A ambulância não demorou muito a chegar para levar Derick para o hospital juntamente com o motorista do carro que o atropelara, pois o homem estava tendo um ataque de nervos.

Enfermeiro: _Desculpe, senhorita, mas se não é da família, não pode acompanhar o rapaz.

Samara: _Mas, senhor, eu e ele somos praticamente irmãos. O senhor não pode fingir que somos porque temos o mesmo sobrenome?

Enfermeiro: _Sinto muito, senhorita. Não posso fazer nada por você. –dito isto, o enfermeiro fechou a porta da ambulância que começou a andar.

Samara: _Droga. Não tem problema, vou assim mesmo.

Amanda: _A pé?

Samara: _Não, de skate. Por falar em skate, cadê o do D.A.?

Amanda: _Isso é relevante agora?

Samara: _Muito. Aquele skate é o bebê do Derick, se sumir, ele morre. –Samara olha ao redor e vê as duas metades do skate. –Essa não, ele vai pirar.

Samara e Amanda chegam rápido ao hospital, mas ainda não havia notícias de Derick. Amanda estava em melhor estado que Samara, então avisou Lídia, Thiago e Alessandra sobre o acidente.

Samara ou não parava quieta ou sentava e virava uma estatua enquanto esperava notícias de Derick.

Mariana: _Sam, Amanda.

Samara: _Mãe, como ele tá?

Mariana: _Ele está melhor do que poderia, o acidente poderia tê-lo matado, mas graças a Deus ele teve apenas hemorragia, quebrou a perna direita, o ombro e o braço esquerdos. Acabamos de encaminha-lo a uma cirurgia no braço.

Amanda: _Não é preciso a autorização dos pais dele? Já que ele é menor.

Mariana: _Seria, mas não encaminha-lo a cirurgia agora poderia trazer dados muito maiores.

Samara: _Ele vai ficar bem?

Mariana: _É muito provável, filha.

Thiago: _Viemos o mais rápido que deu. Como ele tá.

Mariana: _Quebrou a perna direita, o braço e o ombro esquerdo e teve hemorragia.

Alessandra: _Oh meu Deus! Mas ele vai ficar bem?

Mariana: _Sim, claro. Poderia ter sido bem pior. Ele foi encaminhado à cirurgia agora, mas vai ficar tudo bem com ele.

Alessandra: _Oh, céus. Meu menino. –Alessandra começou a chorar enquanto se encolhia nos braços do marido.

Thiago: _Essa cirurgia vai demorar? –perguntou Thiago acariciando o cabelo negro da esposa.

Mariana: _Não. Pelo menos não muito. Mas ele foi sedado e só acordará amanhã.

Alessandra: _Então vou ficar aqui até amanhã.

Mariana: _Ale, você ainda está com as roupas de trabalho, deve estar exausta e vocês só poderão vê-lo amanhã. Melhor você ir pra cara descansar.

Thiago: _Mari, se fosse a Sarah ou a Sam, você iria embora?

Mariana: _Provavelmente não.

Thiago: _Não saímos daqui sem ver nosso filho.

Mariana: _Eu entendo perfeitamente. Vocês serão informados assim que puderem vê-lo. E, quanto a você, Sam...

Samara: _Nem pense nisso, mamãe. Não saio daqui sem ver o D.A., entendido?

Mariana: _Minha filha...

Samara: _Não, mãe! Ele é irritante, bobo e realmente muito folgado, mas é meu irmão de outro sangue e eu não saio daqui sem ver ele.

Mariana: _Eu só to preocupada, filha. Você não anda comendo direito, só vive andando de skate, o mínimo que você pode fazer é dormir direito.

Amanda: _A senhora não deve conhecer a cabeça dura da sua filha, doutora Mariana. Ela não vai a lugar nenhum. Mas não se preocupa, eu faço ela comer alguma coisa.

Mariana: _Conheço sim a filha que tenho, só não consegui me acostumar ainda. Tudo bem, você pode ficar desde que coma alguma coisa, mocinha. Amanda, querida, não precisa me chamar de doutora só porque estamos no hospital, ainda pode me chamar de tia.

Amanda: _Doutora combina bem com a senhora. –Amanda não consegue conter um tom de voz diferente. Não era hora para pensar nisso, mas chamar Mariana de “tia” realmente não lhe era mais aceitável.

Mariana: _Como quiser. –dito isto, Mariana deixa a sala de espera.

Amanda: _Você ouviu sua mãe. Vamos ao refeitório do hospital e você vai comer alguma coisa.

Samara: _Eu não gosto de comida hospitalar.

Amanda: _Mas você tem que comer, am... Samara.

Samara: _Não quero.

Amanda: _Não perguntei se você quer comer, eu disse você vai comer.

Samara: _Tudo bem. –Samara vai a contra gosto.

Amanda: _Vamos lá, Sam, você tem que comer pelo menos um pouco. –já fazia meia hora e Samara estava estática na cadeira sem sequer tocar na comida.

Samara: _Podia ter sido uma de nós. –diz Samara bem baixinho finalmente.

Amanda: _O que? Como assim?

Samara: _Você não queria que eu tivesse ti visto, você queria que eu continuasse pensando sobre nós e se você tivesse me visto antes de eu falar contigo, você podia ter fugido e seria você. Você podia morrer com raiva de mim. –diz Samara sem encarar Amanda.

Amanda: _Não é bem assim, eu não to com RAIVA de você, eu só to...

Samara: _Frustrada, eu sei. Mesmo assim a culpa da frustração é minha. –Samara começou a chorar. –Também podia ter sido eu. Se nós não estivemos discutindo, eu teria ido comprar outro refrigerante, já que era praticamente disso que eu tava vivendo, do jeito que eu ando distraída, podia ter sido eu. Eu ia morrer sem os meus pais me conhecerem, ia morrer traindo a confiança deles e ti forçando a passar o resto fingindo que fomos apenas amigas.

Amanda: _Sam, você não precisa...

Samara: _Eu quero. Deixa eu falar. –Amanda assente. –Uma coisa dessas faz a gente pensar sobre tudo e eu já tava com isso em mente antes, mas ainda era covarde o bastante pra pensar em não fazer. Eu quero conversar com meus pais sobre nós assim que o Derick sair do hospital.

Amanda: _Você tem certeza?

Samara: _Certeza absoluta. Você tá totalmente certa em me cobrar. Essa situação não é justa pra você, nem pra mim e muito menos pros meus pais. Só que, eu vou precisar que você esteja comigo quando chegar a hora da conversa, sozinha eu não consigo. Tudo bem?

Amanda: _Claro que sim! Você é minha namorada e eu nunca vou ti deixar sozinha nessa.

Samara: _Obrigada. My favorite.

Amanda: _De nada. Princesinha. Agora come isso!