O Prometido escrita por Hal Hudson


Capítulo 14
Eros, Eros...


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Detonado, com os olhos inchados, mas de volta!
Cap novo, aproveitem.



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Cheguei à Casa Grande e me deparei com Apolo. Graças aos deuses ele estava vestido. Piper e Drew já estavam lá, sentadas em um sofá, me olhando tensas.

– Sabemos o porquê da missão – disse Drew para mim – Quíron nos contou tudo. Foi uma armação.

Despenquei em um sofá – Foi uma o que?

– Ele só se escondeu pra juntar a gente – Ártemis disse me abraçando por trás – Eu não achei uma ideia assim tão ruim a dele.

– Idem. Mas, e a profecia? Não foi completa, eu acho –  falei.

– Quatro pombos devem ir. Isso quer dizer você, Drew, Piper e Ártemis. Não eram necessariamente quatro filhos da deusa do amor – disse Rachel, quieta até aquele momento – Um morrerá e voltará. Você morreu e voltou; O Cupido devem buscar. Ele se escondeu, mas vocês buscaram ele do mesmo jeito; E em segurança ao Olimpo levar. Ele voltou por conta própria. A profecia foi completa.

– Que merda, não vou precisar morrer de novo – resmunguei sarcástico.

– Ah, se você morrer de novo eu te mato Haley Hudson! – Ártemis exclamou e me beijou o ombro.

Três dias se passaram e as caçadoras tiveram que pular fora da captura da bandeira, culpa de um monstro marinho. Jason e Leo ficaram desapontados, Jason por não poder matar as saudades da irmã Thalia e Leo por não poder dar em cima das caçadoras (lê-se Thalia). Ártemis teve que ir embora também, mas deixou um colar de prata em formato de Lua.

– Cuide-se e não morra – ela me pediu. Demos um pequeno grande beijo e ela evaporou, deixando uma leve brisa fresca com cheiro de relva molhada.

– Vou me cuidar, juro – sussurrei para o céu.

Dia dezoito de Agosto foi o último dia de acampamento. Arrumei minhas malas.

Na saída ainda jogamos ovo e baba de cão infernal na cabeça de Percy. 19 anos não se faziam todo dia.

Demoraram exatas três horas e quarenta e sete minutos para chegar em casa, em uma area afastada de New York. Quando cheguei em casa, meu pai fazia churrasco. Meus amigos estavam lá, rock tocando na mesa de som do irmão mais velho de Jake. Ele vestia uma bermuda de náilon e camisa branca. Jane estava com um short vermelho e camisa branca também. Erika estava com um short jeans, camisa do Nirvana e seu inseparável Chuck Taylor amarelo. O resto eram professores, amigos de família e vizinhos.

Me despedi de Argos e entrei em casa. Me troquei e saí pela porta de trás. Quando papai me viu, largou a chapa e foi me abraçar. Erika quase estourou minhas costelas, gritando comigo – Seu vadio! Nunca mais suma assim! Minhas férias foram um saco sem você pra espancar! – Jake deu um tapa na minha cabeça e resmungou – Nunca mais suma. Seu pai nos explicou tudo, aposto que tenha melhorado – Jane foi outra que quase estourou minhas costelas, mas pelo menos ficou chorando muito, falando que ficou preocupada e encharcando minha camisa.

Bom, segundo meu pai eu tive câncer no fígado, tive que tirar 70% dele e tive uma recuperação milagrosa, precisando apenas fazer uma quimioterapia um pouco dura demais. Eu tive que passar um tempo em uma clínica em Long Island. Engraçado, eu não sabia que tinha câncer.

A festa correu super bem. Eu e meus amigos nos sentamos embaixo da castanheira atrás de casa. Eu contei, ou melhor, inventei a parte da doença. A clínica eu descrevi como o acampamento, mas sem as partes mitológicas e sem a parede de escaladas a forja ou o arsenal. Contei que acabei vendo Katie beijando uma cara enquanto ia visitar uma tia que estava na mesma clínica e que nós havíamos terminado.

– Ah, cara! Vocês se davam tão bem! – disse Jake.

Assenti e perguntei sobre as férias deles.

A festa acabou por volta das dez horas da noite. Erika terminou de estourar minhas costelas e entrou no carro com Jake e Jane no banco de trás, possivelmente se amassando. Treinador Louis foi no banco do passageiro. Bem, eu ainda era o mais novo da turma, mas namorava uma deusa.

Papai fechou a porta e me abraçou de novo.

– Conte-me tudo – ele disse.

Me sentei no sofá e comecei a contar as pedras da parede.

Por fim, tomei coragem e contei toda a história. A captura da bandeira, a armadura negra, Afrodite me reclamando como um filho dela e me mandando para uma missão, a profecia, a missão em si, o encontro com os irmãos Kane, a minha suposta morte (ou transformação em privada como eu gostava de falar) e todo o desfecho pós missão.

Quando terminei de contar tudo meu pai se levantou – Posso ver suas armas? Estou curioso.

– Cla... Claro. Espere aí ok? – gaguejei.

Ele assentiu. Subi as escadas correndo, a adrenalina pulsando no meu corpo. Abri a porta do meu quarto e peguei minha mochila, onde guardava minhas armas novas. Desci correndo novamente e larguei a mochila no colo de papai.

Ele a abriu, um tanto relutante. Depois puxou o cabo da espada e a examinou, apertando os lábios um contra o outro. Depois puxou arco e a aljava, fascinado com o formato do arco. E por último, ele puxou uma faca enorme, feita totalmente de prata. No punho dela havia um bilhete prateado. Nele estava escrito algo, em letra muito caprichada. Meu pai leu em voz alta:

Sua missão foi bem sucedida. Achei que gostaria de receber sua faca de volta, já que me deu-a para que a devolvesse se continuasse vivo. Faça bom proveito. Nos reencontraremos em alguns dias. Fique mais bonito para mim. Mais que normalmente. Ártemis.

Papai dobrou o papel e olhou para mim – Alguma coisa que queira me contar?

Oh-oh! Torci minha camisa nas mãos, um pouco nervoso e contei essa parte em especial. Quando terminei de contar para papai, ele estava pálido, extremamente aterrorizado e inteiramente excitado – Então você está namorando uma deusa que aparentemente deveria ser virgem?

Abri um sorriso sacana – Deveria?

Papai arregalou os olhos ainda mais – Deveria. Vocês já...? – ele moveu as mãos e eu neguei o rosto queimando. Graças aos deuses ele não perguntou mais nada.

Ele suspirou uma, duas, seis vezes até falar – Espero que não se meta em encrencas ou noitadas com deusas, tudo bem?

Soltei um risinho malicioso – Se você parar de sair com as mães dos meus colegas eu paro com isso.

Papai fechou a cara rapidamente e abriu um sorriso mais rapidamente ainda – Sou liberal, esqueceu?

Ajeitei-me no sofá – Não.

– Que bom. Agora vai se deitar – ele disse.

Resmunguei um pouco que estava sem sono, mas subi para meu quarto e me preparei para dormir.

Dez minutos depois eu estava de banho tomado, dentes escovados e pijama vestido. Deitei- me na cama com um som seco e adormeci, sem sonhos, como uma pedra.


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Notas finais do capítulo

Comentem, xinguem, peçam coisas, beijem o Hal, tanto faz. Mas me digam: Estão gostando da fic? No que eu preciso melhorar? Querem que eu esclareça alguma coisa? COMENTEM, SEUS LINDOS!
Beijões