mãe  chorando, e eu não me lembro se eu chorava pedras, mas minha mãe guardava algumas em uma caixinha.

- Bom, só tem um jeito rápido de saber...

- Não está querendo dizer que eu tenho que chorar? – não era tão fácil assim, do jeito que era orgulhosa...

- Essa era a idéia.

Apesar de relutante aceitou chorar, mas fazer isso não era fácil, ficaram uma hora, e não saía uma lágrima sequer.

- Você não quer chorar mesmo... bom... se importa se eu provocar seu choro?

- Hã, o que vai fazer? – “provocar” o choro não parecia algo muito agradável.

- Tem uma planta que vai fazer seus olhos arderem tanto que você vai chorar horrores... bom, de qualquer maneira é rápido.

Kurama não falou o nome da planta, mas era obvio que era uma planta sobrenatural, seu cheiro era forte, a cor era um laranja intenso. Megume sentiu as narinas arderem, junto de seus olhos, mas precisou ficar alguns minutos inalando a planta pra conseguir uma única lágrima, e como Kurama suspeitava, foi uma pequena pedra preciosa, era redonda e branca, parecia uma pequena perola.

- É você... realmente humana você não é, simplesmente pelo fato de você ter chorado tão pouco, um ser humano comum já estaria em rios... bom, você é youkai sem duvidas - Bom é só isso... procure descansar, nos falamos mais tarde.

O ruivo saiu do quarto de Megume, e foi atrás de Koenma, queria esclarecer a natureza dela.

De fato ele sabia de alguma coisa, mas não envolvia em Megume ser uma youkai, o que deixou surpreso.

- Isso me esclareceu muitas coisas. Não falei nada, porque estava com certas duvidas, mas o que você descobriu me ajudou e muito... bom, por hora não fale nada pra a Megume, não sei se ela vai lidar bem com isso. – Koenma suspirou, e antes de voltar a falar, olhou para o relógio. – O pai de Megume controlava o elemento vento, nesse templo dizia que o bisavô de Megume controlava o fogo negro, e muitos diziam ser o fogo do demônio, e ele foi morto pelos sacerdotes, pois diziam que ele era um ser do inferno... Se realmente fosse um youkai duvido que teria sido morto tão facilmente, ao menos que quisesse morrer...

- Provavelmente ele deve ter fingido estar morto, voltou ao Makai ou se disfarçou no mundo humano.

- Acredito nisso também, eu fui até o templo onde o bisavô de Megume deveria estar enterrado, e em seu tumulo não tinha corpo algum.

- Claro que eu fiz isso escondido, ninguém do templo sabe que eu estive lá... mas isso realmente é estranho. No registro espiritual, há apenas o nome dele, e onde foi enterrado... esses meus subordinados não sabem fazer nada direito... cada relatório feito nas coxas...

- Já é alguma coisa, duvido que o nome dele nos leve aonde ele está agora... se ficou no mundo humano mudou de nome... se foi pro Makai deve estar com seu nome verdadeiro que não sabemos qual é... Agora, mulheres do gelo não tem poderes de fogo... acho que parte do poder veio do pai...embora ela devesse ser uma legitima mulher do gelo, sem poderes do pai.

- Pode acontecer de parte do poder ir para a filha também, mas isso é muito raro... e acho que foi o caso de Megume.

- O pai de Megume provavelmente é um youkai de fogo, assim como o pai de Hiei.

- Até nisso se parecem... – Kurama apenas pensou alto, achava os dois parecidos em quase tudo. E veio outra coisa em sua mente, que não sabia como não tinha pensado antes, ela devia ter um irmão gêmeo, toda mulher de gelo que tem relacionamentos com um homem, nascem gêmeos. Mas... até na aparência, mulheres do país do gelo, tem cabelos azuis... ela tem cabelo negro...

- Pois é, mas nós só saberemos mais a respeito mais pra frente...

Megume agora estava intrigada em saber mais coisas, quem seriam essas mulheres do país do gelo? De onde eram, elas choravam as pedras de lágrima?, agora o poder das chamas infernais eram delas também? Não conseguiu pensar em mais nada, no meio da noite, resolveu ir falar com Hiei, talvez ele tivesse alguma resposta, já que ele era youkai. Sabia que não ia ter respostas de Kurama, já que tudo o que ele achou que devia falar foi naquela conversa.

E uma coisa que Megume não sabia, ela tinha um irmão gêmeo.


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Notas finais do capítulo

Beeem, é isso pessoal, espero que tenham gostado... x.xNão sei se ficou bom...Beijos galera! Até mais ^^