Kendall.

- Tem certeza que esse é o melhor jeito de fazer isso? - perguntei, olhando em profundamente em seus olhos. Ah, quanto gostava daqueles olhos.

- Kendall, não tem outra opção. A não ser que eu tenha que arrumar um emprego, ou me dar uma de mendigo para conseguir dinheiro. - ela disse, séria.

- Ok... mas não quer mesmo que eu compre? Eu não tenho tanto dinheiro, mas Gustavo pode ter. Posso arrumar um plano. - disse, ainda tentando convence-la.

- Não! - disse rápida - Não posso aceitar! Vai ter que ser isso!

- Está bem - disse, e ela sorriu vitoriosa. -, Gabbe aceitaria com certeza fazer isso, sabe como ela é.

- E bem, essa era minha ideia, eu preciso de um vigia, mas ela teve que sair, Nathalie e Stephannie saíram com seus devidos namorados, e me sobrou você...

- Eu fiquei de 2ª opção?! - disse indignado.

- Não pense desse jeito! - ela riu - Vamos logo, preciso de um vigia. - falou saindo do carro. Saí, e a segui. - Eu vou subir pela escada de incêndio, fica aqui de vigia, caso alguém apareça. - falou e assenti. Fiquei apenas parado olhando, por que não trouxe meu chapéu de folhas?!

Isso está sendo realmente interessante, ou até legal... ou muito legal. Eu estou com Marie, e gosto muito de ficar com ela, ela tem os mesmos gostos que eu, e nem preciso contar sobre minha vida, pois ela já sabe tudo.

Porém eu, queria conhece-la, queria saber como ela é, do que ela gosta, suas paixões... é estranho, mas diferente. É boa a sensação de a ter perto.

Avistei um carro estacionando perto do nosso, um homem saiu de lá, falava zangado pelo telefone.

- Não! Eu preciso encontra-lá! O que irei dizer a mulher? A sua filha teve um piti de criança e fugiu de casa, pois não queria saber mais de mim e você! - gritou - Cara, essa mulher tem grana, o que eu faço? Se ela saber que perdi a filha dela? - perguntou, espera ele se referia a mãe de Marie, não, não - Isso é uma boa ideia! O problema é a vadia da filha dela - falou - Espera! Acabei de ter uma ideia! Te passo por e-mail o plano! Marie não vai ser um problema, vai trazer vantagens - não, não, ele não pode fazer nada com ela, nada - Cala a boca, vou desligar! - e desligou o telefone, estava em direção a entrada do prédio.

Não podia ser essa Marie, não podia! O que ele podia fazer com ela?! Meu coração estava acelerado. Subi as escadas de incêndio o mais rápido possível até o apartamento de Marie.

- Marie! - falei ao ver a garota guardando as roupas em sua mala, até que ouvimos vozes, entrei no quarto o mais rápido possível, coloquei a mala de Marie debaixo da cama. A maçaneta de porta começou a se mover, puxei Marie até seu armário e fechei a porta do armário.

- Mas... - a garota ia falar, na verdade, gritar, mas antes tampei sua boca.

- Cadê esse computador?! - a voz masculino bem reconhecível para mim e para Marie ecoou no local. - Achei! Agora essa garota irá saber por que não pode se meter com coisas como essas. - até que ouvimos a porta se fechar. Saímos do armário, e Marie me encarou.

- Eu quero é berrar com ele agora! E com você também! - falou - Por que não me avisou antes?! Por que me enfiou naquele armário?! Queria me levar a Narnia por acaso?! Não sei como deu para nós dois entrarmos lá! Não, e que diabos ele quer comigo?! Eu?! Me meter nas coisas dele?! Ele que se meteu na minha vida e da minha mãe! - fez várias perguntas ao mesmo tempo, e não respondi nada. Ela pegou sua mala, e continuou guardando suas coisas, e eu estava encostado na porta, caso aquele cara, que provavelmente é padastro de Marie, viesse.

Até que conseguimos e fomos até meu carro, o tragetório foi um silêncio total. Olhei para Marie. Suspirei.

Estacionei o carro perto de um parque, e Marie me encarou confusa.

- Por que estacionou aqui? - perguntou, confusa.

- Por favor, Marie, apenas me diga o que está acontecendo. - disse, a encarando, ela não respondeu nada, depois de uns minutos respirou fundo.

- Preciso de ajuda, Kendall - me abraçou, e logo senti minha camisa um pouco molhada, ela chorava.

- Calma vai ficar tudo bem. - acariciava seus cabelos - Você vai me contar tudo? Eu vou te ajudar, você não está sozinha. - nos separei e a encarei.

- Sim, eu vou... - ainda chorava, me dei o trabalho de seca-las, fiquei a encarando um bom tempo.

E simplesmente...

A beijei.

Gabbe.

Mais uma tarde estudando. Mais uma tarde sozinha. Mais uma tarde com saudades. Sim, eu estava com saudades.

Saudades de Londres, dos meus pais. Saudades de Logan.

Não entendo o que acontece comigo. Na verdade, nunca me entendi.

