Music&tea escrita por Riruka


Capítulo 1
A cup of Tea




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Já faziam 2 meses e meio desde que me mudara para aquela grande cidade. Não era tão grande quanto a capital  mas era maior do que estava habituada. Sempre vivera numa vila pequena, com poucas pessoas, por isso, não me sabia relacionar muito com elas. Era tímida, falava pouco e mal saia de casa. A princípio fiquei assustada, viver sozinha, mudar-me para uma nova escola, fazer novas amizades. Tudo isso me parecia difícil. Mas no fim sabia que tudo seria valorizado. Iria realizar o meu sonho. Estudar musica. Tudo para aprender a tocar guitarra corretamente, ler pautas e começar a compor. Uma nova vida, um novo começo.

Era quase noite. Eu estava no bar da escola de música, segurava uma chávena de chá, tão quente e confortável que aquecia as minhas mãos frias devido às baixas temperaturas do inverno. Bebia um e mais outro golo, enquanto tentava não me preocupar demasiado com o olhar de um jovem estranho, também ali sentado. Já o tinha visto outras vezes, a observar-me tomar chá. Eu tentava descontrair-me, nos próximos 10 minutos iria realizar um teste e todos os testes são importantes, muito mais quando sabemos que o nosso futuro pode depender da nota que tirarmos.

Tomei mais um pouco de chá e aquele estranho, um homem por volta dos seus 20 e poucos anos, dirigiu-se a mim e sentou-se na mesa, do meu lado esquerdo. Fiquei surpresa, porque alguém como ele estaria interessado em falar comigo?

- Olá… Eu sei que é um pouco estranho ter-te observado por tanto tempo mas... Hmm... Eu gosto da tua maneira... de tomar chá... - Disse com uma voz serena e pausada.

Depois de ouvir tais palavras, só nesse momento tive  a coragem para olhar bem para ele. O seu cabelo era prateado e a sua pele clara refletia a luz presente na sala. Utilizava óculos que escondiam um pouco os seus grandes olhos. O seu nariz e boca era pequenos. Não pude negar, apesar de aparentar um ar maduro, ele aproximava-se do meu tipo ideal. Isso fez-me corar...

Não sabia o que responder, ele pareceria um perseguidor? Ele era bonito e tinha um ar de músico. A primeira opção parecia-me má de mais. O mais provável era ser também um aluno.

- Vais fazer o próximo teste?

- Sim. – Respondi muito levemente mas tinha medo que a minha voz não se ouvisse.

- Estás nervosa?

- Sim. – Ótimo, a única coisa que sabia responder era um sim tímido. Será que ele teria ouvido? Ainda estava mais nervosa então decidi não me importar muito com isso.

- Qual é o instrumento que estudas? – Ao menos uma pergunta que não fosse de resposta curta (sim/não).

- Guitarra. – Não sei porque teria perguntado visto que a tinha logo ali ao meu lado.

- Estudas aqui a quanto tempo? Eu tenho te visto por aqui a algum tempo então fiquei curioso.

- Há 2 meses. - E continuavam as respostas curtas. Eu realmente não queria parecer mal à frente de tal beleza mas ele era tão brilhante que não conseguia olhar-lhe diretamente. Mantinha os meus olhos no chão ou no chá.

- Oh! Andas aqui há pouco tempo. Já estudas-te guitarra antes?

- Não. Vim para a cidade para estudar guitarra e tornar-me uma compositora. - Fiquei mais nervosa, nunca gostei de contar isto a ninguém. Ser compositora não é algo comum, que se sai por ai dizendo... As pessoas tendem a pensar que é uma vida sem futuro.

- Compositora? A maioria deles toca piano, porquê a guitarra? 

Ele estava mesmo curioso? Tantas perguntas, ainda me sentia pior do que antes!

- Sempre gostei mais de guitarras. E tu que instrumento tocas? – Sorri, nunca tinha falado muito sobre este assunto com outras pessoas, parecia difícil de mais. Música parece um emprego sem futuro, mesmo assim eu queria seguir a minha vida desta maneira.

 - Eu toco piano e violino. Também sou maestro da orquestra.

Fiquei muito espantada! A única coisa que consegui pensar foi como ele poderia fazer tudo isto mesmo sendo tão novo?

- Pareces muito bom no que fazes! Desde quando é que os tocas? - Não pude deixar de perguntar, estava mesmo curiosa.

- Comecei a tocar piano com o meu avô aos 3 anos e violino aos 10.

- Tão jovem… - Olhem para o relógio - Tenho de ir, o meu teste está quase a começar.

Já me ia embora quando ele de repente falou com entusiasmo:

- O meu nome é Mark!

- Riruka. – Respondi, abaixando um pouco a cabeça em forma de comprimento.

Depois de toda esta conversa fiquei confiante para fazer o teste por isso realizei-o sem grandes problemas. O Mark parecia uma pessoa simpática apesar de ser um pouco mais velho que eu. Isso ainda me incomodava, não sou muito de falar com pessoas mais velhas, sempre me sinto muito envergonhada.

Quando sai reparei que estava a chover e eu sem guarda-chuva nem proteção para a minha guitarra. Se saísse por ali a correr iria chegar a casa toda encharcada e teria de dizer adeus a minha guitarra. A única opção era esperar até que parasse.

Na entrada do edifício vi o Mark a acabar de fumar um cigarro, parecia muito descontraído e meio aluado, o que estaria ele a pensar, ao olhar para aquela noite escura? Até que virou a cara e me viu.

- Oh, Riruka! O teu teste correu bem? - Chamou-me para mais perto.

- Sim... Estou é a perguntar-me como irei para casa…- A minha casa apesar de perto ainda demoraria uns 3 minutos naquela chuva forte.

- Sem guarda-chuva? Com essa guitarra não vais muito longe a pé. Onde fica o teu apartamento?

Disse-lhe onde era, apesar de ainda recear que ele fosse algum perseguidor, a personalidade dele era tão agradável que não me preocupei. Ele achou muito engraçado, ele disse que também vivia no mesmo bairro que eu então ofereceu-me boleia no seu carro. Eu não consegui dizer que não, não havia muito a fazer sobre esta situação.

Quando chegamos, Mark estacionou o seu carro em frente ao seu apartamento e descobrimos que vivíamos um ao lado do outro. Ainda não tinha tirado a ideia do perseguidor mas mesmo assim não me preocupei. Despedi-mo-nos e cada um entrou no seu respetivo apartamento.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me pela baixa originalidade para criar títulos. Vou tentar melhorar isso!
É a minha primeira fanfic por isso espero que gostem.
Eu tenho tendência para pensar demais então por vezes quando escrevo esqueço-me de mencionar alguma ideia que estava na minha memória. Se não entenderem algo mandem-me nos comentários!
Logo, logo vou vos dar a minha ideia para cada personagem (Mark e Riruka).



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