-Rachael, eu te proponho um acordo.
Foi nesse momento que senti que o mundo ao nosso redor congelou. Era como se o gelo estivesse derretendo e ruindo.
Um acordo? O que ele queria dizer com isso?
-Um acordo? - Pergunto categóricamente.
-Não quero magoar ninguém. E acho que quando mudarmos de escola poderemos ser mais livres e...
Suas mãos estavam suando e ele não olhava nos meus olhos.
Eu não queria ter perguntado aquilo. Não queria que nada aquilo tivesse acontecido.
Se ele realmente gostasse de mim, ele iria querer ficar do meu lado, indempendentemente do que fosse necessário para isso.
-Ai poderemos... -ele engole seco. -Assumir... Tudo.
Ai ele olha para meu rosto. Eu desvio e tiro minha mão da sua.
-Daniel, -digo com calma - eu tenho cara de idota?
-Voc...
-Você acha que sou burra para aceitar esse seu acordo mixuruca, dizendo que só aceitaria para não machucar ninguém?
Ele fez questão de abrir a boca, mas eu sou mais rápida e me levanto.
-Pois vou te dizer uma coisa: o idiota aqui é você, por supor que um dia eu poderia aceitar uma coisa dessas. Achar que a Rachael cairia aos seus pés na primeira oportunidade enquanto você, "para manter a paz", poderia ficar com outra.
-Mas Rachael...
Ele se lavanta e segura meu braço. Seus dedos quentes me seguraram com força.
Mas eu já tinha começado, não iria parar.
O que ele queria é que eu fosse contra todas as formas de justiça que meu orgulho tinha.
-Me solte.
-Eu te amo.
Ele me beija, mas eu desvio seu rosto com um tapa.
-Se realmente me amasse não agiria como um covarde! -Grito. -Me largue Daniel. -Digo firme.
Meu olhos queimam enquanto seguro as lágrimas. Seus olhos imploram pelos meus, mas não desvio, encaro com raiva.
Eu nunca fugi dos problemas, sempre soube encará-los.
-Me largue.
-O que está acontecendo aqui?!
Olho à procura de Sam, o dono da voz.
Ele estava atrás de mim. Seu olhar para para a mão de Daniel segurando meu braço com força. Quando Daniel percebe aperta mais forte.
-Daniel, pare!
-Rach. Está tudo bem? -Pergunta Sam fuzilando Daniel.
-Me largue. Essa é sua última chance.
Daniel diz ríspido.
-Não tenho medo dele.
-Eu não disse que era pra ter, não dele.
Ele me encara por mais um momento. Estamos muito próximos.
Então vejo que estou quase chorando. Antes das lágrimas virem eu subo meu joelho acertando seus países baixos de jeito. Puxo meu braço e ele cai de joelhos depois do grito.
-Idiota. Pense duas vezes antes de se aproximar de Raquel novamente.
Sam me encara assustado.
Eu passo por ele como se fosse a cena mais normal do mundo.
-Vamos Sam, ou você também quer um?
Ele aparece do meu lado imediatamente.