Faz 2 meses. 2 MESES, que eu ainda não sei o que quero saber sobre Logan. 

É tudo tão estranho.

A campainha tocou, desci rapidamente as escadas, e abri a porta, com a finalidade de um sorriso enorme.

- Oi. - ele sorriu. Era Logan mesmo.

- Só por quê estava pensando em você, né. - ri nervosamente - Pode entrar - dei passagem para ele entrar, e entrou.

- Você estava pensando em mim? - arqueou uma sobrancelha.

- Esquece o que eu disse! - ri - O que veio fazer aqui?

- Estava com tédio, todos os garotos saíram com suas respectivas namoradas.

- Bem, o Kendall não namora a Marie.

- Eles saíram hoje juntos.

- Está de brincadeira comigo?! - perguntei, perplexa.

- Não, Kendall está realmente gostando dela, por mim.

- Acha que eles vão ficar juntos? - me sentei, e ele se sentou ao meu lado.

- Talvez sim. 

- Se eles ficarem ou virarem namorados, vou te chamar de bruxo. - disse.

- Não sou bruxo! - se defendeu.

- Vou descobrir a macumba que você faz, vou descobrir o que você faz para saber disso! - falei.

- Gabbe, você está bem? - ele riu, e comecei a rir junto, comecei literalmente a gargalhar - Gabbe! Você tá bem? - ele me segurou - Respira! - riu.

- Ufa - dei minhas últimas risadas.

- Louca - riu - O que você fazia?

- Ahn, por que a pergunta?

- Estou tentando ser educado!

- Ok, estava estudando. - falei.

- Para quê?

- Logo saberá - disse, e ele arqueou uma sobrancelha. - Não vou contar! - sorri - Então, quer fazer alguma coisa ver tv?

- Pode ser - sorriu. Liguei a tv, e ficava passando rapidamente pelos canais, acabei parando no VH1. Passava vários clipes legais, e ouvia Logan cantar baixinho.

A voz dele é realmente linda.

- Já disse que amo sua voz? - perguntei, e ele me encarou.

Logan.

- Já disse que amo sua voz? - Gabbe perguntou, e a encarei.

Flashback ON

O frio dominava Minnesota hoje. Realmente estava frio, a única coisa boa é a neve.

E a encontrei lá. Agasalhada. Sentada no chão. Com o iPod. A cena que normalmente eu via. Sofria demais para sua idade, e ela precisava de alguém.

- Hey. - me sentei ao seu lado, e tirei o fone de seu ouvido.

- Hey. - sorriu.

- O que você faz aqui? - perguntei.

- Pensando, você sabe que gosto de ficar aqui. 

- Refletindo. Vendo a vida. Pensando no quanto sou bonito. - falei, e ela riu.

- Cala a boca, Logan. - ela bateu em meu braço, e riu.

- Viu te arranquei um sorriso! Te deixei feliz! - sorri, e ela sorriu.

- Você é muito fofo - apertou minhas bochechas.

- Para com isso, você não é minha vó ou minha mãe para fazer isso - disse, e ela riu, continuando a apertar.

- E daí? Eu sou sua melhor amiga! Tenho prioridades! - sorriu.

- Como você disse minha melhor amiga - disse, e ela corou.

- Se eu sou sua, você é meu! - sorriu, e corei - AWN! VOCÊ CORANDO! SUAS COVINHAS! - apertou minhas bochechas de novo.

- Meu Deus! - tirei suas mãos das minhas bochechas. - Você gosta de fazer isso!

- Como disse, tenho prioridades - riu.

- Posso? - apontei para o fone, e ela assentiu, escutando Beatles com ela. Cantava baixo a música. Eu adorava Beatles. 

- Já disse que amo sua voz? - perguntou, e a encarei.

- N-Nunca... - falei.

- Sério?! - perguntou, e assenti - Ok. Eu amo sua voz! Sou completamente apaixonada!

- Você sabe que não nasci para ser cantor, e sim médico.

- Mas isso quer dizer que você não pode cantar? - perguntou, e neguei com a cabeça - Pronto. Eu vou gravar você cantando, e usar como toque do meu celular. 

- Não faça isso...

- Por que?! Por favor! - ela fez carinha de cachorrinho abandonado para mim. Ok, não aguentava aquela cara.

- Ok! - falei, e ela sorriu vitoriosa.

- Yay! - sorriu abertamente.

Ficamos nos encarando por alguns segundos.

- Eu te amo, Logan. Você é o melhor amigo do mundo. - disse.

- Eu também te amo, Gabbe. Você é a melhor amigacmais bela, legal, engraçada e maravilhosa que alguém pode ter. - disse, e ela sorriu. Me abraçou forte.

Eu amava ela. Amava Gabbe.

Flashback OFF

- J-Já. - gaguejei.

- Sério?! - perguntou. Não respondi. Fiquei a encarando, o rosto, o cabelo, a voz, o senso de humor...

- Gabbe, você não entende... - falei.

- Entende o quê? - perguntou.

- Eu acho que... eu sei quem você é. - falei, e ela me encarou confusa.

Era ela. Era ela! Como pude me esquecer?!